Beber cerveja todos os dias afeta os pulmões
Logo depois da água e do chá, a cerveja é a terceira bebida mais consumida no mundo. A bebida de cevada é responsável, especificamente, por 36% do consumo de álcool no mundo, sendo a preferida em países como Espanha, Alemanha, Polónia, Sérvia, Austrália, Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Colombia e Bolívia, entre outros. A nível europeu, Portugal é o 20º país com maior consumo de cerveja por habitante.

O problema é que, embora muitas pessoas desconheçam, exagerar na cerveja pode ter consequências graves para a saúde. Existem muitos estudos que demonstram como o consumo desta substância afeta o esófago, estômago, fígado, cérebro, intestino delgado e o sistema circulatório.
Além destes órgãos, os pulmões também são afetados. Quando se bebe, o sistema mucociliar, composto por muco e pelos (cílios), responsáveis por reter a sujidade do ar e os microrganismos, é modificado, afetando as vias aéreas superiores (nariz e garganta).
O sistema mucociliar é a primeira linha de defesa dos nossos pulmões, e qualquer mau funcionamento pode levar a bronquite recorrente, pneumonia, bronquiectasia, e não só. O consumo crónico tem outros efeitos no sistema respiratório:
Vias superiores – é aqui que os cílios estão localizados, e o consumo de álcool faz com que eles parem de desempenhar a sua função, permitindo que substâncias perigosas passem para os pulmões.
Alvéolos – existem os macrófagos, células protetoras responsáveis por eliminar os microrganismos que chegam até eles. Quando se bebe diariamente, essas células deixam de funcionar, causando infeções pulmonares.
Como se isso não fosse suficiente, alguns estudos indicam que doses moderadas de álcool aumentam a proteína HSP90 que, em grandes quantidades, está intimamente ligada ao cancro do pulmão.