Minoxidil

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Minoxidil é um fármaco capaz de reduzir a pressão arterial por promover vasodilatação potente e de longa duração.

Sua acção hipotensora foi descoberta em 1965 e teve impacto significativo no tratamento da hipertensão arterial pois funciona em casos mais agressivos da doença.

Como provoca hirsutismo, seu metabólito é associado a cremes para tratamento da calvície (mas não a cura) e em casos de alopécia androgenética, não sendo conhecido seu real mecanismo de acção para este fim.

É indicado para pessoas com idade inferior a 40 anos e na situação de perda recente dos fios, estimulando o crescimento do cabelo e retardando a calvície.
Usos comuns
Está indicado no tratamento da calvície masculina e feminina, designada por alopécia androgenética, e da alopécia areata, vulgarmente conhecida por pelada.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Tratamento da calvície masculina e feminina, designada por alopécia androgenética.
Tratamento da alopécia areata, vulgarmente conhecida por pelada.
Classificação CFT

13.8.4 : Produtos para alopecia androgénica

Mecanismo de ação
O minoxidil tópico foi a primeira medicação aprovada pela FDA para estimular o crescimento de cabelo.

O interesse desenvolveu-se quando foi observado em estudos clínicos que o minoxidil oral administrado por períodos superiores a um mês causava hipertricose.

O minoxidil é um potente vasodilatador periférico utilizado topicamente para induzir a dilatação na microcirculação do escalpo.

Demonstrou-se uma relação dose-resposta.

Por outro lado, parece induzir a proliferação de células epiteliais próximas à base do folículo piloso.

Aumenta a incorporação de cisteína e glicina no folículo.

Presumivelmente estimula o crescimento do cabelo porque favorece e promove a fase anagénica em células epiteliais em cultura, com efeitos mitogénicos e morfológicos directos em células epiteliais neo-natais.

A manutenção da terapêutica parece necessária para manter o crescimento do cabelo dentro dos parâmetros cosmeticamente aceitáveis.

O início e grau de estimulação do crescimento capilar podem variar entre indivíduos.

O minoxidil foi estudado no tratamento da alopécia androgenética e alopécia areata.

Os efeitos do minoxidil foram demonstrados em modelos animais convencionais (ratos, murganhos, coelhos brancos, cães beagle, macacos com alopécia hereditária) usados para avaliar a eficácia do tratamento.

A resposta ao tratamento com minoxidil tópico, pareceu mais favorável em homens com menos de 40 anos, nos que eram calvos há menos de 10 anos e naqueles com uma área de calvície com menos de 10 cm de diâmetro.

As mulheres parecem responder melhor.

Após 32 semanas de tratamento com uma solução de minoxidil a 2%, 63% das mulheres tratadas apresentaram um crescimento mínimo a moderado de cabelo.

No caso de mulheres com alopécia androgenética (Ludwig fase I e II) a melhor opção de tratamento parece ser a solução de minoxidil a 5%, numa primeira fase.

As interrupções do tratamento devido a experiências adversas causadas pelo minoxidil foram pouco frequentes.

As principais avaliações da eficácia foram realizadas.

A solução cutânea de minoxidil provou ser segura e eficaz no tratamento da alopécia androgenética progressiva.

A alopécia androgénica progressiva afecta cerca de 50% dos homens caucasianos e mulheres com idade inferior a 40 anos.

No caso dos homens asiáticos, afro-americanos a prevalência é menor e a alopécia menos grave.

Na alopécia areata, o minoxidil tópico parece ter alguma eficácia clínica, no entanto não é de uso universal, depende da resposta individual.

Estudos in vitro demonstram diferentes efeitos do minoxidil nas células epitelais e linfocitárias, que podem conduzir a efeitos sinergicos no crescimento do cabelo em indivíduos com alopécia areata.

Em estudos histopatológicos o minoxidil promoveu o retorno da estrutura folicular e do tamanho do folículo, com aumento do diâmetro (0,029 mm para 0,043 mm).

Em culturas de células epiteliais de murino, o minoxidil aumentou a proliferação celular e alterou a morfologia celular.
Posologia orientativa
Aplicar duas vezes por dia (12/12h), no cabelo completamente seco.

A dose recomendada, para cada aplicação, é de 1 ml de solução (correspondente a 30 gotas), qualquer que seja a área a tratar, espalhando o produto com os dedos do centro para a periferia.

Não exceda a dose diária recomendada de 2 ml.

O tratamento dura cerca de um ano, período ao fim do qual se observam os melhores resultados.

A utilização de minoxidil 2% deverá ser interrompida se ao fim de 4 meses de utilização não se verificar crescimento capilar.
Administração
Destina-se apenas a uso externo, para aplicação no couro cabeludo.
Lave as mãos depois de aplicar o medicamento.
Evite o contacto com os olhos, mucosas e áreas da pele escoriadas.
Contraindicações
- Indivíduos com hipersensibilidade conhecida ao minoxidil.
- Doentes com hipertensão arterial ou doença cardiovascular, nomeadamente insuficiência coronária (possíveis efeitos sistémicos se ocorrer absorção significativa).
- Indivíduos com psoríase do escalpo, dermatite seborreica, queimadura solar, irritação ou abrasão no couro cabeludo.
- Gravidez e aleitamento.

Uso pediátrico: Não é indicada a utilização em crianças e indivíduos com menos de 18 anos.
Efeitos indesejáveis/adversos
Frequentes (≥ 1/100, < 1/10):
As reacções adversas mais frequentemente observadas nos estudos clínicos foram reacções dermatológicas minor.

Pele - Couro cabeludo: prurido, secura, descamação;
Irritação e dermatite irritativa; Sensação de queimadura; hipertricose difusa reversível (face, sobrancelha, ouvido, braços);

Pouco frequentes (≥ 1/1.000, < 1/100):
Pele - Couro cabeludo: eczema, foliculite, eritema local; exacerbação da dermatite seborreica; dermatite alérgica de contacto;

Corporais: edema (retenção de líquidos e de sal);

Aparelho cardiovascular: palpitações, dores no peito (angina), taquicárdia; alteração do electrocardiograma (ECG); aumento da frequência cardíaca; aumento do débito cardíaco;

(Nota: não foi estabelecida relação causal ao nível dos efeitos cardiovasculares e a aplicação tópica de minoxidil).

Raros (≥1/10.000, <1/1.000):
Pele - Couro cabeludo: dermatite alérgica de contacto; alopécia, alterações capilares;

Sistema nervoso: cefaleias, fraqueza, tonturas, vertigens, astenia; delírio, ansiedade;

Aparelho reprodutor/urinário: infecções urinárias, cálculo renal; disfunção sexual;

Olhos perturbações visuais (diminuição acuidade visual); Conjuntivites;

Ouvidos: Sensação de zumbidos, otite externa;

(Nota: não foi estabelecida relação causal ao nível dos efeitos no sistema nervoso, aparelho reprodutor, urinário e olhos e a aplicação tópica de minoxidil).

Sinais e sintomas de absorção sistémica:
Dores no peito (angina), batimento cardíaco irregular e acelerado, hipotensão, nevrite, edema, vasodilatação.

Na eventualidade de ocorrerem efeitos colaterais sistémicos, aconselha-se a suspensão do fármaco.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Em mulheres que pretendam engravidar recomenda-se descontinuar o tratamento com minoxidil pelo menos, um mês antes.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Não se sabe se o minoxidil tópico passa para o leite materno, não se recomenda o seu uso em período de aleitamento.
Condução
Condução:
Condução:Risco de hipotensão; pode alterar a capacidade de condução.
Precauções gerais
Sempre que se observe reacção, no local de aplicação, nomeadamente irritação ou prurido, foliculites ou descamação deve ser consultado um dermatologista.

No caso de reacção grave deve ser imediatamente lavado o couro cabeludo e não voltar a aplicar sem contactar previamente o médico.


Caso o Minoxidil atinja acidentalmente zonas sensíveis (olhos) estas devem ser lavadas imediatamente com água fria corrente e abundante.

Se a irritação persistir deve consultar-se o médico.

Devido ao facto do tratamento com minoxidil poder provocar retenção de líquidos, recomenda-se precaução em doentes com história de insuficiência cardíaca, disfunção ventricular ou hipertensão e em doentes com edema pré-existente devido a outra etiologia.

A utilização da solução cutânea de minoxidil deve ser interrompida, até contactar o médico, se ocorrerem palpitações, dores no peito, tonturas ou cefaleias.

Deve manter-se vigilância clínica apropriada nos doentes idosos e nos doentes com disfunção renal, hepática ou cardíaca, que estejam a aplicar minoxidil.

Sintomas isquémicos podem ser agravados pelo uso de minoxidil em indivíduos com doença coronária arterial.

Nos estudos clínicos, os efeitos sistémicos cardiovasculares, durante o tratamento com minoxidil tópico vs placebo (6 meses), foram avaliados e a pressão arterial não sofreu alterações, no entanto houve aumento da frequência cardíaca e débito cardíaco.

Foi relatado em alguns estudos clínicos, de longa duração, que algumas mulheres desenvolveram hipertricose difusa.

Esta deverá ser avaliada para confirmar a sua persistência.

A terapêutica deverá ser interrompida se forem detectados resultados anormais persistentes.

Riscos de sintomas sistémicos estão aumentados com a frequência das doses, desta forma a aplicação de doses para além do recomendado pode originar sintomas sistémicos.

O uso de minoxidil tópico não é recomendado em mulheres que pretendam engravidar porque existe risco de hipertricose no recém-nascido.
Cuidados com a dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Não foram observados casos de sobredosagem durante os estudos clínicos.

Não estão documentados casos para a via de aplicação tópica.

Absorção sistémica e risco de sobredosagem está aumentada se a dose e frequência da administração tópica for excedida ou se o medicamento é aplicado em áreas extensas ou zonas do corpo sem ser no escalpo.

Se ocorrer toxicidade sistémica (edema, taquicardia e hipotensão) como resultado de ingestão acidental ou deliberada, recomenda-se a instituição de medidas terapêuticas que podem incluir a administração de cloreto de sódio intravenoso para manter a pressão arterial e facilitar a formação de urina ou de um diurético.

A taquicárdia e as crises de angina podem ser controladas com fármacos betabloqueadores ou outros inibidores do sistema nervoso simpático.

A hipotensão deverá ser tratada mediante administração intravenosa de soro fisiológico.

Pode ser tratada com fenilefrina, angiotensina II, vasopressina ou dopamina mas apenas no caso de falência de perfusão nos órgãos vitais.

Os fármacos simpaticomiméticos como a noradrenalina ou a adrenalina devem ser evitados pelo risco de estimulação cardíaca excessiva.

O minoxidil e os seus metabólitos são dialisáveis por hemodiálise.
Terapêutica interrompida
Caso se tenha esquecido de aplicar a solução cutânea na hora devida, faça-o assim que se lembrar e depois continue como anteriormente.
Não aplique uma maior quantidade, nem aplique mais vezes num dia, para compensar a falta de uma aplicação.
Cuidados no armazenamento
Não conservar acima de 25ºC.
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II (ARA II) + Minoxidil

Observações: Por aumento do risco de hipercaliemia
Interacções: Aumentam o efeito hipotensor quando associados a ARA II - Minoxidil - Minoxidil
Usar com precaução

Etoricoxib + Minoxidil

Observações: Com base em estudos in vitro, não é de se esperar que o etoricoxib iniba os citocromos P450 (CYP) 1A2, 2C9, 2C19, 2D6, 2E1 ou 3A4. Num estudo com indivíduos saudáveis, a administração diária de etoricoxib 120 mg não alterou a atividade hepática da CYP3A4, conforme avaliado pelo teste respiratório da eritromicina. A via principal do metabolismo do etoricoxib depende das enzimas CYP. A CYP3A4 parece contribuir para o metabolismo do etoricoxib in vivo. Estudos in vitro indicam que a CYP2D6, CYP2C9, CYP1A2 e CYP2C19 também conseguem catalisar a via metabólica principal, mas os seus papéis quantitativos não foram estudados in vivo.
Interacções: Dado que o conhecimento dos efeitos das múltiplas sulfotransferases é atualmente limitado e estão ainda a ser examinadas as consequências clínicas para muitas substâncias activas, pode ser prudente ter-se cuidado ao administrar-se etoricoxib concomitantemente com outras substâncias activas primariamente metabolizadas pelas sulfotransferases humanas (por ex., salbutamol e minoxidil orais). - Minoxidil
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Minoxidil + Vasodilatadores

Observações: Não há atualmente conhecimento de interações medicamentosas associadas ao uso de minoxidil.
Interacções: Apesar de não ter sido clinicamente demonstrado, existe teoricamente a possibilidade de o minoxidil absorvido potenciar a hipotensão ortostática em doentes que estejam medicados ou outros vasodilatadores periféricos. - Vasodilatadores
Usar com precaução

Sapropterina + Minoxidil

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: A BH4 é um cofator para o óxido nítrico sintetase. Recomenda-se precaução durante a utilização concomitante de Sapropterina com todos os medicamentos que provocam vasodilatação, incluindo os que são administrados por via tópica, pois afectam o metabolismo ou a acção do óxido nítrico (NO), incluindo dadores de NO clássicos (p.ex. Nitroglicerina (GTN), dinitrato de isossorbida (ISDN), nitroprussiato de sódio (SNP), molsidomina), inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5) e minoxidil. - Minoxidil
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Minoxidil
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 04 de Janeiro de 2024