Trientina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
A trietilenotetramina (TETA e trien), também chamada de trientina (INN), é um composto orgânico com a fórmula [CH2NHCH2CH2NH2] amina).

A Trientina é um agente quelante.
Um agente quelante é capaz de remover um metal pesado, tal como chumbo, mercúrio, ou cobre, do sangue.

Trientina é um medicamento utilizado para tratar a doença de Wilson.

A doença de Wilson é uma condição hereditária que se caracteriza por o organismo não conseguir transportar cobre pelo organismo da maneira normal ou eliminar o cobre da maneira normal como uma secreção do fígado para o intestino.

Isto significa que as pequenas quantidades de cobre dos alimentos e bebidas se acumulam em níveis excessivos e podem causar lesões no fígado e problemas no sistema nervoso.

Este medicamento funciona principalmente ligando-se ao cobre no organismo, o que, de seguida, permite que este seja eliminado na urina, ajudando a baixar os níveis de cobre. Pode também ligar-se ao cobre no intestino e, assim, reduzir a quantidade absorvida pelo organismo.

Trientina é administrado a adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 5 anos que não conseguem tolerar o outro medicamento utilizado para tratar esta doença, a saber, a penicilamina.
Usos comuns
Trientina é usada para tratar a doença de Wilson em pessoas que não podem tomar a penicilamina.
Tipo
Molécula pequena.
História
A trientina (dicloridrato de trietilenotetramina ou 2,2,2-tetramina) foi introduzida em 1969 como uma alternativa à D-penicilamina.
Foi previamente aprovado pelo FDA em 1985 como farmacoterapia de segunda linha para a doença de Wilson.
Indicações
O Trientina está indicado para o tratamento da doença de Wilson em adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 5 anos intolerantes à terapêutica com D-penicilamina.
Classificação CFT

11.4.3 : Outros produtos

Mecanismo De Acção
A trientina é um agente quelante do cobre cujo principal mecanismo de acção é eliminar o cobre absorvido do organismo mediante a formação de um complexo estável que é então eliminado através da excreção urinária.
A trientina pode também quelar cobre no tracto intestinal e, assim, inibir a absorção do cobre.
Posologia Orientativa
A dose inicial deve, habitualmente, corresponder à dose mais baixa do intervalo e, subsequentemente, ser adaptada de acordo com a resposta clínica do doente.

A dose recomendada varia entre 450 mg e 975 mg (3 a 6½ comprimidos) por dia, dividida em 2 a 4 doses.

Não é necessário um ajuste de dose nos doentes idosos.

Compromisso renal:
Existe informação limitada sobre os doentes com compromisso renal. Não é necessário um ajuste de dose específico nestes doentes.

A dose inicial na população pediátrica é inferior à dos adultos e depende da idade e do peso corporal.

Crianças com idade igual ou superior a 5 anos:
A dose varia habitualmente entre 225 mg e 600 mg por dia (1½ a 4 comprimidos) dividida em 2 a 4 doses.

Crianças com idade inferior a 5 anos:
A segurança e eficácia de trientina em crianças com idade inferior a 5 anos não foram ainda estabelecidas.
A forma farmacêutica não é adequada para administração a crianças com idade inferior a 5 anos.

As doses recomendadas do Trientina são expressas como mg de trientina base (ou seja, não em mg do sal tetracloridrato de trientina).
Administração
O tratamento só deve ser iniciado por médicos especialistas com experiência no tratamento da doença de Wilson.

Trientina destina-se a administração por via oral.

Os comprimidos devem ser engolidos com água.

É importante que o Trientina seja administrado em jejum, pelo menos uma hora antes das refeições ou duas horas após as refeições e com, pelo menos, uma hora de intervalo relativamente a qualquer outro medicamento, alimento ou leite.
Contra-Indicações
Hipersensibilidde à Trientina.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Foram comunicados os seguintes efeitos secundários:

Frequentes (podem afectar até 1 em cada 10 pessoas)
- enjoos (náuseas)

Pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas)
- erupções na pele
- comichão

Desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
- problemas de estômago e desconforto, incluindo dores graves no abdómen (duodenite)
- inflamação do intestino que pode originar, por exemplo, dor abdominal, diarreia recorrente e sangue nas fezes (colite)
- diminuição do número de glóbulos vermelhos devido ao baixo nível de ferro no sangue (anemia ferropriva)
- urticária ou erupções cutâneas
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:O Trientina só deve ser utilizado na gravidez após a consideração cuidadosa dos benefícios comparados com os riscos do tratamento na doente individual.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Deve ser tomada uma decisão relativa à interrupção da amamentação ou à interrupção/abstenção da terapêutica com o Trientina tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mãe.
Precauções Gerais
A trientina é um agente quelante que demonstrou reduzir os níveis séricos de ferro. Poderão ser necessários suplementos de ferro em caso de anemia por carência de ferro e estes devem ser administrados em momentos diferentes.

A combinação de trientina com zinco não é recomendada. Existem apenas dados limitados disponíveis sobre a administração concomitante e não podem ser feitas quaisquer recomendações posológicas específicas.

Em doentes que foram previamente tratados com D-penicilamina, foram notificadas reacções do tipo lúpus durante o tratamento subsequente com trientina, contudo não é possível determinar se existe uma relação causal com a trientina.

Monitorização:
Os doentes que recebem o Trientina devem permanecer sob supervisão médica regular e ser monitorizados para um controlo adequado dos sintomas e níveis de cobre, de forma a otimizar a dose.

O objectivo do tratamento de manutenção consiste em manter níveis de cobre livre no soro sanguíneo dentro de limites aceitáveis. O índice mais fiável para a terapêutica de monitorização é a determinação do cobre livre no soro sanguíneo, o qual é calculado utilizando a diferença entre o cobre total e o cobre ligado à ceruloplasmina (o nível normal de cobre livre no soro sanguíneo varia, geralmente, entre 100 e 150 microgramas/l).

A medição da excreção de cobre na urina pode ser realizada durante a terapêutica. Uma vez que a terapêutica de quelação leva a um aumento dos níveis urinários de cobre, isto não vai/pode não dar um reflexo preciso da carga de cobre em excesso no organismo, mas pode ser uma medida útil da adesão ao tratamento.

O agravamento dos sintomas clínicos, incluindo deterioração neurológica, poderá ocorrer no início da terapêutica de quelação devido ao excesso de cobre sérico livre durante a resposta inicial ao tratamento. É necessária uma monitorização cuidadosa para otimizar a dose ou para adaptar o tratamento, se necessário.

Populações especiais:
O sobretratamento comporta o risco de deficiência de cobre. Deve realizar-se uma monitorização das manifestações de sobretratamento, principalmente quando as necessidades de cobre podem mudar, como na gravidez e nas crianças, nas quais o controlo apropriado dos níveis de cobre é necessário para garantir um crescimento e desenvolvimento mental adequados.

Os doentes com compromisso renal que recebem trientina devem permanecer sob supervisão médica regular para o controlo adequado dos sintomas e níveis de cobre. Também é recomendada uma monitorização rigorosa da função renal nestes doentes.
Cuidados com a Dieta
Tome trientina com o estômago vazio, pelo menos 1 hora antes ou 2 horas depois de comer uma refeição ou lanche ou tomar outros medicamentos.
Terapêutica Interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Basta tomar a próxima dose à hora habitual.
Cuidados no Armazenamento
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Acetato de zinco Trientina

Observações: n.d.
Interacções: Outros agentes anti-cobre: Foram realizados estudos farmacodinâmicos em doentes com doença de Wilson utilizando uma conjugação de Acetato de zinco (50mg três vezes ao dia) com ácido ascórbico (1g uma vez ao dia), penicilamina (250mg quatro vezes ao dia) e trientina (250mg quatro vezes ao dia). Os estudos não demonstraram qualquer efeito global significativo no equilíbrio do cobre apesar de ter sido detectada uma ligeira interacção do zinco com os agentes quelantes (penicilamina e trientina) com uma excreção de cobre diminuída pela via fecal, mas aumentada pela via urinária em comparação com uma monoterapia com zinco. Este facto é provavelmente devido a algum grau de complexação do zinco pelo agente quelante, com a consequente redução do efeito de ambas as substâncias activas. Na transição de um doente em tratamento com agentes quelantes para uma terapêutica de manutenção com este medicamento, o tratamento com agentes quelantes deve ser mantido e co-administrado durante 2 a 3 semanas uma vez que este é o tempo que o tratamento com zinco demora a produzir uma indução máxima da metalotioneína e um bloqueamento completo da absorção do cobre. Entre a administração do tratamento com o agente quelante e este medicamento deve decorrer pelo menos 1hora. - Trientina
Usar com precaução

Trientina Suplementos de ferro

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: A trientina demonstrou reduzir os níveis de ferro no soro sanguíneo, possivelmente mediante a redução da sua absorção, podendo ser necessários suplementos de ferro. Uma vez que o ferro e a trientina podem inibir a absorção um do outro, os suplementos de ferro devem ser tomados, pelo menos, após duas horas da administração de trientina. - Suplementos de ferro
Usar com precaução

Trientina Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: Como a trientina é fracamente absorvida após a ingestão oral e o principal mecanismo de acção requer a sua exposição sistémica, é importante que os comprimidos sejam tomados em jejum, pelo menos, uma hora antes das refeições ou 2 horas após as refeições e com, pelo menos, uma hora de intervalo relativamente a qualquer outro medicamento, alimento ou leite. Isto maximiza a absorção da trientina e reduz a probabilidade de o medicamento se ligar a metais no tracto gastrointestinal. No entanto, não foram realizados estudos de interacção alimentar, pelo que se desconhece a extensão do efeito da alimentação na exposição sistémica à trientina. - Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)
Usar com precaução

Trientina Antiácidos

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: Embora não exista evidência de que os antiácidos de cálcio ou magnésio alterem a eficácia da trientina, é uma boa prática separar a sua administração. - Antiácidos
Sem significado Clínico

Zinco Trientina

Observações: n.d.
Interacções: Outros agentes anti-cobre Foram realizados estudos farmacodinâmicos em doentes com doença de Wilson utilizando uma conjugação de zinco (50 mg três vezes ao dia) com ácido ascórbico (1 g uma vez ao dia), penicilamina (250 mg quatro vezes ao dia) e trientina (250 mg quatro vezes ao dia). Os estudos não demonstraram qualquer efeito global significativo no equilíbrio do cobre apesar de ter sido detectada uma ligeira interacção do zinco com os agentes quelantes (penicilamina e trientina) com uma excreção de cobre diminuída pela via fecal, mas aumentada pela via urinária em comparação com uma monoterapia com zinco. Este facto é provavelmente devido a algum grau de complexação do zinco pelo agente quelante, com a consequente redução do efeito de ambas as substâncias activas. Na transição de um doente em tratamento com agentes quelantes para uma terapêutica de manutenção com zinco, o tratamento com agentes quelantes deve ser mantido e co-administrado durante 2 a 3 semanas uma vez que este é o tempo que o tratamento com zinco demora a produzir uma indução máxima da metalotioneína e um bloqueamento completo da absorção do cobre. Entre a administração do tratamento com o agente quelante e o zinco deve decorrer pelo menos 1 hora. - Trientina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Feredetato de sódio Trientina

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de ferro é reduzida com entacapona, inibidores da bomba de prótons, bicarbonatos, carbonatos, cálcio, zinco, magnésio e outros suplementos minerais, trientina, antiácidos, colestiramina, chá, ovos e / ou leite, mas pode ser aumentada pelo ácido ascórbico e / ou ácido cítrico. - Trientina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Gluconato ferroso Trientina

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de ferro também é reduzida pela administração simultânea de trientina. Os sais de ferro podem reduzir a absorção de sais de alumínio e de zinco e a absorção de ferro é também reduzida com a administração simultânea de sais de zinco. - Trientina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Trientina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

O Trientina só deve ser utilizado na gravidez após a consideração cuidadosa dos benefícios comparados com os riscos do tratamento na doente individual.

Deve ser tomada uma decisão relativa à interrupção da amamentação ou à interrupção/abstenção da terapêutica com o Trientina tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mãe.

Se tomar suplementos de ferro, tome-os, pelo menos, duas horas depois de tomar uma dose de Trientina.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021