Vigabatrina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Insuficiência Renal DCI com Advertência na Condução
O que é
A Vigabatrina é um fármaco utilizado pela medicina como antiepiléptico.
A sua principal acção consiste em inibir irreversivelmente o enzima GABA-transaminase.
A suspensão deste medicamento deve ser feita de forma gradual, pois se for realizada de maneira abrupta há risco de aparecimento de convulsões.
Usos comuns
Para utilização como adjuvante no tratamento da epilepsia resistente, crises parciais complexas refractárias, e crises generalizadas secundárias.
É também utilizado como monoterapia em espasmos infantis em Síndrome de West.
Tipo
Molécula pequena
História
A vigabatrina foi desenvolvida na década de 1980 com o objectivo específico de aumentar as concentrações de GABA no cérebro para interromper uma crise epiléptica.
Para fazer isso, a droga foi projectada para inibir irreversivelmente a transaminase GABA, que degrada o substrato GABA.
Embora a droga tenha sido aprovada para tratamento no Reino Unido em 1989, o uso autorizado de Vigabatrin pela Food and Drug Administration dos EUA foi adiado duas vezes nos Estados Unidos antes de 2009.
Foi adiado em 1983 porque os testes em animais produziram edema intramielínico. Os efeitos não foram aparentes em testes em humanos, então o desenho do medicamento continuou.
Em 1997, os testes foram temporariamente suspensos porque estavam associados a defeitos do campo visual periférico em humanos.
Indicações
Como terapêutica adjuvante nas epilepsias de difícil controlo.
Em monoterapia no tratamento do Síndrome de West (espasmos infantis).
Classificação CFT

2.6 : Antiepilépticos e anticonvulsivantes

Mecanismo De Acção
A Vigabatrina aumenta as concentrações cerebrais de ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central, por inibir irreversivelmente enzimas que catabolizam GABA (transaminase do ácido gama-aminobutírico, GABA-T).

A duração da acção é determinada pela taxa de GABA-T re-síntese.

A Vigabatrina pode também actuar pela supressão de disparo neuronal repetitiva através da inibição dos canais de sódio sensíveis à voltagem.

Embora administrado como uma mistura racémica, apenas o S (+) enantiómero é farmacologicamente activo.
Posologia Orientativa
Em associação com outros antiepilépticos iniciar com 1 g/dia em 1 ou 2 administrações e depois aumentar em incrementos de 500 mg; a dose habitual situa-se entre 2 e 4 g/dia, a dose máxima é 6 g/dia.

Crianças - Dose inicial: É de 40 mg/kg/dia que pode ser incrementada até 80 a 100 mg/kg/dia; no Síndrome de West a dose inicial é de 60 a 100 mg/kg/dia podendo ser aumentada até 150 mg/kg/dia.
Administração
Via oral.
Contra-Indicações
Insuficiência renal, idosos; evitar a interrupção súbita da medicação, controlar os campos visuais.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Alteração dos campos visuais que pode determinar amaurose; sonolência, fadiga, tonturas, nervosismo, irritabilidade, agitação, depressão, alterações do comportamento, quadros confusionais, alterações do humor.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Vigabatrina não deve ser usado durante a gravidez a menos que o estado clínico da mulher exija tratamento com vigabatrina.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A decisão de descontinuar a amamentação ou descontinuar / abster-se da terapia com Vigabatrina deve ser tomada tendo em conta o benefício para a amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.
Insuf. Renal
Insuf. Renal
Insuf. Renal:Pode ser necessária redução da dose; excretado por via renal.
Condução
Condução
Condução:Como regra geral, não é permitido aos doentes com epilepsia não controlada guiar ou operar com maquinaria potencialmente perigosa. Dado que foi observada sonolência em ensaios clínicos com o Vigabatrina, os doentes devem ser avisados desta possibilidade no início do tratamento. Alterações do campo visual que podem afectar significativamente a capacidade de condução e utilização de máquinas foram frequentemente descritas em associação com o Vigabatrina. Os doentes devem ser avaliados quanto à presença de alterações dos campos visuais. Deve ser tomado um cuidado especial pelos doentes que guiam, operam maquinaria ou realizam qualquer tarefa com riscos.
Precauções Gerais
É muito importante que o médico verifique o seu progresso em visitas regulares para permitir mudanças na dose e para verificar quaisquer efeitos indesejáveis.

A Vigabatrina pode causar perda permanente da visão. Fale com o médico imediatamente se tem a visão turva, dificuldade de leitura, ou qualquer outra alteração na visão que ocorra durante ou após o tratamento.
É muito importante que o seu Oftalmologista examine os olhos aproximadamente a cada 3 meses para que todos os problemas visuais sejam prevenidos.

Certifique-se de que qualquer Médico ou Dentista que o trata sabe que está a usar a Vigabatrina, pois esta pode afectar os resultados de certos exames médicos (por exemplo, a ressonância magnética).

A Vigabatrina pode levar algumas pessoas a ficarem agitadas, irritadoas ou apresentar outros comportamentos anormais. Também pode levar algumas pessoas a terem pensamentos e tendências suicidas ou tornarem-se mais deprimidas.

Se o Paciente ou o seu Cuidador observarem algum destes efeitos secundários, informe o médico imediatamente. A Vigabatrina pode fazer com que algumas pessoas sintam sonolência, ou fraqueza anormal.

Certifique-se de que sabe como reagir aos efeitos da Vigabatrina antes de conduzir, utilizar máquinas, ou executar qualquer outra tarefa que poderia ser perigosa se estiver sonolenta ou não alerta.

Fale com o médico imediatamente se tiver ardor, dormência, formigueiro ou sensações dolorosas nos braços, mãos, pernas ou pés, pois podem ser sintomas de uma doença chamada neuropatia periférica.
Informe o médico se verificar aumento de peso ou inchaço nas mãos, tornozelos ou pés, ao tomar Vigabatrina.

Não pare de repente a toma de Vigabatrina sem falar primeiro com o médico. Ele pode querer reduzir gradualmente a quantidade que está a usar antes de parar completamente. Parar a toma de Vigabatrina de repente pode causar convulsões.

Não tome outros medicamentos que não tenham sido discutidas com o médico, incluindo medicamentos com ou sem receita (OTC), ervas ou suplementos vitamínicos.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Terapêutica Interrompida
Tome a dose assim que se lembrar. Não tome a dose esquecida se for quase hora da sua próxima dose. Não tome medicamento extra para compensar a dose esquecida.
Cuidados no Armazenamento
Guarde o medicamento num recipiente fechado à temperatura ambiente, longe do calor, humidade e luz directa.
Evite o congelamento.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Betaína Vigabatrina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: Com base em dados in vitro, a betaína anidra pode interagir com misturas de aminoácidos e com medicamentos contendo vigabatrina e análogos do GABA. - Vigabatrina
Sem efeito descrito

Vigabatrina Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: Como a vigabatrina não é metabolizada nem se liga às proteínas plasmáticas e não é indutora do sistema enzimático hepático do citocromo P450, é improvável a ocorrência de interacções com outros medicamentos. Contudo, foi observada uma redução gradual de 16% a 33% das concentrações plasmáticas de fenitoína durante ensaios clínicos controlados. A natureza exacta desta interacção não é presentemente conhecida. Contudo, na maioria dos casos é improvável que tenha significado terapêutico. - Outros medicamentos
Usar com precaução

Felbamato Vigabatrina

Observações: n.d.
Interacções: Clonazepam, oxcarbazepina, vigabatrina e lamotrigina: Embora o felbamato, administrado em doses de 1.200 mg a intervalos de 12 horas, tenha provocado alterações estatisticamente significativas na farmococinética do clonazepam, lamotrigina e vigabatrina, estas alterações foram mínimas e sem relevância clínica. Não se observaram alterações na farmacocinética do metabólito activo monohidroxilado da oxcarbazepina. Uma vez que não é possível excluir a interacção farmacodinâmica de felbamato com qualquer destes fármacos, o ajustamento posológico deve ser sempre fundamentado na resposta clínica e na tolerabilidade. - Vigabatrina
Contraindicado

Hipericão Vigabatrina

Observações: Além disto, os pacientes devem estar informados que interacções com outros medicamentos não podem ser excluídas e devem ser tidas em consideração durante a toma de Hipericão.
Interacções: Hipericão é contra-indicado (interacções farmacocinéticas) em associação com: - Certos imunossupressores tais como a ciclosporina e o tacrolimo (risco de rejeição de transplantes), - Os anticoagulantes orais, varfarina e o acenocoumarol (risco de trombose), - Os antiretrovirais inibidores da protease como o indinavir, nelfinavir, ritonavir e saquinavir, e os inibidores não-nucleósidos da transcriptase reversa como o efavirenz e nevirapina (risco de redução da concentração plasmática com diminuição possível da resposta virológica), - Os anticancerosos, irinotecan e mesilato de imatinib (risco de falha terapêutica), - Os seguintes anticonvulsivantes (exceto a gabapentina e a vigabatrina): carbamazepina, etosuximida, felbamate, fosfenitoína, lamotrigina, fenobarbital, fenitoína, primidona, tiagabina, topiramato, ácido valpróico, valpromida (risco de diminuição do efeito terapêutico). - Vigabatrina
Sem efeito descrito

Vigabatrina Carbamazepina

Observações: n.d.
Interacções: As concentrações plasmáticas da carbamazepina, fenobarbital e valproato de sódio também foram monitorizadas durante ensaios clínicos controlados e não foram detectadas interacções clinicamente significativas. - Carbamazepina
Sem efeito descrito

Vigabatrina Fenobarbital

Observações: n.d.
Interacções: As concentrações plasmáticas da carbamazepina, fenobarbital e valproato de sódio também foram monitorizadas durante ensaios clínicos controlados e não foram detectadas interacções clinicamente significativas. - Fenobarbital
Sem efeito descrito

Vigabatrina Valproato semisódico (ácido valpróico)

Observações: n.d.
Interacções: As concentrações plasmáticas da carbamazepina, fenobarbital e valproato de sódio também foram monitorizadas durante ensaios clínicos controlados e não foram detectadas interacções clinicamente significativas. - Valproato semisódico (ácido valpróico)
Usar com precaução

Vigabatrina Testes Laboratoriais/Diagnóstico

Observações: n.d.
Interacções: A vigabatrina pode levar a uma diminuição da actividade plasmática detectada de alanina aminotransferase (ALT) e, em menor grau, de aspartato aminotransferase (AST). A magnitude da supressão de ALT tem sido descrita como variando entre 30% e 100%. Portanto, estes testes hepáticos podem não ser quantitativamente fiáveis em doentes que tomam vigabatrina. A vigabatrina pode aumentar a quantidade de aminoácidos na urina conduzindo possivelmente a um falso teste positivo para certas alterações metabólicas genéticas raras (p.ex.: acidúria aminoadípica alfa). - Testes Laboratoriais/Diagnóstico
Sem efeito descrito

Efavirenz Vigabatrina

Observações: Os estudos de interacção só foram realizados em adultos.
Interacções: ANTICONVULSIVANTES: Vigabatrina/Efavirenz e Gabapentina/Efavirenz: interacção não estudada. Não são de esperar interacções clinicamente significativas, uma vez que a vigabantrina e a gabapentina são exclusivamente eliminadas inalteradas na urina, e é improvável que compitam para as mesmas enzimas metabólicas e vias de eliminição do efavirenz. Não é necessário ajuste posológico de qualquer um destes medicamentos. - Vigabatrina
Sem efeito descrito

Efavirenz + Emtricitabina + Tenofovir Vigabatrina

Observações: As interacções que foram identificadas com Efavirenz, Emtricitabina e Tenofovir individualmente podem ocorrer com esta associação. Os estudos de interacção com estes medicamentos só foram realizados em adultos.
Interacções: ANTICONVULSIVANTES: Vigabatrina/Efavirenz, Gabapentina/Efavirenz: interacção não estudada. Não são esperadas interacções clinicamente significativas, uma vez que a vigabatrina e a gabapentina são exclusivamente eliminadas inalteradas na urina e é improvável que compitam para as mesmas enzimas metabólicas e vias de eliminação do efavirenz. Vigabatrina/Emtricitabina; Gabapentina/Emtricitabina: interacção não estudada. Vigabatrina/Tenofovir disoproxil fumarato: interacção não estudada. Gabapentina/Tenofovir disoproxil fumarato: interacção não estudada. Efavirenz / Emtricitabina / Tenofovir e a vigabatrina ou a gabapentina podem ser co-administrados sem ajuste da dose. - Vigabatrina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Vigabatrina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Nas crianças nascidas de mulheres tratadas com medicamentos antiepilépticos, a prevalência de malformações é duas a três vezes maior do que na população em geral.
As mais frequentemente notificadas são lábio leporino, malformações cardiovasculares e alterações no tubo neural.
A politerapia com medicamentos antiepilépticos pode estar associada a um risco mais elevado de malformações congénitas do que a monoterapia, desta forma é importante que a monoterapia seja prática comum, sempre que possível.
Deverá ser dado aconselhamento especializado a todas as doentes que possam iniciar uma gravidez ou que estejam em idade fértil.
A necessidade de tratamento antiepiléptico deverá ser reavaliada se a doente planeia uma gravidez.
Se uma doente engravida, o tratamento antiepiléptico eficaz não deve ser interrompido subitamente, porque o agravamento da doença pode ser prejudicial para ambos a mãe e o feto.

Tendo por base os dados de gravidezes expostas à vigabatrina, disponíveis de notificações espontâneas, foram notificados resultados anormais (malformações congénitas ou aborto espontâneo) em descendentes de mães a fazer terapêutica com vigabatrina.
Não se pode tirar uma conclusão definitiva se a vigabatrina induz ou não um risco aumentado de malformações quando tomada durante a gravidez, em virtude dos dados limitados e da presença de medicação antiepiléptica concomitante.
Estudos em animais demonstraram toxicidade reprodutiva.

Vigabatrina não deve ser usado durante a gravidez a menos que o estado clínico da mulher exija tratamento com vigabatrina.

A informação disponível acerca da possibilidade de ocorrência de alterações dos campos visuais em crianças que foram expostas à vigabatrina in utero é limitada.

A vigabatrina é excretada no leite materno.
Não existe informação suficiente sobre os efeitos da vigabatrina em recém-nascidos / crianças.
A decisão de descontinuar a amamentação ou descontinuar / abster-se da terapia com Vigabatrina deve ser tomada tendo em conta o benefício para a amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.

Como regra geral, não é permitido aos doentes com epilepsia não controlada guiar ou operar com maquinaria potencialmente perigosa.
Dado que foi observada sonolência em ensaios clínicos com o Vigabatrina, os doentes devem ser avisados desta possibilidade no início do tratamento.
Alterações do campo visual que podem afectar significativamente a capacidade de condução e utilização de máquinas foram frequentemente descritas em associação com o Vigabatrina.
Os doentes devem ser avaliados quanto à presença de alterações dos campos visuais.
Deve ser tomado um cuidado especial pelos doentes que guiam, operam maquinaria ou realizam qualquer tarefa com riscos.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021