Bacilo Calmette-Guérin

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Bacilo Calmette-Guérin (historicamente Vaccin Bilie de Calmette Guerin e vulgarmente referido como o Bacilo de Calmette Guerin ou BCG) é uma vacina contra a tuberculose, que é preparada a partir de uma estirpe do atenuada (enfraquecida) do bacilo da tuberculose bovina, Mycobacterium bovis, que perdeu a sua virulência em humanos sendo especialmente subcultivados num meio de cultura, geralmente Middlebrook 7H9.

Porque os bacilos vivos evoluem para fazer o melhor uso dos nutrientes disponíveis, tornam-se menos bem adaptados ao seu ambiente tradicional, sangue humano, e não pode mais induzir a doença quando introduzida num hospedeiro humano.

Ainda assim, eles são semelhantes o suficiente para seus ancestrais selvagens para fornecer algum grau de imunidade contra a tuberculose humana.

A vacina BCG pode ser em qualquer lugar de 0 a 80% eficaz na prevenção da tuberculose por um período de 15 anos, no entanto, seu efeito protector parece variar de acordo com a geografia e o laboratório em que a cepa da vacina foi cultivada.
Usos comuns
É utilizado no tratamento do carcinoma primário in situ (CIS) ou recidivante das células uroteliais planas da bexiga, e como terapêutica adjuvante após ressecção transuretral (RTU) de um carcinoma papilar superficial primário ou recidivante, da camada das células uroteliais da bexiga no estadio TA (grau 2 ou 3) ou T1 (grau 1, 2 ou 3).
Bacilo Calmette-Guérin só está recomendado no estadio TA (grau 1) de tumores papilares quando se pensa existir um elevado risco de recorrência do tumor.
Tipo
Biotecnologia.
Indicações
Tratamento do carcinoma não invasivo urotelial da bexiga: tratamento curativo do carcinoma in situ tratamento profiláctico em caso de recorrência de:
- carcinoma urotelial limitado à mucosa:
- Ta G1-G2 em caso de tumor multifocal e/ou recorrente
- Ta G3
- carcinoma urotelial na lamina propria mas não na musculatura da bexiga (T1)
- carcinoma in situ
Classificação CFT

16.3 : IMUNOMODULADORES

Mecanismo de ação
BCG é uma suspensão liofilizada de bactérias vivas do Bacilo de Calmette e Guérin derivadas do Mycobacterium bovis, estirpe RIVM.

O BCG estimula o sistema imunitário e tem actividade anti-tumoral.

Existem estudos que sugerem que o BCG actua como um imunopotenciador inespecífico através, não de um só mecanismo de acção, mas de uma variedade de acções que envolvem células do sistema imunitário.

O BCG exerce um efeito estimulante no baço, estimula a função macrofágica no baço e activa as células NK (natural killer).

A instilação de BCG estimula o aumento dos granulócitos, monócitos/macrófagos e linfócitos T, indicando uma activação local do sistema imunitário.

As citocinas IL1, IL2, IL6 e TNFα sofrem também um aumento.
Posologia orientativa
Conforme prescrição médica.
Administração
Via intravesical.
Contraindicações
Hipersensibilidade à substãncia activa.
Não deve ser usado em doentes imunodeprimidos ou indivíduos com deficiências imunológicas congénitas ou adquiridas, quer devido a doença concomitante (por ex. serologia positiva ao HIV, leucemia, linfoma), terapêutica oncológica (por ex., fármacos citostáticos, radiação) ou terapêutica imunossupressora (por ex., corticosteróides).
Não deve ser administrado a doentes com tuberculose activa.
O risco de tuberculose activa tem de ser excluído por anamnese apropriada e, se adequado, por exames complementares de diagnóstico de acordo com as normas de orientacção locais.

História clínica anterior de radioterapia da bexiga.
O tratamento está contra-indicado em mulheres durante o aleitamento.
Não deve ser instilado antes de terem decorrido 2 a 3 semanas após a RTU, uma biopsia vesical ou uma cateterizacção traumática.
Perfuração da bexiga.
Infeção aguda das vias urinárias.
Efeitos indesejáveis/adversos
Muito frequentes (mais de 1 em 10 doentes):
Doenças gastrointestinais: náuseas (sentir-se enjoado).

Doenças urinárias: cistite (inflamação da bexiga) e reacções inflamatória (granulomatose) da bexiga, micção frequente çom desconforto e dor.

Doenças dos órgãos genitais: prostatite granulomatosa assintomátiça (reacções inflamatórias da glândula prostátiça).

Perturbações gerais: febre < 38,5°C, sintomas do tipo gripal (mal estar, febre, arrepios), desconforto geral.

Frequentes (mais de 1 em 100 e menos de 1 em 10 doentes):
Perturbações gerais: febre > 38,5°C

Pouço frequentes (mais de 1 em 1.000 e menos de 1 em 100 doentes):
Infecções: infecção/reacção sistémica grave pelo BCG, sépsis pelo BCG

Doenças do sangue: citopenia (diminuição do número de células no sangue), anemia (diminuição da hemoglobina no sangue

Doenças do sistema imunitário: síndrome de Reiter (artrite çom inflamação da pele, olhos e traçto urinário).

Doenças respiratórias: pneumonite miliar (inflamação dos pulmões), granuloma pulmonar (reacções inflamatórias do pulmão).

Afecções hepatobiliares: hepatite (inflamação do fígado)

Afecções dos tecidos cutâneos: erupção cutânea, abcesso cutâneo.

Perturbações musculosqueléticas: artrite (inflamação das articulações), artralgia (dores nas articulações).

Doenças urinárias: infecção do tracto urinário, hematúria macroscópica (presença de sangue na urina), retração da bexiga (bexiga anormamente pequena), obstrução urinária (fluxo de urina anormalmente reduzido), contractura da bexiga.

Doenças dos órgãos genitais: orquite (inflamação dos testículos), epididimite (inflamação do epidídimo), prostatite granulomatosa sintomática (reacção inflamatória da glândula prostática).

Perturbações gerais: hipotensão (pressão arterial baixa).

Raros (mais de 1 em 10.000 e menos de 1 em 1.000 doentes):
Vasculopatias: infecção vascular (p. ex. dilatação localizada de um vaso sanguíneo infectada)

Doenças renais: abcesso renal (abcesso no rim).
Muito raros (menos de 1 em 10.000 doentes), incluindo comunicações isoladas:

Infecções: infecção por BCG de implantes e tecido circundante (p. ex., infecção de enxerto aórtico, disfibrilhador cardíaco, artroplastia da ança ou do joelho).
Doenças do sistema linfático: linfadenite cervical (inflamação dos nódulos linfáticos do pesçoço), infecção regional de nódulos linfátiços.

Doenças do sistema imunitário: reacção de hipersensibilidade (alérgiça) (p.ex., edema das pálpebras, tosse).

Afecções oculares: corioretinite (inflamação da região interior do olho), conjuntivite (olhos avermelhados), uveíte (inflamação da úvea do olho).

Vasçulopatias: fístulas vasculares.

Doenças gastrointestinais: vómitos, fístulas intestinais, peritonite (inflamação do peritoneu).

Afecções musculosqueléticas, dos tecidos conjuntivos e dos ossos: osteomielite (inflamação do osso e da medula óssea por bactérias), infecção da medula óssea, abcesso do psoas (abcesso do músculo da região lombar).

Doenças dos órgãos genitais: orquite (inflamação dos testíçulos) ou epididimite (inflamação do epidídimo) resistente à terapêutica antituberculosa, infecção da glande do pénis.

Desconhecido (não pode ser çalçulado a partir dos dados disponíveis):
Doenças dos órgãos genitais: perturbações genitais (ex., dor vaginal, dispareunia (relações sexuais dolorosas))
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Não é recomendado o uso de durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Este tratamento está contra-indicado em mulheres a amamentar.
Condução
Condução:
Condução:Os sintomas locais e sistémicos durante a terapêutica podem afectar a capacidade de conduzir.
Precauções gerais
A BCG não deve ser usada para administração por debaixo, ou na pele, no músculo ou veia, nem para vacinação.

Número de instilações de BCG
Os efeitos secundários ao tratamento com BCG são frequentes mas geralmente ligeiros e transitórios.
As reacções adversas habitualmente aumentam com o número de instilações de BCG.

Infeção/reacção sistémica ao BCG
A instilação traumática pode provocar uma infecção generalizada grave com o BCG.
É possível que esta resulte em choque e mesmo morte.

Têm sido raramente referidas reacções sistémicas ao BCG, sendo descritas como febre > 39,5ºC durante pelo menos 12 horas, febre > 38,5 ºC durante pelo menos 48 horas, pneumonia miliar (inflamação dos pulmões com numerosas pequenas lesões), hepatite granulomatosa (reacções inflamatórias do fígado), irregularidades no teste da função hepática, disfunção orgânica (que não do tracto genito-urinário) com inflamação granulomatosa à biópsia.

O médico deve determinar que não tem uma infecção do tracto urinário antes de cada instilação de BCG na bexiga.
Caso seja diagnosticada uma infecção do tracto urinário durante a terapêutica com BCG, a terapêutica deve ser interrompida até que a análise da urina normalize e que seja concluída a terapêutica com antibióticos.

Tem sido referida a infecção de implantes e enxertos em doentes com, por ex., aneurisma (dilatacção localizada de um vaso sanguíneo) ou prótese.

Persistência de BCG
Em casos isolados, as batérias do BCG podem persistir nas vias urinárias durante mais de 16 meses.

Febre ou hematúria (presença de sangue na urina) macroscópica
O tratamento deve ser adiado até resolução de febre concomitante ou hematúria macroscópica.

Baixa capacidade da bexiga
Se tem uma capacidade da bexiga baixa é possível que esta capacidade diminua ainda mais após o tratamento.

HLA-B27 (Antigénio do leucócito humano B27)
Se é HLA-B27 positivo, pode ter um aumento de ocorrência de artrite reaccional (inflamação das articulações) ou síndrome de Reiter (artrite com inflamação da pele, olhos e tracto urinário).

Doentes com imunodeficiência
As batérias do BCG podem ser nocivas para doentes com imunodeficiência.
Se for tratado com BCG deve obedecer a todas as normas gerais de higiene, a seguir indicadas, especialmente quando em contacto com os doentes mencionados.

Transmissão sexual
Até à data não há registo de transmissão sexual de BCG, embora se recomende o uso de preservativo durante as relações sexuais por uma semana após a terapêutica com BCG.

Higiene geral
Recomenda-se lavar as mãos e a área genital após a micção.
Isto aplica-se especialmente às primeiras micções após a instilação do BCG.
Em caso de contaminação de lesões cutâneas, recomenda-se a utilização de um desinfetante apropriado.
Cuidados com a dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de Intoxicações.
Terapêutica interrompida
Não aplicável.
Cuidados no armazenamento
Conservar no frigorífico (2 ºC – 8 ºC).
Não congelar.
Manter o recipiente dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Não recomendado/Evitar

Bacilo Calmette-Guérin + Antituberculosos

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. Deve ser evitada a administração em simultâneo de agentes antituberculosos e antibióticos, como fluoroquinolonas, doxiciclina ou gentamicina, durante a terapêutica por instilação intravesical de BCG, devido à sensibilidade do BCG a esses fármacos. - Antituberculosos
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Etambutol

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Etambutol
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Estreptomicina

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Estreptomicina
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Ácido para-aminosalicílico

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Ácido para-aminosalicílico
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Isoniazida

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Isoniazida
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Rifampicina (rifampina)

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Rifampicina (rifampina)
Não recomendado/Evitar

Bacilo Calmette-Guérin + Antibióticos

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. Deve ser evitada a administração em simultâneo de agentes antituberculosos e antibióticos, como fluoroquinolonas, doxiciclina ou gentamicina, durante a terapêutica por instilação intravesical de BCG, devido à sensibilidade do BCG a esses fármacos. - Antibióticos
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Anti-sépticos

Observações: n.d.
Interacções: As bactérias BCG são sensíveis a fármacos antituberculosos (p. ex. etambutol, estreptomicina, ácido p-aminosalicílico, isoniazida e rifampicina), antibióticos, anti-sépticos e lubrificantes. - Anti-sépticos
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Pirazinamida

Observações: n.d.
Interacções: Foi descrita uma resistência à pirazinamida e à cicloserina. - Pirazinamida
Usar com precaução

Bacilo Calmette-Guérin + Cicloserina (Terizidona)

Observações: n.d.
Interacções: Foi descrita uma resistência à pirazinamida e à cicloserina. - Cicloserina (Terizidona)
Não recomendado/Evitar

Bacilo Calmette-Guérin + Fluoroquinolonas

Observações: n.d.
Interacções: Deve ser evitada a administração em simultâneo de agentes antituberculosos e antibióticos, como fluoroquinolonas, doxiciclina ou gentamicina, durante a terapêutica por instilação intravesical de BCG, devido à sensibilidade do BCG a esses fármacos. - Fluoroquinolonas
Não recomendado/Evitar

Bacilo Calmette-Guérin + Doxiciclina

Observações: n.d.
Interacções: Deve ser evitada a administração em simultâneo de agentes antituberculosos e antibióticos, como fluoroquinolonas, doxiciclina ou gentamicina, durante a terapêutica por instilação intravesical de BCG, devido à sensibilidade do BCG a esses fármacos. - Doxiciclina
Não recomendado/Evitar

Bacilo Calmette-Guérin + Gentamicina

Observações: n.d.
Interacções: Deve ser evitada a administração em simultâneo de agentes antituberculosos e antibióticos, como fluoroquinolonas, doxiciclina ou gentamicina, durante a terapêutica por instilação intravesical de BCG, devido à sensibilidade do BCG a esses fármacos. - Gentamicina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Bacilo Calmette-Guérin
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 28 de Março de 2023