Lenvatinib

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Agentes antineoplásicos, inibidores da proteína cinase.

O lenvatinib é um inibidor de multicinases que demonstrou ter principalmente propriedades antiangiogénicas in vitro e in vivo, e observou-se também uma inibição directa do crescimento tumoral em modelos in vitro.

Lenvatinib bloqueia a acção de proteínas chamadas receptores das tirosina cinases (RTKs), as quais estão envolvidas no crescimento de células e no desenvolvimento de novos vasos de sangue que as alimentam. Estas proteínas podem apresentar-se em elevadas quantidades nas células cancerosas e, ao bloquear a sua acção, lenvatinib pode atrasar a velocidade com que as células cancerosas crescem e ajudar a cortar o fornecimento de sangue de que o cancro precisa.
Usos comuns
Lenvatinib é utilizado para tratar o cancro da tiróide progressivo ou avançado em adultos quando o tratamento com iodo radioactivo não ajudou a travar a doença.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Lenvatinib é indicado para o tratamento de doentes adultos com carcinoma diferenciado (papilar/folicular/células de Hürthle) da tiróide (CDT), progressivo, localmente avançado ou metastático, refratário ao iodo radioactivo.
Classificação CFT

16.1.8 : Inibidores das tirosinacinases

Mecanismo de ação
O lenvatinib é um inibidor do receptor da tirosina cinase (RTK) que inibe selectivamente as actividades de cinase dos receptores do factor de crescimento endotelial vascular (VEGF) VEGFR1 (FLT1), VEGFR2 (KDR) e VEGFR3 (FLT4), para além de outros RTKs relacionados com as vias proangiogénica e oncogénica incluindo os receptores do factor de crescimento dos fibroblastos (FGF) FGFR1, 2, 3, e 4, o receptor do factor de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) PDGFRα, KIT e RET.

Embora não tenha sido directamente estudado com o lenvatinib, foi postulado que o mecanismo de acção (MA) para a hipertensão é mediado por inibição do VEGFR2 nas células vasculares endoteliais.

Analogamente, embora não tenha sido directamente estudado, foi postulado que o MA para a proteinúria é mediado por regulação a jusante do VEGFR1 e do VEGFR2 nos podócitos dos glomérulos.

O mecanismo de acção para o hipotiroidismo não está completamente elucidado.
Posologia orientativa
A dose diária recomendada de lenvatinib é de 24 mg tomados uma vez por dia.

A dose diária deverá ser modificada conforme necessário, de acordo com o plano de monitorização da dose/toxicidade.
Administração
O tratamento com Lenvatinib deve ser iniciado e supervisionado por um profissional de saúde com experiência na utilização de terapêuticas anticancerígenas.

Lenvatinib destina-se à via oral.

As cápsulas devem ser tomadas por volta da mesma hora todos os dias, com ou sem alimentos.

As cápsulas devem ser engolidas inteiras com água.

Os prestadores de cuidados não devem abrir a cápsula de modo a evitar exposição repetida ao conteúdo da cápsula.
Contraindicações
Hipersensibilidade à Lenvatinib.
Efeitos indesejáveis/adversos
Informe o médico imediatamente se detectar qualquer um dos efeitos secundários seguintes – poderá precisar de tratamento médico urgente:
- sensação de dormência ou fraqueza num dos lados do corpo, dores de cabeça intensas, convulsões, confusão, dificuldade em falar, alterações da visão ou sensação de tonturas – estes poderão ser sinais de um acidente vascular cerebral, hemorragia no cérebro, ou o efeito de um aumento acentuado da pressão sanguínea no seu cérebro

- dor ou pressão no peito, dor nos braços, costas, pescoço ou maxilar, sentir falta de ar, um batimento cardíaco rápido ou irregular, tosse, cor azulada nos lábios ou nos dedos, sentir-se muito cansado – estes podem ser sinais de um problema no coração ou de um coágulo de sangue nos seus pulmões.

- dor intensa na barriga (abdómen) – isto pode ser devido a um buraco na parede do seu intestino ou uma fístula (um buraco no seu intestino que liga uma passagem semelhante a um tubo a outra parte do seu corpo ou à pele).

- fezes escuras, com aspecto de alcatrão ou com sangue ou expectorar sangue ao tossir – estes podem ser sinais de uma hemorragia no interior do seu corpo.

- diarreia, enjoos e vómitos – estes são efeitos secundários muito frequentes que podem tornar-se graves se fizerem com que fique desidratado, o que poderá levar a insuficiência renal.

O médico pode dar-lhe medicamentos para reduzir estes efeitos secundários.

Outros efeitos secundários incluem:
Muito frequentes (podem afectar mais de 1 em cada 10 pessoas)
- tensão arterial alta e baixa
- perda de apetite ou perda de peso
- enjoos e vómitos, prisão de ventre, diarreia, dor no abdómen, indigestão
- sentir-se muito cansado ou fraco
- rouquidão
- inchaço das pernas
- erupção na pele
- boca seca, dolorosa ou inflamada, sensação de sabor estranho
- inchaço e inflamação das articulações; e músculos, ossos e articulações rijas
- sentir tonturas
- perda de cabelo
- sangrar (mais frequentemente sangrar do nariz, mas pode incluir também sangrar de outros locais, tais como, sangue na urina, formação de nódoas negras, sangrar das gengivas ou da parede dos intestinos)
- dificuldade em dormir
- alterações nas análises das proteínas na urina (elevadas) e infecções urinárias (aumento da frequência urinária ou dor ao urinar)
- dor – nos músculos, articulações, dor de cabeça e nas costas
- vermelhidão, dor e inchaço da pele nas mãos e pés (síndrome pé-mão)
- alterações nos resultados das análises ao sangue para os níveis de potássio (baixos) e níveis de cálcio (baixos)
- formação de nódoas negras e dificuldade na cicatrização de feridas - sinais de um nível baixo de plaquetas no sangue

Frequentes (podem afectar até 1 em cada 10 pessoas)
- perda de líquidos corporais (desidratação)
- palpitações do coração
- pele seca, espessamento e comichão na pele
- sensação de enfartamento ou gases nos intestinos
- tiróide pouco activa
- problemas de coração ou coágulos de sangue nos pulmões (dificuldade em respirar, dor no peito) ou noutros órgãos
- indisposição
- acidente vascular cerebral
- fístula anal (um pequeno canal que se forma entre o ânus e a pele que o rodeia)
- alterações nos resultados das análise ao sangue para a função do fígado, rins, glóbulos brancos (baixos), sódio e magnésio no sangue (baixos) e hormona de estimulação da tiróide (elevada)
- insuficiência renal

Pouco frequentes (podem afectar até 1 em cada 100 pessoas)
- infecção ou irritação dolorosa próximo do ânus
- pequeno acidente vascular cerebral
- lesão no fígado
- dor intensa na parte superior esquerda da barriga (abdómen) que pode estar associada a febre, arrepios, náuseas e vómitos
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:O lenvatinib não deve ser utilizado durante a gravidez a menos que seja claramente necessário e após uma consideração cuidadosa das necessidades da mãe e do risco para o feto.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:O lenvatinib é contra-indicado durante a amamentação.
Condução
Condução:
Condução:Os doentes que tenham fadiga e tonturas devem ter cuidado ao conduzir.
Precauções gerais
Fale com o médico antes de tomar este medicamento
- tiver a tensão arterial alta
- for uma mulher com potencial para engravidar
- tiver antecedentes de problemas de coração ou de acidentes vasculares-cerebrais
- tiver problemas de fígado ou de rins
- tiver sido submetido recentemente a uma cirurgia ou a radioterapia
- tiver mais de 75 anos de idade
- pertencer a um grupo étnico que não a raça branca ou asiática
- pesar menos de 60 kg

Lenvatinib não é recomendado para utilização em crianças e adolescentes.
Cuidados com a dieta
Pode tomar com ou sem alimentos.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de Intoxicações.

As doses mais elevadas de lenvatinib estudadas clinicamente foram 32 mg e 40 mg por dia.

Em ensaios clínicos ocorreram também erros de medicação acidentais que resultaram em doses únicas de 40 a 48 mg.

As reacções adversas medicamentosas mais frequentemente observadas com estas doses foram hipertensão, náuseas, diarreia, fadiga, estomatite, proteinúria, cefaleias e agravamento da PPE.

Tem havido também notificações de sobredosagem com lenvatinib envolvendo administrações únicas de 6 a 10 vezes a dose diária recomendada.

Estes casos foram associados a reacções adversas consistentes com o perfil de segurança conhecido do lenvatinib (i.e. insuficiência renal e cardíaca) ou não tiveram reacções adversas.

Sintomas e tratamento:
Não existe um antídoto específico para a sobredosagem com lenvatinib.

Em caso de suspeita de sobredosagem, o lenvatinib deve ser suspenso e deve administrar-se cuidados de suporte apropriados, conforme seja necessário.
Terapêutica interrompida
Se um doente se esquecer de tomar uma dose e a mesma não puder ser tomada no período de 12 horas, então essa dose deverá ser omitida e a dose seguinte tomada à hora habitual de administração.

O tratamento deverá continuar desde que se observe um benefício clínico ou até ocorrer toxicidade inaceitável.
Cuidados no armazenamento
Não conservar acima de 25°C.
Conservar no blister de origem para proteger da humidade.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Sem significado Clínico

Lenvatinib + Carboplatina

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de lenvatinib, carboplatina e paclitaxel não tem um impacto significativo na farmacocinética de qualquer uma destas 3 substâncias. - Carboplatina
Sem significado Clínico

Lenvatinib + Paclitaxel

Observações: n.d.
Interacções: A administração concomitante de lenvatinib, carboplatina e paclitaxel não tem um impacto significativo na farmacocinética de qualquer uma destas 3 substâncias. - Paclitaxel
Usar com precaução

Lenvatinib + Astemizol

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Astemizol
Usar com precaução

Lenvatinib + Terfenadina

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Terfenadina
Usar com precaução

Lenvatinib + Cisaprida

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Cisaprida
Usar com precaução

Lenvatinib + Pimozida

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Pimozida
Usar com precaução

Lenvatinib + Quinidina

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Quinidina
Usar com precaução

Lenvatinib + Bepridilo

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Bepridilo
Usar com precaução

Lenvatinib + Ergotamina

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Ergotamina
Usar com precaução

Lenvatinib + Mesilato de di-hidroergotamina

Observações: n.d.
Interacções: Os substratos do CYP3A4 que se sabe que têm um índice terapêutico estreito [p.ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridil ou alcaloides de ergot (p.ex. ergotamina, di-hidroergotamina)] devem ser administrados com precaução em doentes que estejam a receber lenvatinib. - Mesilato de di-hidroergotamina
Consultar informação atualizada

Lenvatinib + Contraceptivos orais

Observações: n.d.
Interacções: Desconhece-se atualmente se o lenvatinib poderá reduzir a eficácia dos Contraceptivos hormonais e, por conseguinte, as mulheres que utilizam Contraceptivos hormonais orais deverão adicionar um método de barreira. - Contraceptivos orais
Consultar informação atualizada

Lenvatinib + Substratos do CYP3A4

Observações: n.d.
Interacções: Não existem dados que possam ser utilizados para excluir o risco de lenvatinib poder ser um indutor do CYP3A4 ou da gp-P no tracto gastrointestinal. Isto poderá levar potencialmente a uma diminuição da exposição aos substratos orais do CYP3A4/gp-P. Isto deve ser tido em consideração no caso de se coadministrarem substratos orais do CYP3A4/gp-P nos quais é muito importante haver retenção da eficácia. - Substratos do CYP3A4
Consultar informação atualizada

Lenvatinib + Substratos da glicoproteína-P (Gp-P)

Observações: n.d.
Interacções: Não existem dados que possam ser utilizados para excluir o risco de lenvatinib poder ser um indutor do CYP3A4 ou da gp-P no tracto gastrointestinal. Isto poderá levar potencialmente a uma diminuição da exposição aos substratos orais do CYP3A4/gp-P. Isto deve ser tido em consideração no caso de se coadministrarem substratos orais do CYP3A4/gp-P nos quais é muito importante haver retenção da eficácia. - Substratos da glicoproteína-P (Gp-P)
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Lenvatinib
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024