Joelhos crepitantes não são um sinal precoce de artrite
O joelho é a maior e mais complexa articulação do nosso corpo. Crepitação no joelho é o nome que se dá aos ruídos audíveis e/ou palpáveis que a articulação emite durante a sua movimentação – uma condição muito comum em todas as faixas etárias.

Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade La Trobe, em Melbourne, acompanhou 112 jovens adultos após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA), através de exames de ressonância magnética (RM) e de resultados relatados pelos pacientes para despistar os sinais de osteoartrite ao longo de cinco anos.
Segundo Jamon Couch, embora a crepitação no joelho estivesse associada a danos na cartilagem e a piora dos sintomas um ano após a cirurgia, não previa danos na articulação ao longo do tempo.
Os especialistas descobriram que os participantes com crepitação no joelho apresentaram taxas mais de duas vezes e meia maiores de defeitos na cartilagem de espessura total na região da rótula, com mais dor e pior função no início. No entanto, nos quatro anos seguintes, aqueles com crepitação não apresentaram pior dor e função em comparação com aqueles sem crepitação no joelho.
Os estudos mostram que cerca de 50% das pessoas com ruptura do LCA desenvolverão sintomas de osteoartrite e alterações estruturais no prazo de uma década após a lesão, quase 15 anos antes do que as pessoas sem lesão.
Os resultados do estudo, publicado na Arthritis Care & Research, desafiam a ideia de que a crepitação deva ser usada para diagnosticar ou prever osteoartrite precoce após uma lesão traumática no joelho em adultos jovens.
A investigação iria tranquilizar os pacientes mais jovens, preocupados com o facto de os joelhos ruidosos poderem ser um sinal de alerta de que a sua articulação está a deteriorar-se após a cirurgia.
Para a equipa de especialistas o estudo apoia uma abordagem mais subtil para o diagnóstico de osteoartrite em estágio inicial e incentiva os profissionais de saúde a evitarem interpretar exageradamente o crepitar dos joelhos em pacientes jovens e ativos.