As doenças não transmissíveis emergem como principal causa de mortalidade global
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças não transmissíveis como as do foro cardíaco, cancro, patologias respiratórias e diabetes, tornaram-se nas últimas décadas na principal causa de morte em todo o mundo, superando as doenças infeciosas e causando cerca de três quartos das mortes globais com mais de 41 milhões de vítimas por ano.
Em Portugal, segundo os últimos dados pré-pandemia covid-19 divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, estima-se que as doenças crónicas atinjam cerca de 40% dos cidadãos. Num cenário contemporâneo da saúde pública global, tudo indica que as doenças não transmissíveis estão emergindo como a principal causa de morte em todo o mundo, o que constitui um novo e alarmante fenómeno. Esta alteração no perfil de morbilidade e mortalidade representa um importante desafio para os sistemas de saúde, exigindo respostas coordenadas e eficazes.
As doenças crónicas representam um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo, e Portugal não é exceção. Com o envelhecimento da população, alterações no estilo de vida e avanços na medicina que prolongam a vida, a prevalência de doenças crónicas mais comuns tem vindo a aumentar no nosso País causando enorme impacto na saúde pública e nas estratégias a seguir.
Historicamente, as doenças infeciosas foram as principais responsáveis pela carga global de doenças e mortes. No entanto, com o avanço da medicina, melhorias das condições e estilos de vida, este tipo de doenças, muitas vezes crónicas e de desenvolvimento lento, ganharam destaque, nas quais se incluem condições como doenças cardiovasculares, cancro, diabetes, doenças respiratórias crónicas e distúrbios mentais.
O incremento das áreas de urbanização, a globalização dos hábitos alimentares e o sedentarismo, são alguns dos fatores que impulsionam a prevalência das doenças não transmissíveis. Além disso, outros fatores como o consumo excessivo de álcool e tabaco, dietas inadequadas, ausência de atividade física e exposição a fatores ambientais nocivos, são elementos que contribuem igualmente para desenvolver e agravar essas condições.
Na generalidade, as doenças crónicas mais prevalentes em Portugal, entre outras, são a diabetes mellitus, as doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas, doenças mentais e doenças reumáticas.
A diabetes mellitus é uma das doenças crónicas mais comuns, afetando aproximadamente 13% da população adulta, número que pode aumentar devido à crescente obesidade, má alimentação e estilo de vida sedentário. Esta doença pode levar a complicações graves, como doenças cardíacas, insuficiência renal, cegueira e amputações. Para travar o agravamento da situação, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem vindo a implementar programas de prevenção e gestão da diabetes, incluindo campanhas periódicas de consciencialização e serviços de saúde comunitários.
As doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, doença coronária e o acidente vascular cerebral (AVC), são uma das principais causas de morbilidade e mortalidade no nosso País. Fatores de risco, como tabagismo, dietas pouco saudáveis e falta de atividade física, contribuem para a elevada prevalência dessas doenças, para as quais os esforços de prevenção devem incluir políticas de saúde pública para promoção de saúde cardiovascular, tratamento farmacoterapêutico e intervenção cirúrgica, sempre que necessário.
Doenças respiratórias crónicas, como a Doença Obstrutiva Crónica (DPOC) e a asma, são também comuns em Portugal, especialmente entre os idosos. Fatores como a poluição do ar, tabagismo e a exposição ocupacional a substâncias tóxicas, são importantes fatores de risco, para os quais os serviços de saúde nacionais oferecem igualmente programas de prevenção e gestão da asma e DPOC, além de campanhas periódicas para promover a cessação do tabagismo e medidas para melhorar a qualidade do ar.
As doenças mentais, incluindo a depressão e a ansiedade, estão a tornar-se cada vez mais reconhecidas como problemas sérios de saúde pública em Portugal onde se estima que cerca de 20% da população sofra de algum tipo de doença mental. O estigma que ainda hoje permanece em torno das doenças mentais, muitas vezes impede o acesso a um tratamento adequado. Para contrariar a situação, o governo tem vindo a implementar políticas para melhorar os serviços de saúde mental, incluindo mais investimentos em recursos comunitários e na sensibilização da população.
As doenças reumáticas, como a artrite reumatoide e a osteoartrite, também afetam um grande número de portugueses, especialmente os mais idosos, causando dor crónica e uma incapacidade funcional significativa. Os esforços de prevenção e tratamento devem por isso incluir a promoção de hábitos saudáveis, terapias não farmacológicas e medicamentos para alívio da dor.
As doenças crónicas representam um desafio crescente para o Sistema de Saúde em Portugal, exigindo abordagens integradas e multidisciplinares para a prevenção, diagnóstico e tratamento. É crucial que sejam implementadas políticas de saúde pública eficazes, juntamente com medidas para promover estilos de vida saudáveis e garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde para todos os cidadãos.
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