SOFRE DE TRIPANOFOBIA? TÉCNICAS PARA LIDAR COM O MEDO

SOFRE DE TRIPANOFOBIA? TÉCNICAS PARA LIDAR COM O MEDO

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Agendar exames de sangue ou levar uma injeção são eventos que lhe tiram o sono e o deixam ansioso? Sente calafrios só de pensar em agulhas? Se respondeu “sim” a alguma destas questões, fique atento, pois provavelmente sofre de tripanofobia, um medo exagerado de agulhas.

A tripanofobia é uma fobia muito comum que se caracteriza, principalmente, por envolver um medo excessivo, intenso e irracional de agulhas. Embora seja verdade que as agulhas podem causar danos se usadas indevidamente, a realidade é que nesta fobia – como em todas as fobias específicas –, o medo é desproporcional.

A maioria das crianças tem medo de agulhas pois não está familiarizada com a sensação de ser perfurada com algo afiado na pele. As pessoas podem tolerar as agulhas muito melhor quando chegam à idade adulta, no entanto, algumas têm um medo tão intenso delas que chega a prejudicar as suas vidas, impedindo-as de fazer análises, tatuagens, ir ao dentista, receber vacinas e tudo o que envolva o objeto.

Além do estado de ansiedade em que ficam quando veem ou pensam num procedimento que envolva uma agulha, as pessoas com esta fobia podem experimentar outros sintomas, como: ataques de pânico, aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial, insónias, desmaio e tonturas.

As causas que podem explicar este medo são várias, no entanto, uma das mais comuns é uma experiência traumática relacionada com agulhas, como sentir dor ao tirar sangue, por exemplo. É possível explicar isso através da aprendizagem associativa (condicionamento clássico), em que a mente acaba por associar um estímulo a uma resposta negativa. No entanto, como qualquer fobia, esta também pode ser adquirida por condicionamento. Por exemplo, ter um familiar que sofre de tripanofobia e observar o quanto isso o afeta.

Há ainda alguns autores que acreditam que os seres humanos são biologicamente “programados”, ou predispostos, para desenvolver certos tipos de fobias, especialmente aquelas que permitiram que os nossos antepassados sobrevivessem. De acordo com essas teorias, desenvolvemos certas fobias para manifestar a resposta de luta ou fuga, o que nos salvaria como espécie.

Uma pessoa deve procurar a ajuda de um médico quando a tripanofobia prejudique a sua qualidade de vida, a impeça de fazer exames médicos de rotina ou de receber tratamentos médicos necessários.

O principal objetivo é tratar a causa subjacente da fobia, portanto, o tratamento pode variar de indivíduo para indivíduo. Os médicos recomendam tentar uma combinação de diferentes métodos, pois não existe um método único para tratar qualquer fobia.


Um dos métodos é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Durante as sessões de terapia, os pacientes são expostos ao medo de agulhas e treinados com várias técnicas para lidar com a fobia. Como resultado, sentem-se confiantes ou têm mais controlo sobre os seus sentimentos e sintomas.

A terapia de exposição é semelhante à TCC e concentra-se nas respostas mentais e físicas das pessoas ao medo de agulhas. O terapeuta irá expor lentamente as pessoas às agulhas durante várias semanas ou meses. No início, os pacientes visualizam imagens de agulhas, mas, mais tarde, os médicos podem pedir aos pacientes que segurem uma seringa sem agulha. Uma vez que o paciente se sinta confortável a segurar uma seringa que não inclua uma agulha, eventualmente aceitará ser picado.

Importa referir que, por vezes, as pessoas com tripanofobia podem ficar extremamente stressadas o que dificulta a resposta psicoterapêutica. Em casos tão graves, o médico pode prescrever ansiolíticos e sedativos para relaxar o corpo e a mente e aliviar os sintomas. Este tipo de medicamentos também pode ser utilizado quando é preciso realizar exames de sangue ou durante a vacinação, se isso ajudar a minimizar o stress do paciente.

Apesar de o tratamento surtir efeito, para a maioria dos pacientes a tripanofobia não desaparece completamente. Mas há várias estratégias para aliviar os sintomas. Antes de mais, deve informar os profissionais de saúde sobre a fobia de agulhas e pedir-lhes que usem um agente anestésico antes da inserção da agulha para que a sensação seja menos percetível.

Ir acompanhado às consultas médicas por alguém que lhe ofereça apoio, como um cônjuge, familiar ou amigo é outra estratégia válida. Deve deitar-se antes da inserção da agulha para evitar desmaios ou tonturas.

Procure desenvolver uma maneira de relaxar os músculos no local onde os profissionais de saúde forem fazer a injeção – manter os músculos tensos pode piorar a dor.

Aprenda técnicas de respiração profunda para aliviar a ansiedade e distraia a mente com pensamentos, imagens ou vídeos quando a agulha entrar no corpo. Evitar observar a agulha a furar ou olhar para ela quando estiver inserida.

Com paciência, apoio e as técnicas adequadas é possível controlar a tripanofobia e receber os cuidados médicos necessários de forma tranquila e segura. O importante é manter uma atitude positiva e perseverante ao longo de todo o processo.

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