Naloxona

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
A Naloxona é um antagonista opiáceo específico que não tem actividade agonista.
É um antagonista competitivo nos receptores opióides mu, delta, e kappa.
Usos comuns
A Naloxona é utilizada para ultrapassar dificuldades respiratórias resultantes da sobredosagem por fármacos narcóticos (opiáceos).
Tipo
Molécula pequena.
História
A naloxona é uma substância antagonista opióide desenvolvida pela Sankyo na década de 1960.
Indicações
A Naloxona é indicada para a reversão parcial ou total dos efeitos depressivos induzidos pelos opiáceos, incluindo a depressão respiratória.
Também está indicada para o diagnóstico de sobredosagem com opiáceos.
Classificação CFT

17 : MEDICAMENTOS USADOS NO TRATAMENTO DE INTOXICAÇÕES

Mecanismo De Acção
A Naloxona, utilizada sob a forma de cloridrato, é essencialmente um antagonista opiáceo puro, com pouca ou nenhuma actividade agonista.

Considera-se que a Naloxona age como antagonista competitivo dos receptores opiáceos mi (μ), sigma (σ), capa (k) do S.N.C.

Doses baixas de Naloxona (0,4 mg - 0,8 mg) administradas por via intramuscular ou intravenosa previnem ou antagonizam rapidamente os efeitos opiáceos.

Nos doentes com depressão respiratória verifica-se um aumento do índice respiratório em 1 a 2 minutos. Os efeitos sedativos são antagonizados e a pressão arterial, quando diminuída, volta ao normal.

A Naloxona reverte igualmente os e efeitos psicomiméticos e disfóricos das agonistas-antagonistas como a pentazocina, sendo necessárias doses mais elevadas (10 – 15 mg).

Um miligrama de Naloxona por via I.V. bloqueia completamente os efeitos de 25 mg de diacetilmorfina.

Quando administrada nas doses habituais a doentes que não tomaram opiáceos recentemente, a Naloxona é praticamente desprovida de efeito farmacológico.

Mesmo doses extremamente altas (10 vezes a dose terapêutica comum) provocam analgesia insignificante e apenas ligeira sonolência, não se verificando depressão respiratória, efeitos psicomiméticos, alterações circulatórias ou miose.

A Naloxona não provoca tolerância ou dependência física ou psicológica. A administração parentérica (subcutânea, intramuscular ou intravenosa) de Naloxona induz sintomas de privação nos doentes dependentes fisicamente de opiáceos ou pentazocina.
Posologia Orientativa
Adultos:
• Sobredosagem de narcóticos (conhecida ou suspeita):
Pode-se administrar, por via I.V., uma dose inicial de 0,4 mg a 2 mg de Naloxona.
Caso seja necessário, esta dose poderá ser repetida a intervalos de 2/3 minutos.

Se após a administração de um total de 10 mg de Naloxona não se obtiver resposta deve ser posto em causa o diagnóstico de toxicidade induzida pelos narcóticos.
Na impossibilidade de utilização da via I.V., pode-se administrar, como alternativa, por via I.M. ou S.C.

A dosagem e o ritmo de administração das perfusões contínuas de Naloxona devem ser determinadas de acordo com a resposta individual de cada doente.

• Depressão post-operatória induzida por narcóticos:
Após a utilização de narcóticos durante a cirurgia, e para reversão parcial da depressão narcótica, são geralmente suficientes doses baixas de Naloxona tituladas de acordo com a resposta do doente.

Nestes casos a dose inicial é de 0,1 a 0,2 mg por via I.V. a intervalos de 2 a 3 minutos, até à obtenção do efeito desejado, isto é, ventilação adequada e estado consciente sem dor ou desconforto significativos.

Doses de Naloxona superiores às necessárias podem originar uma reversão significativa da analgesia e aumento da pressão arterial. Uma reversão demasiado rápida poderá originar náuseas, vómitos, sudação ou alterações circulatórias.

Podem ser necessárias doses repetidas de Naloxona por um período de 1 a 2 horas, dependendo do tipo e dose do narcótico administrado e o período de tempo desde a última dose desta droga.
Doses suplementares I.V. provocaram um efeito mais duradouro.

Crianças:
• Sobredosagem de narcóticos (conhecida ou suspeita):
A dose habitual inicial é de 0,01 mg/kg administrada por via I.V. Caso não se observe o grau de melhoria clínica desejado, poderá ser administrada uma dose de 0,1 mg/kg.
Na impossibilidade de utilização da via I.V. pode-se administrar, como alternativa, por via I.M. ou S.C., em doses repetidas.

• Depressão induzida por narcóticos:
Devem seguir-se as recomendações e precauções indicadas para o adulto.
Nas crianças a dose inicial de Naloxona para a reversão da depressão respiratória deve ser progressivamente aumentada de 0,005 mg a 0,01 mg por via I.V., a intervalos de 2 a 3 minutos, até se obter o efeito desejado.

• Recém-nascido:
A dose inicial habitual é de 0,01 mg/kg administrada por via I.V., I.M. ou S.C. Esta dose poderá ser repetida de acordo com as indicações para a depressão post-operatória do adulto.
Administração
A Naloxona pode ser administrada por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Em situações de emergência, recomenda-se o uso da via intravenosa, uma vez que induz um início de acção mais rápido.

Perfusões I.V. contínuas de Naloxona podem ser mais adequadas em doentes que requerem doses mais altas ou continuam a apresentar depressão respiratória ou do S.N.C. após terapêutica eficaz com doses repetidas, e/ou naqueles em que estão a ser antagonizados os efeitos de opiáceos de longa duração.

Para perfusão I.V. contínua deve diluir-se a solução correspondente a 2 mg de Cloridrato de Naloxona em 500 ml de solução salina a 0,9% ou solução glucosada a 5%, de modo a obter uma solução final contendo 0,004 mg/ml de Cloridrato de Naloxona.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Naloxona.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
A supressão abrupta da depressão pelos narcóticos pode provocar náuseas, vómitos, sudação, taquicardia, tremor e hiperventilação.

Nos doentes em post-operatório, uma dose excessiva de Naloxona pode resultar em excitação, aumento da pressão arterial e supressão significativa da analgesia.

Foram relatados alguns casos de hipertensão, edema pulmonar, arritmias arteriais e ventriculares, paragem cardíaca, particularmente em doentes com alterações cardíacas pré-existentes.

Verificaram-se raros casos de tremor após administração de Naloxona, sem que pudesse ser estabelecida uma relação causal.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Este medicamento não deverá ser utilizado durante a gravidez a menos que claramente necessário.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A amamentação deve ser evitada nas 24 horas após a administração do medicamento.
Condução
Condução
Condução:Os doentes a quem seja administrado o cloridrato de naloxona como antídoto dos efeitos dos opiáceos devem ser avisados para não conduzirem durante pelo menos 24 horas, uma vez que os efeitos dos opiáceos podem-se voltar a manifestar.
Precauções Gerais
A Naloxona deve ser usada com precaução nos doentes que se sabe ou suspeita, serem fisicamente dependentes de opiáceos (incluindo recém-nascidos de mães dependentes), pois pode precipitar o aparecimento de graves sintomas de privação.

Atendendo a que a duração de acção de alguns opiáceos pode exceder a da Naloxona, os doentes que responderam satisfatoriamente à Naloxona devem ser cuidadosamente monitorizados. Quando necessário, devem ser administradas doses repetidas de Naloxona.

A Naloxona não é eficaz contra a depressão respiratória provocada por drogas não opiáceas. Quando a Naloxona é utilizada em casos de sobredosagem aguda de opiáceos, deve-se dispor, e usar quando necessário, outros meios de ressuscitação tais como manutenção de atmosfera ventilada, ventilação artificial, massagem cardíaca e agentes vasopressores.

Em doentes com doença cardiovascular pré-existente, ou a tomar drogas potencialmente cardiotóxicas, a Naloxona deve ser administrada com cuidado, uma vez que, em doentes no post-operatório, já se verificaram efeitos adversos graves (taquicardia ventricular e fibrilhação).

Após o uso de opiáceos em cirurgia, devem evitar-se doses excessivas de Naloxona, que podem resultar em excitação, aumento da pressão arterial e reversão clinicamente importante da analgesia.

Uma reversão demasiado rápida dos efeitos dos opiáceos pode induzir náuseas, vómitos, sudação e taquicárdia.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Manter as ampolas dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Conservar a temperatura inferior a 25˚C. Conservar as soluções diluídas a temperatura inferior a 25˚C.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Naloxona Opiáceos (opióides)

Observações: n.d.
Interacções: O efeito do cloridrato de naloxona é devido às suas interacções com os opiáceos e com os agonistas dos opiáceos. Quando administrado a indivíduos dependentes de opiáceos, a administração do cloridrato de naloxona pode nalguns indivíduos causar acentuada sindroma de abstinência. Já foram descritos sintomas como hipertensão, arritmias cardíacas, edema pulmonar e paragem cardíaca. Em doentes com intoxicações múltiplas como resultado da administração de opiáceos e sedativos ou álcool, dependendo da causa da intoxicação, pode ser observado um efeito menos rápido decorrendo da administração do cloridrato de naloxona. - Opiáceos (opióides)
Sem efeito descrito

Naloxona Barbitúricos

Observações: n.d.
Interacções: Com a administração de uma dose padronizada de cloridrato de naloxona não ocorrem fenómenos de interacção com os barbitúricos e os tranquilizantes. - Barbitúricos
Sem efeito descrito

Naloxona Tranquilizantes

Observações: n.d.
Interacções: Com a administração de uma dose padronizada de cloridrato de naloxona não ocorrem fenómenos de interacção com os barbitúricos e os tranquilizantes. - Tranquilizantes
Consultar informação actualizada

Naloxona Álcool

Observações: n.d.
Interacções: Os dados existentes com a interacção com o álcool não são unânimes. Em doentes com intoxicações múltiplas como resultado da administração de opiáceos e sedativos ou álcool, dependendo da causa da intoxicação, pode ser observado um efeito menos rápido decorrendo da administração do cloridrato de naloxona. - Álcool
Sem efeito descrito

Naloxona Sedativos

Observações: n.d.
Interacções: Em doentes com intoxicações múltiplas como resultado da administração de opiáceos e sedativos ou álcool, dependendo da causa da intoxicação, pode ser observado um efeito menos rápido decorrendo da administração do cloridrato de naloxona. - Sedativos
Consultar informação actualizada

Naloxona Buprenorfina

Observações: n.d.
Interacções: Quando se administra cloridrato de naloxona a doentes que receberam buprenorfina como analgésico; a analgesia completa pode ser restaurada. Pensa-se que este efeito pode resultar da curva dose-resposta da buprenorfina em forma de arco, com um decréscimo do efeito de analgesia em doses elevadas. No entanto, a reversão da depressão respiratória causada pela buprenorfina é limitada. - Buprenorfina
Usar com precaução

Naloxona Clonidina

Observações: n.d.
Interacções: Nos casos de administração de cloridrato de naloxona no coma induzido por sobredosagem com clonidina, já foram relatados casos de hipertensão grave. - Clonidina
Usar com precaução

Fentanilo Naloxona

Observações: n.d.
Interacções: A administração de fármacos com actividade antagonista dos opiáceos, como e.g. a naloxona, ou analgésicos mistos agonista/antagonista (e.g. pentazocina, butorfanol, buprenorfina, nalbufina) podem precipitar sintomas de privação. - Naloxona
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Crizotinib Naloxona

Observações: n.d.
Interacções: interacções farmacocinéticas: Estudos in vitro indicam que o crizotinib é um inibidor fraco da UGT1A1 e UGT2B7. Portanto, o crizotinib pode ter o potencial para aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos co-administrados que são metabolizados predominantemente pela UGT1A1 (por exemplo, raltegravir, irinotecano) ou UGT2B7 (por exemplo, morfina, naloxona). - Naloxona
Usar com precaução

Darunavir + Cobicistate Naloxona

Observações: Não foram realizados estudos de interacção farmacológica com Darunavir / Cobicistate. Uma vez que Darunavir / Cobicistate contém darunavir e cobicistate, as interações que foram identificadas com darunavir (em associação uma dose baixa de ritonavir) e com cobicistate determinam as interações que podem ocorrer com Darunavir / Cobicistate. Os ensaios de interacção com darunavir/ritonavir e com cobicistate apenas foram realizados em adultos.
Interacções: ANALGÉSICOS NARCÓTICOS / TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE OPIÓIDES: Buprenorfina/naloxona: Tendo por base considerações teóricas, é expectável que Darunavir / Cobicistate possa aumentar as concentrações plasmáticas de buprenorfina e/ou norbuprenorfina. Pode não ser necessário ajustar a dose de buprenorfina quando administrada concomitantemente com Darunavir / Cobicistate, contudo é recomendada uma monitorização clínica rigorosa relativamente a sinais de toxicidade opióide. - Naloxona
Sem significado Clínico

Glecaprevir + Pibrentasvir Naloxona

Observações: n.d.
Interacções: Foram realizados estudos adicionais de interacção medicamentosa com os seguintes medicamentos que não revelaram interacções clinicamente significativas com Glecaprevir / Pibrentasvir: Abacavir, amlodipina, buprenorfina, cafeína, dextrometorfano, dolutegravir, emtricitabina, felodipina, lamivudina, lamotrigina, metadona, midazolam, naloxona, noretindrona ou outros Contraceptivos contendo apenas progestagénios, rilpivirina, tenofovir alafenamida e tolbutamida. - Naloxona
Usar com precaução

Metadona Naloxona

Observações: n.d.
Interacções: interacções farmacodinâmicas: Antagonistas dos opioides: A Naloxona e a Naltrexona neutralizam os efeitos da metadona e induzem a abstinência. Da mesma forma, a buprenorfina pode provocar sintomas de abstinência. - Naloxona
Usar com precaução

Tipranavir Naloxona

Observações: Os estudos de interacção apenas foram realizados em adultos.
Interacções: ANALGÉSICOS NARCÓTICOS: Buprenorfina/Naloxona Devido à redução dos níveis do metabólito activo norbuprenorfina, a administração concomitante de Tipranavir, co-administrado com ritonavir em dose baixa, e buprenorfina/naloxona pode resultar numa reduzida eficácia clínica da buprenorfina. Por esta razão, os doentes devem ser monitorizados relativamente a síndrome de abstinência de opiáceos. - Naloxona
Sem efeito descrito

Doravirina + Lamivudina + Tenofovir Naloxona

Observações: Os estudos de interacção só foram realizados em adultos.
Interacções: Analgésicos Opiáceos Buprenorfina, naloxona: Não é necessário ajuste posológico. - Naloxona
Usar com precaução

Di-hidrocodeína + Sorbitol Naloxona

Observações: n.d.
Interacções: Deve-se considerar também as possíveis interacções com outros medicamentos, que ocorrem com outros opióides: Antagonistas opióides (por exemplo, naloxona). - Naloxona
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Naloxona
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Este medicamento não deverá ser utilizado durante a gravidez a menos que claramente necessário.

A utilização de cloridrato de naloxona pode provocar sindroma de abstinência em recém-nascidos.

A amamentação deve ser evitada nas 24 horas após a administração do medicamento.

Os doentes a quem seja administrado o cloridrato de naloxona como antídoto dos efeitos dos opiáceos devem ser avisados para não conduzirem nem utilizarem máquinas nem para iniciarem qualquer outra actividade que exija capacidade física ou mental durante pelo menos 24 horas, uma vez que os efeitos dos opiáceos podem-se voltar a manifestar.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021