Piretanida

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Piretanida pertence à classe de compostos conhecidos como éteres difenílicos orgânicos.
Estes são compostos aromáticos que contêm dois anéis de benzeno ligados uns aos outros através de um grupo éter.
Usos comuns
Piretanida é indicado para o tratamento de hipertensão arterial leve a moderada.

Na hipertensão grave, Piretanida pode ser combinado com fármacos anti-hipertensivos não diuréticos.

Também é indicado para promover a excreção de acúmulos anormais de líquidos, visíveis ou inaparentes, aliviar o trabalho do coração em pacientes com insuficiência cardíaca e edemas consequentes a doenças hepáticas ou renais.
Tipo
Molécula pequena.
História
Piretanida foi fabricado em 1973, patenteado em 1974 e aprovado para uso médico em 1981.
Indicações
Piretanida é indicado para o tratamento de hipertensão arterial leve a moderada.

Na hipertensão grave, Piretanida pode ser combinado com fármacos anti-hipertensivos não diuréticos.

Também é indicado para promover a excreção de acúmulos anormais de líquidos, visíveis ou inaparentes, aliviar o trabalho do coração em pacientes com insuficiência cardíaca e edemas consequentes a doenças hepáticas ou renais.
Classificação CFT

3.4.1.2 : Diuréticos da ansa

Mecanismo De Acção
A acção anti-hipertensiva da piretanida é atribuída à normalização do desequilíbrio electrolítico celular e, principalmente, à redução na actividade do cálcio livre nas células da musculatura arterial que está elevada em pacientes com hipertensão arterial essencial.

Por esta razão, sabe-se que a contratilidade aumentada ou responsividade dos vasos sanguíneos às aminas endógenas pressoras (ex.: catecolaminas) é reduzida.

A diminuição na pressão arterial elevada paralela à actividade do cálcio intracelular (medida nos eritrócitos) após a administração da piretanida dá suporte a tal teoria.

A piretanida também causa um aumento na capacidade venosa mediado pela prostaglandina e independente da diurese, assim tendo o efeito adicional de reduzir o trabalho cardíaco.
Posologia Orientativa
A menos que prescrito de modo diferente, as doses recomendadas são:

Hipertensão: nos casos de hipertensão leve a moderada, o tratamento deve ser iniciado com 1 a 2 cápsulas por dia.

Em função do efeito diurético, a segunda cápsula não deve ser tomada à noite.

Para o tratamento de manutenção, a administração diária de uma cápsula de Piretanida é geralmente suficiente.

Edema: a dose inicial é geralmente uma cápsula por dia.

Doses adicionais dependerão da resposta do paciente e da avaliação clínica.

A duração do tratamento é determinada pelo médico.
Administração
Via oral.
As cápsulas devem ser ingeridas inteiras sem mastigar, após o café da manhã ou outra refeição.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à piretanida ou derivados sulfonamídicos.
Piretanida não deve ser usado em insuficiência renal com anúria, hipopotassemia ou hiponatremia graves, hipovolemia com ou sem redução concomitante da pressão arterial, insuficiência hepática associada com alterações do estado de consciência.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Distúrbios gastrintestinais como náusea, vómito, distúrbios digestivos e diarreia ocorrem em casos raros.

Podem ocorrer reacções adversas devido à deplecção de água e electrólitos, especialmente após tratamento prolongado com doses altas, o que exigirá a correção do equilíbrio hidroelectrolítico.

A perda excessiva de líquido (principalmente decorrente de altas doses) pode levar à perda de água corpórea (desidratação) e redução do volume sanguíneo circulante (hipovolemia).

Como resultado, pode ocorrer uma pressão sanguínea reduzida (hipotensão), distúrbios circulatórios quando da posição ereta (distúrbio ortostático de regulação), bem como secura da boca, cefaleia e outras desordens circulatórias tais como tontura e alteração visual, especialmente em pessoas idosas.

Se a perda de líquidos causar um aumento na concentração sanguínea (hemoconcentração) pode ocorrer trombofilia, especialmente em pacientes idosos.

Fraqueza muscular generalizada e cãimbras nas pernas são sinais precoces de desequilíbrio electrolítico.

Quando usado na posologia recomendada, Piretanida tem pouco ou nenhum efeito no balanço de potássio.

Entretanto, pode ocorrer deplecção de potássio, especialmente quando a ingestão concomitante de potássio na dieta alimentar é insuficiente ou após vómitos ou diarreia, bem como quando do uso frequente de laxantes.

Além disso, a deficiência de potássio decorrente de outras condições como, por exemplo, doenças hepáticas, do córtex adrenal ou do tracto gastrintestinal, pode ser potencializada.

Pode ocorrer deplecção de sódio especialmente se a restrição da ingestão de sal for muito rigorosa.

Neste caso, ela pode se manifestar como, por exemplo, cãimbras musculares, perda do apetite, sensação de fraqueza, sonolência, apatia, confusão mental e vómito.

Piretanida pode causar um aumento da excreção de cálcio e magnésio, mas isto, normalmente, não tem significância clínica.

Nos casos onde outros factores potencializam essa acção e a depender da dose, uma deficiência clinicamente relevante de cálcio ou magnésio sanguíneos (hipocalcemia, hipomagnesemia) pode ocorrer.

Isto pode se manifestar, por exemplo, na forma de irritabilidade neuromuscular aumentada, tetania e arritmias cardíacas.

A tolerância à glicose pode ser reduzida em pacientes tratados com Piretanida.

Em pacientes diabéticos, isto pode levar à deterioração da condição metabólica; a diabete que não era previamente evidente (diabetes mellitus latente) pode tornar-se manifesta.

Os níveis séricos de ureia e creatinina podem se elevar durante o tratamento com Piretanida.

A concentração de ácido úrico sanguíneo pode elevar-se durante terapia com Piretanida.

Isto pode levar à crise de gota especialmente em pacientes com níveis já elevados de ácido úrico.

Em todos os pacientes que recebem terapia salurética, os níveis sanguíneos de potássio, glicose e ácido úrico devem ser acompanhados.

A alcalose metabólica pré-existente (como em pacientes com cirrose hepática descompensada) pode agravar-se durante tratamento com Piretanida.

Durante tratamento com Piretanida, pode ocorrer uma sensibilidade aumentada da pele à luz.

Reacções alérgicas como, por exemplo, edema e erupções cutâneas tais como urticária, exantemas e enantemas maculopapulares e eritema multiforme podem ser vistos em casos raros.

Trombocitopenia, que pode tornar-se manifesta como uma tendência aumentada à hemorragia ou uma redução no número de células sanguíneas brancas têm sido observado em casos isolados.

Processos inflamatórios de vasos sanguíneos (vasculites) têm sido observados durante tratamento com outros diuréticos de alça.

Impotência pode ocorrer em casos raros como resultado da redução da pressão arterial.

Em pacientes com distúrbios na micção ou hipertrofia prostática, os sintomas de obstrução do fluxo urinário podem ser agravados ou tornar-se manifestos pela primeira vez.

Em casos isolados, a capacidade de conduzir, atravessar a rua com segurança ou operar máquinas pode ser prejudicada, especialmente no início do tratamento, quando se está substituindo outro medicamento anti-hipertensivo ou ainda quando são consumidas bebidas alcoólicas durante o tratamento com a piretanida.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não administrar durante a gravidez
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Não administrar durante a amamentação.
Precauções Gerais
Piretanida não deve ser administrado a crianças, pois não há experiência suficiente em seu uso pediátrico.

Como em todos os pacientes sob terapia salurética, deve-se monitorizar o potássio sérico, a glicemia e a uricemia.

O controle metabólico em diabéticos pode, ocasionalmente, ser prejudicado.

Idosos:
Podem ocorrer reacções adversas devido à deplecção de água e electrólitos, especialmente após tratamento prolongado com doses altas, o que exigirá a correção do equilíbrio hidroelectrolítico.

Se a perda de líquidos causar um aumento na concentração sanguínea (hemoconcentração) pode ocorrer trombofilia, especialmente em pacientes idosos.
Cuidados com a Dieta
Durante o tratamento com Piretanida os pacientes devem ser orientados para consumir uma dieta rica em potássio e restringir a ingestão de sal a quantidades moderadas.
Evitar bebidas alcoólicas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Até o presente momento, não foi relatado nenhum sintoma decorrente de sobredosagem, entretanto caso isso ocorra deve ser realizada lavagem gástrica.

O paciente deve permanecer em observação e, se necessário, devem ser implementadas medidas de suporte respiratório e cardiovascular.
Terapêutica Interrompida
Não utilizar uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Antibióticos

Observações: n.d.
Interacções: A experiência com outros diuréticos de mecanismo de acção similar sugere que algumas interacções devem ser consideradas: Pode ocorrer potencialização dos efeitos nefrotóxicos e ototóxicos de alguns antibióticos. - Antibióticos
Usar com precaução

Piretanida Glicósideos digitálicos

Observações: n.d.
Interacções: Durante tratamento simultâneo com digitálicos, deve ser lembrado que a deficiência de potássio e magnésio aumenta a sensibilidade do miocárdio aos digitálicos, podendo ocorrer, como resultado, arritmias cardíacas. - Glicósideos digitálicos
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Corticosteróides

Observações: n.d.
Interacções: Quando Piretanida for administrado simultaneamente com hormonas que afetem o equilíbrio eletrolítico (corticosteróides), laxantes ou carbenoxolonas, ou nos casos onde o alcaçuz (erva medicinal) é frequentemente consumido, a capacidade desses fármacos provocarem hipopotassemia deve ser considerada. O efeito anti-hipertensivo de outros medicamentos pode ser aumentado. - Corticosteróides
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Laxantes

Observações: n.d.
Interacções: Quando Piretanida for administrado simultaneamente com hormonas que afetem o equilíbrio eletrolítico (corticosteróides), laxantes ou carbenoxolonas, ou nos casos onde o alcaçuz (erva medicinal) é frequentemente consumido, a capacidade desses fármacos provocarem hipopotassemia deve ser considerada. O efeito anti-hipertensivo de outros medicamentos pode ser aumentado. - Laxantes
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Carbenoxolona

Observações: n.d.
Interacções: Quando Piretanida for administrado simultaneamente com hormonas que afetem o equilíbrio eletrolítico (corticosteróides), laxantes ou carbenoxolonas, ou nos casos onde o alcaçuz (erva medicinal) é frequentemente consumido, a capacidade desses fármacos provocarem hipopotassemia deve ser considerada. O efeito anti-hipertensivo de outros medicamentos pode ser aumentado. - Carbenoxolona
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Glicirrizina (alcaçuz)

Observações: n.d.
Interacções: Quando Piretanida for administrado simultaneamente com hormonas que afetem o equilíbrio eletrolítico (corticosteróides), laxantes ou carbenoxolonas, ou nos casos onde o alcaçuz (erva medicinal) é frequentemente consumido, a capacidade desses fármacos provocarem hipopotassemia deve ser considerada. O efeito anti-hipertensivo de outros medicamentos pode ser aumentado. - Glicirrizina (alcaçuz)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de um inibidor da ECA pode levar a uma redução da pressão arterial (algumas vezes progredindo para choque) e/ou comprometimento da função renal (algumas vezes progredindo para insuficiência renal), especialmente em pacientes que desenvolvem deficiência de sal e líquidos após terapia diurética. Em pacientes diabéticos, pode ser necessário um aumento da dose do hipoglicemiante. - Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Salicilatos

Observações: n.d.
Interacções: O efeito dos salicilatos e relaxantes musculares tipo curare pode ser potencializado, enquanto que o das aminas vasopressoras (ex.: adrenalina, noradrenalina) pode ser atenuado. - Salicilatos
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Relaxantes musculares

Observações: n.d.
Interacções: O efeito dos salicilatos e relaxantes musculares tipo curare pode ser potencializado, enquanto que o das aminas vasopressoras (ex.: adrenalina, noradrenalina) pode ser atenuado. - Relaxantes musculares
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Adrenalina (epinefrina)

Observações: n.d.
Interacções: O efeito dos salicilatos e relaxantes musculares tipo curare pode ser potencializado, enquanto que o das aminas vasopressoras (ex.: adrenalina, noradrenalina) pode ser atenuado. - Adrenalina (epinefrina)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Noradrenalina (Norepinefrina)

Observações: n.d.
Interacções: O efeito dos salicilatos e relaxantes musculares tipo curare pode ser potencializado, enquanto que o das aminas vasopressoras (ex.: adrenalina, noradrenalina) pode ser atenuado. - Noradrenalina (Norepinefrina)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Vasopressores

Observações: n.d.
Interacções: O efeito dos salicilatos e relaxantes musculares tipo curare pode ser potencializado, enquanto que o das aminas vasopressoras (ex.: adrenalina, noradrenalina) pode ser atenuado. - Vasopressores
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Piretanida Lítio

Observações: n.d.
Interacções: A excreção do lítio por via renal pode ser reduzida, o que pode acarretar aumento dos seus efeitos cardiotóxicos e neurotóxicos. - Lítio
Usar com precaução

Piretanida Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs)

Observações: n.d.
Interacções: Os anti-inflamatórios não esteróides (indometacina, ácido acetilsalicílico) podem atenuar o efeito diurético da piretanida e até causar insuficiência renal em caso de hipovolemia preexistente. - Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs)
Usar com precaução

Piretanida Ácido Acetilsalicílico

Observações: n.d.
Interacções: Os anti-inflamatórios não esteróides (indometacina, ácido acetilsalicílico) podem atenuar o efeito diurético da piretanida e até causar insuficiência renal em caso de hipovolemia preexistente. - Ácido Acetilsalicílico
Usar com precaução

Piretanida Indometacina

Observações: n.d.
Interacções: Os anti-inflamatórios não esteróides (indometacina, ácido acetilsalicílico) podem atenuar o efeito diurético da piretanida e até causar insuficiência renal em caso de hipovolemia preexistente. - Indometacina
Não recomendado/Evitar

Indapamida Piretanida

Observações: n.d.
Interacções: Associações que não são recomendadas: Diuréticos: A co-administração de indapamida com diuréticos que podem causar hipocaliemia (bumetanida, furosemida, piretanida, tiazidas e xipamida) não é recomendada. - Piretanida
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Piretanida
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não administrar durante a gravidez e amamentação.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024