Ravulizumab

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Ravulizumab é um medicamento que pertence a uma classe de medicamentos designados por anticorpos monoclonais, que se ligam a um alvo específico no organismo.
O ravulizumab foi concebido para se ligar à proteína C5 do complemento, que é uma parte do sistema de defesa do organismo denominado de "sistema do complemento".
Usos comuns
Ravulizumab é utilizado para tratar doentes adultos com uma doença chamada Hemoglobinúria Paroxística nocturna (HPN).
Em doentes com HPN, o sistema do complemento é hiperactivo e ataca os glóbulos vermelhos, o que pode causar contagens baixas de células do sangue (anemia), cansaço, dificuldade de desempenho, dor, dor abdominal, urina escura, falta de ar, dificuldade em engolir, disfunção eréctil e coágulos de sangue.
Ao ligar-se e ao bloquear a proteína C5, este medicamento pode impedir que as proteínas do complemento ataquem os glóbulos vermelhos e, assim, controlar os sintomas da doença.
Tipo
Medicamento Órfão.
História
Este medicamento foi desenvolvido pela Alexion Pharmaceuticals, Inc.

Foi aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA em dezembro de 2018. Em abril de 2019, o CHMP europeu da EMA recomendou a concessão de uma autorização condicional de introdução no mercado para o ravulizumab.
Indicações
Ravulizumab é indicado no tratamento de doentes adultos com hemoglobinúria paroxística nocturna (HPN):
- em doentes com hemólise com sintoma(s) clínico(s) indicativo(s) de alta actividade da doença
- em doentes que estão clinicamente estáveis após terem sido tratados com eculizumab durante pelo menos os últimos 6 meses.
Classificação CFT

16.3 : IMUNOMODULADORES

Mecanismo De Acção
O ravulizumab é um anticorpo monoclonal IgG2/4K que se liga especificamente à proteína C5 do complemento, inibindo assim a sua clivagem em C5a (a anafilatoxina pró-inflamatória) e em C5b (a subunidade de iniciação do complexo terminal do complemento [C5b-9]) e prevenindo a produção de C5b-9.
O ravulizumab preserva os componentes iniciais da activação do complemento que são essenciais para a opsonização de micro-organismos e para a depuração de complexos imunitários.
Posologia Orientativa
Doentes adultos com HPN
O regime posológico recomendado para doentes adultos (≥ 18 anos de idade) com HPN consiste numa dose de carga seguida de tratamento de manutenção, administrado por perfusão intravenosa.
As doses de manutenção devem ser administradas uma vez em intervalos de 8 semanas, com início 2 semanas após a administração da dose de carga. O esquema posológico pode variar ocasionalmente ± 7 dias em relação ao dia de perfusão programado (com exceção da primeira dose de manutenção de ravulizumab), mas a dose subsequente deve ser administrada de acordo com o esquema original.
Em doentes que mudam do eculizumab para ravulizumab, a dose de carga de ravulizumab deve ser administrada 2 semanas após a última perfusão de eculizumab e, depois, as doses de manutenção são administradas uma vez em intervalos de 8 semanas, com início 2 semanas após a administração da dose de carga.
Administração
Apenas para perfusão intravenosa.
Ravulizumab tem de ser diluído até perfazer uma concentração final de 5 mg/ml.
Este medicamento tem de ser administrado através de um filtro de 0,2 μm e não deve ser administrado sob a forma de injecção intravenosa directa ou em bólus.
Ravulizumab tem de ser diluído antes da administração por perfusão intravenosa durante um período mínimo de 1,7 a 2,4 horas, dependendo do peso corporal.

Ravulizumab tem de ser administrado por um profissional de saúde e sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de doentes com doenças hematológicas.
Contra-Indicações
- Hipersensibilidade ao Ravulizumab
- Doentes com infecção não resolvida por Neisseria meningitidis no início do tratamento
- Doentes que não tenham a vacinação contra a Neisseria meningitidis actualizada, a menos que recebam tratamento profiláctico com os antibióticos adequados até 2 semanas após a vacinação)
Efeitos Indesejáveis/Adversos
O médico discutirá consigo os efeitos secundários possíveis e explicar-lhe-á os riscos e benefícios de Ravulizumab antes do tratamento.

O efeito secundário mais grave foi infecção/sépsis meningocócica.
Se tiver quaisquer sintomas de infecção meningocócica, deve informar imediatamente o médico.
Se não tiver a certeza do que são os efeitos secundários abaixo indicados, fale com o médico para que ele lhos explique.

Muito frequentes (podem afectar mais do que 1 em cada 10 pessoas):
• Dores de cabeça
• Infecção das vias respiratórias superiores
• Constipação (nasofaringite)

Frequentes (podem afectar até 1 em cada 10 pessoas):
• tonturas
• vómitos, náuseas, diarreia, dor abdominal, dispepsia
• erupção na pele, comichão na pele (prurido)
• dor nas costas, dor nas articulações (artralgia), dor nos músculos (mialgia) e espasmos
musculares
• febre (pirexia), doença de tipo gripal, arrepios, sensação de cansaço (fadiga, astenia)
• infecção meningocócica, sépsis meningocócica
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Pode considerar-se a utilização de ravulizumab em mulheres grávidas após uma avaliação dos riscos e benefícios.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Como muitos medicamentos e imunoglobulinas são excretados no leite humano e, devido ao potencial de reacções adversas graves em lactentes, a amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com ravulizumab e até 8 meses após o tratamento.
Precauções Gerais
Devido ao seu mecanismo de acção, a utilização de ravulizumab aumenta a susceptibilidade do doente à infecção/sépsis meningocócica (Neisseria meningitidis). Pode ocorrer doença meningocócica causada por qualquer um dos serogrupos. Para reduzir este risco de infecção, todos os doentes têm de ser vacinados contra as infecções meningocócicas pelo menos duas semanas antes de iniciarem ravulizumab, a menos que o risco de adiar a terapêutica com ravulizumab seja superior ao risco de desenvolver uma infecção meningocócica. Os doentes que iniciem o tratamento com ravulizumab num período inferior a 2 semanas após receberem a vacina antimeningocócica, têm de receber tratamento com os antibióticos profilácticos apropriados até 2 semanas após a vacinação. Recomendam-se as vacinas contra os serogrupos A, C, Y, W135 e B, sempre que disponíveis, para prevenção dos serogrupos meningocócicos que normalmente são patogénicos. Os doentes têm de ser vacinados ou revacinados de acordo com as normas de orientação nacionais actuais relativas à vacinação. Se o doente estiver a mudar de um tratamento com eculizumab, os médicos devem verificar se a vacinação antimeningocócica ainda está em dia, de acordo com as normas de orientação nacionais actuais relativas à vacinação.
A vacinação pode não ser suficiente para prevenir a infecção meningocócica. Deve ter-se em
consideração as normas de orientação oficiais sobre a utilização apropriada de agentes antibacterianos.
Foram notificados casos graves de infecções/sépsis meningocócicas em doentes tratados com
ravulizumab. Foram notificados casos graves ou fatais de infecções/sépsis meningocócicas em doentes tratados com outros inibidores do complemento terminal. Todos os doentes devem ser monitorizados para detecção de sinais precoces de infecção e sépsis meningocócicas, imediatamente avaliados em caso de suspeita de infecção e tratados com os antibióticos apropriados. Os doentes devem ser informados sobre estes sinais e sintomas, devendo ser tomados todos os passos para consultar imediatamente um médico. Os médicos deverão fornecer aos doentes uma brochura de informação para o doente e um cartão de segurança do doente.

A vacinação pode activar ainda mais o complemento. Em consequência, os doentes com doenças mediadas pelo complemento, incluindo a HPN, podem ter sinais e sintomas mais intensos da sua doença subjacente, como por exemplo hemólise. Por conseguinte, os doentes devem ser monitorizados frequentemente para detecção de sintomas da doença após a vacinação recomendada.

A terapêutica com ravulizumab deve ser administrada com precaução a doentes com infecções sistémicas activas. Ravulizumab bloqueia a activação do complemento terminal; por conseguinte, os doentes podem ter uma maior susceptibilidade a infecções causadas por espécies de Neisseria e bactérias encapsuladas. infecções graves causadas por espécies de Neisseria (além da Neisseria meningitidis), incluindo infecções gonocócicas disseminadas, foram notificadas em doentes tratados com outros inibidores do complemento terminal.
Deverão ser dadas aos doentes as informações que constam do folheto informativo para aumentar o seu conhecimento sobre potenciais infecções graves e os seus sinais e sintomas. Os médicos devem aconselhar os doentes sobre a prevenção da gonorreia.

A administração de ravulizumab pode causar reacções à perfusão. Em ensaios clínicos, alguns doentes com HPN apresentaram reacções à perfusão com gravidade ligeira, que foram transitórias (p. ex., lombalgia e queda da pressão arterial). No caso de reacção à perfusão, a perfusão de ravulizumab deve ser interrompida e devem ser instituídas as medidas de suporte apropriadas, caso ocorram sinais de instabilidade cardiovascular e compromisso respiratório.

Se os doentes com HPN descontinuarem o tratamento com ravulizumab, deverão ser monitorizados frequentemente para detecção de sinais e sintomas de hemólise intravascular grave, identificada por níveis elevados de LDH (desidrogenase láctica), juntamente com uma diminuição súbita do tamanho do clone de HPN ou de hemoglobina, ou reaparecimento de sintomas como fadiga, hemoglobinúria, dor abdominal, falta de ar (dispneia), acontecimento vascular adverso grave (incluindo trombose), disfagia ou disfunção erétil. Todos os doentes que descontinuem ravulizumab devem ser monitorizados durante pelo menos 16 semanas para detecção de hemólise e de outras reacções. Se ocorrerem sinais e sintomas de hemólise após a descontinuação, incluindo LDH elevada, considere o reinício do tratamento com ravulizumab.
Cuidados com a Dieta
Sem infprmação.
Terapêutica Interrompida
Caso se tenha esquecido de uma marcação para a administração de Ravulizumab, consulte imediatamente o médico.
Cuidados no Armazenamento
Conservar no frigorífico (2°C–8°C).
Não congelar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem infprmação.
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ravulizumab Imunoglobulinas

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: O tratamento crónico com imunoglobulina humana intravenosa (IVIg) pode interferir com o mecanismo de reciclagem pelo receptor Fc neonatal endossómico (FcRn) de anticorpos monoclonais como o ravulizumab, diminuindo assim as concentrações séricas do ravulizumab. - Imunoglobulinas
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Ravulizumab
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

As mulheres com potencial para engravidar têm de utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento e até 8 meses após o tratamento.

Não existem dados clínicos sobre a utilização de ravulizumab em mulheres grávidas. Não foram realizados estudos não clínicos de toxicologia reprodutiva com o ravulizumab. Realizaram-se estudos de toxicologia reprodutiva em ratinhos utilizando a molécula substituta murina BB5.1, que avaliou o efeito do bloqueio de C5 no sistema reprodutor. Nestes estudos, não se identificaram toxicidades reprodutivas específicas relacionadas com o artigo de teste. Sabe-se que as IgG humanas atravessam a barreira placentar humana e, portanto, o ravulizumab pode potencialmente causar a inibição do complemento terminal na circulação fetal. Os estudos em animais são insuficientes no que respeita à toxicidade reprodutiva.
Pode considerar-se a utilização de ravulizumab em mulheres grávidas após uma avaliação dos riscos e benefícios.

Desconhece-se se o ravulizumab é excretado no leite humano. Estudos não clínicos de toxicologia reprodutiva realizados em ratinhos com a molécula substituta murina BB5.1 não identificaram efeitos adversos nas crias resultantes do consumo de leite das mães tratadas.
Não pode ser excluído qualquer risco para os lactentes.
Como muitos medicamentos e imunoglobulinas são excretados no leite humano e, devido ao potencial de reacções adversas graves em lactentes, a amamentação deve ser descontinuada durante o tratamento com ravulizumab e até 8 meses após o tratamento.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Janeiro de 2023