Flunisolida

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O que é
Flunisolida pertence à família de medicamentos conhecidos como corticosteróides (medicamentos semelhantes à cortisona).

Flunisolida é um corticosteróide sintético.

É administrado quer como um inalador de dose calibrada oral para o tratamento de asma ou como um spray nasal para o tratamento da rinite alérgica.

Os corticosteróides são hormonas que impedem ou suprimem a inflamação e respostas imunes que ocorrem naturalmente.

Quando administrado como um spray intranasal, flunisolida reduz a secreção aquosa nasal (rinorreia), congestão nasal, gotejamento pós-nasal, espirros, prurido e aveia a parte posterior da garganta que são comuns sintomas alérgicos.
Usos comuns
Flunisolida é usado para ajudar a melhorar os sintomas de asma e de controlo a função pulmonar.

Flunisolida não vai aliviar um ataque de asma que já começou.

Funciona através da prevenção da inflamação (inchaço) nos pulmões que causa o ataque de asma.
Tipo
Molécula pequena.
História
Flunisolida foi patenteado em 1958 e aprovado para uso médico em 1978.
Indicações
Para o tratamento de manutenção da asma como uma terapia profilática.
Classificação CFT

5.1.3.1 : Glucocorticóides

Mecanismo De Acção
Flunisolida é um corticosteróide sintético com propriedades anti-inflamatórias e antialérgicos.

Flunisolida é um agonista do receptor de glucocorticóides, que se liga aos receptores de glicocorticóides citoplasmáticos e, subsequentemente, se transloca para o núcleo onde se inicia a transcrição dos genes de resposta de glucocorticóide, como lipocortinas.

Lipocortinas inibir a fosfolipase A2, bloqueando assim a libertação de ácido araquidónico a partir de fosfolípidos da membrana e impedindo a síntese de prostaglandinas e leucotrienos, ambas são potentes mediadores da inflamação.
Posologia Orientativa
Salvo prescrição médica, as doses de Flunisolida recomendadas para adultos e crianças são as seguintes: adultos; a dose inicial é de 2 inalações, 2 vezes ao dia, pela manhã e a noite, de modo a se atingir a dose diária total de 1,0 mg de flunisolida, com posterior ajuste gradual da dose de manutenção, requerida para cada doente.

A dose diária máxima não deve ultrapassar 4 inalações, 2 vezes ao dia, o que corresponde a 1 dose diária de 2,0 mg de flunisolida.

Crianças de 6 a 14 anos: não se dispõe de informação suficiente para garantir a utilização de Flunitec em crianças menores de 6 anos.

Para crianças acima de 6 anos, recomendam-se 2 inalações, 2 vezes ao dia, o que corresponde a 1 dose diária de 1,0 mg de flunisolida.

Doses superiores não foram estudadas em crianças.
Administração
Não pulverizar o preparado nos olhos.

Como o efeito dos corticóides inalados, tais como a flunisolida, depende de sua utilização regular e de uma técnica de inalação adequada, os doentes devem realizar as inalações a intervalos regulares e não apenas quando julgarem necessário, como ocorre com outros aerossóis.

O efeito ótimo de Flunisolida é obtido com o uso do dispositivo espaçador para a inalação (aerocâmera).

Recomenda-se aplicar as inalações antes das refeições, bem como enxaguar a boca após a inalação.

Os doentes que, no curso de seu tratamento antiasmático, utilizam também um broncodilatador por via inalatória, devem ser instruídos a utilizarem este broncodilatador antes da flunisolida, a fim de melhorar a penetração desta última na árvore brônquica.

Após o uso do aerossol broncodilatador, deve-se aguardar certo intervalo de tempo antes de se utilizar a flunisolida.

Na presença de excesso de muco, crise asmática grave ou infecção respiratória baixa, o medicamento pode não atingir a porção inferior da árvore brônquica.

Nestes casos, deve-se adicionar ao esquema terapêutico uma medicação adequada, que permita que a flunisolida atinja as pequenas ramificações bronquiais.

A flunisolida só deve ser administrada em crianças sob rigorosa supervisão de um adulto.

A flunisolida deve ser utilizada regularmente, para que atinja sua plena eficácia.

Nos doentes que respondem ao produto, pode-se observar uma melhora da função pulmonar num prazo de 1 a 4 semanas, após o início do tratamento.

A eficácia máxima é obtida após 4 a 6 semanas de administração de doses terapêuticas.

Não há evidência de que um melhor controle da asma seja obtido com a administração de doses superiores às doses recomendadas; doses altas podem induzir supressão supra-renal.

Os doentes devem consultar o médico, caso não obtenham melhora com a flunisolida; é possível que o tratamento tenha que ser complementado com outros fármacos.

Se o doente sofrer algum stress no curso do tratamento com flunisolida (por exemplo, infecção grave, trauma, cirurgia ou exacerbação aguda da asma brônquica), deve-se administrar a dose completa; é possível que seja necessário um tratamento suplementar com esteróides sistêmicos, durante um breve período de tempo.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Flunisolida.

A flunisolida não deve ser administrada em doentes com tuberculose pulmonar, infecções micóticas bacterianas ou virais, a menos que tais enfermidades estejam sob tratamento específico.

Não se recomenda a utilização da flunisolida em crianças abaixo de 6 anos de idade, uma vez que não se dispõe de experiência significativa nesta faixa etária.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Os doentes com as vias respiratórias hiperirritáveis podem apresentar certo grau de irritação nas vias respiratórias superiores e tosse durante a inalação.

Como ocorre com outras terapêuticas inalatórias, deve-se sempre ter em mente a possibilidade de broncospasmo paradoxal.

Doses terapêuticas podem causar rouquidão e/ou monilíase (proliferação de Candida albicans) na boca e garganta, este último efeito secundário pode exigir um tratamento antimicótico.

A experiência demonstra que o desenvolvimento de monilíase pode ser minimizado, se a inalação deste medicamento for realizada antes das refeições, e que pode ser em grande parte evitado, enxaguando-se a boca após a inalação.

Mesmo assim, recomenda-se que a inalação seja feita através de um dispositivo espacador (aerocâmera), para reduzir o grau de deposição da substância na boca e garganta.

Os recém-nascidos de mães tratadas com flunisolida durante a gravidez devem ser submetidos a exames para se detectar eventual comprometimento da função supra-renal, já que esta pode ter sido prejudicada por medicamentos contendo corticóides.

Reacções musculoesqueléticas foram relatadas em 35% dos doentes submetidos a tratamentos com esteróides e que sofreram diminuição de dose, sendo este um efeito bem conhecido quando da retirada deste tipo de medicamento.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Durante o primeiro trimestre de gravidez, a flunisolida só deve ser utilizada quando absolutamente indicada. O uso da flunisolida durante a gravidez e lactação exige uma ponderação entre os benefícios da utilização do medicamento e os riscos potenciais para a mãe, embrião, feto ou lactentes.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O uso da flunisolida durante a lactação exige uma ponderação entre os benefícios da utilização do medicamento e os riscos potenciais para a mãe, embrião, feto ou lactentes.
Precauções Gerais
É importante explicar ao doente que a flunisolida é um fármaco preventivo, que deve ser utilizado regularmente e não durante a crise asmática.

A administração concomitante de corticóides sistémicos e corticóides inalados, do tipo da flunisolida, requer extrema prudência e deve ser objecto de rigorosa supervisão médica.

Deve-se tomar um cuidado especial com os doentes que estão sendo transferidos do tratamento com corticosteróides sistémicos para o tratamento com flunisolida, uma vez que ocorreram óbitos devido à insuficiência supra-renal em pacientes asmáticos, durante e após a substituição do corticóide sistémico pelo corticóide inalado.

É necessário um determinado número de meses para a recuperação da função hipotalâmica-hipofisária-supra-renal, após a supressão da corticoterapia sistémica.

Durante períodos de stress ou em caso de crise asmática grave, os pacientes que suspenderam o uso de corticóides sistémicos devem ser instruídos a retomarem a terapêutica corticóide sistémica (em altas doses) e contactarem o médico para posterior tratamento.

Os corticóides sistémicos não devem ser abandonados até que a obstrução bronquial do doente tenha alcancado uma situação estável.

O tratamento oral deve ser mantido, a princípio, inalterado, enquanto que a flunisolida deve ser inalada entre 1,0 e 2,0 mg/dia, durante no mínimo 10 dias, antes de se reduzir a dose dos corticóides sistémicos.

A transferência do tratamento sistémico para o tratamento inalatório pode induzir sintomas de supressão esteróide, como, por exemplo, dores musculares e/ou nas articulações, lassidão e mal-estar geral, apesar da manutenção ou até mesmo melhora da função respiratória.

Esta transferência pode também desmascarar situações alérgicas anteriormente suprimidas pela terapêutica corticóide sistémica, como, por exemplo, rinite, conjuntivite e eczema.

A flunisolida não é um broncodilatador e não está indicada para o tratamento básico do status antiasmático nem de outros episódios agudos de asma que requerem medidas terapêuticas intensivas.

Os pacientes devem ser instruídos a contactarem imediatamente o médico quando ocorrerem episódios de asma que não respondem aos broncodilatadores, durante o tratamento com a flunisolida.

Em doentes sensíveis, a flunisolida pode permitir o controle dos sintomas asmáticos sem supressão da função do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal.

Considerando a possibilidade de a flunisolida ser absorvida na circulação, podendo ser sistematicamente activa, os efeitos benéficos deste medicamento, no sentido de minimizar ou prevenir a disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, podem ser esperados somente quando não se excederem as doses recomendadas.

Efeitos em longo prazo em humanos são ainda desconhecidos.

Em particular, os efeitos locais da flunisolida nos processos de desenvolvimento ou imunológicos na boca, faringe, traquéia e pulmões são desconhecidos.

Não há também informação alguma a respeito de possíveis efeitos sistémicos da flunisolida em longo prazo.

Não se conhecem efeitos potenciais da flunisolida em infecções pulmonares agudas, recorrentes ou crônicas, incluindo tuberculose activa ou inativa.

Não se conhecem também efeitos potenciais da administração em longo prazo da flunisolida nos pulmões ou outros tecidos.

Nos doentes submetidos a tratamento com flunisolida, podem ocorrer infiltrados pulmonares com eosinofilia, embora seja possível que em alguns pacientes isto ocorra por causa da retirada dos esteróides sistémicos, quando da administração dos esteróides inalatórios, não podendo ser descartada a hipótese de a droga e/ou seu veículo serem os agentes causais.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Quando utilizada adequadamente, a flunisolida não é absorvida em quantidades suficientes para induzir efeitos sistémicos.

Sintomas: em caso de sobredosagem com preparados corticosteróides do tipo da flunisolida, pode ocorrer uma retenção de água e sódio, tendo como possível consequência a elevação da pressão arterial, insuficiência cardíaca aguda e, inclusive, edema pulmonar.

Tratamento: tratamento sintomático adequado.
Terapêutica Interrompida
Não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Deve evitar a exposição à varicela e sarampo, procurar assistência médica imediatamente se for exposto.

Depois da utilização deste medicamento deve enxaguar a boca com água ou escovar os dentes para remover a medicação residual da boca e garganta.

Este medicamento é um controlador da asma e não é para tratar um ataque agudo de asma.

Durante o primeiro trimestre de gravidez, a flunisolida só deve ser utilizada quando absolutamente indicada.

O uso da flunisolida durante a gravidez e lactação exige uma ponderação entre os benefícios da utilização do medicamento e os riscos potenciais para a mãe, embrião, feto ou lactentes.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024