SAIBA O QUE É DALTONISMO

SAIBA O QUE É DALTONISMO

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

0

Também conhecido por discromatopsia entre a classe médica, o daltonismo é uma condição que afeta a capacidade de o paciente diferenciar todas ou somente algumas tonalidades de cores, ou mesmo distinguir por completo uma cor de outra.

De um modo geral, em menor ou maior grau, o daltonismo é uma perturbação visual caraterizada pela dificuldade ou incapacidade do paciente distinguir o verde do vermelho ou outros tons como o azul, por exemplo. Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de uma lesão nos órgãos responsáveis pela visão, ou lesão de origem neurológica. Há inclusivamente pacientes, que não conseguem distinguir de entre tons mais claros e mais escuros de determinadas colorações, ou outros ainda, que possuem visão acromática só conseguindo visualizar o branco, cinzento ou preto.

O distúrbio, já conhecido desde o século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao químico, meteorologista e físico inglês John Dalton, um dos mais destacados cientistas mundiais, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia, de que ele próprio e um seu irmão eram portadores.

O gene do daltonismo é transportado pelo cromossoma X e atinge com menos frequência as mulheres pelo facto de possuírem dois destes cromossomas, enquanto o homem só tem um. Assim, mesmo que a mulher seja portadora da anomalia genética é compensada pelo par de cromossomas X correspondente que, contudo, não manifesta a doença, mas tem capacidade de a transmitir.

Os portadores do gene anómalo apresentam dificuldade em distinguir determinadas cores primárias como o verde, vermelho e azul, o que obviamente se reflete na perceção das restantes cores do espectro. Esta perceção é causada pela ausência ou menor número de alguns tipos de cones ou por uma perda parcial ou total de sua função, normalmente associada à diminuição de pigmentos nos fotorrecetores que perdem a capacidade para processar a informação luminosa de cor, de forma diferenciada.

A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, denominados cones, cada um deles sensível a uma determinada faixa de comprimento de onda do espectro luminoso, tipificadas de forma simplificada por RGB, sendo que todos os restantes tons de cor existentes resultam de combinações destas três cores primárias. As tonalidades visíveis, dependem do modo como cada tipo de cone é estimulado quando a luz, de qualquer frequência, atinge a retina. A luz azul, por exemplo, é captada pelos cones de alta frequência, que no caso dos daltónicos, algumas dessas células ou não estão presentes ou registam uma anomalia no pigmento caraterístico dos fotorrecetores no interior dos cones.

Existem apenas três tipo de daltonismo, a monocromacia, caraterizada pelo monocromatismo que corresponde a uma discriminação de cores nulas por falta de cones, permitindo apenas diferentes variações da cor cinza, anomalia também conhecida por “visão a preto e branco”; a dicromacia que resulta da ausência na retina, de um tipo específico de cones vermelhos verdes ou azuis e a tricromacia, anomalia que resulta de uma mutação no pigmento dos fotorrecetores dos cones retinianos, podendo manifestar-se numa menor sensibilidade a cada uma das três cores primárias e daí resultando diferentes formas da doença.

Geralmente, a primeira indicação de daltonismo consiste em a pessoa usar a cor errada para um objeto, como por exemplo ao pintar, ou designar uma cor pelo nome errado, sendo que as cores que se confundem são muito consistentes com o mesmo tipo de daltonismo.

Embora existam vários métodos para se diagnosticar o daltonismo e determinar em que grau está a afetar a perceção das cores por determinada pessoa, o teste de Ishihara, desenvolvido em 1917 no Japão pelo oftalmologista Shinobu Ishihara, é um dos testes mais famosos e utilizados em todo o mundo. O método possui um conjunto de 38 placas com pontos coloridos em diferentes intensidades. No centro destas, há um número formado por cores que a pessoa com daltonismo geralmente não consegue visualizar. Para isso, as cores, bem como as placas, variam em tonalidade e intensidade, sendo possível dessa forma detetar o grau e tipo de discromatopsia de cada indivíduo.

Não existe até ao momento qualquer tipo de tratamento conhecido para este distúrbio. No entanto, existem atualmente no mercado fabricantes de lentes que produzem óculos especiais que permitem aos daltónicos a distinção de cores, através do condicionamento seletivo da passagem de luz e bloqueando os feixes necessários para corrigir defeitos de visão. Não obstante, ainda existem algumas reservas por parte de estudiosos que alegam não haver estudos científicos suficientes que reconhecidamente indiquem o método.

Poderá questionar-se o funcionamento das lentes para daltónicos, mas a verdade é que estão disponíveis vários tipos que vão desde lentes com proteção UV, unifocais e progressivas, que visam aperfeiçoar a visão das cores, mas em primeiro lugar terá de ser efetuada uma consulta ao oftalmologista para avaliar o tipo de daltonismo que o afeta.

Na maioria dos casos, a pessoa nem sabe que é portadora de daltonismo, uma condição que até ao momento não tem cura nem tratamento específico. É, no entanto, possível, nos casos em que a doença tem origem em defeito adquirido, fazê-la regredir ou estabilizar desde que a causa da disfunção seja combatida e a pessoa afetada responda bem ao tratamento.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

Referências Externas:

TRATAMENTOS PARA A DOR CIÁTICA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

TRATAMENTOS PARA A DOR CIÁTICA

A dor ciática ou mais vulgarmente designada somente por ciática, é um sinal de perturbação da função do maior nervo do corpo humano, o nervo ciático, que pode tornar-se incapacitante e causar muito so...
DOENÇAS AUTOIMUNES

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DOENÇAS AUTOIMUNES

É designada por doença autoimune quando ocorre devido ao mau funcionamento do sistema imunológico, levando a que o corpo humano ataque os seus próprios tecidos.
UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

SOCIEDADE E SAÚDE

UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher, data dedicada à celebração das conquistas e contribuições das mulheres ao longo da história, bem como à consciencialização sobre as desigualdades de género e à promoção...
ESTAR SÓ OU SENTIR-SE SOZINHO

MENTE E RELACIONAMENTOS

ESTAR SÓ OU SENTIR-SE SOZINHO

Para compreender a diferença entre estar sozinho ou gostar da solidão, leva-nos a uma reflexão importante sobre dois conceitos que povoam a nossa mente.
0 Comentários