Letrozol

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução DCI com Advertência no Dopping
O que é
Inibidores da aromatase.

Letrozol pertence a um grupo de medicamentos designados por inibidores da aromatase.

É um tratamento hormonal (ou “endócrino”) para o cancro da mama.

O crescimento do cancro da mama é frequentemente estimulado por estrogénios, que são hormonas sexuais femininas.

Letrozol reduz a quantidade de estrogénios através do bloqueio de uma enzima (“aromatase”) envolvida na produção de estrogénios e portanto podem bloquear o crescimento do cancro da mama que necessita de estrogénios para crescer.

Como consequência, as células tumorais abrandam ou param o crescimento e/ou a sua propagação a outras partes do corpo.

Dopping: Substância proibida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Usos comuns
Letrozol é usado no tratamento de mulheres com cancro da mama que entraram na fase da menopausa, i.e. após cessação do período menstrual.

É utilizado para prevenir o reaparecimento do cancro da mama.

Pode ser utilizado como tratamento inicial antes da cirurgia à mama, no caso da abordagem cirúrgica imediata não ser possível, pode ser usado como tratamento inicial após cirurgia à mama ou após cinco anos de tratamento com tamoxifeno.

Letrozol é também usado para impedir que o tumor da mama progrida para outras partes do organismo em doentes com a doença avançada.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Terapêutica adjuvante em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama invasivo positivo para receptores hormonais, em fase inicial.

Terapêutica adjuvante prolongada em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama invasivo hormono-dependente, previamente sujeitas a terapêutica adjuvante padrão com tamoxifeno durante 5 anos.

Tratamento de primeira linha em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama hormono-dependente avançado.

Tratamento do cancro da mama avançado, com recidiva ou progressão da doença, em mulheres em estado endócrino pós-menopáusico, natural ou artificialmente induzido, após tratamento prévio com antiestrogénios.

Terapêutica neo-adjuvante em mulheres pós-menopáusicas com cancro da mama positivo para receptores hormonais, HER-2 negativo, no qual a quimioterapia não é adequada e a cirurgia imediata não está indicada.

A eficácia não foi demonstrada em doentes com cancro da mama negativo para receptores hormonais.
Classificação CFT

16.2.2.3 : Inibidores da aromatase

Mecanismo de ação
A supressão da estimulação do crescimento mediada por estrogénios é um pré-requisito para a resposta tumoral, em casos em que o crescimento do tecido do tumor depende da presença de estrogénios e a terapêutica endócrina é utilizada.

Em mulheres pós-menopáusicas, os estrogénios são principalmente resultantes da acção da enzima aromatase, que converte os androgénios das supra-renais - principalmente androstenediona e testosterona - em estrona e estradiol.

Deste modo, a supressão da biossíntese de estrogénios nos tecidos periféricos e no próprio tecido cancerígeno pode ser conseguida através da inibição específica da enzima aromatase.


O letrozol é um inibidor não esteróide da aromatase.

Inibe esta enzima ligando-se competitivamente ao grupo heme do citocromo P450 da aromatase, resultando numa redução da biossíntese de estrogénios em todos os tecidos onde se encontre.


Em mulheres pós-menopáusicas saudáveis, doses únicas de 0,1 mg, 0,5 mg, e 2,5 mg de letrozol reduzem os níveis séricos de estrona e de estradiol em 75%-78% e 78% do valor inicial respectivamente.

A supressão máxima é conseguida em 48-78 horas.


Em doentes pós-menopáusicas com cancro da mama avançado, doses diárias de 0,1 mg a 5 mg suprimiram a concentração plasmática de estradiol, estrona e sulfato de estrona em 75-95% do valor inicial, em todas as doentes tratadas.

Com doses de 0,5 mg e superiores, muitos dos níveis de estrona e sulfato de estrona encontravam-se abaixo do limite de detecção dos testes, indicando que se obtém uma maior supressão de estrogénios com estas doses.

A supressão dos estrogénios foi mantida durante todo o tratamento, em todas as doentes.


O letrozol é extremamente específico na inibição da actividade da aromatase.

Não se observou compromisso na esteroidogenese a nível supra-renal.

Não se observaram alterações clinicamente relevantes nas concentrações plasmáticas de cortisol, aldosterona, 11-desoxicortisol, 17-hidroxi-progesterona e ACTH ou na actividade da renina plasmática em doentes pós-menopáusicas, tratadas com uma dose diária de letrozol de 0,1 a 5 mg.

O teste de estimulação de ACTH realizado após 6 e 12 semanas de tratamento com doses diárias de 0,1 mg, 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 2,5 mg, e 5 mg não revelou qualquer diminuição da produção de aldosterona ou de cortisol.

Portanto, não é necessária a suplementação com glucocorticóide e mineralocorticóide.

Não se observaram alterações nas concentrações plasmáticas de androgénios (androstenodiona e testosterona) em mulheres pós-menopáusicas saudáveis após a administração de doses únicas de 0,1 mg, 0,5 mg, e 2,5 mg de letrozol ou nas concentrações plasmáticas de androstenodiona em doentes pós-menopáusicas tratadas com doses diárias de 0,1 mg a 5 mg, o que indica que o bloqueio da biossíntese de estrogénios não leva à acumulação de precursores androgénicos.

Os níveis plasmáticos de LH e FSH nos doentes não são afectados pelo letrozol, o mesmo ocorrendo com a função tiróideia, de acordo com a avaliação realizada através dos testes de captação de TSH, T4 e T3.
Posologia orientativa
Doentes adultas e idosas
A dose recomendada de Letrozol é de 2,5 mg uma vez por dia.

Não é necessário ajuste de dose em doentes idosas.

Em doentes com cancro de mama avançado ou metastático, o tratamento com Letrozol deve continuar até a progressão do tumor ser evidente.
Administração
Letrozol deve ser tomado por via oral e pode ser tomado com ou sem alimentos.
O comprimido deve ser tomado inteiro com um copo de água ou de outro líquido.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao Letrozol
Estado endócrino pré-menopáusico
Gravidez
Amamentação
Efeitos indesejáveis/adversos
Alguns efeitos secundários podem ser graves:
Raros ou pouco frequentes (i.e. podem afectar entre 1 a 100 em cada 10.000 doentes):
Fraqueza, paralisia ou perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo (particularmente nos braços, pernas), perda de coordenação, náuseas, dificuldade em falar ou respirar (sinais de distúrbios cerebrais, por ex: AVC)
Dor no peito, súbita e opressiva (sinal de distúbio cardíaco)
Dificuldade em respirar, dor no peito, desmaio, batimento cardíaco acelerado, descoloração azulada da pele ou dor súbita no braço, perna ou pé (sinais de formação eventual de um coágulo sanguíneo)
Inchaço ou vermelhidão ao longo de uma veia, extremamente sensível ao toque e desencadeando eventualmente dor
Febre alta, arrepios ou úlceras na boca devido a infecção (falta de glóbulos brancos)
Visão turva, grave e persistente
Se sentir alguns dos sintomas descritos acima, informe imediatamente o seu médico.

Deve informar imediatamente o seu médico se sentir algum destes efeitos secundários durante o tratamento com Letrozol:
Inchaço principalmente da face e garganta (sinal de reacção alérgica)
Pele e olhos amarelados, náuseas, perda de apetite, urina escura (sinais de hepatite)
Erupção cutânea, pele avermelhada, bolhas nos lábios, olhos ou boca, descamação da pele, febre (sinais de distúrbios da pele)

Alguns efeitos secundários são muito frequentes.
Estes efeitos secundários podem afectar mais de 10 em cada 100 doentes.

Afrontamentos
Aumento do colesterol (hipercolesterolemia)
Fadiga
Aumento da sudação
Dor nos ossos e nas articulações (artralgia)
Se alguns destes efeitos secundários o afectar com gravidade, informe os eu médico.

Alguns efeitos secundários são frequentes.
Estes efeitos secundários podem afectar entre 1 e 10 em cada 100 doentes.

Erupção cutânea
Dor de cabeça
Tonturas
Sensação de mal-estar geral
Perturbações gastrointestinais tais como náuseas, vómitos, indigestão, obstipação e diarreia
Aumento ou perda de apetite
Dores musculares
Diminuição da espessura ou desgaste do osso (osteoporose), podendo, nalguns casos causar fracturas ósseas
Inchaço dos braços, mãos, pés, tornozelos (edema)
Depressão
Aumento de peso
Queda de cabelo
Aumento da pressão arterial (hipertensão)
Dor abdominal
Pele seca
Hemorragia vaginal
Se alguns destes efeitos secundários o afectar com gravidade, informe o médico.

Outros efeitos secundários são pouco frequentes.
Estes efeitos secundários podem afectar entre 1 a 10 em cada 1.000 doentes.

Perturbações do sistema nervoso tais como ansiedade, nervosismo, irritabilidade, tonturas, problemas de memória, sonolência, insónia
Alterações da sensibilidade, especialmente do tato
Alterações visuais, tais como visão turva e irritação ocular
Palpitações, batimento cardíaco acelerado
Alterações da pele tais como prurido (urticária)
Corrimento vaginal ou secura
Rigidez articular (artrite)
Dor mamária
Febre
Sede, alteração do paladar, boca seca
Secura das membranas mucosas
Diminuição de peso
Infecção do tracto urinário, aumento da frequência urinária
Tosse
Aumento do nível de enzimas
Se algum destes efeitos secundários o afectar com gravidade, informe o médico.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Letrozol é contra-indicado durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Letrozol é contra-indicado durante a amamentação.
Dopping
Dopping:
Dopping:Inibidores da aromatase. Substância probida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Condução
Condução:
Condução:Se se sentir sonolência, fadiga, com tonturas ou com mal-estar generalizado, não conduza nem utilize máquinas até que se sinta normal de novo.
Precauções gerais
Situação face à menopausa
Em doentes cujo estado menopáusico não é claro, devem ser avaliados os níveis da hormona luteinizante (LH), da hormona folículo estimulante (FSH) e/ou estradiol antes de iniciar o tratamento com Letrozol.

Apenas as mulheres em estado endócrino pós-menopáusico devem receber Letrozol.

Compromisso renal
Letrozol não foi estudado num número suficiente de doentes com depuração da creatinina inferior a 10 ml/min.

O potencial risco/benefício para estas doentes deve ser cuidadosamente considerado antes da administração de Letrozol.

Afecção hepática
Em doentes com afecção hepática grave (Child-Pugh C), a exposição sistémica e a semi-vida terminal aumentaram para o dobro aproximadamente, comparativamente a voluntários saudáveis.

Estas doentes devem ser mantidas sob vigilância cuidadosa.

Efeitos no osso
Letrozol é um potente agente redutor do estrogénio.

Mulheres com história clínica de osteoporose e/ou fracturas, ou que estejam em risco aumentado de osteoporose, devem realizar uma avaliação formal da densidade mineral óssea antes do início do tratamento adjuvante e adjuvante prolongado e serem monitorizadas durante e após o tratamento com letrozol.

O tratamento ou a profilaxia da osteoporose deverá ser iniciada conforme adequado, devendo manter-se uma monitorização cuidadosa.

Na terapêutica adjuvante pode também ser considerado um esquema de tratamento sequencial (letrozol 2 anos seguido de tamoxifeno 3 anos) dependendo do perfil de segurança do doente.

Outras advertências
A administração concomitante de Letrozol com tamoxifeno, outros antiestrogénios ou terapêuticas contendo estrogénios deve ser evitada dado que estas substâncias podem diminuir a acção farmacológica de letrozol.
Cuidados com a dieta
Poderá tomar com ou sem alimentos.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Não se conhece um tratamento específico em caso de sobredosagem; o tratamento deve ser sintomático e de suporte.
Terapêutica interrompida
Se estiver na altura de tomar a dose seguinte (ex. dentro de 2 ou 3 horas), não tome a dose em falta e tome a dose seguinte no horário habitual.
Caso contrário, tome a dose logo que se lembre e depois tome o próximo comprimido como faria normalmente.
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no armazenamento
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Letrozol + Cimetidina

Observações: n.d.
Interacções: O metabolismo de letrozol é parcialmente mediado via CYP2A6 e CYP3A4. A cimetidina, um inibidor fraco inespecífico das enzimas CYP450, não afetou as concentrações plasmáticas de letrozol. Não se conhece o efeito de inibidores potentes da CYP450. - Cimetidina
Sem efeito descrito

Lapatinib + Letrozol

Observações: O lapatinib é predominantemente metabolizado pelo CYP3A.
Interacções: A administração concomitante de lapatinib com capecitabina, letrozol ou trastuzumab não alterou significativamente a farmacocinética destes medicamentos (ou dos metabólitos da capecitabina) ou de lapatinib. - Letrozol
Sem efeito descrito

Letrozol + Inibidores do CYP450

Observações: n.d.
Interacções: O metabolismo de letrozol é parcialmente mediado via CYP2A6 e CYP3A4. A cimetidina, um inibidor fraco inespecífico das enzimas CYP450, não afetou as concentrações plasmáticas de letrozol. Não se conhece o efeito de inibidores potentes da CYP450. - Inibidores do CYP450
Não recomendado/Evitar

Letrozol + Estrogénios

Observações: n.d.
Interacções: Até ao momento, não há experiência clínica sobre a utilização de letrozol em associação com outros estrogénios ou outros agentes anticancerígenos, para além de tamoxifeno. O tamoxifeno, outros antiestrogénios ou terapêuticas contendo estrogénios podem diminuir a acção farmacológica de letrozol. A administração concomitante de letrozol com tamoxifeno, outros antiestrogénios ou estrogénios deve ser evitada. - Estrogénios
Sem efeito descrito

Letrozol + Citotóxicos (citostáticos)

Observações: n.d.
Interacções: Até ao momento, não há experiência clínica sobre a utilização de letrozol em associação com outros estrogénios ou outros agentes anticancerígenos, para além de tamoxifeno. - Citotóxicos (citostáticos)
Não recomendado/Evitar

Letrozol + Tamoxifeno

Observações: n.d.
Interacções: O tamoxifeno, outros antiestrogénios ou terapêuticas contendo estrogénios podem diminuir a acção farmacológica de letrozol. Além disso, a administração concomitante de tamoxifeno com letrozol demonstrou reduzir substancialmente as concentrações plasmáticas de letrozol. A administração concomitante de letrozol com tamoxifeno, outros antiestrogénios ou estrogénios deve ser evitada. - Tamoxifeno
Usar com precaução

Letrozol + Fenitoína

Observações: n.d.
Interacções: In vitro, o letrozol inibe a isoenzima 2A6 e, moderadamente, a isoenzima 2C19 do citocromo P450, mas desconhece-se qual a relevância clínica. Recomenda-se portanto precaução na administração concomitante com medicamentos cuja eliminação dependa sobretudo destas isoenzimas e cujo índice terapêutico seja estreito (p. ex. fenitoína, clopidogrel). - Fenitoína
Usar com precaução

Letrozol + Clopidogrel

Observações: n.d.
Interacções: In vitro, o letrozol inibe a isoenzima 2A6 e, moderadamente, a isoenzima 2C19 do citocromo P450, mas desconhece-se qual a relevância clínica. Recomenda-se portanto precaução na administração concomitante com medicamentos cuja eliminação dependa sobretudo destas isoenzimas e cujo índice terapêutico seja estreito (p. ex. fenitoína, clopidogrel). - Clopidogrel
Sem efeito descrito

Palbociclib + Letrozol

Observações: Palbociclib é metabolizado principalmente pela CYP3A e pela SULT2A1, uma enzima da família das sulfotransferases (SULT). In vivo, palbociclib é um inibidor fraco e dependente do tempo da CYP3A.
Interacções: Dados da parte de avaliação de interacções medicamentosas de um estudo clínico com doentes com cancro da mama demonstraram a ausência de interacções medicamentosas entre palbociclib e letrozol quando os dois medicamentos foram co-administrados. - Letrozol
Sem efeito descrito

Ribociclib + Letrozol

Observações: n.d.
Interacções: interacção medicamentosa entre ribociclib e letrozol: Dados de um estudo clínico em doentes com cancro da mama e a análise farmacocinética da população indicaram não existir interacção medicamentosa entre ribociclib e letrozol após co-administração destes medicamentos. - Letrozol
Sem efeito descrito

Abemaciclib + Letrozol

Observações: n.d.
Interacções: Efeitos do abemaciclib na farmacocinética de outros medicamentos Num estudo clínico realizado com doentes com cancro da mama, não houve qualquer interacção medicamentosa farmacocinética clinicamente relevante entre abemaciclib e anastrozol, fulvestrant, exemestano, letrozol ou tamoxifeno. - Letrozol
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Letrozol
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021