Cefepima

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Insuficiência Renal
O que é
A Cefepima é um antibiótico cefalosporínico de quarta geração desenvolvido em 1994.

A Cefepima tem um espectro alargado de actividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, com uma maior actividade contra organismos Gram-negativos e Gram-positivos do que os agentes de terceira geração.

A Cefepima é geralmente reservada para o tratamento de pneumonia nosocomial grave, infecções causadas por micro-organismos multirresistentes (por exemplo, Pseudomonas aeruginosa) e tratamento empírico da neutropenia febril.
Usos comuns
Tratar certas infecções bacterianas.

A Cefepima é um antibiótico cefalosporínico. Funciona eliminando as bactérias sensíveis.
Tipo
Molécula pequena.
Indicações
Está indicada no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis à Cefepima, nomeadamente:
– infecções do tracto respiratório inferior, incluindo pneumonia nosocomial e adquirida na comunidade, exacerbação bacteriana aguda da bronquite crónica e infecção bacteriana secundária da bronquite aguda;
– infecções do tracto urinário complicadas, incluindo pielonefrite, como não-complicadas;
– infecções da pele e estruturas cutâneas;
– infecções intra-abdominais, incluindo peritonite, e infecções do tracto biliar;
– infecções ginecológicas;
– Septicemia;
– Meningite bacteriana em lactentes e crianças;
– Tratamento empírico na neutropenia febril.
Classificação CFT

1.1.2.4 : Cefalosporinas de 4ª geração

Mecanismo de ação
As cefalosporinas são bactericidas e têm o mesmo modo de actuação que outros antibióticos betalactâmicos, tais como as penicilinas.

As cefalosporinas interrompem a síntese da camada de peptidoglicano da parede celular bacteriana. A camada de peptidoglicano é importante para a integridade estrutural da parede celular, especialmente em organismos gram-positivos.

O último passo de transpeptidação na síntese do peptidoglicano é facilitado pelas transpeptidases conhecidas como proteínas de ligação à penicilina (PBPs).
Posologia orientativa
Infecções do tracto urinário (ITU) ligeiras a moderadas: 500 mg a 1 g IV ou IM cada 12 h.

Outras infecções ligeiras a moderadas (não ITU): 1 g IV ou IM cada 12 h.

Infecções graves: 2 g IV cada 12 h.

Infecções muito graves ou que impliquem risco de vida: 2 g IV cada 8 h.
Administração
Pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. A dose usual e a via de administração variam de acordo com a susceptibilidade do microrganismo causador, a gravidade da infecção, a função renal e as condições gerais do doente.

A duração usual do tratamento é de 7 a 10 dias.
Contraindicações
Hipersensibilidade à Cefepima, às cefalosporinas, penicilinas ou a outros antibióticos betalactâmicos.
Efeitos indesejáveis/adversos
Geralmente é bem tolerado, mas pode apresentar um ou mais dos seguintes efeitos secundários:
– sintomas gastrintestinais
– reacções de hipersensibilidade
– cefaleias
– febre
– vaginite
– eritema
– flebite e inflamação no local da perfusão intravenosa
– alterações moderadas e transitórias nos resultados das análises: aumento das transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubina total, aumento do tempo de protrombina e do tempo de tromboplastina e teste de Coombs positivo sem hemólise; anemia, eosinofilia e aumentos transitórios nos valores da urémia, creatinina sérica, trombocitopenia, leucopenia e neutropenia.
Advertências
Insuf. Renal
Insuf. Renal:
Insuf. Renal:Prolongar intervalo de administração para 24 a 48 horas na IR moderada a grave.
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:Não há experiência de utilização na gravidez, pelo que se deverá ter muita precaução quando se receitar Cefepima a mulheres grávidas.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:A Cefepima é excretada no leite humano em quantidades muito baixas, pelo que se recomenda precaução na administração à mulher que amamenta.
Precauções gerais
Nos doentes com compromisso da função renal, tais como redução da eliminação da urina devido a insuficiência renal (depuração da creatinina 50 ml/min) ou outras condições que possam comprometer a função renal, a dose de Cefepima deve ser ajustada para compensar a taxa de eliminação renal mais lenta.

Uma vez que podem ocorrer concentrações de antibiótico elevadas e prolongadas de doses habituais em doentes com insuficiência renal ou outras condições que possam comprometer a função renal, a dose de manutenção deve ser reduzida quando a Cefepima for administrada a estes doentes. A dose de manutenção deve ser determinada pelo grau de insuficiência renal, gravidade da infecção e susceptibilidade dos organismos causadores.

Na vigilância pós-comercialização foram relatados os seguintes acontecimentos adversos graves: encefalopatia reversível (perturbação da consciência, incluindo confusão, alucinações, estupor e coma), mioclonus, convulsões (incluindo estados epilépticos não convulsivos), e/ou falência renal.

A maior parte dos casos ocorreu em doentes com insuficiência renal que receberam doses de Cefepima que excederam as recomendações.

De modo geral, os sintomas de neurotoxicidade resolveram após a interrupção da cefepima e/ou após a hemodiálise, no entanto, alguns casos tiveram desenvolvimento fatal.

A diarreia associada a Clostridium difficile tem sido relatada com a utilização de quase todos os antibióticos, incluindo cefepima, e pode variar na gravidade de diarreia ligeira a colite fatal.

A diarreia associada a Clostridium difficile tem de ser considerada em todos os doentes que apresentem diarreia após a utilização de um antibiótico; como pode ocorrer dois meses após a administração de um antibiótico é necessário fazer uma história clínica cuidadosa.

Se houver uma suspeita ou confirmação de diarreia associada a Clostidium difficile, pode ser necessário interromper o uso de antibióticos que não sejam indicados para o C.difficile.

Os antibióticos deverão ser administrados com precaução a doentes que tenham demonstrado alguma forma de alergia, em particular a fármacos.
Se ocorrer uma reacção alérgica à cefepima, interromper o medicamento e aplicar o tratamento adequado.

Tal como com outros antibióticos, o uso de Cefepima pode conduzir ao desenvolvimento de micro-organismos resistentes. Se ocorrer superinfecção durante o tratamento devem ser tomadas as medidas apropriadas.

Sabe-se que a Cefepima é excretada substancialmente pelo rim e o risco de reacções tóxicas a este fármaco pode ser superior nos doentes com insuficiência renal.

Por os doentes idosos serem mais susceptíveis a ter a função renal diminuída, deverá ter-se precaução na selecção da dose e a função renal deverá ser monitorizada.

Em doentes idosos com insuficiência renal a quem foi administrada a dose usual de Cefepima ocorreram acontecimentos adversos graves incluindo encefalopatia reversível (perturbação da consciência, incluindo confusão, alucinações, estupor e coma), mioclonus, convulsões (incluindo estados epilépticos não convulsivos) e/ou falência renal.
Cuidados com a dieta
Os alimentos e bebidas não afectam a eficácia terapêutica do medicamento, dado que este é administrado por via parentérica.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligar para o Centro de Intoxicações.

No caso de sobredosagem grave, em especial em doentes com compromisso da função renal, a hemodiálise pode ajudar a remover a cefepima do organismo (a diálise peritoneal não é útil).

Ocorreu sobredosagem acidental com a administração de doses elevadas a doentes com função renal diminuída.
Terapêutica interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no armazenamento
Conservar a temperatura inferior a 30ºC e ao abrigo da luz.

Depois de reconstituída, a solução é estável durante:
– 24 horas, a temperatura de 25ºC e ao abrigo da luz ou;
– 7 dias, conservar no frigorífico (2ºC- 8ºC).

Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Excelente actividade contra micro-organismos Gram–negativos (Escherichia coli, Klebsiella sp., Proteus sp., Haemophilus influenzae, Neisseria sp., Enterobacter sp., Shigella sp., Moraxella sp.).

Boa actividade contra vários micro-organismos Gram-positivos, semelhante à actividade das cefalosporinas de 1a geração.

Activa contra grande parte das estirpes de Pseudomonas aeruginosa. A maioria das estirpes de Acinetobacter sp. é resistente.

Não tem actividade contra Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina, Enterococcus sp e Listeria sp. Não possui actividade significativa contra micro-organismos anaeróbios.
Consultar informação atualizada

Cefepima + Testes Laboratoriais/Diagnóstico

Observações: n.d.
Interacções: Em casos raros, durante o tratamento com cefepima, o teste de Coombs poderá apresentar um resultado falso-positivo. A cefepima poderá resultar em testes falsos-positivos para a galactosemia. Os métodos não-enzimáticos para determinação da glucose na urina poderão igualmente apresentar um resultado falso-positivo. Assim, a determinação do nível de glucose na urina durante o tratamento deverá ser conduzido com método enzimático. - Testes Laboratoriais/Diagnóstico
Usar com precaução

Cefepima + Aminoglicosídeos

Observações: n.d.
Interacções: Recomenda-se a monitorização da função renal durante o tratamento com Cefepima, quando administrada com outros medicamentos que apresentem potencial nefrotóxico (i.e. aminoglicosídeos e diuréticos potentes). - Aminoglicosídeos
Usar com precaução

Cefepima + Diuréticos

Observações: n.d.
Interacções: Recomenda-se a monitorização da função renal durante o tratamento com Cefepima, quando administrada com outros medicamentos que apresentem potencial nefrotóxico (i.e. aminoglicosídeos e diuréticos potentes). - Diuréticos
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefepima + Anticoagulantes orais

Observações: n.d.
Interacções: Administração simultânea de antibióticos com varfarina pode aumentar o efeito anticoagulante. Têm havido muitas notificações de aumento da actividade anticoagulante em pacientes recebendo agentes antibacterianos, incluindo cefalosporinas. O risco pode variar com a infecção subjacente, idade, estado geral do paciente, de modo que a contribuição das cefalosporinas para o aumento da INR (relação normalizada internacional) é difícil de aferir. É recomendado que a INR seja monitorizada frequentemente durante e imediatamente após a co-administração de cefepima com um agente anticoagulante. - Anticoagulantes orais
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Cefepima + Varfarina

Observações: n.d.
Interacções: Administração simultânea de antibióticos com varfarina pode aumentar o efeito anticoagulante. - Varfarina
Usar com precaução

Multivitaminas + Ácido linoleico + Lecitina + Cefepima

Observações: n.d.
Interacções: A vitamina A pode interagir com alguns fármacos como a colestiramina, colestipol, neomicina, suplementos de cálcio, anticoagulantes orais, etretinato e isotretinoína. - Cefepima
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Cefepima
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021