Os compostos presentes nas plantas podem ter muitos nutrientes e efeitos terapêuticos para tratar e prevenir doenças, aliviar sintomas e promover o bom funcionamento do organismo. Um desses componentes é a berberina, utilizada na medicina tradicional chinesa e ayurvédica há milénios. Mas, afinal, o que torna este composto tão especial e benéfico para a saúde?

Antes de mais, convém esclarecer que a berberina é um alcaloide natural, isto é, um composto orgânico, possuidor de uma ampla gama de propriedades farmacêuticas. Ela é extraída, principalmente, de plantas como Rhizoma coptidis, Coptis chinensis, Berberis vulgaris, Berberis aquifolium, Berberis aristata, Hydrastis canadensis e Phellodendron amurense.

O que torna esta substância tão especial é a sua capacidade de modular diversos processos metabólicos no organismo, promovendo efeitos positivos em várias condições de saúde.

Um dos principais benefícios da berberina é o seu potencial para auxiliar no emagrecimento saudável. Vários estudos científicos têm demonstrado que o composto pode atuar de diversas maneiras para promover a perda de peso.

A berberina tem a capacidade de ativar a AMPK (proteína quinase ativada por AMP) – uma enzima crucial para o controlo do metabolismo energético. Quando ativada, esta enzima estimula a queima de gordura e melhora a utilização da glicose pelas células, resultando em efeitos positivos no controlo do peso. Pode ainda ajudar a reduzir a sensação de fome e controlar o apetite, o que acaba por levar a uma ingestão calórica reduzida.

Também pode melhorar a sensibilidade à insulina, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue e prevenindo picos de glicemia que podem levar ao acúmulo de gordura. Alguns estudos indicam que pode ser tão eficaz quanto certos medicamentos utilizados para controlo da diabetes tipo 2, sem os efeitos adversos.

Outro benefício é o seu efeito na redução dos níveis do colesterol LDL (mau colesterol) e triglicéridos. O composto ajuda a melhorar o perfil lipídico, reduzindo os níveis de gordura no sangue e promovendo uma melhor saúde cardiovascular.

O sistema digestivo também sai a ganhar. A berberina pode melhorar a microbiota intestinal, favorecendo a presença de bactérias benéficas e promovendo uma digestão eficiente. Isso, por sua vez, pode ajudar a reduzir a inflamação intestinal e melhorar a saúde geral do sistema digestivo.

Tem ainda propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, que podem ajudar a combater o stress oxidativo e reduzir a inflamação no organismo. O seu potente efeito anti-inflamatório ajuda a proteger o cérebro contra problemas como perda de memória e Alzheimer. Além disso, protege os neurónios de pessoas que sofreram um AVC, reduzindo as sequelas.

Ao promover o relaxamento dos vasos sanguíneos, a berberina ajuda igualmente a controlar a pressão arterial, podendo ser indicada para auxiliar no tratamento da hipertensão.

O tempo necessário para a berberina começar a mostrar os seus efeitos depende de fatores como o metabolismo de cada indivíduo, a sua dieta e a prática de exercícios.

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Em média, pode esperar-se entre 4 e 6 semanas para começar a notar mudanças significativas no corpo, especialmente no controle de glicemia e na redução de peso.

Algumas pessoas começam a sentir melhorias no sistema digestivo em até 2 semanas, com redução de inchaço e uma digestão mais eficiente. Para quem tem como objetivo o emagrecimento, os efeitos são mais evidentes após um período contínuo de utilização, associado a hábitos saudáveis.

A berberina em cápsulas pode ser encontrada em farmácias com manipulação própria, garantindo a qualidade e a dosagem adequada do produto. A quantidade recomendada para os adultos é de 1 cápsula de 500 mg, até 3 vezes por dia, tomada 30 minutos antes das refeições principais.

Recomenda-se seguir as orientações de um profissional de saúde para o uso correto da substância, levando em conta fatores como idade, condições de saúde e outros medicamentos em uso.

Embora este fitoterápico com ação farmacológica seja geralmente seguro para a maioria das pessoas, pode causar efeitos colaterais, principalmente no início da suplementação, por exemplo, obstipação, diarreia, cólicas estomacais, gases, dor de cabeça, náuseas e tonturas. Estes efeitos são geralmente leves e temporários, mas podem ser minimizados começando com uma dose menor e aumentando-a gradualmente.

Importa referir ainda que a substância pode interagir com vários medicamentos, incluindo medicamentos para a diabetes e hipertensão, anticoagulantes, ciclosporina, entre outros. A toma também não é recomendada durante a gravidez ou amamentação, nem em pessoas com doença hepática.

Há que ter em mente que a berberina não substitui uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício físico, devendo ser utilizada como um complemento para um estilo de vida saudável. Ao incluir um novo suplemento na sua dieta é essencial procurar a orientação e a supervisão de um profissional de saúde.