Marcha lenta pode prever problemas de mobilidade futuros
Caminhar a um ritmo lento, em condições de marcha normal e em circunstâncias complexas, foi associado a um maior risco de incapacidade motora durante os oito anos subsequentes.
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A descoberta é de um estudo recentemente publicado no Journal of the American Geriatrics Society.
Até ao momento, não se tinha identificado uma forma ideal de os prestadores de cuidados de saúde medirem a capacidade de marcha, pois esta envolve mais do que apenas o ritmo a que se caminha.
Existem outros fatores envolvidos, como lidar com pavimentos irregulares e exigências da nossa atenção como outros peões e travessias de estradas.
O estudo de investigadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, avaliou tarefas de marcha complexas para detetar alterações precoces e subtis na marcha que pudessem prever um maior risco de incapacidade de caminhar 400 metros.
A equipa suspeitava que as tarefas complexas relacionadas com a marcha estariam mais fortemente associadas ao risco de problemas de mobilidade do que o simples caminhar.
Foram recrutados 337 adultos, com 70 a 79 anos de idade sem dificuldade de caminhar 400 metros ou de subirem dez degraus sem terem de descansar, no início do estudo.
Os participantes tiveram várias tarefas de marcha atribuídas, tendo caminhado em muitos caminhos diferentes, com variados desafios para medir o seu ritmo de marcha e a capacidade de lidarem com tarefas mentais e físicas ao mesmo tempo.
Os participantes foram depois acompanhados durante oito anos para verificar eventuais dificuldades em caminharem 400 metros devido a um problema físico ou de saúde.
A cada ano, os participantes relataram aos investigadores quaisquer problemas de mobilidade ou incapacidades.
Ao fim dos oito anos de acompanhamento, mais de metade dos participantes tinha desenvolvido incapacidades com a mobilidade, o que significa que não conseguiam percorrer 400 metros a pé.
Quase 40 por cento tinha desenvolvido incapacidade de mobilidade crónica que durava desde há pelo menos dois anos.
A equipa concluiu que caminhar a um ritmo lento, ao ritmo normal e em condições complexas, foi associado a um maior risco de desenvolvimento de mobilidade no decorrer dos oito anos seguintes.