Ofatumumab

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Ofatumumab pertence ao grupo de medicamentos chamados anticorpos monoclonais.
Ofatumumab é usado para tratar a leucemia linfocítica crónica.
Usos comuns
Ofatumumab em associação com clorambucilo ou bendamustina é indicado para o tratamento de doentes com LLC que não tenham recebido terapêutica prévia e que não sejam elegíveis para terapêutica com base em fludarabina.
Ofatumumab é indicado para o tratamento da LLC em doentes refractários à fludarabina e ao alemtuzumab.
Tipo
Sem informação.
História
O ofatumumab foi desenvolvido em conjunto pela biotecnologia dinamarquesa Genmab e GlaxoSmithKline GSK plc, que firmaram um acordo para co-desenvolver e comercializar ofatumumab em 2006.
Foi aprovado como Arzerra para o tratamento de leucemia linfocítica crónica nos Estados Unidos em outubro de 2009.

O ofatumumab (Arzerra) foi então aprovado na União Europeia em junho de 2010, no Reino Unido em abril de 2010 e no Canadá em agosto de 2012.

Em 2014, a Novartis adquiriu vários produtos oncológicos da GSK, incluindo a colaboração com Genmab e ofatumumab.

Por motivos comerciais, o ofatumumab (Arzerra) foi retirado do mercado canadense em 2017.
Foi retirado da União Europeia em fevereiro de 2019. A Novartis o removeu de todos os mercados fora dos Estados Unidos e o disponibilizou apenas para uso compassivo nesses mercados.

Ofatumumab (Kesimpta) foi aprovado para o tratamento de formas recidivantes de esclerose múltipla em adultos nos Estados Unidos em agosto de 2020.
A aprovação da UE foi posteriormente recebida em março de 2021.
Indicações
Ofatumumab em associação com clorambucilo ou bendamustina é indicado para o tratamento de doentes com LLC que não tenham recebido terapêutica prévia e que não sejam elegíveis para terapêutica com base em fludarabina.
Ofatumumab é indicado para o tratamento da LLC em doentes refractários à fludarabina e ao alemtuzumab.
Classificação CFT

16.3 : IMUNOMODULADORES

Mecanismo De Acção
O ofatumumab é um anticorpo monoclonal humano (IgG1) que se liga especificamente a um epítopo distinto envolvendo ambas as hélices extracelulares pequena e grande da molécula CD20.

A molécula CD20 é uma fosfoproteína transmembranar expressa nos linfócitos B a partir da fase de pré-B a linfócito B maduro e em tumores das células B.

Os tumores das células B incluem a LLC (geralmente associada à expressão de níveis baixos de CD20) e linfomas não Hodgkin (em que > 90% dos tumores têm níveis elevados de expressão de CD20).

A molécula CD20 não se liberta da superfície celular e não passa ao interior da célula após ligação ao anticorpo.

A ligação de ofatumumab ao epítopo da membrana proximal da molécula CD20 induz o recrutamento e activação da via do complemento na superfície celular, levando à citotoxicidade dependente do complemento e consequente lise das células tumorais.

O ofatumumab tem demonstrado induzir consideravelmente a lise de células com níveis de expressão elevados de moléculas de defesa do complemento.

O ofatumumab tem também demonstrado induzir a lise celular em células expressando ambos níveis elevados e baixos de CD20 e em células resistentes a rituximab.

Além disso, a ligação do ofatumumab permite o recrutamento de células NK (natural killer), permitindo a indução da morte celular através de citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos.
Posologia Orientativa
Conforme prescrição médica.
Administração
Ofatumumab deve ser administrado sob a supervisão de um médico com experiência em terapêutica oncológica e num ambiente com disponibilidade imediata a todos os meios de ressuscitação.

Ofatumumab administra-se por perfusão intravenosa e deve ser diluído antes da administração.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao Ofatumumab.
Infecção activa grave até à resolução.
Neoplasias malignas activas conhecidas.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Medicamentos deste tipo (anticorpos monoclonais) podem causar reacções à perfusão, as quais, por vezes, graves, e poderão causar morte.
A probabilidade de ocorrência é maior durante o primeiro tratamento.

Sintomas muito frequentes de reacção à perfusão (podem afectar mais do que 1 em cada 10 pessoas):
• Sentir-se enjoado (náuseas)
• Febre
• Erupção cutânea.

Sintomas frequentes de uma reacção à perfusão (podem afectar até 1 em cada 10 pessoas):
• reacções alérgicas, por vezes graves com inchaço da cara ou boca causando dificuldade em respirar (reacções anafilatóides)
• dificuldade em respirar, falta de ar, aperto no peito, tosse
• tensão arterial baixa (pode causar tonturas ao levantar-se)
• vermelhidão
• transpiração excessiva
• agitação ou tremores
• batimento cardíaco rápido
• diarreia
• dores nas costas
• tensão arterial elevada
• comichão, erupção cutânea (urticária)
• dor ou irritação na garganta
• falta de energia
• nariz entupido.

Sintomas pouco frequentes de uma reacção à perfusão (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas):
• líquido nos pulmões (edema pulmonar) causando falta de ar
• batimento cardíaco lento.

Informe imediatamente o médico ou enfermeiro se tiver qualquer destes sintomas.

Efeitos secundários muito frequentes
Podem afectar mais do que 1 em cada 10 pessoas:
• infecções dos pulmões ou vias respiratórias (trato respiratório), como pneumonia
• infecções nos ouvidos, nariz ou garganta.

Efeitos secundários muito frequentes que podem aparecer nas análises sanguíneas:
• baixos níveis de glóbulos brancos (neutropenia)
• baixos níveis de glóbulos vermelhos (anemia).

Efeitos secundários frequentes
Podem afectar até 1 em cada 10 pessoas:
• febre devido a uma infecção e baixos níveis de glóbulos brancos
• infecções no sangue
• infecções do tracto urinário
• zona
• herpes labial.

Efeito secundário frequente que pode aparecer nas análises ao sangue:
• níveis baixos de plaquetas no sangue (células que ajudam o sangue a coagular).

Efeitos secundários pouco frequentes
Podem afectar até 1 em cada 100 pessoas:
• obstrução (entupimento) no intestino, que poderá sentir como dor no estômago
• se tiver dor de estômago persistente, consulte o seu médico assim que possível.
• aumento do potássio, fosfato e ácido úrico no sangue com possíveis problemas renais consequentes (síndrome de lise tumoral)

Os sintomas desta situação incluem:
• produção de menos urina que o normal
• espasmos (contraturas) musculares

Se tiver estes sintomas, contacte o médico assim que possível.

Efeitos secundários pouco frequentes que podem aparecer nas análises sanguíneas:
• problemas na coagulação sanguínea
• falência da medula óssea em produzir células sanguíneas vermelhas e brancas suficientes.

Efeitos secundários raros
Podem afectar até 1 em cada 1000 pessoas:
• infecção ou reactivação do vírus da hepatite B.

Informe o médico ou enfermeiro se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar outros efeitos secundários.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:O tratamento com ofatumumab deve ser evitado durante a gravidez a não ser que o potencial benefício para a mãe supere o potencial risco para o feto.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O ofatumumab poderá ser utilizado durante a amamentação se clinicamente necessário.
Precauções Gerais
Fale com o médico ou enfermeiro antes de utilizar Ofatumumab:
- se já teve problemas no coração (cardíacos),
- se tem doença nos pulmões (doença pulmonar).

Vacinação e Ofatumumab: Se for vacinado informe o médico, ou o profissional que irá administrar a vacina, de que está a ser tratado com Ofatumumab.
A sua resposta à vacina poderá ser enfraquecida e poderá não ficar completamente protegido.

Antes de iniciar o tratamento com Ofatumumab, deve ser testado para a Hepatite B (uma doença do fígado).

Se já teve Hepatite B, Ofatumumab pode fazer com que a sua hepatite B fique novamente activa.

O médico pode tratá-lo com um medicamento antiviral adequado para ajudar a prevenir esta situação.

Se tem ou já teve Hepatite B, informe o médico antes de lhe ser administrado Ofatumumab.

Medicamentos deste tipo (anticorpos monoclonais) podem causar reacções à perfusão quando são injectados no organismo.

Ser-lhe-ão administrados medicamentos como anti-histamínicos, corticosteróides e analgésicos para ajudar a diminuir qualquer reacção.

A leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença cerebral grave e fatal, tem vindo a ser notificada com medicamentos como o Ofatumumab.

Informe o médico imediatamente se tiver perda de memória, dificuldade em pensar, dificuldade em andar ou perda de visão.

Se tiver estes sintomas antes do tratamento com Ofatumumab, informe o médico imediatamente se ocorrerem alterações nos sintomas.

Não se recomenda a utlização de Ofatumumab em crianças e adolescentes.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Conservar e transportar refrigerado (2ºC - 8ºC).
Não congelar.
Manter o frasco para injectáveis dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Conserve a solução para perfusão diluída entre 2ºC e 8ºC e utilize dentro de 24 horas.
Qualquer solução para perfusão não utilizada deve ser eliminada 24 horas após preparação.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Ofatumumab Clorambucilo

Observações: Embora a informação formal existente sobre interações medicamentosas com ofatumumab seja limitada, não se conhecem interações clínicas signficativas com outros medicamentos.
Interacções: O ofatumumab não tem efeitos clinicos relevantes na farmacocinética do clorambucilo ou do seu metabólito ativo, mostarda ácido fenilacético. - Clorambucilo
Não recomendado/Evitar

Ofatumumab Vacinas vivas

Observações: Embora a informação formal existente sobre interações medicamentosas com ofatumumab seja limitada, não se conhecem interações clínicas signficativas com outros medicamentos.
Interacções: A eficácia de vacinas vivas atenuadas ou inativadas poderá estar comprometida com ofatumumab. Assim, deve evitar-se a utilização concomitante de vacinas com ofatumumab. Se a administração concomitante for considerada inevitável, devem ser considerados os riscos e benefícios de vacinar os doentes durante a terapêutica com ofatumumab. - Vacinas vivas
Não recomendado/Evitar

Ofatumumab Vacinas inactivadas

Observações: Embora a informação formal existente sobre interações medicamentosas com ofatumumab seja limitada, não se conhecem interações clínicas signficativas com outros medicamentos.
Interacções: A eficácia de vacinas vivas atenuadas ou inativadas poderá estar comprometida com ofatumumab. Assim, deve evitar-se a utilização concomitante de vacinas com ofatumumab. Se a administração concomitante for considerada inevitável, devem ser considerados os riscos e benefícios de vacinar os doentes durante a terapêutica com ofatumumab. - Vacinas inactivadas
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Ofatumumab
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

O tratamento com ofatumumab deve ser evitado durante a gravidez a não ser que o potencial benefício para a mãe supere o potencial risco para o feto.

A utilização de ofatumumab em mulheres durante a amamentação não foi estudada. Desconhece-se se o ofatumumab é excretado no leite humano. Em humanos, a excreção de anticorpos IgG no leite ocorre durante os primeiros dias após o nascimento, diminuindo para baixas concentrações rapidamente depois. Consequentemente, o risco para o lactente não pode ser excluído durante este curto período. Posteriormente, o ofatumumab poderá ser utilizado durante a amamentação se clinicamente necessário. No entanto, se a doente foi tratada com ofatumumab até aos últimos meses de gravidez, a amamentação pode ser iniciada imediatamente após o nascimento.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Janeiro de 2023