Gefapixant leva a melhorias modestas na tosse crónica
A tosse crónica é um distúrbio angustiante experimentado por uma em cada 10 pessoas em todo o mundo. Na pior das hipóteses, as pessoas podem tossir centenas de vezes a cada hora das suas vidas, e isso pode persistir por décadas sem alívio. Quem sofre de tosse crónica também experimenta uma sensação contínua de necessidade de tossir (desejo de tossir) que provoca tosse e pigarro, geralmente sem resolução da sensação.
Durante semanas, não pára de tossir. Esta situação perturba a nossa vida, impede-nos de dormir e incomoda quem está à nossa volta.
Pode-se evitar ou, pelo menos, mitigar todo este transtorno?
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Recentemente, uma revisão publicada online no Journal of the American Medical Association revelou que o gefapixant leva a uma melhora modesta na frequência, gravidade da tosse e qualidade de vida em adultos com tosse crónica refratária ou inexplicável.
A equipa de investigadores da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, no Canadá, examinou a eficácia e tolerabilidade do gefapixant no tratamento de adultos com tosse crónica refratária ou inexplicável numa revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (ECR) paralelos e cruzados que compararam o gefapixant com um placebo ou duas ou mais doses de gefapixant com ou sem placebo. A análise primária incluiu nove ECRs com 2.980 pacientes.
Os especialistas constataram que o gefapixant (45 mg duas vezes ao dia) teve pequenos efeitos na frequência da tosse ao acordar (redução de 17,6%), na gravidade da tosse (diferença média, -6,2 na escala visual analógica de 100 mm) e na qualidade de vida específica da tosse (diferença média, 1,0 ponto no Questionário de Leicester sobre tosse crónica) em comparação com o placebo.
Verificou-se, no entanto, um aumento importante nos acontecimentos adversos relacionados com o tratamento (mais 32 por 100 doentes) e nos acontecimentos adversos relacionados com o paladar (mais 32 por 100 doentes), provavelmente causado pelo gefapixant versus o placebo. Foram sugeridos ainda pequenos efeitos nos eventos adversos relacionados ao paladar para o gefapixant (15 mg) versus o placebo, com base em evidências de alta qualidade.
Segundo Richard S. Irwin e J. Mark Madison, da Escola Médica Chan da Universidade de Massachusetts, em Worcester, embora o gefapixant pareça ter um pequeno efeito na melhoria da tosse em comparação com o placebo, os efeitos foram marginais quando comparados com os grandes e favoráveis efeitos do placebo sozinho.
