Cientistas portugueses estudam necessidades psicossociais dos pacientes com mieloma múltiplo
Um grupo de cientistas portugueses acaba de receber uma bolsa de investigação para estudar as necessidades psicossociais dos doentes com mieloma múltiplo e dos seus cuidadores, permitindo definir programas de apoio para melhorar a sua qualidade de vida.
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A coordenadora do projeto, Maria da Graça Pereira Alves, explicou que a principal preocupação dos pesquisadores "é caracterizar a amostra de doentes e cuidadores [com mieloma múltiplo], particularmente ao nível das necessidades sentidas, e compreender a influência das variedades clínicas, sociodemográficas e psicológicas".
O projeto de investigação, intitulado "Necessidades e Qualidade de Vida em Doentes com Mieloma Múltiplo e seus Cuidadores" ganhou a primeira bolsa de estudo concedida pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia e Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas, no valor de oito mil euros.
"Pretendemos contribuir para criar programas de intervenção que possam promover a qualidade de vida e responder às necessidades, quer dos doentes, quer dos cuidadores", referiu a responsável pelo estudo, do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, frisando que se trata do primeiro trabalho português a estudar o par doente e cuidador em simultâneo, analisando o que no paciente influencia o cuidador e o que no cuidador afeta o paciente.
Maria da Graça Pereira Alves refere que, atualmente, estima-se que existam 300 novos casos por ano desta doença, que é ainda pouco conhecida e estudada em Portugal.
Segundo um estudo realizado há dois anos, cerca de um quarto dos pacientes com mieloma múltiplo tinha sintomas depressivos e de ansiedade e metade dizia necessitar de intervenção psicossocial, principalmente se fossem mais jovens e deprimidos, revelou a investigadora.
O mieloma múltiplo é uma doença maligna rara que afeta os plasmócitos – células sanguíneas da medula óssea - e é o tipo mais comum de tumor das células plasmáticas, representando cerca de um por cento dos tipos de cancro e cerca de dez por cento das doenças malignas do sangue.