BACTÉRIAS: DESCUBRA ONDE SE ESCONDEM NA SUA CASA
SOCIEDADE E SAÚDE
Tupam Editores
Não há nada mais antigo na história da humanidade do que a convivência entre os nossos semelhantes e as bactérias. Elas estão presentes na vida de qualquer ser humano desde o seu primeiro fôlego. Os microrganismos estão por todo o lado: no ar que respiramos, nos alimentos que ingerimos e em todos os objetos do nosso quotidiano, e até têm objetos preferidos para viver. Quer saber quais são?
O primeiro objeto que vem à mente talvez seja a tampa da sanita mas, provavelmente, este não é o item que acumula mais bactérias em sua casa. Até porque a casa de banho é a área que se limpa com mais frequência e, por isso, acaba por não ser tão perigosa quanto outros locais que ficam “esquecidos” e continuam a acumular sujidade e, consequentemente, bactérias e outro tipo de microorganismos.
Na verdade, o que tende a ficar mais sujo são os locais em que tocamos muito, mas que tomamos como garantidos e não limpamos com a frequência que deveríamos. Ficaria surpreendido se lhe dissesse que o telemóvel, sendo o objeto mais tocado no quotidiano, é também um dos mais contaminados?
Geralmente é guardado no bolso ou na mala, mas há quem o deixe na mesa de trabalho, na carteira escolar, na cama, no chão e também há quem o manuseie em casas de banho públicas e nem se importe onde o pousa.
Os computadores são ainda piores do que os telemóveis. O perigo está nos teclados (que podem acumular até 450 tipos de germes diferentes), no ecrã e no rato.

Investigadores britânicos encontraram cerca de 600 unidades formadoras de colónias (UFC) de Staphylococcus aureus (causadores de muitas doenças em humanos, que podem ser graves ou mesmo fatais) no ecrã de um tablet, cerca de 140 UFC no ecrã de um telemóvel, e apenas 20 UFC na tampa de uma sanita.
Na cozinha, o lava-loiça – item essencial para que toda a loiça seja limpa –, acaba por se transformar num dos locais mais sujos da casa, já que todos os germes e bactérias presentes nos restos de comida por lá passam no momento da limpeza. Segundo os estudos, o lava-loiça concentra 100 mil vezes mais germes do que uma casa de banho.
A esponja para lavar a louça é outro dos objetos mais sujos numa casa. Cada cm2 da sua superfície tem, em média, mais de 134 mil bactérias. Os panos da loiça e as esponjas são usadas para remover restos de alimentos e ficam impregnados dessa matéria orgânica que ajuda as bactérias a proliferar. Já foram encontradas diferentes bactérias em esponjas domésticas, algumas delas causadoras de diarreia, intoxicação alimentar, infeção intestinal e infeção urinária.
Ainda na cozinha, as tábuas de corte também são ideais para a acumulação de bactérias, que se escondem nos pequenos cortes, riscos e fissuras provocados pela faca ao cortar os alimentos.
O ideal seria a tábua de corte não ter ranhuras nem reentrâncias onde se possam acumular restos de alimentos. Assim, as lisas, de plástico, polietileno ou de vidro são melhores que as de madeira que, pela sua natureza, são mais porosas.
O cesto da roupa suja é outro objeto em que nem se pensa, no entanto, a roupa suja tem restos da nossa pele e as bactérias gostam dessas escamas, e alimentam-se delas. Além disso, os recipientes de roupa suja costumam estar na casa de banho, que apanha muitos vapores, proporcionando o ambiente húmido de que gostam.

Os tapetes também são dos objetos menos higiénicos numa casa. Os da cozinha ficam com pingos dos cozinhados e migalhas de alimentos, e os da casa de banho apanham vapor de água e gotas provenientes das descargas do autoclismo.
Tem crianças em casa? Pois saiba que os brinquedos são outro dos objetos que abriga muitas bactérias, especialmente aqueles que acumulam humidade e sujidade no interior, como, por exemplo, patinhos de borracha ou barcos para o banho. Mas os que andam espalhados pelo chão e são arrastados de uma criança para outra e de boca em boca também são foco de germes e bactérias, podendo levar a doenças.
Agora que já conhece alguns dos lugares com mais bactérias das habitações, é altura de agir e cuidar da sua casa. Criar uma rotina de desinfeção não tem de ser complicado, e os pequenos hábitos fazem toda a diferença.
Defina um dia da semana para desinfetar superfícies e os objetos de maior contacto. Utilize produtos adequados para cada material, evitando danificar os móveis ou aparelhos, e mantenha os panos e esponjas sempre limpos e secos. Assim, vai conseguir reduzir o risco de doenças, prolongar a vida útil dos utensílios e ainda mantém um ambiente mais agradável para todos.
Dar atenção aos detalhes permitirá transformar a sua casa num espaço mais seguro e saudável.