Remover sinais de cor, sombras e poças de água dos estábulos são estratégias simples, mas que podem melhorar o bem-estar dos animais.

A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto de Zootecnia Sertãozinho do Brasil, que revela ainda que diminuir o nível de ruído e evitar a presença de cães nas explorações pode reduzir consideravelmente o stress dos bovinos.

Segundo a investigadora Maria Lúcia Pereira Lima, responsável pelo estudo, na maioria das explorações de bovinos, os estábulos não são construídos a pensar no bem-estar dos bovinos e a maioria dos profissionais não sabe que existem pequenas mudanças que podem produzir grandes resultados ao nível do seu bem-estar.

Para chegar a esta conclusão, a investigadora implementou em duas explorações brasileiras de bovinos pequenas alterações, e analisou o comportamento dos animais antes e depois dessas medidas.

As intervenções incluíram a instalação de painéis sólidos nos estábulos para que o animal não conseguisse ver ninguém a trabalhar à sua volta; a remoção de objetos brilhantes e com cores fortes; a eliminação de poças de água e remoção de zonas de sombras ou com elevado contraste em relação a zonas de luminosidade.

Além disso, os tratadores receberam formação para aprender a trabalhar de forma mais calma e silenciosa em redor dos animais, tendo sido instruídos para não gritarem, empurrarem os animais e a mover-se de forma silenciosa à sua volta.

Durante o estudo foram recolhidas amostras sanguíneas dos bovinos de forma a medir os seus níveis de cortisol – a hormona do stress.

Os resultados das análises sanguíneas revelaram que no caso das vacas tratadas da forma habitual os níveis de cortisol eram em média de 60.4 ng/mL. Após a implementação das medidas descritas, os níveis de cortisol baixaram para 41.03 ng/mL.

Os valores apurados permitem concluir que a percentagem de vacas calmas aumentou de 42 para 68 por cento após a implementação das medidas, tendo incrementado o seu bem-estar.