VÍRUS

COVID-19: há três tipos do novo coronavírus

Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Kiel, na Alemanha, e divulgado pela BBC News, revela que há três grandes vias traçadas pelo SARS-CoV-2, o vírus responsável pela pandemia de COVID-19, para infetar milhares de pessoas em todo o mundo.

COVID-19: há três tipos do novo coronavírus

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Os cientistas analisaram as mutações do vírus nos primeiros 160 sequenciamentos genéticos do mesmo presente nos seres humanos. No âmbito da nova pandemia de COVID-19, a estratégia dos investigadores a nível mundial passa por traçar as rotas de infeção através da associação dos pontos entre os casos conhecidos.

Ao compreender como o vírus se propaga, é possível, por exemplo, formular medidas para conter a transmissão da doença de uma região do país para outra.

Esses dados também podem apontar o ritmo e a grandeza da variação genética do vírus. Regra geral, se tal ocorrer lentamente (como tem acontecido até agora), uma eventual vacina terá uma eficácia significativamente mais elevada.
De acordo com os cientistas, existem mais de mil sequenciamentos genéticos do novo coronavírus divididos em três grandes grupos: A, B e C, sendo B derivado de A, e C derivado de B.

O tipo A é visto como o original, sendo aquele que está mais próximo do vírus encontrado em morcegos e pangolins, dois animais que têm sido associados ao início da pandemia. No entanto, até ao momento, ainda é desconhecido como o vírus chegou até ao primeiro paciente humano.

Já o tipo B tem maior incidência no leste da Ásia, tendo ficado maioritariamente contido naquela região.

O tipo C, por sua vez, é considerado a principal variante na Europa, e foi encontrado nos primeiros doentes de países como França, Itália e Suécia.

De modo a infetar o primeiro ser humano, o SARS-CoV-2 sofreu necessariamente alterações a partir do animal onde estava alojado. Todavia, a verdade é que nenhum estudo identificou que alguma mutação tenha tornado o coronavírus mais contagioso ou fatal.

Os especialistas salientam que o termo mutação tem má fama e é visto como algo extremamente perigoso. Contudo, a verdade é que a inferência é comummente errónea.

No início de março, três investigadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, escreveram um artigo na revista científica Nature Microbiology com o título Por que razão não devemos nos preocupar quando um vírus muta durante epidemias.

Segundo estes académicos, a mutação faz parte da natureza de um vírus (que é uma coleção de material genético envolvido por uma capa proteica), é uma “consequência natural de ser um vírus”, porque este alimenta-se da enzima RNA polimerase para se replicar no corpo humano, e esse processo é suscetível ao erro, e, portanto, mutações, a cada ciclo de cópia.

Os investigadores salientam que essa capacidade de se modificar é o que nutre o sistema evolucionário, mas uma mutação só vai se espalhar ferozmente numa população de vírus se esta apresentar benefícios do ponto de vista da seleção natural.
Por outras palavras, e por exemplo, tornar-se mais letal pode não ser vantajoso para um vírus porque este tenderia a propagar-se menos.

“O senso comum é que a virulência só vai mudar, para mais ou para menos, se esta ampliar a taxa de transmissão do vírus, o que significa aumentar a prole. No entanto, uma alta virulência (nem sempre) reduz a transmissibilidade se o hospedeiro está doente demais para expor os outros”, afirmam os académicos norte-americanos.

Através do site https://nextstrain.org/ncov/global, pode acompanhar o mapeamento da evolução do vírus a nível mundial.


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