Interferão beta-1a

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Insuficiência Renal DCI com Advertência na Condução
O que é
O interferão beta-1a (também interferão beta 1-alfa ou beta-interferona 1a) é uma citocina da família do interferão usada para tratar a esclerose múltipla (EM).
É produzido por células de mamíferos, enquanto o interferão beta-1b é produzido em E. coli modificada.
Algumas pesquisas indicam que as injecções de interferão podem resultar numa redução de 18 a 38% na taxa de recaídas da EM.
Usos comuns
Para tratamento de formas reincidentes de esclerose múltipla para diminuir a acumulação de deficiência física e diminuir a frequência das exacerbações clínicas.
Tipo
Biotecnologia.
Indicações
Para o tratamento de esclerose múltipla recidivante/remitente, e para o condiloma acuminado.
Classificação CFT

16.3 : IMUNOMODULADORES

Mecanismo de ação
O Interferão beta-1a liga-se aos receptores de interferão tipo I (IFNAR1 e IFNAR2c) que, após a dimerização, activam dois Jak (Janus quinase) tirosina quinases (JAK1 e Tyk2).

Estes se transfosforilasam e fosforilam os receptores. Os receptores INFAR fosforilados em seguida, unem-se a Stat1 e Stat2 (transdutores de sinais e activadores de transcrição) que dimerizam e activam múltiplos (~ 100) imunomoduladores e proteínas antivirais.

O Interferão beta liga-se de forma mais estável aos receptores do interferão tipo I do que ao interferão alfa.
Posologia orientativa
O tratamento deve ser iniciado sob a supervisão de um médico experiente no tratamento da doença.

A posologia recomendada é de 44 microgramas, três vezes por semana, por injecção subcutânea. Nos doentes que não podem tolerar a dose mais elevada, recomenda-se a administração de uma dose mais baixa de 22 microgramas, três vezes por semana, por injecção subcutânea, de acordo com o critério do médico especialista.
Administração
Vias IM e Subcutânea.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao interferão beta natural ou recombinante.
Depressão grave e/ou ideação suicida actuais.
Efeitos indesejáveis/adversos
Informe imediatamente o médico e pare de utilizar este medicamento caso sinta algum dos seguintes efeitos indesejáveis graves:

- Reacções alérgicas (hipersensibilidade) graves. Se, imediatamente após a administração deste medicamento, sentir uma súbita dificuldade em respirar, que pode aparecer em associação com inchaço da face, lábios, língua ou garganta, urticária, comichão pelo corpo todo e uma sensação de fraqueza ou desmaio, contacte imediatamente o médico ou procure cuidados médicos urgentes. Estas reacções são raras (podem afectar até 1 em cada 1.000 pessoas).

Informe o médico imediatamente se sentir algum dos seguintes sintomas possíveis de um problema de fígado: icterícia (amarelecimento da pele ou da parte branca dos olhos), comichão generalizada, perda de apetite acompanhada de náuseas e vómitos e facilidade em aparecerem nódoas negras na pele. Problemas graves do fígado podem estar associados a sinais adicionais, como, por exemplo, dificuldade em concentrar-se, sonolência e confusão.

A depressão é frequente (pode afectar até 1 em cada 10 pessoas) em doentes tratados com esclerose múltipla. Se se sentir deprimido ou se desenvolver pensamentos suicidas, comunique imediatamente essa situação ao seu médico.

Fale com o médico se tiver qualquer um dos seguintes efeitos indesejáveis:
- Sintomas semelhantes aos da gripe, tais como dor de cabeça, febre, arrepios, dores musculares e nas articulações, fadiga e náuseas são muito frequentes (podem afectar mais de 1 em cada 10 pessoas).

Estes sintomas são normalmente ligeiros, são mais frequentes no início do tratamento e diminuem com a continuação da utilização.

Para ajudar a reduzir estes sintomas, o médico pode aconselhá-lo a tomar um medicamento para tirar as dores e para baixar a febre antes da utilização deste medicamento e nas 24 horas seguintes a cada injecção.

- Reacções no local de injecção, incluindo vermelhidão, inchaço, descoloração, inflamação, dor e lesões na pele são muito frequentes.

Habitualmente, a ocorrência de reacções no local de injecção diminui ao longo do tempo.
A destruição dos tecidos (necrose), abcesso e massa no local de injecção são pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas).

O local de injecção pode ficar infectado (pouco frequente); a pele pode tornar-se inchada, sensível e rígida, e toda a área pode estar muito dorida. Caso tenha algum destes sintomas, contacte o médico para aconselhamento.

- Algumas análises laboratoriais podem alterar-se. Habitualmente, estas alterações não são notadas pelo doente (sem sintomas), são normalmente reversíveis e ligeiras e na maioria dos casos não necessitam de tratamento especial.

O número de células vermelhas do sangue, células brancas do sangue ou plaquetas pode diminuir quer individualmente (muito frequente) ou todas ao mesmo tempo (raro). Os possíveis sintomas resultantes dessas alterações podem incluir cansaço, capacidade reduzida de combate a infeções, nódoas negras ou hemorragia inexplicada. Os testes da função hepática podem estar alterados (muito frequente). Também foi comunicada inflamação do fígado (pouco frequente).

Caso tenha sintomas sugestivos de alteração do fígado, tais como perda de apetite acompanhada por outros sintomas tais como náuseas, vómitos, icterícia, por favor contacte imediatamente o o médico.

- A alteração da tiróide é pouco frequente. A glândula da tiróide pode funcionar tanto excessivamente como insuficientemente. Estas alterações na actividade da tiróide são, quase sempre, não sentidas pelo doente como sintomas; no entanto, o médico pode, se apropriado, pedir análises.

- Pseudo-surto de esclerose múltipla (frequência desconhecida): Existe a possibilidade de desenvolver sintomas semelhantes aos de um surto de esclerose múltipla no início do seu tratamento com este medicamento. Por exemplo, os músculos podem ficar muito tensos ou muito fracos, impedindo-o de se movimentar como deseja. Em alguns casos, estes sintomas estão associados a febre ou sintomas semelhantes aos da gripe, descritos acima. Caso sinta algum destes efeitos indesejáveis, fale com o seu médico.

Outros efeitos indesejáveis possíveis incluem:

Muito frequente (pode afectar mais de 1 em cada 10 pessoas):
- Dor de cabeça.

Frequentes (pode afectar até 1 em cada 10 pessoas):
- Insónia (dificuldade em dormir)
- Diarreia, náuseas e vómitos
- Comichão, erupções cutâneas (erupções de pele)
- Dores musculares e nas articulações
- Fadiga, febre, arrepios
- Perda de cabelo e pelos

Pouco frequentes (pode afectar até 1 em cada 100 pessoas):
- Urticária
- Convulsões epiléticas
- Inflamação do fígado (hepatite)
- Dificuldade respiratória
- Coágulos de sangue tais como trombose venosa profunda
- Perturbações da retina (parte de trás do olho) tais como inflamação ou coágulos de sangue com consequentes alterações da visão (perturbações da visão, perda de visão)
- Aumento da sudação

Raros (pode afectar até 1 em cada 1.000 pessoas):
- Tentativa de suicídio
- Reacções graves da pele – algumas com lesões da mucosa
- Coágulos sanguíneos em vasos sanguíneos de pequeno calibre podem afectar os seus rins (púrpura trombocitopénica trombótica ou síndrome urémica hemolítica). Os sintomas podem incluir hematomas (nódoas negras), hemorragias, febre, fraqueza extrema, dor de cabeça, tontura ou sensação de vertigens. O médico poderá encontrar alterações no seu sangue e na função dos seus rins.
- Lúpus eritematoso induzido por fármacos: um efeito secundário da utilização a longo prazo deste medicamento. Os sintomas podem incluir dores musculares, dores e inchaço nas articulações e erupções na pele. Também poderá ter outros sinais como febre, perda de peso e fadiga. Geralmente os sintomas desaparecem num período de uma a duas semanas após interrupção do tratamento.
- Problemas nos rins, incluindo a formação de cicatrizes, que podem diminuir a sua função renal.

Se tiver alguns ou todos estes sintomas:
- urina espumosa
- fadiga
- inchaço especialmente nos tornozelos e pálpebras, e aumento de peso.
Informe o médico porque podem ser sinais de um possível problema renal.

Os seguintes efeitos indesejáveis foram comunicados para o interferão beta (frequência desconhecida):
- Tonturas
- Nervosismo
- Perda de apetite
- Dilatação dos vasos sanguíneos e palpitação
- Irregularidades e/ou alterações no fluxo menstrual.
- Hipertensão arterial pulmonar – uma doença em que se verifica um estreitamento grave dos vasos sanguíneos nos pulmões, o que resulta em tensão arterial alta nos vasos sanguíneos que levam o sangue do coração para os pulmões. A hipertensão arterial pulmonar tem sido observada em diversos pontos temporais durante o tratamento, incluindo vários anos após o início do tratamento com este medicamento.
- Inflamação do tecido gordo sob a pele (paniculite), a qual pode causar uma sensação de dureza da pele, com possível desenvolvimento de manchas ou nódulos vermelhos e dolorosos.
Não deve parar ou alterar a medicação sem a recomendação do médico.

Os efeitos indesejáveis nas crianças e adolescentes são semelhantes aos que são observados nos adultos.
Advertências
Insuf. Renal
Insuf. Renal:
Insuf. Renal:Monitorizar criteriosamente; não há informação específica.
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Poderá considerar-se a utilização de Interferão beta-1a durante a gravidez, se clinicamente necessário.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Interferão beta-1a pode ser utilizado durante a amamentação.
Condução
Condução:
Condução:Os acontecimentos adversos relacionados com o sistema nervoso central, associados com o uso de interferão beta (ex. tonturas) podem influenciar a capacidade do doente conduzir ou utilizar máquinas.
Precauções gerais
Não deve usar este medicamento se é alérgico a Interferão ou albumina humana.

Alguns Pacientes que usam medicamentos Interferão tornaram-se muito deprimidas ou com pensamentos suicidas.

Suspenda o uso de interferão beta-1a, se tem sintomas de depressão (tristeza, choro, perda de interesse em coisas que você gostava de fazer) ou se tiver quaisquer pensamentos suicidas.

Para se certificar de que interferão beta-1a é seguro para si, informe o médico se tem:
– doença hepática;
– epilepsia ou outra desordem de psicológica;
– doença cardíaca, dor no peito (angina);
– um distúrbio da tiróide, ou
– histórico de depressão ou comportamento suicida.

Clasificação FDA, gravidez categoria C.

Não se sabe se o interferão beta-1a irá prejudicar o feto.

Informe o médico se estiver grávida ou se planeia engravidar durante o uso deste medicamento.

Não se sabe se o interferão beta-1a passa para o leite materno ou se poderia prejudicar um bebé a amamentar. Informe o médico se tem um bebé a amamentar.

O plasma doado deve ser testado e tratado para reduzir o risco de o conter agentes infeciosos, mas resta sempre uma pequena possibilidade de transmissão de doença.

Converse com o Médico sobre os riscos e benefícios do uso deste medicamento.
Cuidados com a dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de Intoxicações.
Terapêutica interrompida
Fale com seu Médico para obter instruções se esquecer a toma de uma dose deste medicamento.
Cuidados no armazenamento
Guarde seringas pré-cheias e os frascos fechados no frigorífico (2 ° a 8 ° C).

Não congelar. Se um frigorífico não estiver disponível, os frascos fechado e as seringas pré-cheias não, podem ser armazenadas a temperaturas iguais ou inferiores a 25 ° C por até 30 dias, longe do calor e da luz.

Depois de aquecida até à temperatura ambiente, a seringa pré-cheia deve ser usada dentro de 12 h.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Potencialmente Grave

Alemtuzumab + Interferão beta-1a

Observações: Não foram realizados estudos formais da interacção medicamentosa com Alemtuzumab na dose recomendada em doentes com esclerose múltipla.
Interacções: Num ensaio clínico controlado com doentes com esclerose múltipla recentemente tratados com interferão beta e acetato de glatirâmero, foi necessário interromper o tratamento 28 dias após o início do tratamento com Alemtuzumab. - Interferão beta-1a
Sem efeito descrito

Interferão beta-1a + Corticosteróides

Observações: Não foram realizados estudos formais de interacção no ser humano. Tem sido referido que os interferões reduzem a atividade das enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 no ser humano e nos animais. Avaliou-se o efeito da administração de uma dose elevada de Interferão beta-1a sobre o metabolismo dependente de P450, no macaco, não se observando alterações na capacidade de metabolização hepática.
Interacções: A interacção de Interferão beta-1a com corticosteróides ou hormona adrenocorticotrópica (ACTH) não foi objeto de um estudo sistemático. Os estudos clínicos indicam que os doentes com EM podem ser tratados com Interferão beta-1a e corticosteróides ou ACTH durante os surtos. - Corticosteróides
Usar com precaução

Interferão beta-1a + Antiepilépticos (AEs)

Observações: Não foram realizados estudos formais de interacção no ser humano. Tem sido referido que os interferões reduzem a atividade das enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 no ser humano e nos animais. Avaliou-se o efeito da administração de uma dose elevada de Interferão beta-1a sobre o metabolismo dependente de P450, no macaco, não se observando alterações na capacidade de metabolização hepática.
Interacções: Recomenda-se precaução quando Interferão beta-1a é administrado em combinação com medicamentos que apresentam um índice terapêutico estreito e são muito dependentes do sistema do citocromo P450 hepático para a depuração, como por exemplo, algumas classes de antiepiléticos e de antidepressivos. - Antiepilépticos (AEs)
Usar com precaução

Interferão beta-1a + Antidepressores

Observações: Não foram realizados estudos formais de interacção no ser humano. Tem sido referido que os interferões reduzem a atividade das enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 no ser humano e nos animais. Avaliou-se o efeito da administração de uma dose elevada de Interferão beta-1a sobre o metabolismo dependente de P450, no macaco, não se observando alterações na capacidade de metabolização hepática.
Interacções: Recomenda-se precaução quando Interferão beta-1a é administrado em combinação com medicamentos que apresentam um índice terapêutico estreito e são muito dependentes do sistema do citocromo P450 hepático para a depuração, como por exemplo, algumas classes de antiepiléticos e de antidepressivos. - Antidepressores
Contraindicado

Natalizumab + Interferão beta-1a

Observações: n.d.
Interacções: Natalizumab está contra-indicado em combinação com interferões beta ou acetato de glatirâmero. - Interferão beta-1a
Sem efeito descrito

Interferão beta-1a + Hormona adrenocorticotrófica (ACTH)

Observações: Não foram realizados estudos formais de interacção no ser humano. Tem sido referido que os interferões reduzem a atividade das enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 no ser humano e nos animais. Avaliou-se o efeito da administração de uma dose elevada de Interferão beta-1a sobre o metabolismo dependente de P450, no macaco, não se observando alterações na capacidade de metabolização hepática.
Interacções: A interacção de Interferão beta-1a com corticosteróides ou hormona adrenocorticotrópica (ACTH) não foi objeto de um estudo sistemático. Os estudos clínicos indicam que os doentes com EM podem ser tratados com Interferão beta-1a e corticosteróides ou ACTH durante os surtos. - Hormona adrenocorticotrófica (ACTH)
Sem efeito descrito

Fampridina + Interferão beta-1a

Observações: Os estudos de interacção foram realizados apenas em adultos.
Interacções: Interferão: A fampridina tem sido administrada concomitantemente com interferão-beta e não se observaram interacções medicamentosas farmacocinéticas. - Interferão beta-1a
Sem efeito descrito

Fumarato de dimetilo + Interferão beta-1a

Observações: Nos Humanos, o fumarato de dimetilo é extensivamente metabolizado pelas estearases antes de atingir a circulação sistémica e verifica-se metabolismo adicional através do ciclo de ácido tricarboxílico, sem envolvimento do sistema do citocromo P450 (CYP). Não foram identificados riscos potenciais de interacção medicamentosa em estudos de inibição e de indução de CYP in vitro, num estudo de p-glicoproteína, nem em estudos de ligação às proteínas do fumarato de dimetilo e fumarato de monometilo (um metabolito primário do fumarato de dimetilo). Os estudos de interacção apenas foram realizados em adultos.
Interacções: Os medicamentos normalmente utilizados na esclerose múltipla, o interferão beta-1a intramuscular e o acetato de glatirâmero, foram testados clinicamente quanto a interacções potenciais com fumarato de dimetilo e não alteraram o perfil farmacocinético de fumarato de dimetilo. - Interferão beta-1a
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Interferão beta-1a
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Maio de 2023