Polimixina B

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
O Sulfato de polimixina B é uma mistura de polimixinas B1 e B2, obtido a partir de estirpes de Bacillus polymyxa.
São polipeptídeos básicos de cerca de oito aminoácidos e têm acção detergente catiónica nas membranas celulares.

A polimixina B é usada para infecções por organismos gram-negativos, mas pode ser neurotóxico e nefrotóxico.

Todas as bactérias gram-positivas, fungos e a cocos Gram-negativos, N. gonorreia e N. meningitidis são resistentes.
Usos comuns
Para o tratamento de infecções do tracto urinário, das meninges, e fluxo de sangue, causadas por estirpes susceptíveis de Pseudomonas aeruginosa.
Tipo
Molécula pequena
História
A polimixina B foi aprovada para uso médico nos Estados Unidos em 1964.
Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde.
Na Europa, só foi aprovado para aplicação na pele a partir de 2015.
É derivado da bactéria Paenibacillus polymyxa (anteriormente conhecida como Bacillus polymyxa).
Indicações
Infecções agudas causadas por cepas susceptíveis de Pseudomonas Aeruginosa.

A Polimixina b é a substância de escolha no tratamento de infecções do tracto urinário, meninges e sangue, causadas por estirpes susceptíveis de P. Aeruginosa. Também pode ser empregada no uso tópico e subconjuntival no tratamento de infecções oculares causadas por estirpes susceptíveis de P. Aeruginosa.

Pode ser indicada também para tratamento de sérias infecções causadas por estirpes susceptíveis dos seguintes micro-organismos, quando substâncias com menor potencial tóxico são ineficazes ou contra-indicadas.

– H. Influenzae, especificamente em infecções das meninges.
– Escherichia coli, especificamente em infecções do tracto urinário.
– Aerobacter aerogenes, especificamente no caso de bacteremias.
– Klebsiella pneumoniae, especificamente no caso de bacteremias.

NOTA: O sulfato de Polimixina b é o tratamento de escolha para meningite causada por P. aeruginosa. Em infecções das meningites, o sulfato de polimixina B deve ser administrado apenas por via intratecal.
Classificação CFT

N.D.

Mecanismo De Acção
O sulfato de Polimixina b é um dos grupos de antibióticos polipeptídicos básicos derivados da B. polymyxa (B. aerosporus).

O Sulfato de Polimixina b estéril apresenta-se na forma de pó pronto para preparação de solução estéril para uso intramuscular, intravenoso, intratecal e oftálmico.

Na literatura médica, frequentemente as doses são administradas com base na equivalência em peso da Polimixina b base pura. Cada miligrama de Polimixina b base pura é equivalente a 10.000 UI de Polimixina b, e cada micrograma de Polimixina b base pura é equivalente a 10 UI de Polimixina.
Posologia Orientativa
Via intravenosa:
Adultos e Crianças: 15.000 a 25.000 UI/Kg peso corporal/dia em indivíduos com função renal normal.

Esta quantidade deve ser reduzida em 15.000 UI/ Kg de peso para indivíduos com comprometimento renal. Infusões podem ser dadas a cada 12 horas; entretanto, a dose total diária não deve exceder 25.000 UI/ Kg /dia.

Neonatos: neonatos com função renal normal podem receber acima de 40.0000 UI / kg/dia sem efeitos adversos.

Via intramuscular:
Adultos e crianças: 25.000 a 30.000 UI/kg/dia. Esta dose deve ser reduzida na presença de comprometimento renal.
A dosagem pode ser dividida e administrada em intervalos de 4 a 6 horas.

Neonatos: neonatos com função renal normal podem receber acima de 40.0000 UI / kg/dia sem efeitos adversos.

NOTA: doses mais altas que 45.0000 UI/kg/dia tem sido utilizadas em estudos clínicos limites para tratamento de crianças prematuras e recém-nascidas com septicemia causada por P. aeruginosa.

Via intratecal:
Adultos e crianças acima de 2 anos de idade: A dose recomendada é 50.000 UI uma vez ao dia intratecal, durante 3-4 dias, e então 50.000 UI uma vez ao dia por pelo menos 2 semanas após as culturas do fluído cérebro-espinhal se apresentarem negativas e a concentração de glicose voltar ao normal.

Crianças abaixo de 2 anos de idade: 20.000 UI uma vez ao dia por 3-4 dias ou 25.000 UI uma vez ao dia todos outros dias.
Continuar com uma dose de 25.000 UI uma vez ao dia por pelo menos 2 semanas após as culturas do fluído cérebroespinhal se apresentarem negativas e a concentração de glicose voltar ao normal.

Ajuste de dose da Polimixina b na insuficiência renal: Em pacientes com a função renal comprometida, os seguintes ajustes de dose são sugeridos:
Clearence da creatinina – Dose Normal ou >80% do normal 2,5 mg/kg por dia <80% a >30% do normal.
Primeiro dia: 2,5 mg/kg/dia

Sequência de tratamento diariamente: 1,0 -1,5 mg/kg/dia <25% do normal
Primeiro dia: 2,5 mg/kg/dia. A cada 2-3 dias após o início: 1,0 -1,5 mg/kg/dia

Anúria:
Primeiro dia: 2,5 mg/kg/dia. A cada 5 -7 dias após o início: 1,0 mg/kg/dia.
Administração
Para uso por via intravenosa: Dissolver 500.000 UI de Sulfato de Polimixina b em 300 a 500 ml de dextrose 5% em água para infusão intravenosa contínua.

Para uso por via intramuscular: Não é recomendada rotineiramente devido a dor severa no local da injecção, particularmente em crianças e neonatos.
Dissolver 500.000UI de sulfato de Polimixina b em 2 ml de água destilada estéril (Água estéril para injecção) ou solução de cloridrato de procaína.

Para uso por via intratecal: Dissolver 500.000 UI de sulfato de Polimixina b em 10 ml de solução salina estéril (cloreto de sódio para injecção, USP) para uma dose de 50.000 UI por ml. Após reconstituição, a solução tem uma estabilidade de 72 horas quando conservada sob refrigeração, entre 2 e 8ºC.

O sulfato de Polimixina b não deve ser armazenado em soluções alcalinas, uma vez que estas possuem menor estabilidade.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade às polimixinas.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Reacções neurotóxicas podem se manifestar por irritabilidade, fraqueza, sonolência, ataxia, parestesia perioral, formigueiro das extremidades e turvação da visão.
Estes sintomas estão frequentemente associados a altos níveis plasmáticos da substância encontrados em pacientes com função renal deficiente e/ou nefrotoxicidade.

A neurotoxicidade do Sulfato de Polimixina b pode resultar em paralisia respiratória decorrente do bloqueio neuromuscular, especialmente quando a substância é administrada logo após anestesia ou relaxantes musculares.

Reaçoes nefrotóxicas: Albuminúria; Cilindruria; Azotemia; Aumento dos níveis plasmáticos sem aumento na dosagem.

Reaçoes neurotóxicas: Rubor facial; Vertigem progredindo a ataxia; Sonolência; Parestesia periférica; Apneia devido ao uso concomitante de relaxantes musculares curariformes, outras drogas neurotóxicas, ou superdosagem; Sinais de irritações das meninges na administração intratecal, por ex: febre, dor de cabeça, pescoço rígido e aumento na contagem de células e proteínas no fluído cérebro-espinhal.

Outras reacções reportadas ocasionalmente: Febre; Rash cutâneo (urticária); Dor (severa) nos locais da injecção intramuscular; Tromboflebite nos locais da injecção intravenosa.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não utilizar durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Não utilizar durante a amamentação.
Precauções Gerais
ATENÇÃO: O Sulfato de Polimixina b quando utilizado por via intramuscular ou intratecal, deve ser administrado apenas a pacientes hospitalizados, com supervisão médica constante.

O limiar da função renal deve ser determinado anteriormente ao início da terapia, com frequente monitorização da função renal e o nível plasmático da droga durante a terapia parenteral.
A função renal deve ser cuidadosamente determinada, e pacientes com problemas renais e retenção de compostos nitrogenados devem utilizar uma dosagem reduzida da droga.

Pacientes com nefrotoxicidade devido ao Sulfato de Polimixina B frequentemente apresentam albuminúria, perda celular, e azotemia.

A diminuição do fluxo urinário (oligúria) e um BUN crescente são indicativos para a interrupção do tratamento com a droga. O uso por via intramuscular não é recomendado devido ao facto de esta via causar dor intensa no local da injecção, particularmente em crianças. Esta via só deve ser usada se for a única disponível.

Assim como com outros antibióticos, o uso da Sulfato de Polimixina b pode ocasionar uma selecção e crescimento de micro-organismos não susceptíveis, incluindo fungos. Portanto, se ocorrer superinfeção, deve ser instituída uma terapia apropriada.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Terapêutica Interrompida
Não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose de que se esqueceu.
Cuidados no Armazenamento
Conservar o produto em local fresco e seco, em temperatura entre 15 e 25ºC, ao abrigo da luz. Após reconstituição, a solução tem uma estabilidade de 72 horas quando conservada sob refrigeração, entre 2 e 8ºC.

O sulfato de Polimixina b não deve ser armazenado em soluções alcalinas, uma vez que estas possuem menor estabilidade.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Não recomendado/Evitar

Cefadroxil Polimixina B

Observações: A ocorrência de diarreia pode prejudicar a absorção de outros medicamentos ficando assim a sua eficácia comprometida. Uma diurese forçada leva a uma diminuição dos níveis sanguíneos de cefadroxil.
Interacções: O tratamento com cefadroxil em combinação com antibacterianos aminoglicosídeos, polimixina B, vancomicina, colistina ou doses elevadas de diuréticos da ansa deve ser evitado porque estas combinações podem potenciar efeitos nefrotóxicos. - Polimixina B
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefatrizina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Existe um maior risco de nefrotoxicidade quando se associa a Cefatrizina com medicamentos como por exemplo aminoglicosidos, colistina, polimixina B ou vancomicina, que por si só possuem já potencial nefrotóxico. Existe a possibilidade de adição ou sinergia dos efeitos, por associação da Cefatrizina com outros medicamentos anti-infecciosos nomeadamente aminoglicosidos, penicilinas ou cloranfenicol. - Polimixina B
Usar com precaução

Cefodizima sódica Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de Cefodizima sódica e Aminoglicosídeos, polimixina B ou colistina pode levar a perturbação da função renal. - Polimixina B
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefoxitina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de cefalosporinas e aminoglicósidos, colistina, polimixina B ou vancomicina aumenta o risco de nefrotoxicidade associada a estes agentes nefrotóxicos. - Polimixina B
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Polimixina B Bloqueadores neuromusculares

Observações: No caso de absorção sistémica significativa, a polimixina B, pode intensificar e prolongar os efeitos depressores respiratórios dos bloqueantes neuromusculares.
Interacções: No caso de absorção sistémica significativa, a polimixina B, pode intensificar e prolongar os efeitos depressores respiratórios dos bloqueantes neuromusculares. - Bloqueadores neuromusculares
Não recomendado/Evitar

Amicacina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Produtos neurotóxicos ou nefrotóxicos: Deve-se evitar o uso simultâneo ou sequencial, por via sistémica, oral ou tópica, em particular de bacitracina, cisplatina, anfotericina B, gentamicina, tobramicina, Canamicina, neomicina, estreptomicina, cefaloridina, paramomicina, viomicina, polimixina B, colistina, vancomicina ou outros aminoglicosídeos, cidofovir e cefalosporinas; a indometacina provoca aumento da toxicidade sobretudo no período neonatal; em doentes com função renal diminuída pode haver redução da actividade dos aminoglicosídeos com o uso concomitante de penicilinas. - Polimixina B
Usar com precaução

Cefazolina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Agentes nefrotóxicos: Não pode ser excluído que a nefrotoxicidade de antibióticos (por ex. aminoglicosídeos, colistina e polimixina B), agentes de contraste iodados, organoplasticos, metotrexato usado em elevadas doses, alguns fármacos antivirais, pentamidina, ciclosporina, tacrólimus e diuréticos (por ex. Furosemida) é aumentada. Quando administrados com cefazolina, a função renal deve ser cuidadosamente monitorizada. - Polimixina B
Não recomendado/Evitar

Neomicina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: A Neomicina potencia a nefrotoxicidade de alguns fármacos, a exemplo de outros aminoglicosídeos, diuréticos da ansa, cefalosporinas, anfotericina B, ciclosporina, polimixinas (B e colistina), compostos de platina (cisplatina), glicopeptídeos, bacitracina, pelo que se devem evitar estas associações. - Polimixina B
Não recomendado/Evitar

Netilmicina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Tal como para outros aminoglicosídeos, deve evitar-se o uso sistémico ou tópico concomitante e/ou sequencial de outros fármacos potencialmente neurotóxicos e/ou nefrotóxicos. A utilização concomitante de Netilmicina com outros fármacos potencialmente nefrotóxicos aumenta o risco de nefrotoxicidade. Estes fármacos incluem aminoglicosídeos, vancomicina, polimixina B, colistina, organoplatinas, metotrexato em doses elevadas, “ifosfamida pentamidina”, foscarnet, alguns agentes antivíricos (aciclovir, ganciclovir, adefovir, ciclovir, terovir), anfotericina B, imunossupressores, tais como a ciclosporina ou tacrolimus, e meios de contraste com iodo. Se a utilização de tal associação for necessária, a função renal deve ser rigorosamente monitorizada com testes laboratoriais apropriados. Deve ser evitado o uso concomitante e/ou sequencial, sistémico ou tópico, de outros fármacos potencialmente neurotóxicos e/ou nefrotóxicos, tais como a cisplatina, bacitracina, polimixina B, colistina, cefaloridina, anfotericina B, canamicina, aciclovir, gentamicina, amicacina, sisomicina, tobramicina, neomicina, estreptomicina, paromomicina, viomicina e vancomicina. - Polimixina B
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Verteporfina Polimixina B

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em seres humanos.
Interacções: Agentes que aumentam a captação da verteporfina no endotélio vascular Agentes, tais como bloqueadores dos canais de cálcio, Polimixina B e terapêutica de radiação, são conhecidos por alterarem o epitélio vascular. Com base em dados teóricos e apesar da falta de evidência clínica, estes agentes podem resultar num aumento da captação da verteporfina nos tecidos, quando utilizados concomitantemente. - Polimixina B
Usar com precaução

Vancomicina Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Outros medicamentos possivelmente nefrotóxicos ou ototóxicos: A utilização simultânea e/ou subsequente, de outros fármacos potencialmente neurotóxicos e/ou nefrotóxicos, como gentamicina, anfotericina B, estreptomicina, neomicina, canamicina, amicacina, tobramicina, viomicina, bacitracina, polimixina B, colistina ou cisplatina, pode potenciar a nefrotoxicidade e/ou ototoxicidade da vancomicina e, consequentemente, requer uma monitorização cuidadosa. Devido à acção sinérgica (por exemplo, com gentamicina) nestes casos a dose máxima de vancomicina tem de ficar restrita a 0,5 g a cada 8 horas. - Polimixina B
Não recomendado/Evitar

Metoxiflurano Polimixina B

Observações: n.d.
Interacções: Deve ser evitada a utilização concomitante de metoxiflurano com medicamentos (por exemplo, agentes de contraste e alguns antibióticos) com reconhecido efeito nefrotóxico, pois poderá verificar-se um efeito aditivo na nefrotoxicidade. Os antibióticos com conhecido potencial nefrotóxico incluem a tetraciclina, a gentamicina, a colistina, a polimixina B e a anfotericina B. É aconselhável evitar a utilização de uma anestesia com sevoflurano após uma analgesia com metoxiflurano, pois o sevoflurano aumenta os níveis séricos de fluoreto e a nefrotoxicidade do metoxiflurano está associada com o aumento do fluoreto sérico. - Polimixina B
Não recomendado/Evitar

Dexametasona + Netilmicina Polimixina B

Observações: Não foram realizados estudos de interacção com Dexametasona / Netilmicina. A informação é sobre cada um dos componentes.
Interacções: Netilmicina: Não foram notificadas interacções medicamentosas significativas com a utilização de netilmicina colírio. A administração concomitante de outros antibióticos potencialmente nefrotóxicos e ototóxicos (mesmo de aplicação tópica, em particular intracavitária) poderá aumentar o risco destes efeitos. Foi comunicado um aumento potencial da nefrotoxicidade de alguns aminoglicósidos após a administração concomitante ou subsequente de outras substâncias potencialmente nefrotóxicas, tais como a cisplatina, polimixina B, colistina, viomicina, estreptomicina, vancomicina, outros aminoglicósidos e algumas cefalosporinas (cefaloridina) ou diuréticos potentes, tais como o ácido etacrínico e a furosemida, devido aos efeitos no rim. Deve evitar-se a administração concomitante ou subsequente destes fármacos com a netilmicina. - Polimixina B
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Polimixina B
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não utilizar durante a gravidez e amamentação.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Janeiro de 2023