Publicado no BMJ, o estudo também descobriu que o aumento do risco relativo de ganho de peso atinge o seu pico após dois a três anos de uso continuado e que para pacientes classificados como de peso "normal", o risco de se mudar para as categorias de sobrepeso ou obesidade aumentou 29 por cento, em comparação com aqueles que não tomavam antidepressivos.

Para os pacientes na categoria de excesso de peso, o risco de transição para a categoria de obesos também foi 29 por cento maior para aqueles que tomavam antidepressivos prescritos.

Enquanto estudos anteriores identificaram um aumento de peso a curto prazo após o início do tratamento antidepressivo, este estudo revela que o risco desse aumento é elevado e sustentado por vários anos após o início do tratamento.

A equipa analisou os registos de saúde de quase 300 mil pacientes do Reino Unido: 136 762 homens e 157 957 mulheres, entre 2004 e 2014.

O grupo foi analisado de acordo com a prescrição, ou não, de um antidepressivo num determinado ano e era composto por pacientes de todas as categorias de peso.

"Os nossos resultados mostram que o tratamento antidepressivo aumenta o risco de os pacientes ganharem peso ao longo de um período de anos. Do ponto de vista clínico, essas observações reforçam a necessidade de uma atuação ativa, adaptada e sustentada do peso corporal para acompanhar a prescrição de tratamentos com antidepressivos. É importante ressalvar que nenhum paciente deve parar de tomar a medicação e, se tiver alguma preocupação, deve falar com o seu médico ou farmacêutico", esclareceram os especialistas.

Estes resultados devem ser avaliados no contexto do aumento do índice de massa corporal na população em geral, consideraram os autores.