Cefalotina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
A Cefalotina é um antibiótico do grupo das cefalosporinas da primeira geração.

Possui acção bactericida e actua através da inibição da síntese da parede celular bacteriana.

É utilizada em infecções do tracto respiratório, infecções da pele e tecidos moles, infecções do tracto genitourinário, sepse, infecções gastrintestinais, meningite e infecções ósseas e articulares.
Usos comuns
Usado para prevenir a infecção durante a cirurgia e no tratamento de muitos tipos de infecções do sangue, ossos ou articulações, tracto respiratório, pele e do tracto urinário.
Tipo
Molécula pequena
História
Cefalotina foi a primeira cefalosporina comercializada (1964) e continua a ser amplamente utilizada.
Indicações
Infecções graves causadas por cepas susceptíveis dos micro-organismos.

Infecções do tracto respiratório causadas por Streptococcus pneumoniae, estafilococos (produtores e não produtores de penicilinase), Streptococcus pyogenes, Klebsiella sp. e Haemophilus influenzae.

Infecções da pele e tecidos moles causadas por estafilococos (produtores e não produtores de penicilinase), Streptococcus pyogenes, Escherichia coli, Proteus mirabilis e Klebsiella sp. infecções do tracto geniturinário causadas por Escherichia coli, Proteus mirabilis e Klebsiella sp. Septicemia causada por Streptococcus pneumoniae, estafilococos (produtores e não produtores de penicilinase), Streptococcus pyogenes, Streptococcus viridans, Escherichia coli, Proteus mirabilis e Klebsiella sp. infecções gastrintestinais causadas por Salmonella sp. e Shigella sp. Meningite causada por Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes e estafilococos (produtores e não produtores de penicilinase).

Infecções ósseas e articulares causadas por estafilococos (produtores e não produtores de penicilinase).

Profilaxia cirúrgica: em procedimentos cirúrgicos contaminados ou potencialmente contaminados.
Classificação CFT

N.D.

Mecanismo De Acção
A cefalotina (INN) ou cefalotina (USAN) é um semi-sintética de cefalosporina de primeira geração com um largo espectro de actividade antibiótica que é administrada parentericamente.

A actividade bactericida da cefalotina resultados da inibição da síntese da parede celular por meio de afinidade de proteínas de ligação à penicilina (PBPs).

Os PLPs são transpeptidases que são vitais na biossíntese do peptidoglicano.

Portanto, a sua inibição previne este compenente da parede celular vital de ser adequadamente sintetizado.
Posologia Orientativa
As doses são dadas em termos de Cefalotina.

Adultos e adolescentes:
Pneumonia não complicada; infecção do tracto urinário; furunculose com celulite: 500 mg a cada 6 horas, via intramuscular ou intravenosa.

Profilaxia cirúrgica (via intravenosa):
a) 2 gramas, 30 a 60 minutos antes do início da cirurgia;
b) 2 gramas durante a cirurgia com duração de 2 horas ou mais;
c) 2 gramas a cada 6 horas, após a cirurgia, durante até 48 horas.

Outras infecções: 500 mg a 2 g a cada 4 a 6 horas, via intramuscular ou intravenosa.

Limite de doses para adultos: 12 g por dia.

Adultos com Diminuição da Função Renal: Após uma dose inicial de 1 a 2 g por via intravenosa, pode ser necessário o ajuste da dose.

Infecções bacterianas em geral: 20 a 40 mg por Kg de peso, a cada 6 horas, por via intramuscular ou intravenosa; ou 12 a 25 mg por Kg de peso, a cada 4 horas, por via intramuscular ou intravenosa.
Administração
Via Intramuscular e intravenosa.
Contra-Indicações
A Cefalotina é contra-indicada para pacientes com histórico de reacções alérgicas a antibióticos do grupo das cefalosporinas, penicilina, derivados da penicilina e penicilamina.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Em casos de hipersensibilidade, poderão ocorrer erupções cutâneas maculopapulosas, urticária, reacções semelhantes às da doença do soro e anafilaxia.

Eosinofilia e febre medicamentosa foram observadas associadas a outras reacções alérgicas.

Há maior probabilidade dessas reacções ocorrerem em pacientes com história de alergia, particularmente à penicilina.

Sangue:
Têm sido observadas neutropenia, trombocitopenia e anemia hemolítica.
Foram relatados resultados positivos nos testes de Coombs directos, realizados durante a terapia com Cefalotina.

Fígado:
Foi notada uma elevação transitória na transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) e na fosfatase alcalina.

Rins:
Foram observadas elevação de nitrogênio uréico no sangue (BUN) e diminuição do clearance de creatinina, particularmente em pacientes que apresentaram insuficiência renal anterior.
O papel da Cefalotina nas alterações renais é difícil de ser estabelecido, em vista de ter sido geralmente notada a presença de outros factores que predispõem à uremia ou à insuficiência renal aguda.

Reacções locais:
Dor, enduração, sensibilidade e elevação da temperatura têm sido relatadas após injecções intramusculares repetidas.
Tem ocorrido tromboflebite, geralmente associada a doses diárias acima de 6 gramas, administradas por infusão contínua por mais de 3 dias.

Gastrintestinais:
Podem aparecer sintomas de colite pseudomembranosa durante ou após o tratamento.
Diarreia, náuseas e vómitos têm sido relatados raramente.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Este medicamento só deverá ser usado durante a gravidez se absolutamente necessário.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:As cefalosporinas são excretadas em pequenas doses no leite materno. Não foram, contudo, documentados problemas.
Precauções Gerais
Antes que a terapia com Cefalotina seja instituída, deve-se fazer uma pesquisa cuidadosa quanto a reacções anteriores de hipersensibilidade às cefalosporinas, penicilinas, derivados da penicilina e penicilamina.

Reacções agudas e graves de hipersensibilidade podem requerer epinefrina (adrenalina) e outras medidas de emergência.

Há alguma evidência clínica e laboratorial de alergenicidade cruzada parcial entre as penicilinas e as cefalosporinas.

Pacientes têm demonstrado reacções graves (incluindo anafilaxia) a ambas as drogas.

Qualquer paciente que tenha demonstrado alguma forma de alergia, particularmente a drogas, deve receber antibióticos cautelosamente e quando absolutamente necessário.

Foi relatada colite pseudomembranosa com todos os antibióticos de amplo espectro.

Portanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que apresentarem diarreia associada ao uso de antibiótico.

Essas colites podem variar em gravidade de leve a gravíssima.

O tratamento com antibiótico de amplo espectro altera a flora normal do cólon e pode permitir o crescimento de clostrídeos.

Os estudos indicam que a toxina produzida pelo Clostridium difficile é a causa principal de colite associada ao uso de antibiótico.

Casos leves de colite pseudomembranosa usualmente respondem só com a interrupção do tratamento.

Em casos de colite moderada a grave, o tratamento deve incluir sigmoidoscopia, estudos bacteriológicos apropriados e suplementação de líquidos, electrólitos e proteínas.

Quando não há melhora após a interrupção da droga ou quando a colite é grave, a vancomicina oral é a droga de escolha para o tratamento de colite pseudomembranosa causada por Clostridium difficile, associada ao uso de antibiótico.

Outras causas de colites devem ser excluídas.

A administração inapropriada de altas doses de cefalosporinas parenterais pode causar convulsões, particularmente em pacientes com insuficiência renal.

A Cefalotina não tem demonstrado ser nefrotóxica; contudo, concentrações séricas altas e prolongadas do antibiótico podem ocorrer com doses usuais em pacientes com redução da função renal.

Nestes casos, as doses devem ser reduzidas de acordo com o clearance de creatinina.

Quando doses intravenosas de Cefalotina maiores que 6 gramas diárias são administradas por infusão contínua, por períodos superiores a 3 dias, poderá haver o aparecimento de tromboflebite, devendo-se, por este motivo, usar as veias alternadamente.

O uso prolongado de Cefalotina poderá resultar em crescimento excessivo de micro-organismos resistentes, sendo essencial a constante observação do paciente.

Se durante a terapia ocorrer uma superinfeção, devem-se tomar as medidas apropriadas.

A Cefalotina pode falsamente elevar a concentração da creatinina no soro e na urina, quando determinada pela reacção de Jaffé.

Antibióticos de amplo espectro devem ser prescritos com cautela a pacientes com histórico de doença gastrintestinal, particularmente colite.

Pacientes idosos têm maior probabilidade de ter a função renal diminuída, por isso recomenda-se a avaliação da função renal destes pacientes antes que se inicie a terapia com Cefalotina.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Tratamento:
Em casos de sobredosagem, deve-se considerar a possibilidade de superdoses de múltiplas drogas, interacção entre drogas e cinéticas pouco comuns de drogas no doente.

Se ocorrerem convulsões, o medicamento deverá ser imediatamente suspenso; uma terapia anticonvulsivante deverá ser administrada se clinicamente indicada.

Proteger a passagem de ar do paciente e manter a ventilação e perfusão.

Monitorar meticulosamente os sinais vitais do paciente, gases sanguíneos e electrólitos séricos.

Em caso de sobredosagem grave, pode ser considerado o uso de hemodiálise.
Terapêutica Interrompida
Não utilizar uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
O medicamento, em sua apresentação original, deve ser armazenado em temperatura ambiente (15° a 30°C).

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefalotina Aminoglicosídeos

Observações: n.d.
Interacções: Um aumento na incidência de nefrotoxicidade foi relatado após a administração concomitante de antibióticos cefalosporínicos e aminoglicosídeos. - Aminoglicosídeos
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefalotina Probenecida

Observações: n.d.
Interacções: A probenecida aumenta as concentrações de Cefalotina e pode aumentar os riscos de toxicidade. - Probenecida
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefalotina Cefalosporinas

Observações: n.d.
Interacções: Um aumento na incidência de nefrotoxicidade foi relatado após a administração concomitante de antibióticos cefalosporínicos e aminoglicosídeos. - Cefalosporinas
Usar com precaução

Gluconato de cálcio Cefalotina

Observações: São exemplos de agentes oxidantes os peróxidos, nitratos, bromatos, cromatos, cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos.
Interacções: Foram notificados casos de incompatibilidade física com anfotericina, cefalotina sódica, ceftriaxona, cefazolina sódica, nafato de cefamandol, novobiocina sódica, cloridrato de dobutamina, proclorperazina e tetraciclinas. - Cefalotina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Tobramicina Cefalotina

Observações: n.d.
Interacções: Outros medicamentos que foram relatados como aumentando a potencial toxicidade dos aminoglicosidos administrados por via parentérica, incluem: Anfotericina B, cefalotina, ciclosporina, tacrolimus, polimixinas (risco de nefrotoxicidade aumentada); Compostos de platina (risco de nefrotoxicidade e ototoxicidade aumentado); Anticolinesterases, toxina botulínica (efeitos neuromusculares). - Cefalotina
Usar com precaução

Estreptomicina Cefalotina

Observações: n.d.
Interacções: Associação necessitando de precaução no emprego: Cefalotina: Deve vigiar-se a função renal, uma vez que o aumento da nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos pela cefalotina é discutível. - Cefalotina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Cefalotina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Este medicamento só deverá ser usado durante a gravidez se absolutamente necessário.

As cefalosporinas são excretadas em pequenas doses no leite materno.
Não foram, contudo, documentados problemas.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024