Mebendazol

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Mebendazol é um derivadodos benzimidazois, que actua interferindo com o metabolismo de hidratos de carbono e inibição da polimerização de microtúbulos.

O mebendazol (MBZ) é um medicamento usado para tratar várias infestações de vermes parasitas. Isso inclui ascaríase, doença da traça, infecções por parasitas, infecções por vermes da Guiné, doença hidática e giárdia, entre outras.
Usos comuns
Mebendazol está indicado no tratamento de infestações simples ou mistas.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Tratamento de parasitoses causadas por: Ascaris lumbricóides, Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis (oxiúros), Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Echinococcus granulosus e Echinococcus multilocularis (hidatidose).

Os fármacos anti-helmínticos são altamente eficazes no tratamento das infecções causadas por céstodos, nemátodos e tremátodos sendo, contudo, obrigatória a associação de medidas de higiene individual, do agregado familiar e da própria comunidade, nas zonas endémicas, capazes de quebrar o ciclo de autoinfeção.
Classificação CFT

1.4.1 : Anti-helmínticos

Mecanismo de ação
O mebendazol actua localmente no lúmen intestinal interferindo com a formação de tubulina na célula do parasita.

O mebendazol liga-se especificamente à tubulina e causa alterações degenerativas ultraestruturais no intestino.

Como resultado, a absorção de glucose, bem como as funções digestivas normais do parasita são interrompidas levando a um processo de autólise.

Não existem evidências sobre a eficácia de mebendazol no tratamento da cisticercose.
Posologia orientativa
Enterobíase: 1 comprimido ou 1 colher-medida (5 ml) de suspensão numa dose única, para crianças e adultos.

Uma vez que a reinfestação é frequente, recomenda-se repetir o tratamento após 2 a 4 semanas.

Ascaridíase, ancilostomíase, tricocefalíase e infestações mistas: 1 comprimido, ou 1 colher-medida (5 ml) de suspensão de manhã e à noite durante 3 dias, tanto para crianças como para adultos.

Estrongiloidíase:
Adultos: Embora se tenham obtido resultados favoráveis com a posologia anterior, sugere-se uma dose de 2 comprimidos ou 2 colheres-medida (10 ml) de suspensão de manhã e à noite, durante 3 dias, para aumentar a percentagem de cura.

Mesmo com doses elevadas os efeitos secundários são raros.

Crianças: 1 comprimido ou 1 colher-medida (5 ml) de suspensão de manhã e à noite durante 3 dias.

O tratamento não requer dieta nem a utilização de laxantes.
Administração
Via oral.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao mebendazol.

Gravidez.
Efeitos indesejáveis/adversos
O mebendazol é geralmente bem tolerado, no entanto, os doentes muito infestados, quando tratados, podem manifestar diarreia, vómitos e/ou dores abdominais.

Outros efeitos secundários referidos foram sonolência, comichão, dores de cabeça e vertigem.

Pode também ocorrer aumento das enzimas hepáticas (SGOT, SGPT, fosfatase alcalina) e alterações da função renal.

Foram também referidas alterações no sangue como eosinofilia (aumento de eosinófilos), diminuição da hemoglobina e leucopénia (diminuição dos glóbulos brancos).

Ocorreram casos raros de crises convulsivas associadas à administração de mebendazol, em particular em doentes com antecedentes pessoais de epilepsia.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Não administrar durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Não administrar durante a amamentação.
Precauções gerais
Convulsões em crianças, incluindo em bebés com idade inferior a 1 ano, foram reportadas muito raramente na experiência pós-comercialização com Mebendazol.

Este medicamento só deve ser administrado a crianças com idade inferior a 1 ano, se a infestação interferir significativamente com a situação nutricional e o seu desenvolvimento físico.

Os resultados de um estudo de caso-controlo, que investigou o aparecimento de casos de síndrome de Stevens-Johnson/necrólise epidérmica tóxica (SJS/NET), sugeriu uma possível relação entre o SJS/NET e a utilização concomitante de mebendazol e metronidazol.

Não se conhecem mais dados que sugiram esta interacção farmacológica.

Por conseguinte, a utilização concomitante de mebendazol e de metronidazol deve ser evitada.
Cuidados com a dieta
A presença de alimentos no tracto digestivo não influencia a acção do medicamento, pelo que não é necessário qualquer tipo de dieta.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Nos doentes tratados com doses substancialmente superiores às doses recomendadas, ou tratados durante longos períodos de tempo, foram reportadas as seguintes reacções adversas: alopécia, alterações reversíveis da função hepática, hepatite, agranulocitose, neutropenia e glomerulonefrite.

Com excepção da agranulocitose e da glomerulonefrite, estas reacções adversas também foram registadas em doentes tratados com as doses recomendadas de mebendazol.

Sintomas
No caso de sobredosagem acidental podem surgir cólicas abdominais, náuseas, vómitos e diarreia.

Tratamento
Não existe nenhum antídoto específico.

Na primeira hora após a ingestão pode realizar-se uma lavagem gástrica.

Se for considerado adequado pode administrar-se carvão activado.
Terapêutica interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no armazenamento
Não conservar acima de 25°C.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Ascaris lumbricóides, Necator americanus, Ancylostoma duodenale, Trichuris trichiura, Enterobius vermicularis e outros helmintos. Também demonstra actividade em doses elevadas contra Echinococcus granulosus (hidatidose) e Echinococcus multilocularis.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Mebendazol + Cimetidina

Observações: n.d.
Interacções: A administração simultânea com cimetidina pode inibir o metabolismo hepático do mebendazol, resultando num aumento das concentrações plasmáticas deste fármaco, particularmente durante tratamentos prolongados. Neste último caso, recomenda-se a determinação das concentrações plasmáticas, a fim de permitir ajustes posológicos. - Cimetidina
Não recomendado/Evitar

Mebendazol + Metronidazol

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de mebendazol e metronidazol deve ser evitada. - Metronidazol
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Mebendazol
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021