Ixazomib

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Ixazomib é um citotóxico.

O ixazomib é um inibidor oral altamente selectivo e reversível do proteassoma.

Ixazomib é um medicamento para o tratamento do mieloma múltiplo, um tipo de cancro de células brancas do sangue, em combinação com outras drogas.
Usos comuns
Ixazomib, em combinação com lenalidomida e dexametasona, é indicado para o tratamento de doentes adultos com mieloma múltiplo, que tenham recebido pelo menos uma terapêutica anterior.

O mieloma múltiplo é um cancro do sangue que afecta um tipo de célula, designada por plasmócito.

Um plasmócito é uma célula do sangue que normalmente produz proteínas para combater infecções.

As pessoas com mieloma múltiplo têm plasmócitos cancerígenos, também designados por células mielóides, que podem danificar os ossos.

A proteína produzida por células mielóides pode prejudicar os rins.

O tratamento do mieloma múltiplo envolve matar as células mielóides e reduzir os sintomas da doença.
Tipo
Molécula pequena.
História
O Ixazomib foi desenvolvida pela Takeda.
Nos EUA, ele está aprovado desde novembro de 2015 e na UE desde novembro de 2016.
Indicações
Ixazomib, em combinação com lenalidomida e dexametasona, é indicado para o tratamento de doentes adultos com mieloma múltiplo, que tenham recebido pelo menos uma terapêutica anterior.
Classificação CFT

16.1.9 : Outros citotóxicos

Mecanismo De Acção
O citrato de ixazomib, um pró-fármaco, é uma substância que se hidrolisa rapidamente, sob condições fisiológicas, para a sua forma biologicamente activa, ixazomib.

O ixazomib é um inibidor oral altamente selectivo e reversível do proteassoma.

O ixazomib liga-se preferencialmente e inibe a actividade do tipo quimotripsina da subunidade β5 do proteassoma 20S.

O ixazomib induziu a apoptose de vários tipos de células tumorais in vitro.

O ixazomib demonstrou citotoxicidade in vitro contra as células do mieloma de doentes que tinham recidivado após várias terapêuticas anteriores, incluindo bortezomib, lenalidomida e dexametasona.

A combinação de ixazomib e lenalidomida demonstrou efeitos citotóxicos sinergísticos em várias linhas de células no mieloma.

In vivo, o ixazomib demonstrou actividade anti-tumoral em vários modelos de xenoenxerto tumoral, incluindo modelos de mieloma múltiplo.

In vitro, o ixazomib afectou tipos de células encontrados no microambiente da medula óssea, incluindo células endoteliais vasculares, osteoclastos e osteoblastos.
Posologia Orientativa
Ixazomib é utilizado com lenalidomida (um medicamento que afecta a forma como o seu sistema imunitário funciona) e dexametasona (um medicamento anti-inflamatório).

O tratamento deve ser iniciado e monitorizado sob supervisão de um médico experiente no tratamento de mieloma múltiplo.

A dose inicial recomendada de Ixazomib é de 4 mg administrada por via oral uma vez por semana, nos Dias 1, 8 e 15 de um ciclo de tratamento de 28 dias.

A dose inicial recomendada de lenalidomida é de 25 mg administrada diariamente nos Dias 1 a 21 de um ciclo de tratamento de 28 dias.

A dose inicial recomendada de dexametasona é de 40 mg administrada nos Dias 1, 8, 15 e 22 de um ciclo de tratamento de 28 dias.
Administração
O tratamento deve ser iniciado e monitorizado sob supervisão de um médico experiente no tratamento de mieloma múltiplo.

Ixazomib é administrado por via oral.
Ixazomib deve ser tomado aproximadamente à mesma hora nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo de tratamento, pelo menos 1 hora antes ou pelo menos 2 horas após a ingestão de alimentos.
A cápsula deve ser engolida inteira com água.
Não deve ser esmagada, mastigada ou aberta.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao Ixazomib.

Como Ixazomib é administrado em combinação com lenalidomida e dexametasona, consulte o RCM destes medicamentos para contra-indicações adicionais.

Ixazomib não é recomendado para utilização em crianças e adolescentes com menos de 18 anos.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Informe imediatamente o médico ou farmacêutico caso observe os seguintes efeitos secundários graves muito frequentes, que podem afectar mais do que 1 em 10 pessoas:
- contagem baixa de plaquetas (trombocitopenia) que pode aumentar o risco de hemorragias nasais ou pode fazer hematomas com mais facilidade
- náuseas, vómitos e diarreia
- dormência, formigueiro ou ardor nas mãos ou pés (neuropatia periférica)
- inchaço das pernas ou pés (edema periférico)
- erupção cutânea que pode causar comichão em algumas áreas ou em todo o corpo

Adicionalmente, informe imediatamente um médico caso observe qualquer um dos seguintes efeitos secundários raros, que podem afectar até 1 a 10 em 1000 pessoas:
- erupções cutâneas graves como nódulos vermelhos a roxos (síndrome de Sweet) ou erupção cutânea com descamação da pele ou aftas na boca (síndrome de Stevens-Johnson)
- fraqueza muscular, perda de sensibilidade nos dedos dos pés e nos pés ou perda de movimento das pernas (mielite transversa)
- alterações na visão, alterações no estado mental ou convulsões (síndrome de encefalopatia posterior reversível)
- morte rápida das células cancerígenas que podem provocar tonturas, diminuição da urina, confusão, vómitos, náuseas, inchaço, falta de ar ou perturbações do batimento cardíaco (síndrome de lise tumoral)
- condição rara do sangue resultante de coágulos de sangue que pode provocar fadiga, febre, hematomas, hemorragias nasais, diminuição da urina (púrpura trombocitopénica trombótica)

Outros efeitos secundários possíveis:
Informe o médico ou farmacêutico caso algum dos efeitos secundários seguintes se torne grave.

Os efeitos secundários muito frequentes, que podem afectar mais do que 1 em 10 pessoas:
- obstipação
- dor nas costas
- sintomas idênticos aos da gripe (infecção do tracto respiratório superior)
- sensação de cansaço ou fraqueza (fadiga)
- baixa contagem dos glóbulos brancos designados por neutrófilos (neutropenia) que pode provocar um maior risco de infecção
- falta de apetite (diminuição do apetite)
- batimento cardíaco irregular (arritmia)
- condições oculares incluindo visão turva, secura ocular e olho vermelho (conjuntivite)

Os efeitos secundários frequentes, que podem afectar até 1 em 10 pessoas, incluem:
- reactivação do vírus da varicela (zóster) que pode provocar uma erupção cutânea e dor (herpes-zóster)
- baixa tensão arterial (hipotensão)
- falta de ar ou tosse ou pieira persistentes (insuficiência cardíaca)
- coloração amarela dos olhos e da pele (icterícia, que pode ser um sintoma de insuficiência hepática)
- níveis baixos de potássio no sangue (hipocaliemia)
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Ixazomib não é recomendado durante a gravidez pois pode prejudicar o feto.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A amamentação deve ser interrompida quando estiver a tomar Ixazomib.
Condução
Condução
Condução:Ixazomib pode afectar a sua capacidade de conduzir ou utilizar máquinas. Pode sentir cansaço e tonturas enquanto estiver a tomar Ixazomib. Não conduza nem opere máquinas se tiver estes efeitos secundários.
Precauções Gerais
Como Ixazomib é administrado em combinação com lenalidomida e dexametasona, consulte o RCM destes medicamentos para advertências e precauções especiais de utilização adicionais.

Trombocitopenia:
Foi comunicada trombocitopenia com Ixazomib com o nadir plaquetário a ocorrer normalmente entre os Dias 14-21 de cada ciclo de 28 dias e recuperação para o valor inicial no início do ciclo seguinte.

As contagens de plaquetas devem ser monitorizadas pelo menos mensalmente durante o tratamento com Ixazomib. Deve ser considerada monitorização mais frequente durante os primeiros três ciclos, de acordo com o RCM da lenalidomida. A trombocitopenia pode ser tratada com alterações à dose e transfusões de plaquetas, de acordo com as orientações clínicas padrão.

Toxicidades gastrointestinais:
Foram comunicados episódios de diarreia, obstipação, náuseas e vómitos com Ixazomib, exigindo ocasionalmente a utilização de medicamentos antieméticos e antidiarreicos e cuidados de apoio. A dose deve ser ajustada para sintomas graves (Grau 3-4). Em caso de eventos gastrointestinais graves, é recomendada a monitorização do nível sérico de potássio.

Neuropatia periférica:
Foi comunicada neuropatia periférica com Ixazomib. O doente deve ser monitorizado em relação a sintomas de neuropatia periférica. Os doentes que observem sintomas novos ou agravamento de neuropatia podem necessitar de alteração da dose.

Edema periférico:
Foi comunicado edema periférico com Ixazomib. O doente deve ser avaliado em relação a causas subjacentes e deve ter cuidados de apoio, conforme necessário. A dose de dexametasona deve ser ajustada de acordo com a informação de prescrição do Ixazomib para sintomas de Grau 3 ou 4.

Reacções cutâneas:
Foi comunicada reacção cutânea com Ixazomib. A erupção cutânea deve ser tratada com cuidados de apoio ou com alteração da dose, se for de Grau 2 ou superior.

Hepatotoxicidade:
A lesão hepática induzida por medicamento, lesão hepatocelular, esteatose hepática, hepatite colestática e hepatotoxicidade foram raramente comunicadas com Ixazomib. As enzimas do fígado devem ser regularmente monitorizadas e a dose deve ser ajustada para os sintomas de Grau 3 ou 4.

Gravidez:
As mulheres devem evitar engravidar enquanto estiverem a receber tratamento com Ixazomib. Se o Ixazomib for utilizado durante a gravidez, ou se a doente engravidar enquanto está a tomar Ixazomib, a doente deverá ser informada acerca do possível risco para o feto.

As mulheres com potencial para engravidar deverão utilizar métodos contraceptivos altamente efetivos enquanto estiverem a tomar Ixazomib e durante 90 dias após conclusão do tratamento. As mulheres que usam contraceptivos hormonais deverão usar adicionalmente um método contraceptivo de barreira.

Síndrome de encefalopatia posterior reversível:
A síndrome de encefalopatia posterior reversível (PRES) ocorreu em doentes a receber Ixazomib. A PRES é uma perturbação neurológica rara e reversível que pode apresentar convulsões, hipertensão, cefaleias, estado alterado de consciência e perturbações visuais. É utilizado um exame de imagiologia ao cérebro, preferencialmente ressonância magnética, para confirmar o diagnóstico. A administração de Ixazomib deve ser descontinuada em doentes que desenvolvam PRES.

Indutores fortes do CYP3A:
Os indutores fortes podem reduzir a eficácia de Ixazomib, portanto a utilização concomitante de indutores fortes do CYP3A, como carbamazepina, fenitoína, rifampicina e hipericão (Hypericum perforatum), devem ser evitados. Caso a coadministração com um indutor forte do CYP3A não possa ser evitada, os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados em relação ao controlo da doença.
Cuidados com a Dieta
Ixazomib deve ser tomado pelo menos 1 hora antes ou pelo menos 2 horas após a ingestão de alimentos.
Terapêutica Interrompida
Em caso de atraso ou falha de uma dose de Ixazomib, a dose apenas deverá ser tomada se a próxima dose prevista for a ≥72 horas.
Uma dose falhada não deve ser tomada durante as 72 horas que antecedem a próxima dose prevista.
Não deverá ser tomada uma dose a dobrar para compensar uma dose falhada.
Se um doente vomitar após a toma de uma dose, o doente não deverá repetir essa toma, mas sim retomar a toma da próxima dose na altura prevista.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 30°C.
Não congelar.
Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Ixazomib Claritromicina

Observações: n.d.
Interacções: Inibidores do CYP: A co-administração de ixazomib com claritromicina, um inibidor forte do CYP3A, não resultou numa alteração clinicamente significativa da exposição sistémica de ixazomib. A Cmáx foi diminuída em 4% e a AUC foi aumentada em 11%. Desta forma, não é necessária qualquer alteração à dose de ixazomib em co-administração de inibidores fortes do CYP3A. - Claritromicina
Sem efeito descrito

Ixazomib Inibidores do CYP1A2

Observações: n.d.
Interacções: Inibidores do CYP: A co-administração de ixazomib com inibidores fortes do CYP1A2 não resultou numa alteração clinicamente significativa da exposição sistémica de ixazomib, com base nos resultados de uma análise farmacocinética (FC) da população. Desta forma, não é necessária qualquer alteração à dose de ixazomib em co-administração com inibidores fortes do CYP1A2. - Inibidores do CYP1A2
Não recomendado/Evitar

Ixazomib Rifampicina (rifampina)

Observações: n.d.
Interacções: Indutores do CYP: A co-administração de ixazomib com rifampicina diminuiu a Cmáx de ixazomib em 54% e a AUC em 74%. Desta forma, não é recomendada a co-administração de indutores fortes do CYP3A com o ixazomib. - Rifampicina (rifampina)
Sem efeito descrito

Ixazomib Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: Efeito de ixazomib noutros medicamentos: O ixazomib não é um inibidor reversível nem tempo-dependente dos CYP 1A2, 2B6, 2C8, 2C9, 2C19, 2D6, ou 3A4/5. O ixazomib não induz a actividade do CYP1A2, CYP2B6 e CYP3A4/5, nem os correspondentes níveis de proteína imunorreativa. Não é esperado que o ixazomib produza interacções medicamentosas através de inibição ou indução do CYP. interacções com base em transportadores: O ixazomib é um substrato com baixa afinidade da gp-P. O ixazomib não é um substrato da BCRP, MRP2 ou OATPs hepáticos. Ixazomib não é um inibidor da gp-P, BCRP, MRP2, OATP1B1, OATP1B3, OCT2, OAT1, OAT3, MATE1, ou MATE2-K. Não é esperado que o ixazomib provoque interacções medicamentosas mediadas por transportadores. - Outros medicamentos
Usar com precaução

Ixazomib Contraceptivos orais

Observações: n.d.
Interacções: Contraceptivos orais: Quando o Ixazomib é administrado em conjunto com a dexametasona, que é conhecida por ser um indutor fraco a moderado da CYP3A4, bem como outras enzimas e transportadores, tem de considerar-se o risco de eficácia reduzida de Contraceptivos orais. As mulheres que usam Contraceptivos hormonais deverão usar adicionalmente um método contraceptivo de barreira. - Contraceptivos orais
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Ixazomib
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Os doentes do sexo masculino e sexo feminino férteis devem usar métodos de contracepção eficazes durante e nos 90 dias após o tratamento.

Ixazomib não é recomendado em mulheres com potencial para engravidar que não utilizam métodos contraceptivos.

Quando Ixazomib é administrado em conjunto com a dexametasona, que é conhecida por ser um indutor fraco a moderado do CYP3A4, bem como outras enzimas e transportadores, tem de se considerar o risco de eficácia reduzida dos contraceptivos orais.

As mulheres que usam contraceptivos hormonais deverão usar adicionalmente um método contraceptivo de barreira.

Ixazomib não é recomendado durante a gravidez pois pode prejudicar o feto.

A amamentação deve ser interrompida quando estiver a tomar Ixazomib.

Ixazomib pode afectar a sua capacidade de conduzir ou utilizar máquinas.
Pode sentir cansaço e tonturas enquanto estiver a tomar Ixazomib.
Não conduza nem opere máquinas se tiver estes efeitos secundários.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 12 de Abril de 2022