Especialistas norte-americanos identificaram uma nova forma de atacar o Ébola. Os cientistas descobriram que uma proteína chamada Tim-1 (imunoglobulina de células T e proteína 1 que contém o domínio da mucina) desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da “tempestade” de citoquinas observada nos últimos estágios da infeção pelo Ébola.

A pesquisa, publicada na revista mBio, mostrou que o vírus interage diretamente com células T e especificamente Tim-1 e que este é um dos mecanismos que desencadeia uma “tempestade de citocinas”.

Realizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, o estudo mostrou que o vírus, comumente letal num espaço de sete a dez dias, efetivamente desabilita a resposta imune através de uma variedade de mecanismos.

Depois de entrar na corrente sanguínea, o Ébola dirige-se para células dendríticas, as células sentinelas que alertam o resto do sistema imunológico para uma infeção viral. De seguida, o vírus desliga esse sistema de alerta e multiplica-se incontrolavelmente, infetando vários órgãos.

No novo estudo, os pesquisadores concentraram-se no estudo de Tim-1 porque recentemente foi demonstrado ser um fator de ligação ao vírus. Os especialistas demonstraram que a Tim-1 em ratos teve uma resposta inflamatória modificada para a infeção e alguns dos ratos sobrevivera.

Estudos in vitro demonstraram que o vírus do Ébola se liga diretamente à proteína Tim-1, ativando células T CD4 e desencadeando uma “tempestade de citoquinas”.

Este estudo é importante porque mostra a interação direta do vírus Ébola com células T, apesar da aparente ausência de replicação viral detetável em linfócitos T.

A descoberta pode abrir portas ao desenvolvimento de novas terapêuticas para atingir a Tim-1 ou a cascata de reações desencadeadas pela Tim-1, a fim de reduzir a ocorrência da chamada “tempestade de citoquinas”.