Ubidecarenona

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Coenzima Q10, também conhecida como ubiquinona, ubidecarenona, coenzima Q, e por vezes abreviado para CoQ10, CoQ, ou Q10 é um 1,4- benzoquinona, onde Q refere-se ao grupo químico quinona, e 10 refere-se ao número de produtos químicos isoprenilo subunidades na sua cauda.

Esta substância, como vitamina solúvel em óleo está presente na maioria das células eucariotas, principalmente nas mitocôndrias.

É um componente da cadeia de transporte de electrões e participa na respiração celular aeróbica, a geração de energia na forma de ATP.

Noventa e cinco por cento da energia do corpo humano é gerado desta maneira.

Por isso, esses órgãos com maior energia requisitos, tais como o coração, fígado e rim - têm as maiores concentrações de CoQ10.

Há três estados redox de CoQ10: totalmente oxidado (ubiquinona), semiquinona (ubisemiquinone), e totalmente reduzida (ubiquinol).

A capacidade desta molécula de existir de uma forma completamente oxidada e uma forma completamente reduzida permite o desempenho de suas funções na cadeia de transporte de electrões e como um antioxidante, respectivamente.
Usos comuns
Indicado nas doenças nas quais há uma deficiência da coenzima Q10.
Tipo
Molécula pequena.
História
A Coenzima Q foi descoberta em 1957 pelo professor Fred L. Crane e seus colegas na University of Wisconsin-Madison. Um ano mais tarde, sua estrutura foi descrita pelo professor Karl Folkers e colegas na Merck.
Indicações
Indicado nas doenças nas quais há uma deficiência da coenzima Q10:
- nas situações de citopatias mitocondriais, nomeadamente as miocardiopatias e encefalopatias devidas aos défices da cadeia respiratória celular.
Classificação CFT

3.1.2 : Outros cardiotónicos

Mecanismo De Acção
A ubidecarenona é uma quinona lipossolúvel sintetizada a nível intracelular e que entra em múltiplos processos celulares tais como a:
Transferência de electrões a nível da membrana plasmática; síntese de adenosina trifosfato (ATP) na mitocôndria; fosforilação oxidativa na membrana interna da mitocôndria e noutras membranas relacionadas com a conservação de energia celular.

A ubidecarenona apresenta as seguintes propriedades: transportador redox na cadeia respiratória mitocondrial, entre o NADH desidrogenase e o succinato desidrogenase do sistema do citocromo b-c1; antioxidante e estabilizadora das membranas celulares, evitando a depleção de metabólitos necessários à síntese de ATP; eliminar radicais livres produzidos pela peroxidação lipídica, sendo capaz de induzir a diaforese DT, um potente inibidor da formação de radicais livres.

A ubidecarenona possui características que a torna idêntica a uma vitamina, pois apresenta uma estrutura semelhante à vitamina K.

Uma deficiência endógena de ubidecarenona tem sido observada em diversas doenças, como a doença mitocondrial.

A administração oral de ubidecarenona repõe os níveis fisiológicos plasmáticos desta substância.
Posologia Orientativa
A posologia recomendada é de 1 cápsula três vezes ao dia.
Administração
Via oral.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Ubidecarenona.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Dado a ubidecarenona ser sintetizada no organismo e ser de natureza não proteica, é uma substância praticamente desprovida de actividade antigénica (ou alergénica) ou até de actuar como hapteno, o que explica o facto de se tratar de uma substância sobre a qual não se tem conhecimento de reacções tipo idiossincrásico e de ser considerada bem tolerada.

No entanto, da administração oral da ubidecarenona podem aparecer alguns efeitos adversos tais como:
- distúrbios gástricos (desconforto epigástrico);
- náusea;
- anorexia (que se traduz em perda de apetite);
- diarreia;
- “rash” cutâneo.

O aparecimento destes efeitos indesejáveis foi observado em menos de 1% dos doentes tratados com a ubidecarenona por via oral.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:A administração oral durante o primeiro trimestre da gravidez só deve ser feita se o seu potencial benefício for, na opinião do clinico, justificável.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Desconhece-se se o Ubidecarenona é excretado no leite materno, pelo que só deve ser utilizado durante o aleitamento caso seja estritamente necessário.
Precauções Gerais
A administração do Q10 deve ser feita com precaução em doentes com obstrução biliar e em doentes com insuficiência hepática, dado poder ocorrer uma potencial acumulação de ubidecarenona.

Se estiver a tomar varfarina, a administração de Q10 pode promover a redução da acção anticoagulante desta substância, dado a semelhança estrutural que a ubidecarenona apresenta com a vitamina K2.
Cuidados com a Dieta
Não relevante.
Terapêutica Interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma cápsula que se esqueçeu de tomar.

Sempre que forem omitidas uma ou mais doses dever-se-á seguir o esquema posológico habitual.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25°C.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ubidecarenona Varfarina

Observações: n.d.
Interacções: Em doentes nos quais esteja instituído um esquema terapêutico com a varfarina, a administração de Ubidecarenona pode promover a redução anticoagulante desta substância, dado a semelhança estrutural que a ubidecarenona apresenta com a Vitamina K2 sugerindo a possibilidade de uma interacção farmacodinâmica. - Varfarina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Ubidecarenona
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Estudos feitos em animais não evidenciaram qualquer efeito resultante da administração deste fármaco durante a gravidez. Não foram realizados estudos em mulheres grávidas, sobre o efeito teratogénico da ubidecarenona. Por isso a administração oral durante o primeiro trimestre da gravidez só deve ser feita se o seu potencial benefício for, na opinião do clinico, justificável.

Desconhece-se se o Ubidecarenona é excretado no leite materno, pelo que só deve ser utilizado durante o aleitamento caso seja estritamente necessário.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 01 de Março de 2024