Terlipressina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
A terlipressina (triglycyl lisina vasopressina) é um análogo de acção prolongada da vasopressina, associado à menor frequência de efeitos colaterais cardiovasculares por actuação preferencial nos receptores V1.

Seu uso se associa à redução significante das pressões portal e intravaricosa e do fluxo da veia ázigos, com efeito prolongado por aproximadamente quatro horas.

Em contraste com a vasopressina, terlipressina podem ser administrados como injecções intermitentes, em vez de infusão intravenosa contínua e tem um perfil de reacções adversas mais seguro.
Usos comuns
É utilizado no tratamento de hemorragias de veias dilatadas no tubo alimentar até ao seu estômago (varizes esofágicas hemorrágicas).
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento de varizes esofágicas hemorrágicas.
Classificação CFT

8.1.2 : Lobo posterior da hipófise

Mecanismo De Acção
A terlipressina inibe a hipertensão portal com a redução simultânea da circulação sanguínea nos vasos portais.

A terlipressina contrai o músculo liso esofágico com a compressão consecutiva das varizes esofágicas.

A pré-hormona inactiva, terlipressina, liberta lentamente a lisina-vasopressina bioactiva.

A eliminação metabólica ocorre simultaneamente dentro de um período de 4-6 horas.

Assim, as concentrações permanecem continuamente acima da dose mínima eficaz e abaixo das concentrações tóxicas.

Os efeitos específicos da terlipressina são avaliados da seguinte maneira:
Sistema gastrointestinal:
A terlipressina aumenta o tónus das células do músculo liso vasculares e extravasculares.

O aumento da resistência vascular arterial origina uma diminuição da hipervolemia esplâncnica.

A diminuição do fornecimento de sangue arterial origina a redução da pressão na circulação portal.

Os músculos intestinais contraem simultaneamente aumentando a motilidade intestinal.

A parede muscular do esófago também se contrai, o que origina o fecho das varizes induzidas experimentalmente.

Rins:
A terlipressina só tem 3% do efeito antidiurético da vasopressina nativa.
Esta actividade residual não tem qualquer significado clínico.

A circulação sanguínea renal não é afectada significativamente na condição normovolémica.

Mas a circulação sanguínea renal aumenta sob uma condição hipovolémica.

Pressão arterial:
A terlipressina induz um efeito hemodinâmico lento que dura 2-4 horas.

A pressão arterial sistólica e diastólica aumenta ligeiramente.

Um aumento da pressão arterial mais intenso foi observado nos doentes com hipertensão renal e esclerose geral do vaso sanguíneo.

Coração:
Todos os estudos relataram que não foram observados quaisquer efeitos cardiotóxicos, nem mesmo com a dose mais elevada da terlipressina.

As influências no coração, como bradicardia, arritmia, insuficiência coronária, ocorrem possivelmente por causa dos efeitos vasoconstritivos reflexos ou directos da terlipressina.

Útero:
A terlipressina provoca uma diminuição significativa no fluxo sanguíneo miometrial e endométrico.

Pele:
O efeito vasoconstritor da terlipressina provoca uma diminuição significativa da circulação sanguínea da pele.

Todos os estudos relataram uma óbvia palidez na face e corpo.

Em conclusão, as principais propriedades farmacológicas da terlipressina são os seus efeitos hemodinâmicos e os seus efeitos no músculo liso.

O efeito centralização sob uma condição hipovolémica é um efeito secundário desejado nos doentes com varizes esofágicas hemorrágicas.
Posologia Orientativa
Adultos:
Inicialmente são administrados 1-2 mg de acetato de terlipressina (equivalente a 1-2 frascos para injectáveis).

A dose pode ser ajustada dependendo do peso corporal do doente, da seguinte modo:
- Peso inferior a 50 kg: 1 mg.
- Peso de 50 kg a 70 kg: 1,5 mg.
- Peso superior a 70 kg: 2 mg.

Após a injecção inicial, a dose pode ser reduzida a 1 mg a cada 4 a 6 horas.

O valor aproximado para a dose diária máxima é de 120 μg/kg por peso corporal.

A terapia deve ser limitada a 2 – 3 dias para adaptação ao curso da doença.
Administração
Via IV.

A Terlipressina é dissolvida com o solvente e seguidamente é aplicado intravenosamente.

A injecção intravenosa deve ser administrada durante um período de um minuto.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Terlipressina.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
O tratamento das varizes esofágicas hemorrágicas com este medicamento (1 mg intravenosamente e mais) pode ser acompanhado pelas seguintes reacções adversas:

Doenças do metabolismo e da nutrição
Pouco frequentes: hiponatremia
Muito raros: hiperglicemia

Doenças do sistema nervoso
Frequentes: cefaleias
Pouco frequentes: despoletamento de um distúrbio convulsivo
Muito raros: trombose

Cardiopatias
Frequentes: arritmia ventricular e supra-ventricular, bradicardia, sinais de isquémia no ECG
Pouco frequentes: angina de peito, aumento agudo da hipertensão, em particular em doentes que já sofrem de hipertensão (normalmente, diminui espontaneamente), fibrilhação auricular, extra-sístoles ventriculares, taquicardia, dor torácica, enfarte do miocárdio, sobrecarga de líquidos com edema pulmonar
Muito raros: isquémia do miocárdio
Desconhecidos: insuficiência cardíaca, Torsade de Pointes

Vasculopatias
Frequentes: hipertensão, hipotensão, isquemia periférica, vasoconstrição periférica, palidez facial
Pouco frequentes: isquémia intestinal, cianose periférica, afrontamentos

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes: dores no peito, broncoespasmo, dificuldade respiratória, insuficiência respiratória
Raros: dispneia

Doenças gastrointestinais
Frequentes: cãibras abdominais transitórias, diarreia transitória
Pouco frequentes: náuseas transitórias, vómitos transitórios

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Frequentes: palidez
Pouco frequentes: linfangite
Desconhecidos: Necrose cutânea não relacionada com o local de administração

Doenças dos órgãos genitais e da mama
Frequentes: dores abdominais convulsivas (nas mulheres)
Situações na gravidez, no puerpério e perinatais
Desconhecidos: constrição uterina, diminuição da irrigação sanguínea uterina

Perturbações gerais e alterações no local de administração
Desconhecidos: necrose cutânea local
Durante os ensaios clínicos e a experiência pós-marketing, foram relatados vários casos de prolongamento do intervalo QT e arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes".

Foram relatados vários casos durante a experiência pós-comercialização de isquémia e necrose cutânea não relacionados com o local da injecção.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Terlipressina está contra-indicada durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A decisão de continuar/descontinuar a amamentação ou de continuar/descontinuar o tratamento com terlipressina deve ser tomada tendo em consideração o benefício da amamentação para a criança e o benefício do tratamento com terlipressina para a mulher.
Precauções Gerais
Terlipressina só deve ser utilizado com cuidados e sob monitorização rígida dos doentes nos seguintes casos:
- choque séptico
- asma brônquica, deficiências respiratórias
- hipertensão descontrolada
- doenças vasculares cerebrais ou periféricas
- arritmias cardíacas
- deficiências coronárias ou enfarte do miocárdio prévio
- insuficiência renal crónica
- doentes idosos > 70 anos, devido à experiência limitada neste grupo
- gravidez.

Para além disso, os doentes hipovolémicos reagem frequentemente com um aumento das reacções de vasoconstrição e cardíacas atípicas.

Os doentes, em particular, aqueles que apresentam um metabolismo dos electrólitos alterado devem ser monitorizados para detectar uma possível hiponatremia e hipocalemia por causa do fraco efeito antidiurético da terlipressina (apenas 3% do efeito antidiurético da vasopressina nativa).

Em princípio, o uso do medicamento deve ser limitado à supervisão de especialista em unidades com instalações para monitorização regular do sistema cardiovascular, hematologia e electrólitos.

Os sintomas de hipovolemia devem ser considerados em situações de emergência que exijam um tratamento imediato antes de enviar o doente para um hospital.

A terlipressina não tem qualquer efeito sobre as hemorragias arteriais.

A injecção deve ser administrada intravenosamente para evitar necrose local no local da injecção.

Necrose cutânea:
Foram relatados vários casos, durante a experiência pós-comercialização, de isquémia e necrose cutânea não relacionados com o local da injecção.

Os doentes com hipertensão venosa periférica ou obesidade mórbida parecem ter uma maior tendência para esta reacção.
Assim, devem ser exercidos os máximos cuidados na administração da terlipressina nestes doentes.

Torsade de pointes:
Durante os ensaios clínicos e a experiência pós-marketing, foram relatados vários casos de prolongamento do intervalo QT e arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes".

Na maioria dos casos, os doentes tinham factores de predisposição, como prolongamento basal do intervalo do QT, anomalias dos electrólitos (hipocalemia, hipomagnesemia) ou medicamentos com um efeito concomitante no prolongamento do QT.

Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes com um historial de prolongamento do intervalo do QT, anomalias dos electrólitos, medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos).

Há que ter um cuidado especial no tratamento de crianças, adolescentes e doentes idosos, pois a experiência é limitada e não estão disponíveis dados sobre recomendações posológicas nestas categorias especiais de doentes.

Após a reconstituição com o solvente, este medicamento contém menos de 1 mmol (23 mg) de sódio por 5 ml, ou seja, praticamente “isento de sódio”.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Terapêutica Interrompida
Terlipressina será administrada no hospital sob a supervisão do médico.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25ºC.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Terlipressina Bloqueadores beta-adrenérgicos (betabloqueadores)

Observações: n.d.
Interacções: A terlipressina aumenta o efeito hipotensivo dos bloqueadores β não selectivos sobre a veia porta. A redução do ritmo cardíaco e do débito cardíaco provocada pelo tratamento pode ser atribuída à inibição da actividade reflexogénica do coração através do nervo vago por causa do aumento da pressão arterial. - Bloqueadores beta-adrenérgicos (betabloqueadores)
Potencialmente Grave

Terlipressina Propofol

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Propofol
Potencialmente Grave

Terlipressina Sufentanilo

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Sufentanilo
Potencialmente Grave

Terlipressina Antiarrítmicos

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Antiarrítmicos
Potencialmente Grave

Terlipressina Eritromicina

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Eritromicina
Potencialmente Grave

Terlipressina Anti-histamínicos

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Anti-histamínicos
Potencialmente Grave

Terlipressina Antidepressores (Tricíclicos)

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Antidepressores (Tricíclicos)
Potencialmente Grave

Terlipressina Diuréticos

Observações: n.d.
Interacções: O tratamento concomitante com medicamentos que se sabe que induzem a bradicardia (por ex., propofol, sufentanil) pode provocar bradicardia grave. A terlipressina pode despoletar arritmias ventriculares, incluindo "Torsade de pointes". Isto significa que devem ser exercidos os máximos cuidados no uso da terlipressina em doentes a tomar medicamentos concomitantes que possam prolongar o intervalo do QT, como antiarrítmicos de classe IA e III, eritromicina, determinados Anti-histamínicos e antidepressivos tricíclicos ou medicamentos que possam provocar hipocalaemia ou hipomagnesemia (por ex., alguns diuréticos). - Diuréticos
Usar com precaução

Glucose Terlipressina

Observações: Como em todas as soluções parenterais, devem ser verificadas as compatibilidades ao adicionar medicamentos. Devido ao seu pH ácido, a solução pode ser incompatível com outros medicamentos, pelo que antes de combinar a solução de glucose com outro medicamento deve verificar-se que o intervalo de pH em que este é efetivo se encontra dentro do intervalo de pH da solução de glucose a (pH = 3,5 – 6,5).
Interacções: Medicamentos que causam um aumento do efeito da vasopressina Os medicamentos listados abaixo aumentam o efeito da vasopressina, levando a uma redução da excreção renal de água sem eletrólitos, e aumentam o risco de hiponatremia adquirida em ambiente hospitalar na sequência de um tratamento inadequadamente equilibrado com fluidos IV. • Medicamentos que estimulam a libertação de vasopressina, p. ex.: Clorpropamida, clofibrato, carbamazepina, vincristina, inibidores seletivos da recaptação da serotonina, 3,4-metilenodioxi-N-metanfetamina, ifosfamida, antipsicóticos, narcóticos • Medicamentos que potenciam a acção da vasopressina, p. ex.: Clorpropamida, AINE, ciclofosfamida • Análogos da vasopressina, p. ex.: Desmopressina, oxitocina, vasopressina, terlipressina - Terlipressina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Terlipressina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Terlipressina está contra-indicada durante a gravidez.
A terlipressina pode ter efeitos nocivos sobre a gravidez e o feto.
Foi demonstrada a ocorrência de aborto espontâneo e malformações em coelhos após o tratamento com terlipressina.

Desconhece-se se a terlipressina é excretada no leite materno. A excreção da terlipressina no leite materno não foi estudada em animais. Não pode ser excluído o risco para a criança a ser amamentada.
A decisão de continuar/descontinuar a amamentação ou de continuar/descontinuar o tratamento com terlipressina deve ser tomada tendo em consideração o benefício da amamentação para a criança e o benefício do tratamento com terlipressina para a mulher.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 29 de Novembro de 2022