Gadoversetamida

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Este medicamento é apenas para uso em diagnóstico.

A gadoversetamida é utilizada como “agente de contraste” em imagiologia de ressonância magnética.
Usos comuns
É utilizado em doentes adultos e em crianças com dois anos e mais de idade, que vão ser submetidos a imagiologia de ressonância magnética (IRM), um tipo de exame em que são obtidas imagens dos órgãos internos.

Gadoversetamida é utilizado para obter um exame mais nítido em doentes que têm ou pensa-se que têm anomalias no cérebro, coluna vertebral ou fígado.
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Este medicamento é apenas para uso em diagnóstico.

Gadoversetamida é indicado para a utilização em imagiologia por ressonância magnética (IRM) do sistema nervoso central (SNC) e fígado.

Proporciona um aumento do contraste e facilita a visualização e ajuda na caracterização de lesões focais e estruturas anormais no SNC e no fígado de doentes adultos e em crianças com dois anos e mais de idade com patologia conhecida ou altamente suspeita.
Classificação CFT

19.2 : Meios de contraste para imagem por ressonância magnética

Mecanismo De Acção
A gadoversetamida é um quelante contendo gadolínio - que possui propriedades paramagnéticas e é responsável pelo efeito de aumento do contraste em IRM – e o ligando versetamida.

O objectivo de um agente de contraste para IRM é o de induzir alterações na intensidade do sinal dentro da lesão facilitando, deste modo, o seu reconhecimento das estruturas normais circundantes.

A utilização de um agente de contraste pode, por isso, reduzir o limiar para a detecção e visualização da lesão.

Os agentes de contraste para IRM contendo gadolínio (quelantes à base de gadolínio) foram concebidos para actuar indirectamente sobre o ambiente magnético local alterando os tempos de relaxamento T1 (spin-lattice) e T2 (spin-spin) e com a concentração habitual de 100 micromol/kg, o encurtamento de T1 predomina e o encurtamento de T2 não é significativo utilizando sequências ponderadas em T1.

A gadoversetamida, um quelante do gadolínio extracelular, após a administração intravenosa, equilibra-se rapidamente dentro do fluido/espaço extracelular e é eliminada primeiramente através da filtração glomerular.

Como resultado destas características, o timing da aquisição da imagem após a administração do contraste é crucial na imagiologia hepática.

Em metástases hepáticas, a diferença do sinal entre o tumor e o tecido hepático circundante é significativamente melhorado durante os primeiros 90 segundos após a administração do agente de contraste com gadolínio extracelular.

Por isso, uma sequência rápida de imagiologia deve ser iniciada 20 segundos após a injecção em bólus do agente de contraste quando o agente se encontra predominantemente nas artérias hepáticas e depois novamente 60 segundos após a injecção durante a fase venosa portal dominante.

Uma vez que a artéria hepática e o sistema venoso portal fornecem aproximadamente 20% e 80% do fornecimento de sangue hepático, respectivamente, as imagens prematuras (fase arterial hepática) fornecem uma conspicuidade excelente da lesão em lesões hipervasculares e as imagens da fase venosa portal são úteis em lesões hipovasculares (a maioria das lesões metastáticas são relativamente hipovasculares e são melhor demonstradas durante a fase venosa portal, manifestando-se como áreas de intensidade de sinal baixa comparativamente ao fígado nitidamente realçado).

A conspicuidade da lesão em lesões hipo e hipervasculares pode ser reduzida se a imagiologia for atrasada em mais de 3 minutos, devido à difusão do agente de contraste para dentro dos espaços intersticiais tanto do parênquima hepático como da lesão (p.ex., metástase), tornando a lesão isointensa com o parênquima hepático normal.

Um pós-contraste ou imagens de equilíbrio atrasados (> 5 minutos após a dosagem) ajudam na caracterização das lesões, p.ex., o centro de uma metástase pode acumular contraste no espaço intersticial da lesão e tornar-se hiperintenso em relação ao fígado normal.

Esta diferença no padrão do aumento é útil na formulação de um diagnóstico diferencial com base na caracterização da lesão e na confiança do diagnóstico.

O realce dos tumores cerebrais utilizando um agente de contraste contendo gadolínio (ou iodo) depende da ruptura da barreira hemato-encefálica (BHE).

Como resultado, estes agentes têm sido referidos como marcadores para locais de ruptura da BHE anormal.

Quando a BHE é quebrada, as moléculas da gadoversetamida difundem-se para o interior do compartimento intersticial, produzindo, assim, o efeito paramagnético característico do encurtamento de T1 e de T2.

Na generalidade, a adição de contraste à IRM, com a dose clínica padrão de 100 micromol/kg, levou a detecção da lesão, sensibilidade e precisão do diagnóstico significativamente melhoradas.
Posologia Orientativa
A dose habitual é de 0,2 ml/kg de peso corporal é a mesma em adultos e crianças de 2 anos e mais de idade.

Corresponde a 14 ml para um indivíduo com 70 kg e o seu volume é injectado ao longo de cerca de 7 a 14 segundos, normalmente numa veia do braço.

A injecção é então irrigada com uma injecção de solução salina para certificar que nada é deixado na agulha ou no tubo utilizado para a injecção.

Em adultos, uma segunda dose pode ser administrada até 30 minutos após a primeira injecção.

Quando se estudam certas anomalias no cérebro, pode ser necessário que Gadoversetamida seja utilizado numa dose três vezes a dose habitual numa injecção em adultos.

O médico decidirá quanto Gadoversetamida é necessário para o seu exame.

Deve informar imediatamente o médico ou enfermeiro/técnico se sentir dor em redor da área em que a agulha é colocada.
Administração
O agente deve ser administrado por injecção intravenosa periférica sob a forma de bólus.

Para assegurar a injecção completa do meio de contraste, a injecção deve ser seguida de uma injecção de 5 ml de solução para injectáveis de cloreto de sódio de 9mg/ml (0,9%).

Recomenda-se a inserção de um cateter venoso permanente flexível.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Gadoversetamida ou a outros produtos contendo gadolínio.

Gadoversetamida é contra-indicado:
• em doentes com disfunção renal grave (TFG <30 ml/min/1,73 m²) e/ou lesão renal aguda,
• em doentes que tenham sido submetidos a transplante hepático ou
• em doentes no período perioperatório de transplante hepático e
• em recém-nascidos até 4 semanas de idade
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Efeitos secundários que afectam o coração (desmaio, batimentos adicionais do coração, dor no peito) ou o sistema respiratório (falta de ar, aperto das vias aéreas, inchaço ou aperto na garganta, comichão ou corrimento do nariz, espirros).
Os efeitos secundários mais frequentes foram um sabor estranho na boca, sensação de calor, dores de cabeça e tonturas.

Frequentes (podem afectar até 1 pessoa em cada 10):
Dores de cabeça, sabor estranho na boca, sensação de calor

Pouco frequentes (podem afectar até 1 pessoa em cada 100):
Reacção alérgica/hipersensibilidade, tonturas, sensação de formigueiro, entorpecimento, olfacto reduzido, pele vermelha e quente, congestão nasal, garganta dorida, náuseas, diarreia, comichão, erupção cutânea, desconforto no peito, dor no peito, sensação de frio, incluindo sensação de frio nas extremidades, reacções no local da administração, alterações dos níveis de cálcio no sangue.

Raros frequentes (podem afectar até 1 pessoa em cada 1.000):
Diminuição do apetite, sensação de ansiedade, distúrbios do sono, sensação de sonolência, sensação de ardor, uma sensação de movimento ou vertigens,zumbido nos ouvidos, vermelhidão da pálpebra, dor ocular, visão desfocada, olhos raiados de sangue, consciência do batimento cardíaco, batimentos cardíacos irregulares, batimentos cardíacos extra, pressão arterial baixa, falta de ar, rouquidão, corrimento nasal, aperto na garganta, água na boca, dor abdominal, obstipação, boca seca, urticária, suores frios, vermelhidão, suores, nível sanguíneo mais elevado de uma substância (creatinina) que é habitualmente eliminada pelos rins, sangue na urina, inchaço facial, fraqueza e sintomas semelhantes a fadiga e sensação geral de mal-estar, febre, inchaço nos membros, arrepios, dores, sensação de frio nas extremidades, aumento da enzima hepática, análise da urina anormal, aumento dos valores de minerais na urina, proteínas na urina, aumento da enzima cardíaca e muscular, diminuição da hemoglobina, sensação de confusão e desorientação, tremores, convulsão, olhos com tom rosa, batimento cardíaco rápido, pressão arterial alta, aperto nas vias respiratórias, garganta ou cordas vocais inchadas, garganta dorida, tosse, comichão no nariz, espirros, sudação.

Muito raros (podem afectar até 1 pessoa em cada 10.000):
Inchaço à volta dos olhos, traçado cardíaco do ECG anómalo, desmaios, vómitos.

Desconhecido (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis):
Endurecimento da pele que pode afectar também os tecidos moles e os órgãos internos (fibrose sistémica nefrogénica), sensação de mal-estar.

Existem comunicações de fibrose sistémica nefrogénica (que provoca o endurecimento da pele e pode afectar também os tecidos moles e os órgãos internos).
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Gadoversetamida não deve ser utilizado durante a gravidez a menos que o estado clínico da mulher exija a utilização de gadoversetamida.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A amamentação deve ser durante pelo menos 24 horas após a administração de Gadoversetamida.
Condução
Condução
Condução:Os doentes devem ter em consideração que podem ocorrer com pouca frequência tonturas de tipo agudo que afectam a capacidade de conduzir veículos ou utilizar máquinas.
Precauções Gerais
Como com os demais agentes de contraste paramagnéticos, o aumento da IRM com gadoversetamida pode prejudicar a visualização de lesões existentes.

Algumas destas lesões podem ser vistas em IRM sem aumento de contraste.

Por isso, deve ter-se cuidado quando é efectuada a interpretação do exame com aumento de contraste na ausência de uma IRM idêntica, sem aumento de contraste.

Antes do exame, deve ter-se o cuidado de confirmar se os doentes estão suficientemente hidratados.

Também podem ocorrer reacções do foro alérgico e outras reacções idiossincráticas com a gadoversetamida, que se podem manifestar em forma de reacções cardiovasculares, respiratórias e cutâneas.

A maioria destas reacções ocorre em menos de meia hora após a administração do meio de contraste.

Como com todos os meios de contraste da mesma classe, em casos raros podem ocorrem reacções tardias (após horas ou dias); contudo, nenhuma foi referida nos ensaios clínicos completos.

Em caso de ocorrência de reacções de hipersensibilidade, deve suspender-se de imediato a administração do meio de contraste e iniciar-se o tratamento intravenoso, caso seja necessário.

Durante o exame, é necessária a supervisão de um médico e recomenda-se a introdução de um cateter permanente flexível.

Para permitir uma acção imediata em situações de emergência, devem estar imediatamente disponíveis medicamentos necessários (p. ex., epinefrina/adrenalina, teofilina, anti-histamínicos, corticosteróides e atropinas), tubo endotraqueal e ventilador.

O risco de reacções de hipersensibilidade aumenta nos seguintes casos:
- doentes com predisposição alérgica
- doentes com asma brônquica; nestes doentes aumenta especialmente o risco de broncospasmo
- doentes com antecedentes de reacções a agentes de contraste, incluindo antecedentes prévios de reacção a agentes de contraste à base de iodo
Antes da injecção de meios de contraste, os doentes devem ser inquiridos sobre se têm alergias (p.ex., alergia a marisco ou a medicamentos, febre dos fenos, urticária), se têm hipersensibilidade a meios de contraste e se têm asma brônquica.

Pode ser considerada a pré-medicação com anti-histamínicos e/ou glucocorticóides.

Deve ter-se em atenção que doentes a utilizarem beta-bloqueantes não respondem necessariamente aos beta-agonistas habitualmente utilizados no tratamento de reacções de hipersensibilidade.

Doentes com doença cardiovascular: Neste grupo de doentes, as reacções de hipersensibilidade podem ser graves.

Especialmente em doentes com doenças cardíacas graves (p.ex., insuficiência cardíaca grave, doença arterial coronária), as reacções cardiovasculares podem deteriorar-se.

No entanto, estas não foram evidentes em ensaios clínicos com Gadoversetamida.

Em doentes com epilepsia ou lesões cerebrais, a probabilidade deconvulsões durante o exame pode aumentar.

São necessárias precauções aquando do exame destes doentes (p.ex., monitorização do doente) e devem estar disponíveis equipamentos e medicamentos necessários para o tratamento rápido de possíveis convulsões.

Antes da administração de Gadoversetamida, todos os doentes devem ser despistados relativamente a disfunção renal através de análises laboratoriais.

Foram notificados casos de fibrose sistémica nefrogénica (FSN) associada à utilização de Gadoversetamida e de alguns agentes de contraste contendo gadolínio em doentes com disfunção renal grave aguda ou crónica (TFG <30ml/min/1,73m2) e/ou lesão renal aguda.

O Gadoversetamida é contra-indicado neste tipo de doentes.

Doentes que foram ou são submetidos a um transplante hepático estão particularmente em risco uma vez que a incidência da disfunção renal aguda é elevada neste grupo.

Por isso, Gadoversetamida não deve ser utilizado em doentes que foram ou são submetidos a um transplante hepático e em recém-nascidos.

O risco de desenvolver FSN em doentes com disfunção renal moderada (TFG 30-59 ml/min/1,73m2) é desconhecido.

Por isso, Gadoversetamida só deve ser utilizado após a avaliação cuidadosa do risco/benefício em doentes com disfunção renal moderada.

A gadoversetamida é dialisável.

A hemodiálise logo após a administração de Gadoversetamida pode ser útil na remoção de Gadoversetamida do corpo.

Não existem indícios que suportem o início da hemodiálise para a prevenção ou tratamento de FSN em doentes que não tenham ainda sido submetidos a hemodiálise.

Crianças e adolescentes: Gadoversetamida não deve ser administrado com um auto-injector.

A dose necessária deve ser administrada manualmente a crianças de 2 a 11 anos de idade para evitar uma sobredosagem por engano.

Gadoversetamida não deve ser utilizado em crianças com menos de 2 anos de idade.

A segurança e a eficácia não foram estudadas neste grupo etário.

Uma vez que a depuração renal da gadoversetamida pode estar diminuída nos idosos, é particularmente importante despistar os doentes com idade igual ou superior a 65 anos relativamente a disfunção renal.
Cuidados com a Dieta
Consulte o médico antes de tomar qualquer alimento ou bebida antes do exame porque pode interferir com o exame.
Terapêutica Interrompida
Não aplicável.
Cuidados no Armazenamento
Manter a seringa dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Não refrigerar ou congelar.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Gadoversetamida Testes Laboratoriais/Diagnóstico

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: Demonstrou-se que Gadoversetamida causa interferência na medição do cálcio sérico utilizando o método colorimétrico da orto-cresolftaleína complexona (OCP). Contudo, a administração de gadoversetamida não provoca uma verdadeira diminuição no cálcio sérico. Na presença de gadoversetamida, a técnica de OCP produz um valor baixo e incorrecto do cálcio plasmático. A magnitude deste artefacto de medição é proporcional à concentração de gadoversetamida no sangue, e em doentes com uma depuração renal normal podem ser obtidos valores precisos aproximadamen te 90 minutos a seguir à injecção. Em doentes com função renal comprometida, a depuração da gadoversetamida será abrandada e a interferência com a determinação do cálcio pelo método OCP será prolongada. A gadoversetamida não afecta os outros métodos de medição do cálcio sérico, tais como o método colorimétrico do arsenazo III, a espectroscopia de absorção atómica e a espectroscopia de massa com plasma conjugado por indução. - Testes Laboratoriais/Diagnóstico
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Gadoversetamida
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Gadoversetamida não deve ser utilizado durante a gravidez a menos que o estado clínico da mulher exija a utilização de gadoversetamida.

A amamentação deve ser durante pelo menos 24 horas após a administração de Gadoversetamida.

Os doentes devem ter em consideração que podem ocorrer com pouca frequência tonturas de tipo agudo que afectam a capacidade de conduzir veículos ou utilizar máquinas.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021