Adenosina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
A Adenosina é um nucleosídeo, formado pela união de uma adenina e uma ribose.

Isoladamente é o principal vasodilatador produzido na microcirculação.

Na forma de Adenosina tri-fosfato (ATP) e Adenosina difosfato (ADP) actua no metabolismo energético dos organismos.

Sob a forma de adenosina monofosfato cíclico (AMPc), colabora nas vias de sinalizacção intracelular.

Na medicina, é utilizada por via endovenosa para reversão de taquiarritmias com QRS estreito ou como agente farmacológico para causar estresse em determinados exames complementares.
Usos comuns
Tratar a taquicardia supra-ventricular, um certo tipo de arritmia cardíaca.

A Adenosina é um antiarrítmico. Funciona diminuindo a condução eléctrica do coração, diminuindo o ritmo cardíaco, ou para o normalizar.
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Rápida conversão para ritmo sinusal normal, das taquicardias paroxísticas supraventriculares, incluindo as associadas a vias acessórias (sindroma de Wolff-Parkinson-White).

Indicações de diagnóstico
Auxiliar no diagnóstico de taquicardias supraventriculares de complexos finos.

Embora este medicamento não seja eficaz na conversão do flutter auricular, fibrilhação auricular, ou da taquicardia ventricular para ritmo sinusal, o retardamento da condução aurículo-ventricular (AV) facilita o diagnóstico da actividade auricular.

Melhoria da sensibilidade dos estudos electrofisiológicos intracavitários.
Classificação CFT

3.2.5 : Outros antiarrítmicos

Mecanismo De Acção
Nucleósido endógeno com efeito vasodilatador / antiarrítmico periférico.

A Adenosina é um nucleósido purínico presente em todas as células do corpo.

Estudos de farmacologia animal realizados em diversas espécies demonstraram que a Adenosina tem um efeito dromotrópico negativo ao nível do nódulo aurículo-ventricular (AV).

No homem, a Adenosina quando administrado por injecção endovenosa rápida, retarda a condução através do nódulo AV.

Esta acção pode interromper os circuitos de reentrada envolvendo o nódulo AV e repôr o ritmo sinusal normal em doentes com taquicardias supraventriculares paroxisticas.

Uma vez interrompido o circuito, a taquicardia pára e o ritmo sinusal normal é restabelecido.

Uma única interrupção do circuito é, geralmente, suficiente para parar a taquicardia.

Dado que a fibrilhação auricular e o flutter auricular não envolvem o nódulo AV como parte do circuito de reentrada, a Adenosina não eliminará estas arritmias.

Com o retardamento transitório da condução AV, é mais fácil a avaliação da actividade auricular nos registos do ECG e, portanto, o uso deste medicamento pode auxiliar o diagnóstico das taquicardias complexas.

Este medicamento pode ser muito útil durante os estudos electrofisiológicos para determinação do local do bloqueio AV, ou para determinar em certos casos de pré-excitação, se a condução ocorre através de uma via acessória ou via nódulo AV.
Posologia Orientativa
Adultos:
Dose inicial: 3 mg administrados em bólus endovenoso rápido (durante 2 segundos).

2ª dose: se com a 1ª dose não se conseguir a supressão da taquicardia supraventricular nos primeiros 1 a 2 minutos, devem ser administrados 6 mg também em bólus endovenoso rápido.

3ª dose: se com a 2ª dose não se conseguir a supressão da taquicardia supraventicular nos primeiros 1 a 2 minutos, devem ser administrados 12 mg também em bólus endovenoso rápido.
Administração
Destina-se exclusivamente para uso hospitalar.
Deve ser administrado em injecção endovenosa rápida (bólus)
Contra-Indicações
- Hipersensibilidade à Adenosina
- Bloqueio átrio-ventricular (AV) de segundo ou terceiro grau, doença do nódulo sinusal, excepto em doentes com um pacemaker artificial funcional
- Síndroma de QT longo
- Hipotensão grave
- Angina instável não correctamente estabilizada com terapêutica médica
- Estados descompensados de insuficiência cardíaca
- Doença pulmonar obstrutiva crónica com evidência de broncospasmo (por ex. asma brônquica).
- Uso concomitante de dipiridamol
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Perturbações do foro psiquiátrico
– Pouco frequentes: nervosismo

Doenças do sistema nervoso
– muito frequentes: cefaleias
– frequentes: tonturas, aturdimento, parestesia
– raros: tremores, sonolência
– desconhecidos: perda de consciência/síncope, convulsões, especialmente em doentes predispostos.

Afecções oculares:
– raros: visão enevoada

Afecções do ouvido e do labirinto
– raros: tinitus

Cardiopatias
– frequentes: hipotensão por vezes grave, depressão do segmento ST, taquicardia ventricular persistente ou não, bloqueio AV.
Se se desenvolver um bloqueio AV de segundo ou terceiro grau persistente, a perfusão deve ser descontinuada.
Se ocorrer um bloqueio AV de primeiro grau, o doente deve ser cuidadosamente observado, dado que um quarto dos doentes irá progredir para um bloqueio de grau superior.
– pouco frequentes: bradicárdia, por vezes grave
– desconhecidos: assistolia/paragem cardíaca, (por vezes fatal, especialmente em doentes com perturbações subjacentes cardíacas ou doença isquémica cardíaca) taquicardia sinusal, fibrilhação auricular, fibrilhação ventricular.

Vasculopatias:
– muito frequentes: rubor

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
– muito frequentes: dispneia (ou a necessidade de respirar profundamente)
– raros: broncospasmo, congestão nasal
– muito raros: insuficiência respiratória.
– desconhecidos: apneia/paragem respiratória
Foram notificados casos fatais de paragem respiratória, de broncospasmos, e de apneia/paragem respiratória.

Doenças gastrointestinais:
– muito frequentes: desconforto abdominal
– frequentes: boca seca
– pouco frequentes: gosto metálico
– desconhecidos: náuseas, vómitos

Doenças renais e urinárias
– raros: urgência miccional

Doenças dos órgãos genitais e da mama
– raros: desconforto dos mamilos

Perturbações gerais e alterações no local de administração
– muito frequentes: dor ou pressão no peito, sensação de constrição torácica/opressão
– frequentes: desconforto da garganta, pescoço e do maxilar.
– pouco frequentes: sudação, desconforto nas pernas, braços ou costas, astenia, sensação de desconforto generalizada.
– muito raros: reacções no local da injecção.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não utilizar este medicamento durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Não utilizar este medicamento durante a amamentação.
Precauções Gerais
Antes do tratamento com este medicamento deve ter em atenção o facto de este poder causar uma hipotensão significativa, o medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com estenose coronária principalmente esquerda, hipovolémia não corrigida, doença valvular estenótica cardíaca, derivação da esquerda para a direita, pericardite ou derrame pericárdico, disfunção autonómica ou doença arterial estenótica carotídea com insuficiência cerebrovascular.

A perfusão deste medicamento deve ser descontinuada em qualquer doente que desenvolva uma hipotensão persistente ou sintomática.

Este medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com enfarte do miocárdio recente ou insuficiência cardíaca grave.

Este medicamento deve ser utilizado com precaução em doentes com alterações menores da condução (bloqueio AV de primeiro grau, bloqueio completo de ramo) que podem ser temporariamente agravadas durante a perfusão.

Quando em doentes susceptíveis a convulsões, ter em atenção que a Adenosina tem estado ligada ao desencadeamento das mesmas.

Dado que nem os rins nem o fígado estão envolvidos na degradação da Adenosina exógena, a eficácia deste medicamento não é afectada pela insuficiência hepática ou renal.

Uma vez que o dipiridamol é um conhecido inibidor da captação da Adenosina, pode potenciar a acção deste medicamento.

Recomenda-se que este medicamento não seja administrado a doentes que se encontrem a receber dipiridamol; se a utilização deste medicamento for essencial, a sua dose deverá ser reduzida.

Quando administrado a doentes com fibrilhação atrial ou flutter e sobretudo naqueles com um bypass acessório, este medicamento deve ser utilizado com precaução visto que, e em particular estes últimos, podem desenvolver um aumento da condução ao longo da via anómala.

Têm sido referidos casos raros de bradicardia grave.

Alguns ocorreram em doentes recentemente transplantados; nos outros casos estava presente uma doença sinoatrial oculta.

A ocorrência de bradicardia grave deve ser tomada como um aviso de doença subjacente e deve levar à descontinuação do tratamento.

A bradicardia grave favoreceria a ocorrência de torsades de pointes, especialmente em doentes com intervalos QT prolongados.

Presentemente, nenhum caso de torsades de pointes tem sido referido quando a Adenosina é administrada por perfusão contínua.

Se ocorrer insuficiência respiratória (potencialmente fatal), assístolia/paragem cardíaca (potencialmente fatal), angina, bradicardia ou hipotensão grave o tratamento deve ser descontinuado.
Cuidados com a Dieta
Alimentos e bebidas contendo xantinas (chá, café, chocolate e cola) devem ser evitados, pelo menos, durante 12 horas antes do uso deste medicamento.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Este medicamento será guardado pelo Médico, Enfermeiro ou Farmacêutico em lugar seguro fora do alcance e da vista das crianças.

Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
Não refrigerar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Adenosina Dipiridamol

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: O dipiridamol, conhecido como inibidor da captação da adenosina, pode potenciar a acção do Adenosina; num estudo com dipiridamol demonstrou-se que este aumenta em quatro vezes a acção da adenosina. Recomenda-se que a adenosina não seja utilizada em doentes medicados com o dipiridamol; se o uso de Adenosina for essencial, o dipiridamol deve ser interrompido 24 horas antes da utilização ou a dose de Adenosina deve ser grandemente reduzida. - Dipiridamol
Não recomendado/Evitar

Adenosina Aminofilina

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: A aminofilina, a teofilina e as outras xantinas, como a cafeína, são antagonistas competitivos da adenosina e devem ser evitadas durante as 24 horas anteriores ao uso de Adenosina. - Aminofilina
Não recomendado/Evitar

Adenosina Teofilina

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: A aminofilina, a teofilina e as outras xantinas, como a cafeína, são antagonistas competitivos da adenosina e devem ser evitadas durante as 24 horas anteriores ao uso de Adenosina. - Teofilina
Não recomendado/Evitar

Adenosina XANTINAS (Derivados da Metilxantina)

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: A aminofilina, a teofilina e as outras xantinas, como a cafeína, são antagonistas competitivos da adenosina e devem ser evitadas durante as 24 horas anteriores ao uso de Adenosina. - XANTINAS (Derivados da Metilxantina)
Não recomendado/Evitar

Adenosina Cafeína

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: A aminofilina, a teofilina e as outras xantinas, como a cafeína, são antagonistas competitivos da adenosina e devem ser evitadas durante as 24 horas anteriores ao uso de Adenosina. - Cafeína
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Nicotina Adenosina

Observações: Não foram definitivamente estabelecidas interações clínicas relevantes entre a terapia de substituição nicotínica e outros fármacos. Os profissionais de saúde devem recordar que a supressão do hábito de fumar pode requerer o ajustamento de alguns medicamentos.
Interacções: Contudo, é possível que a nicotina potencie os efeitos hemodinâmicos da adenosina. - Adenosina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Dipiridamol Adenosina

Observações: n.d.
Interacções: O Dipiridamol aumenta os níveis plasmáticos e os efeitos cardiovasculares da adenosina. O reajuste da dose de adenosina deverá ser considerado. - Adenosina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Adenosina Chocolate

Observações: A adenosina pode interferir com medicamentos com tendência para interferir com a condução cardíaca.
Interacções: Alimentos e bebidas contendo xantinas (chá, café, chocolate e cola) devem ser evitados, pelo menos, durante 12 horas antes do uso de Adenosina. - Chocolate
Usar com precaução

Cloreto taloso (201Tl) Adenosina

Observações: n.d.
Interacções: Alguns fármacos interferem, modificando a captação pelo miocárdio do tálio (201Tl). Poderão estar implicados três processos: - Variações directas ou indirectas do fluxo sanguíneo coronário (dipiridamol, adenosina, isoprenalina, dobutamina, nitratos...); - Interferências com os testes interventivos (bloqueadores beta e testes de esforço, metilxantinas (por exemplo, teofilina) e dipiridamol...); - Modificações na captação celular de tálio, embora não existam dados definitivos (análogos da digitalis, insulina têm sido mencionados como exemplos). Digitálicos, betabloqueadores e metilxantinas, como a teofilina, levam a uma diminuição da captação de tálio ( 201Tl) pelo miocárdio. Nitratos, dipiridamol, insulina, atropina e cálcio levam a um aumento da captação de tálio (201Tl). - Adenosina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Adenosina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não utilizar este medicamento durante a gravidez e amamentação.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 04 de Janeiro de 2024