Fumar pode afetar a qualidade do esperma e reduzir a fertilidade masculina, podendo também prejudicar a saúde do bebé, em caso de conceção, revela um estudo da Universidade Federal de São Paulo, no Brasil.
Chegou o verão. Em desespero por resultados imediatos, sem pensar nos efeitos prejudiciais para a saúde, muitos recorrem, sem hesitar, a tratamentos e produtos que prometem verdadeiros milagres.
LER MAIS
A pesquisa foi realizada com base na avaliação do esperma de 20 fumadores e 20 pessoas que não fumavam. Os resultados revelaram que o sémen dos fumadores sofria danos que poderiam reduzir a probabilidade de fecundação ou favorecer o desenvolvimento de problemas de saúde no bebé, em caso de conceção.
Os cientistas observam que o ADN do esperma dos fumadores estava fragmentado, o que está associado a um aumento do risco de problemas genéticos no feto e ao desenvolvimento de cancro infantil.
Essa fragmentação pode ser resultado de um stress oxidativo promovido pelo cádmio e pela nicotina presentes no cigarro, sugerem os investigadores, acrescentando que, além disso, as mitocôndrias, que são o centro de energia das células, também estavam menos ativas no esperma desses participantes.
Também os homens que fumavam tinham uma percentagem maior de acrossomas (parte da cabeça do espermatozoide que liberta enzimas que permitem a sua penetração no óvulo) alterados.
Registaram-se ainda outras alterações nas proteínas do plasma seminal que podem prejudicar a fertilização. Das 422 proteínas analisadas, nos fumadores, uma estava ausente, outras 27 eram deficitárias e seis eram abundantes.
"Mais e mais estudos estão a demonstrar um efeito nocivo do tabaco sobre a fertilidade masculina. Os nossos resultados apontam na direção de alterações importantes no sémen. O esperma dos fumadores apresenta uma natureza inflamatória associada à diminuição da capacidade de fertilização e de uma gravidez saudável", alertou Ricardo Pimenta Bertolla, um dos autores da pesquisa.
