Lidocaína + Adrenalina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Lidocaína + Adrenalina é uma solução injectável indicada para a anestesia dentária.

A lidocaína, como outros anestésicos locais, origina um bloqueio reversível da propagação do impulso ao longo das fibras nervosas, através do bloqueio da migração de iões sódio através da membrana nervosa.
Usos comuns
Lidocaína + Adrenalina está indicada em anestesia local dentária, por infiltração ou por bloqueio nervoso.
Tipo
Sem informação.
Indicações
Anestesia por infiltração em procedimentos dentários de longa duração.
Anestesia por bloqueio nervoso regional em estomatologia.
Classificação CFT

2.2 : Anestésicos locais

Mecanismo de ação
A lidocaína, como outros anestésicos locais, origina um bloqueio reversível da propagação do impulso ao longo das fibras nervosas, através do bloqueio da migração de iões sódio através da membrana nervosa.

Pensa-se que os anestésicos locais do tipo amida actuam ao nível dos canais de sódio da membrana nervosa.

Os anestésicos locais podem exercer efeitos similares nas membranas excitáveis do cérebro e miocárdio.

Se doses excessivas de fármaco alcançarem rapidamente a circulação sistémica, surgem sinais e sintomas de toxicidade, originados principalmente ao nível do sistema nervoso central e sistema cardiovascular.

A toxicidade ao nível do sistema nervoso central (consultar capítulo referente à "Sobredosagem") normalmente precede a cardiovascular, na medida em que ocorre a concentrações plasmáticas mais baixas.

Os efeitos directos dos anestésicos locais no coração incluem condução lenta, inotropismo negativo e, eventualmente, paragem cardíaca.
Posologia orientativa
Consegue-se uma anestesia local efectiva para a maioria dos procedimentos dentários com as seguintes doses de Lidocaína + Adrenalina:

Adultos saudáveis normais: 1-5 ml (=20-100 mg de cloridrato de lidocaína).

Crianças com menos de 10 anos: 1-2 ml (=20-40 mg de cloridrato de lidocaína).

Tanto em crianças como em adultos, doses até 5 mg/Kg são consideradas seguras.
Administração
A injecção deve ser sempre administrada lentamente com aspiração frequente para evitar a injecção intravascular inadvertida que pode produzir efeitos tóxicos.
Contraindicações
Hipersensibilidade conhecida aos anestésicos locais do tipo amida.
Efeitos indesejáveis/adversos
Reacções alérgicas
As reacções alérgicas aos anestésicos locais do tipo amida (nos casos mais graves, choque anafiláctico) são raras.
No entanto, nos casos mais graves pode ocorrer choque anafiláctico.

Complicações neurológicas
A incidência de complicações neurológicas (por ex. déficit neurológico persistente) associadas ao uso de anestésicos locais é muito baixa.

As reacções neurológicas podem depender do tipo de fármaco usado, via de administração e estado físico do doente.

Muitos destes efeitos podem ser associados às técnicas de injecção, com ou sem uma contribuição do fármaco.

As complicações neurológicas após o bloqueio regional incluem dormência persistente, parestesia e outros distúrbios sensitivos.

Toxicidade aguda sistémica
A lidocaína pode provocar efeitos tóxicos agudos se forem atingidos níveis séricos elevados, decorrentes de injecção intravascular acidental, absorção rápida ou sobredosagem.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Até ao momento não foram reportados distúrbios específicos do processo reprodutivo, como aumento da incidência de malformações ou outros efeitos nocivos sobre o feto.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:A lidocaína pode ser excretada no leite materno, mas em quantidades tão pequenas que geralmente não há risco de afectar o recém-nascido. Desconhece-se se a adrenalina é ou não excretada no leite materno, mas é pouco provável que afecte o lactente.
Condução
Condução:
Condução:Dependendo da dose, os anestésicos locais podem ter um efeito ligeiro na função mental e podem temporariamente alterar a locomoção e a coordenação.
Precauções gerais
A segurança e eficácia do anestésico local dependem de uma dosagem e técnica de injecção correctas bem como da necessária precaução e preparação para a resolução de emergências.

Antes da administração de qualquer fármaco anestésico local deve assegurar-se que estão disponíveis equipamentos de reanimação, oxigenação e ventilação assistida, bem como fármacos para o tratamento de reacções tóxicas.

O doente deve ser alertado para a hipótese de traumatismo por mordedura inadvertida dos lábios, língua e mucosa bucal enquanto estas estruturas estão anestesiadas.

A ingestão de alimentos deve portanto ser adiada até ao reaparecimento da sensibilidade.

Devido à proximidade do SNC, a injecção intravascular mesmo de pequenas doses de anestésicos locais na região da cabeça e pescoço pode causar reacções adversas sistémicas similares às observadas após injecção intravascular inadvertida de doses maiores noutras áreas.

Mesmo sendo muito baixa a dose de Lidocaína + Adrenalina normalmente utilizada em estomatologia, para reduzir o risco de efeitos secundários, alguns doentes necessitam de cuidados especiais, nomeadamente: doentes com bloqueios cardíacos totais ou parciais, devido ao facto de os anestésicos locais poderem deprimir a condução miocárdica, doentes com doença hepática avançada ou disfunção renal grave, os idosos e doentes com mau estado geral.

Os anestésicos locais, especialmente os contendo adrenalina, devem ser administrados com precaução em doentes com hipertensão arterial severa ou não tratada, doença cardíaca grave, anemia severa ou falência circulatória de qualquer causa, bem como qualquer outra situação patológica que possa ser agravada pela adrenalina.

Os anestésicos locais devem ser evitados quando existe infecção no local previsto para a injecção.
Cuidados com a dieta
Não coma alimentos até que esteja restabelecida a sensibilidade.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

As emergências estão normalmente relacionadas com as doses e podem resultar quer de níveis plasmáticos elevados causados por doses excessivas, absorção rápida (velocidade de aumento de concentração plasmática) ou injecção intravascular inadvertida ou ainda de hipersensibilidade ou tolerância diminuída por parte do paciente.

Toxicidade sistémica aguda
As reacções no SNC são excitatórias ou depressivas e podem ser caracterizadas por nervosismo, zumbidos, contrações musculares, euforia, sonolência, visão turva ou diplopia, vertigens, convulsões, perda de consciência e possível paragem respiratória.

As reacções excitatórias podem ser muito breves ou mesmo não ocorrer, sendo que neste caso a primeira manifestação de toxicidade é a sonolência seguida de perda de consciência e até paragem respiratória.

As reacções cardiovasculares são depressivas e podem ser caracterizadas por hipotensão, depressão miocárdica, bradicardia e possivel paragem cardíaca.

Sinais e sintomas de depressão da função cardiovascular podem comumente resultar de reacção vasovagal, principalmente com o doente na posição vertical.

Mais raramente, estas reacções podem resultar de um efeito directo do fármaco.

O não reconhecimento dos sinais precoces como a sudação, sensação de desmaio e alterações do pulso ou sensoriais podem levar a hipóxia cerebral progressiva e convulsões ou colapso cardiovascular grave.

As reacções cardiovasculares geralmente só são observadas nos casos mais graves, sendo normalmente precedidas dos sinais de toxicidade no SNC acima referidos.

A acidose ou hipóxia podem agravar o risco e a gravidade das reacções tóxicas, quer a nível do SNC quer cardiovasculares.

Tratamento da toxicidade aguda
O tratamento imediato da toxicidade aguda compreende:
a) colocar o doente na posição supina.
Levantar as pernas 30º-45º acima do nível horizontal.

b) assegurar a permeabilidade das vias respiratórias.
Se a ventilação for inadequada, ventilar o doente, se possível com oxigénio.
A boa ventilação é de extrema importância uma vez que a toxicidade aumenta com a acidose.

c) o tratamento das convulsões consiste na manutenção da permeabilidade das vias aéreas e na paragem das convulsões.
Caso as convulsões persistam apesar de uma ventilação adequada, deve administrar-se por via intravenosa 0,1 mg/Kg de diazepam ou 1-3 mg/Kg de tiopentona sódica.
Dado que este tratamento pode deprimir a função respiratória devem estar disponíveis meios para suportar e controlar a ventilação.

d) o tratamento de suporte da depressão circulatória pode requerer a administração de fluídos intravenosos e, se necessário, um vasopressor (por ex. efedrina, 5 a 10 mg i.v., a repetir, se necessário, após 2-3 minutos).

e) se o doente se tornar não reactivo e com pulso carotídeo ausente, será necessária massagem cardíaca e reanimação com respiração boca-a-boca.
Terapêutica interrompida
Não aplicável.
Cuidados no armazenamento
Lidocaína + Adrenalina é armazenada em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Lidocaína + Adrenalina + Anestésicos locais

Observações: n.d.
Interacções: A lidocaína deverá ser usada com precaução em doentes recebendo agentes estruturalmente relacionados com os anestésicos locais, visto os efeitos tóxicos serem aditivos. - Anestésicos locais
Usar com precaução

Lidocaína + Adrenalina + Antidepressores (Tricíclicos)

Observações: n.d.
Interacções: Soluções contendo adrenalina devem ser evitadas ou usadas com precaução em doentes recebendo antidepressivos tricíclicos, visto que podem provocar hipertensão prolongada e grave. - Antidepressores (Tricíclicos)
Potencialmente Grave

Lidocaína + Adrenalina + Medicamentos ocitócicos (oxitócicos)

Observações: n.d.
Interacções: Além disso, o uso concomitante de soluções contendo adrenalina e fármacos ocitócicos do tipo ergotamínico pode causar hipertensão grave e persistente e eventuais acidentes cerebrovasculares e cardíacos. - Medicamentos ocitócicos (oxitócicos)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Lidocaína + Adrenalina + Fenotiazidas (fenotiazinas)

Observações: n.d.
Interacções: As fenotiazinas e as butirofenonas podem reduzir ou reverter os efeitos pressores da adrenalina, originando uma resposta hipotensiva e taquicardia. - Fenotiazidas (fenotiazinas)
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Lidocaína + Adrenalina + Butirofenonas

Observações: n.d.
Interacções: As fenotiazinas e as butirofenonas podem reduzir ou reverter os efeitos pressores da adrenalina, originando uma resposta hipotensiva e taquicardia. - Butirofenonas
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Lidocaína + Adrenalina + Bloqueadores beta-adrenérgicos (betabloqueadores)

Observações: n.d.
Interacções: Os beta-bloqueadores não cardioselectivos, como o propranolol, potenciam os efeitos pressores da adrenalina, o que pode originar hipertensão grave e bradicardia. - Bloqueadores beta-adrenérgicos (betabloqueadores)
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Lidocaína + Adrenalina + Propranolol (propanolol)

Observações: n.d.
Interacções: Os beta-bloqueadores não cardioselectivos, como o propranolol, potenciam os efeitos pressores da adrenalina, o que pode originar hipertensão grave e bradicardia. - Propranolol (propanolol)
Potencialmente Grave

Lidocaína + Adrenalina + Vasoconstritores

Observações: n.d.
Interacções: Se forem utilizadas soluções contendo um vasoconstritor, como a adrenalina, antes ou durante a administração de agentes anestésicos inalatórios como o halotano podem ocorrer arritmias cardíacas sérias. - Vasoconstritores
Potencialmente Grave

Lidocaína + Adrenalina + Anestésicos inalatórios

Observações: n.d.
Interacções: Se forem utilizadas soluções contendo um vasoconstritor, como a adrenalina, antes ou durante a administração de agentes anestésicos inalatórios como o halotano podem ocorrer arritmias cardíacas sérias. - Anestésicos inalatórios
Potencialmente Grave

Lidocaína + Adrenalina + Halotano

Observações: n.d.
Interacções: Se forem utilizadas soluções contendo um vasoconstritor, como a adrenalina, antes ou durante a administração de agentes anestésicos inalatórios como o halotano podem ocorrer arritmias cardíacas sérias. - Halotano
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Lidocaína + Adrenalina
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021