Ergotamina + Paracetamol + Beladona (alcalóides) + Cafeína

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Medicamentos usados na enxaqueca.

A ergotamina é um alcalóide vasoconstritor utilizado nas crises de enxaqueca, quando o tratamento com anti-inflamatórios não estereoidais não proporciona efeito.

O paracetamol DCI, também conhecido por acetaminofeno, é um fármaco com propriedades analgésicas e antipiréticas utilizado essencialmente para tratar a febre e a dor leve e moderada.

Atropa belladonna L., conhecida pelo nome comum de beladona, é uma planta subarbustiva perene pertencente à família Solanaceae.

A cafeína é um composto químico de fórmula C8H10N4O2 — classificado como alcalóide do grupo das xantinas e designado quimicamente como 1,3,7-trimetilxantina.
Usos comuns
Tratamento da crise de enxaqueca.
Não está indicado para o tratamento preventivo.
Tipo
Sem informação.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento da crise de enxaqueca.
Não está indicado para o tratamento preventivo.
Classificação CFT

2.11 : Medicamentos usados na enxaqueca

Mecanismo De Acção
Paracetamol: Tem efeitos analgésicos e antipiréticos por um mecanismo não completamente esclarecido, mas que poderá ser semelhante ao dos salicilatos. Em termos de analgesia, o paracetamol poderá actuar inibindo a síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central e, em menor grau, bloqueando a génese do impulso da dor, perifericamente. A acção periférica também poderá ser atribuída à inibição da síntese de prostaglandinas ou à inibição da síntese e/ou acção de outras substâncias que sensibilizam os receptores da dor à estimulação mecânica ou química.

Cafeína: É uma metilxantina que ocorre naturalmente no chá e no café, mas que é preparada sinteticamente para uso comercial. Potencia a acção dos alcalóides da cravagem do centeio no tratamento da enxaqueca, aumentando a absorção gastrintestinal da ergotamina. A cafeína pode também contribuir para a vasoconstrição cerebral e consequente redução do fluxo sanguíneo e da tensão local do oxigénio. Tem sido utilizada associada a analgésicos como o paracetamol na terapêutica da cefaleia. A cafeína não exerce nenhum efeito analgésico intrínseco, no entanto as combinações que contêm cafeína têm sido descritas como tendo um efeito analgésico mais rápido e mais potente, permitindo reduzir as doses da substância analgésica.

Tartarato de ergotamina: É um alcalóide da cravagem do centeio que continua a ser um agente importante para o alívio sintomático da cefalalgia da enxaqueca, em particular nos doentes nos quais os fármacos do tipo da aspirina só provocam alívio incompleto. Tem efeitos farmacológicos complexos. Nas doses terapêuticas, causa vasoconstrição periférica estimulando os receptores alfa-adrenérgicos e deprimindo os centros vasomotores centrais. O mecanismo pelo qual a ergotamina actua sobre as cefaleias de etiologia vascular parece dever-se aos efeitos directos de vasoconstrição sobre as artérias carótidas externas, provocando a diminuição da amplitude do pulso. O efeito da ergotamina sobre as catecolaminas e a serotonina pode contribuir para a eficácia terapêutica.

Alcalóides da beladona: São fármacos anticolinérgicos. No entanto, as doses utilizadas neste medicamento não são suficientes para que este efeito se observe. A estase gástrica, naúseas e vómitos são sintomas e sinais presentes na maioria dos casos de enxaqueca. Os alcalóides da beladona exercem um efeito antiemético benéfico, contribuíndo para o alívio sintomático da crise.
Posologia Orientativa
Salvo diferente opinião médica, a posologia deve ser a seguinte:
Adultos: Dois comprimidos, de uma vez só, durante a aura ou no início da cefaleia. Se necessário, administrar, meia hora depois, mais um comprimido, podendo ainda repetir-se esta esma dose passada meia hora.

Adolescentes: Um comprimido durante a aura ou no início da cefaleia. Se necessário, administrar, meia hora depois, mais um comprimido.
Não está indicado em crianças menores que 12 anos.
Administração
Via oral.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade a qualquer dos componentes.
Gravidez e aleitamento, alcoolismo activo, insuficiência hepática ou renal significativa e septicémia.
Angioplastia ou cirurgia vascular recentes ou previstas, doença vascular periférica oclusiva, hipertensão não controlada, doença coronária.
Evitar o uso concomitante de macrólidos (nomeadamente a eritromicina, claritromicina e troleandomicina), os inibidores da protease (por exemplo, o ritonavir e indinavir), antifúngicos azóis (por exemplo, o cetoconazol e itraconazol) e outros fármacos inibidores do isoenzima CYP3A4 do sistema do citocromo P450.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Sistema digestivo: Podem ocorrer reacções de hipersensibilidade cutânea, sinais de irritação gástrica, náuseas, vómitos ou diarreia.

Sistema nervoso central: Podem ocorrer situações de insónia, nervosismo, vertigens, mialgias, parestesias e diminuição da força dos membros inferiores.

Sistema cardiovascular: Os efeitos de vasoconstrição podem fazer-se sentir em qualquer vaso, existindo grande variabilidade individual. Estes efeitos traduzem-se por extremidades frias, dormentes e dolorosas, com ou sem parestesias. Adicionalmente estão descritos outros sintomas tais como, ausência de pulso, bradicardia, fibrose valvular cardíaca, cianose, edema, alterações do electrocardiograma, hipertensão, isquemia, precordialgia, taquicardia, vasoespasmo.

Fenómenos de hipersensibilidade: Podem surgir reacções de hipersensiilidade cutânea, tais como prurido.

Outros: Os processos de fibrose, além das válvulas cardíacas, podem atingir o espaço retroperitoneal e o interstício pulmonar.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não utilizar durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Não utilizar durante a lactação.
Precauções Gerais
O risco de complicações está aumentado em caso de infecções graves ou insuficiência renal significativa, bem como nos idosos.
Devido à possível redução de fluxo sanguíneo cerebral, cardíaco ou periférico, não deverá ser o fármaco de escolha no idoso.
Em doentes com perturbações da ansiedade, a cafeína pode exacerbar os sintomas. Deve evitar-se o uso concomitante de bebidas contendo cafeína.
Os doentes com hipertrofia prostática, retenção urinária, doença gastrintestinal oclusiva ou glaucoma podem sofrer acções deletérias resultantes dos alcalóides da beladona.
Não aumentar a dose ou prolongar a administração devido ao perigo de ergotismo (vasoconstrição intensa), gangrena, fibrose vascular cardíaca, fibrose retroperitoneal ou fibrose peluro-pulmonar.
Cuidados com a Dieta
Deve evitar-se o uso concomitante de bebidas contendo cafeína.
Terapêutica Interrompida
Não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não utilizar durante a gravidez e lactação.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021