Bivalirudina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Bivalirudina, que é um medicamento antitrombótico.
Os antitrombóticos são medicamentos que evitam a formação de coágulos de sangue (trombose).
Usos comuns
É utilizado para tratar doentes:
Com dores no peito devido a doença cardíaca (Síndrome Coronária Aguda – SCA)
Submetidos a cirurgia para tratamento de bloqueios dos vasos sanguíneos (angioplastia e/ou intervenção coronária percutânea - ICP).
Tipo
Biotecnologia.
História
Sem informação.
Indicações
Este medicamento é indicado como anticoagulante em doentes adultos sujeitos a intervenção coronária percutânea (ICP), incluindo doentes com enfarte do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI - ST segment elevation myocardial infarction) a ser sujeitos a ICP primária.
Também é indicado para o tratamento de doentes adultos com angina instável/ enfarte do miocárdio sem elevação do segmento ST (UA/NSTEMI - Unstable angina/non-ST segment elevation myocardial infarction) propostos para intervenção urgente ou precoce.
Classificação CFT

4.3.1.4 : Outros anticoagulantes

Mecanismo De Acção
Bivalirudina, um inibidor da trombina, directo e específico, que se liga ao sítio activo e à zona externa de ligação aos aniões, tanto da trombina solúvel, como da trombina ligada ao coágulo.
A trombina desempenha um papel fundamental no processo trombótico, actuando pela clivagem do fibrogénio em monómeros de fibrina e pela activação do factor XIII em factor XIIIa, permitindo assim que a fibrina desenvolva uma matriz de ligações covalentes cruzadas, que estabiliza o trombo. A trombina também activa os factores V e VIII, promovendo uma formação adicional de trombina, e activa as plaquetas, estimulando a agregação e a libertação dos grânulos. A bivalirudina inibe cada um destes efeitos da trombina.
A ligação da bivalirudina à trombina, e logo a sua actividade, é reversível visto que a trombina efectua uma clivagem lenta da ligação Arg3-Pro4 da bivalirudina, resultando na recuperação da funcionalidade do sítio activo da trombina. Assim, a bivalirudina actua inicialmente como um inibidor total não-competitivo da trombina, mas modifica-se ao longo do tempo para se tornar num inibidor competitivo. Desta forma, permite que as moléculas de trombina inicialmente inibidas interajam com outros substratos da coagulação e, se necessário, que esta se dê.
Estudos in vitro indicam que a bivalirudina inibe a trombina solúvel (livre) e a ligada ao coágulo. A bivalirudina permanece activa, não se deixando neutralizar por produtos da reacção de libertação das plaquetas.
Estudos in vitro demonstraram ainda que a bivalirudina prolonga o tempo de tromboplastina parcial activado (aPTT), o tempo de trombina (TT) e o tempo da protrombina (PT) do plasma humano normal de uma forma dependente da concentração, e que a bivalirudina não induz a resposta de agregação plaquetária contra soros de doentes com antecedentes de Trombocitopenia/Síndrome Trombótica Induzida por Heparina (HIT/HITTS – Heparin-Induced Thrombocytopenia / Thrombosis Syndrome).
Em voluntários saudáveis e em doentes, a bivalirudina apresenta uma actividade anticoagulante dependente da dose e da concentração, conforme se pode verificar pelo prolongamento de TCA, aPTT, PT, INR e TT. A administração intravenosa da bivalirudina produz um efeito anticoagulante mensurável num período de minutos.
Posologia Orientativa
Conforme prescrição médica.
Administração
Administrado por via intravenosa (IV).
Este medicamento deve ser reconstituído inicialmente para se obter uma solução de 50 mg/ml de bivalirudina. O produto reconstituído deve então ser novamente diluído para um volume total de 50 ml, para se obter uma solução de 5 mg/ml de bivalirudina.
O produto reconstituído e diluído deve ser cuidadosamente misturado antes da administração.
Bivalirudina é administrada num regime baseado no peso corporal que consiste num bolus inicial (administrado por injecção intravenosa rápida) seguido de uma perfusão IV.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Bivalirudina.
Hemorragia activa ou risco acrescido de hemorragia devido a perturbações na hemostase e/ou perturbações irreversíveis da coagulação.
Hipertensão grave não controlada.
Endocardite bacteriana subaguda.
Insuficiência renal grave (TFG <30ml/min) e doentes hemodialisado.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
O efeito secundário grave mais frequente (pode afectar até 1 em cada 10 pessoas) do tratamento com este medicamento é a hemorragia grave que pode ocorrer em qualquer parte no corpo (por exemplo, estômago, sistema digestivo (incluindo vomitar sangue ou ter sangue nas fezes), abdómen, pulmões, virilha, bexiga, coração, olhos, ouvidos, nariz ou cérebro).

Esta situação pode, raramente, causar um acidente vascular cerebral ou ser fatal.
Inchaço ou dor na virilha ou no braço, dor de costas, formação de nódoas negras, dores de cabeça, tossir sangue, urina cor-de-rosa ou vermelha, transpiração, sensação de ir desmaiar, enjoo ou tonturas devido a uma tensão arterial baixa podem ser sinais de hemorragia interna. É mais provável que ocorra hemorragia quando este medicamento é administrado em associação com outros anticoagulantes ou antitrombóticos.

- Hemorragia e nódoas negras no local da injecção (após tratamento por ICP) podem ser dolorosas. Em casos raros, podem exigir cirurgia para reparar o vaso sanguíneo na virilha (fístula, pseudoaneurisma) (podem afectar até 1 em cada 1.000 pessoas).
Em casos pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas), o número de plaquetas pode ser baixo o que pode agravar qualquer hemorragia. A hemorragia das gengivas (pouco frequente, pode afectar até 1 em cada 100 pessoas) geralmente não é grave.

- Reacções alérgicas são pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas) e geralmente não são graves, mas podem agravar-se em algumas circunstâncias e, em casos raros, podem ser fatais devido a tensão arterial baixa (choque). Podem começar com sintomas limitados como comichão, vermelhidão da pele, erupção na pele ou pequenas elevações da pele.
Ocasionalmente, estas reacções podem ser mais graves com comichão na garganta, aperto na garganta, inchaço dos olhos, da face, da língua ou dos lábios, sons sibilantes ao inspirar (estridor), dificuldade em respirar ou a expirar (pieira).

- Trombose (coágulo de sangue), um efeito secundário pouco frequente (pode afectar até 1 em cada 100 pessoas) que pode resultar em complicações graves ou fatais, tais como ataque de coração.
A trombose inclui trombose da artéria coronária (coágulo de sangue nas artérias do coração ou num stent que é sentido como um ataque cardíaco que também pode ser fatal) e/ou trombose no cateter, em que ambos são raros (podem afectar até 1 em cada 1.000 pessoas).

Caso detecte quaisquer dos seguintes efeitos secundários, potencialmente menos graves:
- Enquanto estiver no hospital: avise o médico ou enfermeiro imediatamente
- Depois de ter alta do hospital: consulte primeiro o médico.
Se não conseguir contactar o médico dirija-se imediatamente às urgências do hospital mais próximo.

Efeitos secundários muito frequentes (podem afectar mais do que 1 em cada 10 pessoas)
- Hemorragia menor

Efeitos secundários frequentes (podem afectar até 1 em cada 10 pessoas):
- Anemia (contagem baixa das células do sangue)
- Hematoma (nódoas negras)

Efeitos secundários pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas):
- náuseas (indisposição) e/ou vómitos

Efeitos secundários raros (podem afectar até 1 em cada 1.000 pessoas):
- aumento dos valores do teste da INR (resultado da análise ao sangue para a varfarina)
- angina ou dor no peito
- batimento lento do coração
- batimento rápido do coração
- falta de ar
- lesão resultante da reperfusão (refluxo lento ou ausente): perturbação do fluxo do sangue nas artérias do coração após terem sido novamente abertas.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não deve ser utilizado durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Este medicamento poderá ser administrado com precaução a mulheres que amamentam.
Precauções Gerais
- se ocorrer hemorragia (neste caso, o tratamento com este medicamento será interrompido).
Durante todo o tratamento, o médico irá acompanhá-lo para detectar quaisquer sinais de hemorragia.
- se já tiver sido tratado com medicamentos semelhantes à Bivalirudina (ex. lepirudina).
- antes de iniciar a injecção ou a perfusão, o médico informá-lo-á sobre os sinais de reacção alérgica. Este tipo de reacção é pouco frequente (pode afectar até 1 em cada 100 pessoas).
- se estiver a ser submetido a um tratamento por radiação nas veias que fornecem sangue ao coração (tratamento chamado braquiterapia beta ou gama).
Após ser tratado com este medicamento devido a um acontecimento cardíaco, deve permanecer no hospital durante pelo menos 24 horas e deve ser monitorizado para detecção de quaisquer sintomas ou sinais semelhantes aos que lhe lembram o seu acontecimento cardíaco e resultaram na sua hospitalização.
Cuidados com a Dieta
Evite beber álcool.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Pó liofilizado: Não conservar acima de 25°C.
Solução reconstituída: Conservar no frigorífico (2°C – 8°C). Não congelar.
Solução diluída: Não conservar acima de 25°C. Não congelar.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Bivalirudina Ácido Acetilsalicílico

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Ácido Acetilsalicílico
Sem efeito descrito

Bivalirudina Ticlopidina

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Ticlopidina
Sem efeito descrito

Bivalirudina Clopidogrel

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Clopidogrel
Sem efeito descrito

Bivalirudina Abciximab

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Abciximab
Sem efeito descrito

Bivalirudina Eptifibatida

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Eptifibatida
Sem efeito descrito

Bivalirudina Tirofibano

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. - Tirofibano
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Bivalirudina Anticoagulantes orais

Observações: n.d.
Interacções: Do conhecimento existente sobre o respectivo mecanismo de ação, a utilização combinada de medicamentos anticoagulantes (heparina, varfarina, trombolíticos ou antiagregantes plaquetários) poderá aumentar o risco de hemorragia. Em qualquer dos casos, quando a bivalirudina se combina com um inibidor da agregação plaquetária ou um medicamento anticoagulante, os parâmetros clínicos e biológicos de hemostase devem ser regularmente monitorizados. - Anticoagulantes orais
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Bivalirudina Varfarina

Observações: n.d.
Interacções: Do conhecimento existente sobre o respectivo mecanismo de ação, a utilização combinada de medicamentos anticoagulantes (heparina, varfarina, trombolíticos ou antiagregantes plaquetários) poderá aumentar o risco de hemorragia. Em qualquer dos casos, quando a bivalirudina se combina com um inibidor da agregação plaquetária ou um medicamento anticoagulante, os parâmetros clínicos e biológicos de hemostase devem ser regularmente monitorizados. - Varfarina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Bivalirudina Heparinas

Observações: n.d.
Interacções: Do conhecimento existente sobre o respectivo mecanismo de ação, a utilização combinada de medicamentos anticoagulantes (heparina, varfarina, trombolíticos ou antiagregantes plaquetários) poderá aumentar o risco de hemorragia. Em qualquer dos casos, quando a bivalirudina se combina com um inibidor da agregação plaquetária ou um medicamento anticoagulante, os parâmetros clínicos e biológicos de hemostase devem ser regularmente monitorizados. - Heparinas
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Bivalirudina Trombolíticos

Observações: n.d.
Interacções: Do conhecimento existente sobre o respectivo mecanismo de ação, a utilização combinada de medicamentos anticoagulantes (heparina, varfarina, trombolíticos ou antiagregantes plaquetários) poderá aumentar o risco de hemorragia. Em qualquer dos casos, quando a bivalirudina se combina com um inibidor da agregação plaquetária ou um medicamento anticoagulante, os parâmetros clínicos e biológicos de hemostase devem ser regularmente monitorizados. - Trombolíticos
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Bivalirudina Antiagregantes plaquetários

Observações: n.d.
Interacções: Foram conduzidos estudos de interacção com inibidores da agregação plaquetária, incluindo ácido acetilsalicílico, ticlopidina, clopidogrel, abciximab, eptifibatide ou tirofiban. Os resultados não sugerem quaisquer interacções farmacodinâmicas com estes medicamentos. Do conhecimento existente sobre o respectivo mecanismo de ação, a utilização combinada de medicamentos anticoagulantes (heparina, varfarina, trombolíticos ou antiagregantes plaquetários) poderá aumentar o risco de hemorragia. Em qualquer dos casos, quando a bivalirudina se combina com um inibidor da agregação plaquetária ou um medicamento anticoagulante, os parâmetros clínicos e biológicos de hemostase devem ser regularmente monitorizados. - Antiagregantes plaquetários
Sem efeito descrito

Cangrelor Bivalirudina

Observações: Os estudos de interacção só foram realizados em adultos. Efeitos farmacodinâmicos: O cangrelor demonstra inibir a ativação e agregação de plaquetas como indicado por agregometria (transmissão e impedância luminosa), ensaios no ponto de cuidados como o teste VerifyNow P2Y12™, o ensaio VASP-P e citometria de fluxo. Após a administração de um bolus de 30 microgramas/kg seguido de uma perfusão de 4 microgramas/kg/min (a dose para ICP), observou-se inibição plaquetária ao fim de dois minutos. O efeito farmacocinético/farmacodinâmico (PK/PD) do cangrelor mantém-se constante durante todo o período da perfusão. Independentemente da dose, após cessação da perfusão, os níveis sanguíneos de cangrelor diminuem rapidamente e a função plaquetária normaliza no período de uma hora.
Interacções: Bivalirudina, heparina de baixo peso molecular, fondaparinux e inibidores da GP IIb/IIIa: Em estudos clínicos, o cangrelor foi co-administrado com bivalirudina, heparina de baixo peso molecular, fondaparinux e inibidores da GP IIb/IIIa (abciximab, eptifabatide, tirofibano) sem haver um efeito aparente sobre a farmacocinética ou a farmacodinâmica de cangrelor. - Bivalirudina
Sem efeito descrito

Prasugrel Bivalirudina

Observações: n.d.
Interacções: Embora não tenha sido avaliado em estudos específicos de interacção, no estudo clínico de fase 3, Prasugrel foi co-administrado com heparina de baixo peso molecular, bivalirudina e inibidores da GP IIb/IIIa (não há informação disponível sobre o tipo de inibidores GP IIb/IIIa utilizados) sem evidência de interacções adversas de relevância clínica. - Bivalirudina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Bivalirudina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não deve ser utilizado durante a gravidez.

Este medicamento poderá ser administrado com precaução a mulheres que amamentam.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021