As coleiras estranguladoras, coleiras de choque e de bicos são infelizmente acessórios de treino que continuam a fazer parte da metodologia de trabalho de alguns “profissionais”.

A verdade é que os treinadores que usam estas ferramentas nos seus protocolos de treino, preocupam-se apenas com a parte comportamental do cão esquecendo a parte emocional e o bem estar do animal.

Recentemente a Sociedade Europeia de Etologia Clínica Veterinária (ESVCE) publicou uma declaração da sua posição relativamente ao uso deste tipo de coleiras e de outros materiais utilizados para o treino de cães.

A organização debruçou-se sobre os argumentos frequentemente usados para justificar a utilização deste tipo de metodologias de treino, e sobre os prós e contras das mesmas, tendo em conta uma análise da literatura científica disponível sobre o tema.

A ESVCE salienta que os seus membros são contra a utilização de coleiras de choque no treino de cães e pede a todos os países europeus que tomem uma posição em relação ao tema, uma vez que se trata de uma questão de bem-estar dos animais. Referem que não existem evidências científicas fortes o suficiente que justifiquem a utilização de coleiras de choque em cães, antes pelo contrário, são muitas as razões para nunca serem utilizadas existindo melhores opções de treino.

Assim, a ESVCE sugere que a venda, a utilização e a promoção de coleiras de choque seja banida através de legislação europeia aplicável a todos os Estados-Membros da União Europeia.

Refira-se que em alguns países da União Europeia, a proibição deste tipo de técnicas de treino já começou. Em janeiro deste ano foi a vez dos madrilenos, depois da publicação de uma normativa que pune com multas a utilização de coleiras de choques, de picos ou estranguladoras.