Nadroparina cálcica

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Insuficiência Renal
O que é
A nadroparina é um anticoagulante pertencente a uma classe de medicamentos denominados heparinas de baixo peso molecular (HBPMs).

A nadroparina é usada em cirurgia geral e ortopédica para prevenir distúrbios tromboembólicos (trombose venosa profunda e embolia pulmonar) e como tratamento para trombose venosa profunda. Também é usado para prevenir a coagulação durante a hemodiálise e para o tratamento da angina instável e do infarto do miocárdio sem onda Q.
Usos comuns
Tratamento da TVP; profilaxia da TVP e recidivas associadas à cirurgia ortopédica, à cirurgia geral, recidivas em pacientes acamados; prevenção da coagulação do circuito extracorpóreo durante hemodiálise; tratamento da angina instável e do IAM sem supradesnível de ST.
Tipo
Molécula pequena.
História
A nadroparina foi desenvolvida pela Sanofi-Synthélabo.
Indicações
Profilaxia da doença tromboembólica venosa: especialmente associada a cirurgia geral ou cirurgia ortopédica e em doentes não cirúrgicos, internados em unidades de cuidados intensivos com risco tromboembólico ou imobilizados com risco alto ou moderado de tromboembolismo venoso.

Tratamento de doença tromboembólica.

Prevenção de acidentes tromboembólicos em circuitos extracorporais, durante a hemodiálise.

Tratamento da angina instável e enfarte do miocárdio sem onda Q.
Classificação CFT

4.3.1.1 : Heparinas

Mecanismo De Acção
A nadroparina é uma heparina de baixo peso molecular obtida pela despolimerização da heparina standard.

Trata-se de um glicosaminoglicano de peso molecular médio de aproximadamente 4 300 daltons.

A nadroparina apresenta uma ligação de alta afinidade factor à proteína anti-trombina III plasmática (ATIII).

Esta ligação origina uma rápida inibição do factor Xa, o que contribui para alto potencial antitrombótico da nadroparina.

Outros mecanismos que contribuem para a actividade antitrombótica da nadroparina incluem estimulação do factor tecidular da via de inibição (TFP1), activação da fibrinolise por via da libertação directa do activador plaminogénico tecidular das células endoteliais e a modificação dos parâmetros hemorreológicos (diminuição da viscosidades sanguínea e aumento das plaquetas e fluidez da membrana granulocítica).

A nadroparina tem uma elevada relação anti-Xa para a actividade anti-Xa.

A sua actividade é imediata, embora possua um efeito prolongado.

Comparativamente com as heparinas não-fraccionadas, a nadroparina tem menor efeito na função trombocitária e agregação e tem apenas um efeito ligeiro sobre a hemostase primária.
Posologia Orientativa
Adultos
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
Cirurgia geral:
A dose recomendada de nadroparina é de 0,3 ml, administrada por via subcutânea, 2 a 4 horas antes da cirurgia, e depois uma vez nos dias subsequentes.
O tratamento deve continuar durante pelo menos 7 dias e durante todo o período de risco, pelo menos até o doente passar a uma situação ambulatória.

Cirurgia ortopédica:
A nadroparina é administrada por via subcutânea e a dose é adaptada em função do peso corporal do doente com base no quadro seguinte.
As doses iniciais devem ser administradas 12 horas antes e 12 horas após o fim da intervenção cirúrgica.
O tratamento continua depois uma vez por dia durante todo o período de risco e pelo menos até o doente passar a uma situação ambulatória.
A duração do tratamento é de pelo menos 10 dias.

Doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos ou imobilizados:
A nadroparina é administrada por via subcutânea uma vez por dia.
A dose deve ser adaptada em função do peso corporal e do nível de risco do doente, com base no quadro abaixo.
O tratamento deve continuar durante o período de risco de tromboembolismo.

Tratamento de doença tromboembólica venosa:
A nadroparina deve ser administrada por via subcutânea, 2 vezes por dia (de 12 em 12 horas), durante pelo menos 10 dias.
A posologia deve ser adaptada em função do peso corporal do doente

O tratamento com anticoagulante oral deve ser, salvo indicação em contrário, iniciado o mais cedo possível. O tratamento com a nadroparina não deve ser interrompido antes da obtenção dos níveis pretendidos de INR.

Prevenção da doença tromboembólica venosa no circuito extracorporal em hemodiálise:
A posologia deve ser optimizada para cada doente em função das condições técnicas da diálise.

Tratamento da angina instável e enfarte do miocárdio sem onda Q:
A nadroparina deve ser administrada por via subcutânea duas vezes ao dia (de 12 em 12 horas) em associação com o ácido acetilsalicílico, numa dose até 325 mg diários.
A duração normal do tratamento é de 6 dias.
A dose inicial deve ser administrada por bólus por via intravenosa e as doses subsequentes administradas por via subcutânea.
Administração
Na profilaxia e tratamento da doença tromboembólica, a Nadroparina cálcica deve ser administrada por via subcutânea.

A Nadroparina cálcica não se destina à administração por via intramuscular.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Nadroparina cálcica.

Antecedentes de trombocitopenia com terapêutica com nadroparina.

Hemorragia activa ou risco hemorrágico elevado relacionada com alterações da hemostase, com excepção da coagulação intravascular disseminada (CID), não induzida pela heparina.

Lesão orgânica potencialmente hemorrágica (tal como úlcera péptica activa).

Acidente vascular cerebral hemorrágico.

Endocardite infecciosa aguda.

Insuficiência renal grave (depuração da creatinina <30 ml/min) em doentes a receberem tratamento para a doença tromboembólica venosa e tratamento da angina instável e enfarte do miocárdio sem onda Q.

A anestesia loco-regional está contra-indicada em procedimentos cirúrgicos electivos em doentes que estejam a receber tratamento com heparina.

Quando a heparina é utilizada apenas profilacticamente esta contra-indicação não se aplica.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito frequentes: manifestações hemorrágicas em vários locais (incluindo casos de hematoma espinal), mais frequentes nos doentes com outros factores de risco associados.

Raros: trombocitopenia (incluindo trombocitopenia induzida pela heparina), trombocitose.

Muito raros: eosinofilia reversível com a interrupção do tratamento.

Doenças do sistema imunitário
Muito raros: reacções de hipersensibilidade (incluindo angioedema e reacções cutâneas), reacções anafilactóides.

Doenças do metabolismo e da nutrição
Muito raros: hipercaliémia reversível relacionada com hipoaldosteronismo induzido pela heparina, particularmente em doentes de risco.

Afecções hepatobiliares
Frequentes: elevação dos níveis das transaminases, normalmente transitório.

Doenças dos órgãos genitais e da mama
Muito raros: priapismo.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Raros: erupções cutâneas, urticária, eritema, prurido
Muito raros: necrose cutânea, normalmente no local na injecção.

Perturbações gerais e alterações no local de administração
Muito frequentes: pequeno hematoma no local da injecção.

Nalguns casos pode-se notar a formação de nódulos que não correspondem a um enquistamento da heparina, e que desaparecem ao fim de alguns dias.

Frequentes: reacção no local da injecção.

Raros: carcinose do local da injecção.

A carcinose é mais frequente nos doentes com produção de fosfato de cálcio anormal, tais como em alguns casos de insuficiência renal crónica.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da gravidez, a menos que os benefícios do tratamento sejam superiores aos potenciais riscos.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da amamentação, uma vez que é limitada a informação sobre a excreção da nadroparina no leite materno.
Insuf. Renal
Insuf. Renal
Insuf. Renal:Ver Heparinas.
Precauções Gerais
Em casos raros a Nadroparina cálcica pode causar uma redução no número de plaquetas no sangue, o que pode ocasionalmente, ser grave.
Irá fazer análises sanguíneas durante o tratamento para controlar este efeito secundário.

A Nadroparina cálcica foi prescrita para prevenir a formação de coágulos sanguíneos ou para tratar os coágulos que já se tenham formado.

Por causa do modo de actuação deste medicamento, existe um risco aumentado de hemorragia.
Estará em maior risco se:
- tem uma doença grave no fígado
- tem problemas nos rins
- tem a pressão arterial muito elevada
- teve anteriormente uma condição susceptível de ter causado uma hemorragia, como uma úlcera no estômago
- tem distúrbios oculares que envolvam os vasos sanguíneos
- fez recentemente uma cirurgia ao cérebro, medula espinal ou ocular
- está a tomar medicamentos que afectem a coagulação do sangue.

Deve contactar imediatamente o médico/enfermeiro se está a ter qualquer problema com hemorragias.

A Nadroparina cálcica pode aumentar a quantidade de potássio no sangue.
Se tem uma doença em que isto possa constituir um problema, por exemplo diabetes, doença renal grave, ou se está a tomar medicamentos que possam também ter este problema, poderá ter de realizar análises sanguíneas para controlar este efeito secundário.

Se está a ser sujeito a uma anestesia epidural ou espinal ou a punção lombar espinal ou epidural enquanto está a utilizar Nadroparina cálcica, existe um risco hemorragia epidural ou espinal, o que pode ser grave.
Será vigiado frequentemente para qualquer problema durante este procedimento.

Se é alérgico ao látex existe um risco de desenvolver uma reacção alérgica.
O revestimento de protecção da agulha da seringa pré-cheia pode conter borracha de látex natural seca, que poderá causar reacções alérgicas em indivíduos sensíveis.

Deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes orais e glucocorticóides e dextranos por via sistémica.
Quando a terapêutica com anticoagulantes orais é iniciada em doentes a administrar nadroparina, a terapêutica com nadroparina deve ser continuada até à estabilização dos níveis de INR.

Outros medicamentos que possam afectar a coagulação sanguínea (ácido acetilsalicílico e outros salicilatos, anti-inflamatórios não esteróides e antiagregantes plaquetários) não devem ser tomados com este medicamento, a não ser que especificamente prescrito pelo médico.

A Nadroparina cálcica deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes orais e glucocorticóides e dextranos por via sistémica. Quando a terapêutica com anticoagulantes orais é iniciada em doentes a administrar nadroparina, a terapêutica com nadroparina deve ser continuada até à estabilização dos níveis de INR.
Cuidados com a Dieta
Não aplicável.
Terapêutica Interrompida
Não administre uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de administrar.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 30ºC.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Nadroparina cálcica Anticoagulantes orais

Observações: n.d.
Interacções: A nadroparina deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes orais e glucocorticóides e dextranos por via sistémica. Quando a terapêutica com anticoagulantes orais é iniciada em doentes a administrar nadroparina, a terapêutica com nadroparina deve ser continuada até à estabilização dos níveis de INR. - Anticoagulantes orais
Usar com precaução

Nadroparina cálcica Glucocorticóides (Glicocorticoide)

Observações: n.d.
Interacções: A nadroparina deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes orais e glucocorticóides e dextranos por via sistémica. - Glucocorticóides (Glicocorticoide)
Usar com precaução

Nadroparina cálcica Dextrano

Observações: n.d.
Interacções: A nadroparina deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes orais e glucocorticóides e dextranos por via sistémica. - Dextrano
Não recomendado/Evitar

Nadroparina cálcica Salicilatos

Observações: n.d.
Interacções: A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico (ou outros salicilatos), anti-inflamatórios não esteróides, antiplaquetários não é recomendada, uma vez que podem aumentar o risco de hemorragia. - Salicilatos
Não recomendado/Evitar

Nadroparina cálcica Ácido Acetilsalicílico

Observações: n.d.
Interacções: A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico (ou outros salicilatos), anti-inflamatórios não esteróides, antiplaquetários não é recomendada, uma vez que podem aumentar o risco de hemorragia. Em ensaios clínicos de tratamento da angina instável e enfarte do miocárdio sem onda Q, a nadroparina foi associada ao ácido acetilsalicílico numa dose até 325 mg/dia. - Ácido Acetilsalicílico
Não recomendado/Evitar

Nadroparina cálcica Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs)

Observações: n.d.
Interacções: A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico (ou outros salicilatos), anti-inflamatórios não esteróides, antiplaquetários não é recomendada, uma vez que podem aumentar o risco de hemorragia. - Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs)
Não recomendado/Evitar

Nadroparina cálcica Antiagregantes plaquetários

Observações: n.d.
Interacções: A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico (ou outros salicilatos), anti-inflamatórios não esteróides, antiplaquetários não é recomendada, uma vez que podem aumentar o risco de hemorragia. - Antiagregantes plaquetários
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Nadroparina cálcica
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Os estudos realizados no animal não revelaram quaisquer efeitos teratogénicos ou tóxicos para o feto. Contudo, a informação na mulher grávida relativa à passagem através da barreira placentária é limitada. Deste modo, desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da gravidez, a menos que os benefícios do tratamento sejam superiores aos potenciais riscos.

Desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da amamentação, uma vez que é limitada a informação sobre a excreção da nadroparina no leite materno.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021