Molgramostim

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Estimulante hematopoético de colónias de macrófagos e granulócitos.
O molgramostim é o factor recombinante humano que estimula as colónias de macrófagos e granulócitos.
Aumenta os níveis de neutrófilos circulando em pacientes afectados por neutropenia induzida por quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea, reduzindo assim o risco de episódios febris de origem infecciosa nesses pacientes.
Usos comuns
É indicado em pacientes que recebem tratamento mielosupressora (quimioterapia do cancro) para reduzir a gravidade da neutropenia, reduzindo assim o risco de infecção e permitindo melhor adesão ao esquema quimioterápico.

Em pacientes que apresentam outros estados de insuficiência da medula óssea (síndromes mielodisplásicas/anemia aplásica) para reduzir o risco de infecção originado pela leucopenia.

Em pacientes submetidos a transplantes de medula óssea autólogo ou singénico para acelerar a recuperação mielóide (não melhora a sobrevivência global nem aumenta o tempo até a recidiva).

Em pacientes com leucopenia associada a infecção (inclusive por HIV) para acelerar a recuperação mielóide.

Em pacientes com retinite por citomegalovírus (CMV) relacionada com a SIDA, como tratamento coadjuvante ao ganciclovir (DHPG), a fim de reduzir a gravidade da neutropenia induzida pelo ganciclovir e possibilitar a adesão à posologia recomendada de ganciclovir.
Tipo
Biotecnologia.
História
Sem informação.
Indicações
É indicado em pacientes que recebem tratamento mielosupressora (quimioterapia do cancro) para reduzir a gravidade da neutropenia, reduzindo assim o risco de infecção e permitindo melhor adesão ao esquema quimioterápico.

Em pacientes que apresentam outros estados de insuficiência da medula óssea (síndromes mielodisplásicas/anemia aplásica) para reduzir o risco de infecção originado pela leucopenia.

Em pacientes submetidos a transplantes de medula óssea autólogo ou singénico para acelerar a recuperação mielóide (não melhora a sobrevivência global nem aumenta o tempo até a recidiva).

Em pacientes com leucopenia associada a infecção (inclusive por HIV) para acelerar a recuperação mielóide.

Em pacientes com retinite por citomegalovírus (CMV) relacionada com a SIDA, como tratamento coadjuvante ao ganciclovir (DHPG), a fim de reduzir a gravidade da neutropenia induzida pelo ganciclovir e possibilitar a adesão à posologia recomendada de ganciclovir.
Classificação CFT

4.2 : factores estimulantes da hematopoiese

Mecanismo De Acção
Molgramostima é um factor estimulador de colónias de granulócitos e macrófagos de origem recombinante humana (rHuGM-CSF), é uma proteína hidrossolúvel, não glicosilada, com isoleucina na posição 100.

Contém 127 aminoácidos e tem peso molecular de 14.477 daltons.

A molgramostima é produzida por uma cepa de Escherichia coli portadora de um plasmídio de engenharia genética que contém um gene humano do GM-CSF.

Estudos in vitro: Sendo um regulador multilinhagem das glicoproteínas que intervêm tanto na regulação da hematopoiese como na activação das células mielóides maduras, a molgramostima estimula in vitro a proliferação e a diferenciação das células precursoras hematopoiéticas, o que resulta na produção de granulócitos, monócitos/macrófagos e linfócitos T.

Estudos sobre explantes tumorais recentes no ensaio clonogénico tumoral humano demonstraram que a molgramostima não estimula nem inibe o crescimento de células tumorais.

O rHuGM-CSF pode acentuar a expressão dos antígenos de histocompatibilidade principal de classe II nos monócitos humanos e pode aumentar a produção de anticorpos.

Além disso, o rHuGM-CSF apresenta efeitos notáveis sobre a actividade funcional dos neutrófilos maduros incluindo fagocitose aumentada das bactérias, citotoxicidade aumentada em direção às células malignas e activação dos neutrófilos para um metabolismo oxidativo aumentado, uma reacção importante relacionada com a defesa do hospedeiro.

Estudos in vivo: Estudos in vivo realizados com macacos cinomolgos demonstraram que a administração em bolo intravenoso ou subcutâneo de molgramostima ocasiona aumentos significativos da contagem leucocitária.

As contagens diferenciais seriadas indicam que esse aumento diz respeito principalmente aos granulócitos neutrófilos e, em menor grau, aos linfócitos e eosinófilos.

Num estudo da cinética da resposta, o efeito de uma dose única de molgramostima apareceu em geral em 1 a 4 horas e atingiu o máximo em 6 a 18 horas após a dose inicial.

Os resultados de um estudo dose-resposta, em macacos cinomolgos, utilizando injeções rápidas por via i.v. de molgramostima, durante 5 dias consecutivos, indicam que a resposta máxima pode ser alcançada com 15 µg/kg/dia.

Demonstrou-se também que a molgramostima aumentou a contagem de leucócitos em um macaco cinomolgo leucopénico tratado previamente com ciclofosfamida.
Posologia Orientativa
Deve ser reconstituído antes da administração.

Os esquemas de doses variam de acordo com a indicação terapêutica. A dose máxima diária não deve exceder 10 µg/kg de peso corporal.

Os esquemas posológicos recomendados são:
Quimioterapia do cancro: 5 a 10 µg/kg por dia administrados por via subcutânea. O tratamento deve-se iniciar 24 horas após a última dose de químioterapia e continuar durante 7 a 10 dias. Pode-se iniciar com dose de 5µg/kg/dia.

Síndromes mielodisplásicas/anemia aplásica: 3 µg/kg por injecção s.c., uma vez ao dia.

Geralmente se requer um período de 2 a 4 dias para observar resposta terapêutica inicial na contagem leucocitária. A seguir, a dose diária deve ser ajustada para manter a contagem leucocitária no nível desejado (geralmente <10.000/mm3).

Transplante de medula óssea (TMO): 10 µg/kg por dia administrados por infusão i.v. durante 4 a 6 horas, começando no dia seguinte ao TMO e prosseguindo até que a contagem absoluta de neutrófilos seja 1000/mm3. A duração máxima do tratamento é de 30 dias.

Leucopenia associada a infecção (inclusive por HIV): 1 a 5 µg/kg por injecção s.c., uma vez ao dia.

Em pacientes com AIDS tratados simultâneamente com zidovudina ou com uma combinação de zidovudina e de interferon, recomenda-se dose deste medicamento de 1 a 3 µg/kg/dia administrada por injecção s.c.. Requer-se, geralmente, um perído de 2 a 4 dias para observar resposta terapêutica inicial na contagem leucocitária. A seguir, deve-se ajustar a dose cada 3 a 5 dias, conforme necessário para manter a contagem leucocitária no nível desejado (geralmente < 10.000/mm3).

Retinite por CMV relacionada à AIDS, como tratamento coadjuvante ao ganciclovir (DHPG) 5 µg/kg por injecção s.c., uma vez ao dia.

Depois de se administrar a quinta dose deste medicamento, deve-se ajustar a dose para manter a contagem absoluta de neutrófilos e a contagem leucocitária nos níveis desejados, geralmente 1000/mm3 e < 20.000/mm3, respetivamente.
Administração
Vias Subcutânea, IV.
Contra-Indicações
É contra-indicado em pacientes com história de hipersensibilidade à molgramostima.
Não deve ser administrado a pacientes com doenças mielóides malígnas.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Como muitos efeitos indesejáveis registados durante os ensaios clínicos com este medicamento estão frequentemente associados a doenças subjacentes ou simultâneas, ou a seu tratamento, não se pode determinar definitivamente a relação causal desses efeitos com o fármaco.

A maioria das reacções adversas observadas foram de intensidade leve ou moderada.

Raramente foram graves ou perigosas para a vida do paciente.

Os efeitos indesejáveis registados com maior frequência em todas as indicações foram: febre, náuseas, dispneia, diarreia, erupção cutânea, rigidez, reacção no local da injecção (com administração s.c.), vómitos, anorexia, dor musculoesquelética e astenia.

Menos frequentemente foram observados: dor toráxica inespecífica, estomatite, cefaleias, aumento da sudorese, dor abdominal, prurido, tontura, edema periférico, parestesia e mialgia.

As reacções sérias, que ocorreram raramente nos ensaios clínicos, são: anafilaxia, broncoespasmo, insuficiência cardíaca, síndrome de derrame capilar, distúrbios cerebrovasculares, confusão, convulsões, hipotensão, anomalias do ritmo cardíaco, hipertensão intracraniana, derrame pericárdico, pericardite, derrame pleural, edema pulmonar e síncope.

Achados laboratoriais: Em todos os grupos de pacientes, as alterações laboratoriais observadas com maior frequência foram: diminuição da contagem de plaquetas, da taxa de hemoglobina e da taxa de albumina sérica.

A relação causal dessas alterações com este medicamento não pode ser determinada de modo definitivo.

Também foi observada eosinofilia (absoluta e relativa).

A frequência de anticorpos que se unem à molgramostima, determinada por enzimoimunoanálise de fase sólida (ELISA) e por bioensaio, foi de 1% após o tratamento.

Não foi evidenciada perda da actividade nesses pacientes.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:O uso deste medicamento só é aceito na ausência de alternativas terapêuticas mais seguras.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Recomenda-se interromper a amamentação ou evitar a administração deste medicamento.
Precauções Gerais
Deve ser usado sob a supervisão de um médico experiente no tratamento de distúrbios oncológicos e hematopoiéticos ou de doenças infecciosas.

A primeira dose deve ser administrada sob rigorosa supervisão médica.

Ocorreram reacções de hipersensibilidade agudas, graves e perigosas para a vida do paciente, tais como anafilaxia, angioedema ou broncoconstrição, em pacientes que recebiam este medicamento.

Se essas reacções ocorrerem, deve ser interrompido imediatamente e não deve ser reintroduzido.

Tem sido associado, raras vezes, a pleurite, derrame pleural, pericardite e/ou derrame pericárdico.

Caso se observem tais reacções, deve-se interromper a administração.

Os pacientes com doença pulmonar pré-existente podem estar predispostos a uma diminuição da função pulmonar e dispneia e devem ser controlados rigorosamente quando tratados com este medicamento.

Nos ensaios clínicos, os efeitos adversos registrados no início do tratamento foram, na maioria, de leves a moderados quanto à gravidade, consistindo de rigidez, dispneia, febre, náuseas, vómitos, dor toráxica inespecífica, astenia, hipotensão ou rubor.

Esses sintomas foram tratados de maneira sintomática e, raramente, necessitaram interrupção deste medicamento.

Em alguns casos isolados, desenvolveu-se doença autoimune ou esta foi exacerbada durante o tratamento com rHuGM-CSF; portanto, quando se administrar em pacientes com história de doença autoimune, esta possibilidade deve ser considerada.

Testes de laboratório: Devem-se realizar os testes hematológicos padrão (contagem sanguínea completa com contagem diferencial de leucócitos e contagem de plaquetas) e controlar os níveis de albumina sérica, durante o tratamento com este medicamento.

Devido a possibilidade de receber doses mais elevadas de quimioterapia (isto é, doses completas do esquema prescrito), o paciente pode correr maior risco de trombocitopenia e anemias, como consequência das elevadas doses de quimioterapia.

Recomenda-se monitorização regular da contagem de plaquetas e do hematócrito.

Uso em pediatria: A segurança deste medicamento foi demonstrada em número limitado de pacientes menores de 18 anos.

Uso em idosos: Não existem diferenças aparentes quanto à segurança deste medicamento entre pacientes idosos e não idosos.
Cuidados com a Dieta
Pode ser administrado independentemente das refeições.
Terapêutica Interrompida
Não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Estudos em animais mostraram toxicidade reprodutiva. Em primatas, a administração de molgasmostrim foi associada à morte fetal e aborto. Não foram realizados estudos adequados e bem controlados em humanos, portanto o uso deste medicamento só é aceito na ausência de alternativas terapêuticas mais seguras.

Não se sabe se este medicamento é excretado em quantidades significativas com o leite materno e se isso pode afectar a criança. Recomenda-se interromper a amamentação ou evitar a administração deste medicamento.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 12 de Abril de 2022