QUEBRAS DE TENSÃO, SABE LIDAR COM O PROBLEMA?
DOENÇAS E TRATAMENTOS
Tupam Editores
Segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão, considera-se uma pressão arterial normal entre 100/60 mmHg e 120/80 mmHg. Valores abaixo destes, em alguns casos, podem provocar uma quebra de tensão, também chamada de hipotensão arterial. Mas, afinal, o que é esta pressão?
A circulação do sangue, que tem por destino chegar a todos os tecidos e células do organismo, implica que haja alguma pressão sobre as paredes das artérias. Esta pressão, que é normal e mesmo essencial para que o sangue atinja o seu destino, é a chamada “tensão arterial” e é avaliada em dois momentos: na contração (sístole) e no relaxamento cardíaco (diástole).
Quando ocorre uma quebra de tensão arterial, os níveis de pressão descem abaixo dos valores normais, geralmente abaixo de 90/60 mmHg. Esta descida de pressão arterial pode levar a uma fraca oxigenação dos tecidos e órgãos e a sintomas (normalmente transitórios) como tonturas ou vertigens, visão turva, confusão, fraqueza geral, palpitações, náuseas, sensação de desequilíbrio e até desmaio. Em casos extremos, o choque hipotensivo pode ser fatal.
Existem várias causas possíveis para uma quebra de tensão que, por si só, não é considerada uma doença. Aliás, a pressão baixa é considerada comum em grupos específicos, como crianças, idosos e grávidas.
A forma mais comum é a hipotensão postural (ortostática), uma queda da pressão arterial devido a uma mudança na posição do corpo, quando uma pessoa se move para uma posição mais vertical (da posição sentada ou deitada para a posição em pé).
Mas também pode ocorrer em caso de desidratação. Quando se está desidratado, o corpo perde mais água do que o necessário para manter as funções vitais. Mesmo uma desidratação leve pode provocar tonturas, fraqueza e fadiga. Importa referir que a febre, vómitos, diarreia grave, uso excessivo de diuréticos e exercícios extenuantes também podem levar à desidratação.
O excesso de calor é outro fator que pode causar uma quebra de tensão. Ambientes quentes podem dilatar os vasos sanguíneos e reduzir a pressão arterial.

Situações patológicas como doenças cardíacas, endócrinas ou alérgicas, nomeadamente a crise anafilática (alergia grave e generalizada), assim como certos fármacos, nomeadamente os utilizados na doença de Parkinson, os anti-hipertensores e os medicamentos para a disfunção erétil também podem provocar uma pressão arterial baixa.
Outras causas da hipotensão a considerar são a gravidez e as carências nutricionais. No início da gravidez, ocorre uma diminuição da resistência vascular periférica, enquanto o volume plasmático aumenta ligeiramente. Este período é considerado normal, e a pressão arterial geralmente regressa ao seu nível pré-gravidez após o nascimento do bebé.
Quanto à desnutrição, a falta de vitaminas B12 e ácido fólico pode provocar anemia, um estado em que o corpo não produz glóbulos vermelhos em número suficiente, provocando uma pressão arterial baixa.

Para o diagnóstico da hipotensão, o exame clínico e o levantamento da história do paciente são dados importantes. Poderá ainda ser necessário realizar análises e exames, nomeadamente cardíacos.
O tratamento varia em função da causa, no entanto, a pressão baixa que causa apenas sintomas leves, como breves episódios de tonturas ao levantar, raramente requer tratamento.
Ainda assim, para lidar com as quebras de tensão arterial, algumas medidas podem ajudar, por exemplo, deve evitar levantar-se ou mudar de posição rapidamente. Ao acordar de manhã ou após um período de descanso, deve esperar alguns segundos antes de se levantar.
Opte por roupa folgada e confortável, pois as roupas apertadas podem dificultar a circulação. Mantenha-se bem hidratado, especialmente em climas quentes ou após atividades físicas.
No que diz respeito à alimentação, deve evitar refeições pesadas, especialmente se forem ricas em hidratos de carbono simples, que podem causar picos e quedas na pressão arterial. O consumo de álcool também deve ser reduzido, pois pode agravar a quebra da tensão arterial.
Evite locais quentes ou abafados. Se sentir tonturas, elevar as pernas pode ajudar a aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro. Outras atitudes simples, como manter a calma e controlar a respiração, também podem ajudar.
Na maioria dos casos, uma quebra de tensão não é grave. Se tem valores de tensão arterial consistentemente baixos, mas se sente bem, muito provavelmente o médico irá vigiá-lo durante as consultas de rotina e indicar que procure atendimento na presença de sintomas.
Se sentir de forma recorrente quaisquer sinais ou sintomas de hipotensão, deve consultar um médico porque, por vezes, estes podem ser um sinal de problemas mais graves, que requerem acompanhamento adequado.
Lidar com quebras de tensão exige atenção e prevenção. Ao adotar medidas simples e manter um estilo de vida saudável vai conseguir minimizar os riscos associados à hipotensão e desfrutar de uma qualidade de vida melhor. Importa ter em mente que cada indivíduo é único, portanto, consultar um profissional de saúde é fundamental para receber orientações personalizadas.