Mesilato de di-hidroergocriptina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
É um antiparkinsónico; pertence ao grupo Sistema Nervoso Central; antiparkinsónicos; dopaminomiméticos.
Utilizado para tratamento em monoterapia da doença de Parkinson idiopática em estadio inicial.
Usos comuns
Destina-se a ser utilizado para tratamento em monoterapia da doença de Parkinson idiopática em estadio inicial.
Tipo
Sem informação.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento em monoterapia da doença de Parkinson idiopática em estadio inicial.
Classificação CFT

2.5.2 : Dopaminomiméticos

Mecanismo De Acção
A α-di-hidroergocriptina é capaz de se ligar fortemente aos receptores da dopamina.

Esta propriedade conduz à estimulação dos receptores D2-dopamina na substância nigra (núcleo negro) e no Corpus striatum (corpo estriado), enquanto que sobre os D1-receptores, a α-di-hidroergocriptina possui uma actividade agonista parcial.

Na doença de Parkinson, o tremor, a bradicinésia e a rigidez devem-se à degeneração progressiva dos neurónios dopaminérgicos do núcleo negro e das fibras da ligação nigroestriatal, levando à ausência de inibição nos neurónios colinérgicos do corpo estriado e assim, aos sintomas extrapiramidais.

Estimulando os neurónios dopaminérgicos, a α-di-hidroergocriptina atenua os sintomas motores extra-piramidais.

Em estudos animais, a α-di-hidroergocriptina produz uma recuperação dos sintomas de Parkinson induzidos pela toxina MPTP e previne a degeneração neuronal induzida por agentes oxidantes.

Esta actividade neuroprotectora consiste na acção directa da α-di-hidroergocriptina sobre o conteúdo intracerebral do glutatião reduzido, um factor endógeno importante (sequestrante) face à citotoxicidade dos radicais livre de oxigénio altamente reactivos.

A formação de radicais livres no cérebro é potenciada pelo envelhecimento, pela estimulação excito-tóxica e por determinadas doenças degenerativas tais como a doença de Parkinson e de Alzheimer.

O tratamento com a α-di-hidroergocriptina induz um aumento significativo do glutatião reduzido cerebral, através da activação de enzimas antioxidantes.

Por intermédio do citado mecanismo, o fármaco previne a degeneração neuronal do núcleo negro induzida pela MPTP na doença de Parkinson experimental.

Por último, o fármaco possui uma forte actividade de redução da prolactina, que é atribuída a uma estimulação dos D2-receptores nas membranas lactotróficas hipofisárias, inibindo a adenilato ciclase dependente da dopamina que é responsável pela secreção de prolactina pelas células hipofisárias.
Posologia Orientativa
A dose inicial recomendada é de 5 mg duas vezes ao dia.

A dose de manutenção é habitualmente de 30-40 mg/dia, e pode ser aumentada até aos 120 mg/dia.

Esta dosagem pode ser alcançada gradualmente, com aumentos sucessivos de 10 mg/dia, cada duas semanas.
Administração
Este medicamento deve ser tomado em jejum.
Contra-Indicações
- Hipersensibilidade ao Mesilato de di-hidroergocriptina.
- A associação com eritromicina está contra-indicada, devido ao aumento dos níveis plasmáticos da alfa-di-hidroergocriptina.
- Suspeita ou confirmação de gravidez.
- Este medicamento está contra-indicado durante o aleitamento, dado o seu efeito inibidor sobre a lactação.
- Uso pediátrico.
- Para tratamento prolongado na evidência de valvulopatia cardíaca determinada por ecocardiografia pré-tratamento.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Doenças do metabolismo e da nutrição:
Pouco frequentes: perda de apetite, anorexia

Perturbações do foro psiquiátrico:
Frequentes: ansiedade, mau humor, depressão
Pouco frequentes: agitação

Doenças do sistema nervoso:
Frequentes: vertigens, dor da cabeça, insónia
Pouco frequentes: cócegas, sensação de frio ou comichão nos braços ou pernas, discinesia

Cardiopatias:
Frequentes: taquicardia, palpitações
Muito raro (ocorre em menos de uma pessoa em 10.000): doenças das válvulas cardíacas e doenças relacionadas, p. ex: inflamação (pericardite) ou fuga de líquido para o pericárdio (derrame pericárdico).

Os sintomas iniciais podem ser um ou mais dos seguintes: dificuldade em respirar, falta de ar, dor no peito ou nas costas e pernas inchadas.

Se sentir qualquer um destes sintomas, deve referi-lo imediatamente ao médico.

Vasculopatias:
Frequentes: sintomas circulatórios ortostáticos, hipotensão, desmaio

Doenças gastrointestinais:
Muito frequentes: náusea, dor gástrica
Frequentes: obstipação, secura da boca
Pouco frequentes: dispepsia
Raros: vómitos

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Pouco frequentes: irritação cutânea, edema

Afecções músculo-esqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Pouco frequentes: mialgia

Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Frequentes: fraqueza (astenia)
Pouco frequentes: perda de peso

Estes efeitos adversos ocorrem geralmente no inicio do tratamento ou com a administração de doses elevadas.

São reversíveis e podem ser resolvidos diminuindo as doses.

Muito raramente foi reportado rash cutâneo de uma gravidade tal que requereu a suspensão do tratamento com α-di-hidroergocriptina.

A administração concomitante de levodopa pode originar um aumento no aparecimento de dores de estômago, azia, hipotensão e dores de cabeça.

Também foram reportados edema e alucinações.

Sonolência excessiva.

Em doentes a tomar medicamentos parecidos com o Striatal para o tratamento da doença de Parkinson, e em especial com doses elevadas, têm sido notificados casos associados a sinais de jogo patológico, aumento da libido e hipersexualidade.

Geralmente esta situação é reversível na sequência da diminuição da dose ou descontinuação do tratamento.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:A alfa- di-hidroergocriptina está contra-indicada perante suspeita ou confirmação de gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O uso de Mesilato de di-hidroergocriptina está contra-indicado durante o aleitamento.
Condução
Condução
Condução:Doentes em tratamento com alfa- di-hidroergocriptina e que apresentem sonolência devem ser informados no sentido de evitar conduzir ou realizar outras actividades que possam comprometer a incolumidade dos próprios ou de outros (por exemplo, utilização de máquinas), a não ser que os doentes tenham melhorado dos episódios de sonolência.
Precauções Gerais
Em doentes parkinsónicos com galactorreia, amenorreia dependente da prolactina, perturbações menstruais ou acromegália, o tratamento com este medicamento pode eliminar a esterilidade pré-existente.

Por isso, as mulheres com risco de engravidar devem adoptar um método de contracepção não-hormonal.

Devido à semelhança estrutural com os derivados ergotamínicos, deve prestar-se um cuidado especial aquando da administração de doses elevadas de Mesilato de di-hidroergocriptina a doentes com história médica de perturbações psicóticas, doenças cardiovasculares graves, úlcera péptica ou hemorragias gastrointestinais.

A alfa-di-hidroergocriptina tem sido associada a sonolência, e outros agonistas dopaminérgicos têm sido associados a episódios de adormecimento súbito, particularmente em doentes com doença de Parkinson.

Os doentes devem ser informados no sentido de tomar precaução quando conduzem ou utilizam máquinas durante o tratamento com alfa-di-hidroergocriptina.

Os doentes a quem ocorreu sonolência devem evitar conduzir ou utilizar máquinas potencialmente perigosas.

Além disso, deve ser considerada a redução da dose ou suspensão do tratamento.

Os doentes devem ser regularmente monitorizados relativamente ao desenvolvimento de perturbações do controlo dos impulsos.

Os doentes e os seus prestadores de cuidados devem estar cientes que podem ocorrer sintomas comportamentais de perturbações do controlo dos impulsos, incluindo jogo patológico, aumento da libido, hipersexualidade, compras ou gastos compulsivos, compulsão alimentar periódica ou ingestão compulsiva de alimentos, em doentes a tomar agonistas dopaminérgicos, incluindo di-hidroergocriptina.

Recomenda-se uma redução da dose ou uma descontinuação gradual do tratamento caso estes sintomas se desenvolvam.

Em doentes tratados com a alfa-di-hidroergocriptina, particularmente com tratamento a longo prazo e com doses elevadas, foram notificados, ocasionalmente, derrames pleurais e pericárdicos, bem como fibrose pleural e pulmonar e pericardite constritiva.

Doentes com doenças pleuro-pulmonares inexplicadas devem ser examinados exaustivamente e deve considerar-se a descontinuação do tratamento com a-di-hidroergocriptina.

Em casos raros, particularmente em tratamento a longo prazo e com dose elevada, foi notificada fibrose retroperitoneal.

Para permitir o reconhecimento da fibrose retroperitoneal, na fase inicial reversível, recomenda-se que as suas manifestações (p. ex. dor dorsal, edema dos membros inferiores, disfunção renal) sejam verificadas nesta categoria de doentes.

Deve abandonar-se o tratamento com a alfa- di-hidroergocriptina no caso de diagnóstico ou suspeita de alterações fibróticas do retroperitoneu.

Nos doentes com insuficiência hepática ou renal pode ocorrer um aumento dos níveis séricos da alfa- di-hidroergocriptina.

Por isso, nestes doentes a titulação da dose deve ser cuidadosamente monitorizada.
Cuidados com a Dieta
Mesilato de di-hidroergocriptina deve ser tomado em jejum.
Durante o tratamento deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
A tolerância ao medicamento pode ser reduzida pelo álcool.
Não estão disponíveis dados sobre interferência dos alimentos.
Terapêutica Interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar a que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Conservar na embalagem de origem.
Não conservar acima de 30ºC.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Mesilato de di-hidroergocriptina Antidopaminérgicos

Observações: n.d.
Interacções: A alfa-di-hidroergocriptina contraria a actividade de agentes antidopaminérgicos, tais como os neurolépticos. - Antidopaminérgicos
Usar com precaução

Mesilato de di-hidroergocriptina Neurolépticos

Observações: n.d.
Interacções: A alfa-di-hidroergocriptina contraria a actividade de agentes antidopaminérgicos, tais como os neurolépticos. - Neurolépticos
Usar com precaução

Mesilato de di-hidroergocriptina Anti-hipertensores

Observações: n.d.
Interacções: Não se pode excluir a possibilidade de interacção da alfa- di-hidroergocriptina com fármacos hipotensores. Recomenda-se precaução particular em doentes sob tratamento com outros alcaloides ergotamínicos, ou com fármacos que atuem sobre a pressão arterial, por uma possível potenciação dos efeitos. - Anti-hipertensores
Usar com precaução

Mesilato de di-hidroergocriptina Alcaloides ergotamínicos

Observações: n.d.
Interacções: Recomenda-se precaução particular em doentes sob tratamento com outros alcaloides ergotamínicos, ou com fármacos que atuem sobre a pressão arterial, por uma possível potenciação dos efeitos. - Alcaloides ergotamínicos
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Levodopa (L-dopa)

Observações: n.d.
Interacções: Em doentes não se demonstrou interacção com levodopa, selegilina ou agentes anticolinérgicos. A administração concomitante de alfa- di-hidroergocriptina em doentes parkinsónicos não aumenta a exposição farmacocinética à levodopa, como confirmado num estudo farmacocinético realizado com o objetivo de comparar o estado de equilíbrio da levodopa no plasma após dose repetida de 100-250 mg de levodopa três vezes ao dia e após tratamento concomitante de até 15 mg de alfa- di-hidroergocriptina três vezes ao dia. - Levodopa (L-dopa)
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Selegilina

Observações: n.d.
Interacções: Em doentes não se demonstrou interacção com levodopa, selegilina ou agentes anticolinérgicos. - Selegilina
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Anticolinérgicos

Observações: n.d.
Interacções: Em doentes não se demonstrou interacção com levodopa, selegilina ou agentes anticolinérgicos. - Anticolinérgicos
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Antibióticos

Observações: n.d.
Interacções: Estudos em animais também revelaram a ausência de interacção com antibióticos, tolbutamida e pentobarbital. - Antibióticos
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Tolbutamida

Observações: n.d.
Interacções: Estudos em animais também revelaram a ausência de interacção com antibióticos, tolbutamida e pentobarbital. - Tolbutamida
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Pentobarbital

Observações: n.d.
Interacções: Estudos em animais também revelaram a ausência de interacção com antibióticos, tolbutamida e pentobarbital. - Pentobarbital
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Mesilato de di-hidroergocriptina Eritromicina

Observações: n.d.
Interacções: A alfa- di-hidroergocriptina é metabolizada por efeito de primeira passagem através da isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Um estudo farmacocinético em doentes saudáveis demonstrou que com a toma concomitante de eritromicina, os níveis séricos de alfa- di- hidroergocriptina e seus metabólitos estão definitivamente aumentados. Devido a este facto há um risco potencialmente aumentado de efeitos adversos. Por isso, durante a administração de fármacos que inibem o CYP3A4, a dose de alfa- di-hidroergocriptina deve ser ajustada. Os macrólidos (por exemplo eritromicina) não devem ser administrados conjuntamente com a alfa- di-hidroergocriptina devido ao aumento do efeito desta última. - Eritromicina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Mesilato de di-hidroergocriptina Inibidores do CYP3A4

Observações: n.d.
Interacções: A alfa- di-hidroergocriptina é metabolizada por efeito de primeira passagem através da isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Um estudo farmacocinético em doentes saudáveis demonstrou que com a toma concomitante de eritromicina, os níveis séricos de alfa- di- hidroergocriptina e seus metabólitos estão definitivamente aumentados. Devido a este facto há um risco potencialmente aumentado de efeitos adversos. Por isso, durante a administração de fármacos que inibem o CYP3A4, a dose de alfa- di-hidroergocriptina deve ser ajustada. Esta recomendação deve ser levada em conta mesmo quando estes medicamentos já foram administrados anteriormente. - Inibidores do CYP3A4
Não recomendado/Evitar

Mesilato de di-hidroergocriptina Macrólidos

Observações: n.d.
Interacções: Os macrólidos (por exemplo eritromicina) não devem ser administrados conjuntamente com a alfa- di-hidroergocriptina devido ao aumento do efeito desta última. - Macrólidos
Sem efeito descrito

Mesilato de di-hidroergocriptina Digoxina

Observações: n.d.
Interacções: Os resultados de estudos farmacocinéticos de dose única em voluntários sãos demonstraram que não é necessário ajustar a dose da digoxina quando é administrada conjuntamente com a alfa- di-hidroergocriptina. - Digoxina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Mesilato de di-hidroergocriptina Álcool

Observações: n.d.
Interacções: A tolerância de Mesilato de di-hidroergocriptina pode ser reduzida pelo álcool. - Álcool
Consultar informação actualizada

Mesilato de di-hidroergocriptina Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)

Observações: n.d.
Interacções: Não estão disponíveis dados sobre interferência dos alimentos. - Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Mesilato de di-hidroergocriptina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

A alfa- di-hidroergocriptina está contra-indicada perante suspeita ou confirmação de gravidez.

O uso de Mesilato de di-hidroergocriptina está contra-indicado durante o aleitamento.

Dada a possibilidade de reacções hipotensivas, relatadas por alguns doentes, especialmente durante os primeiros dias de tratamento, deve haver um particular cuidado na condução de veículos ou no trabalho com máquinas.

Doentes em tratamento com alfa- di-hidroergocriptina e que apresentem sonolência devem ser informados no sentido de evitar conduzir ou realizar outras actividades que possam comprometer a incolumidade dos próprios ou de outros (por exemplo, utilização de máquinas), a não ser que os doentes tenham melhorado dos episódios de sonolência.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Janeiro de 2023