Metreleptina

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
A meteleptina, um análogo recombinante da hormona humana leptina, é um medicamento órfão usado para tratar complicações da deficiência de leptina em pessoas com lipodistrofia congénita ou adquirida.

Afectando menos de 500 pessoas em todo o mundo, a lipodistrofia é caracterizada pela falta de tecido adiposo, deposição de gordura nos músculos e fígado, e complicações metabólicas, como hipertrigliceridemia, resistência à insulina, diabetes mellitus e doença hepática gordurosa.

Essas anormalidades metabólicas são frequentemente agravadas pela ingestão excessiva de alimentos, que é ainda mais agravada pela deficiência de leptina, uma proteína secretada pelo tecido adiposo.

A administração de Metreleptina resulta na melhoria dos sintomas metabólicos, incluindo melhorias na resistência à insulina, redução da HbA1c e da glicose em jejum, redução dos triglicéridos e reduções na ingestão de alimentos.

A meteleptina é produzida em E. coli e difere da leptina humana nativa pela adição de um resíduo de metionina no seu terminal amino.
Usos comuns
A meteleptina é indicada como adjuvante da dieta como terapia de reposição para tratar as complicações da deficiência de leptina em pacientes com lipodistrofia generalizada congénita ou adquirida.
Tipo
Medicamento Órfão.
Biotecnologia.
História
Sem informação.
Indicações
Metreleptina é indicado como adjuvante da dieta como terapêutica de substituição para tratamento das complicações de deficiência de leptina em doentes com lipodistrofia (LD):
• em doentes com LD generalizada congénita (síndrome Berardinelli-Seip) confirmada ou LD generalizada adquirida (síndrome de Lawrence) em adultos e crianças com idade igual e superior a 2 anos
• em doentes com LD parcial familiar confirmada ou LD parcial adquirida (síndrome de Barraquer-Simons), em adultos e crianças com idade igual e superior a 12 anos, para os quais os tratamentos habituais não conseguiram alcançar o controlo metabólico adequado.
Classificação CFT

11.4.1 : Aminoácidos e derivados

Mecanismo De Acção
A metreleptina reproduz os efeitos fisiológicos da leptina ligando e activando o receptor da leptina humano, que pertence à família de receptores das citocinas de Classe I que é sinalizada através da via de transdução JAK/STAT.

Só foram estudados os efeitos metabólicos da metreleptina. Não são esperados efeitos na distribuição de gordura subcutânea.
Posologia Orientativa
A dose diária recomendada de metreleptina é baseada no peso corporal.

O médico irá prescrever a dose correcta para si, com base no seguinte:
• Se pesar 40 kg ou menos:
– Uma dose inicial é de 0,06 mg (0,012 ml de solução) por cada quilograma de peso corporal.

• Se for do sexo masculino e pesar mais de 40 kg:
– Uma dose inicial é de 2,5 mg (0,5 ml de solução).

• Se for do sexo feminino e pesar mais de 40 kg:
– Uma dose inicial é de 5 mg (1 ml de solução).
Administração
O tratamento deverá ser iniciado e monitorizado por um profissional de cuidados de saúde experiente no diagnóstico e tratamento de doenças metabólicas.

Via subcutânea.

Os profissionais de saúde deverão fornecer indicações aos doentes e prestadores sobre a reconstituição do medicamento e técnica de injecção subcutânea adequada, de forma a evitar a injecção intramuscular nos doentes com tecido adiposo subcutâneo mínimo.

Os doentes e/ou cuidadores deverão preparar e administrar a primeira dose do medicamento sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado.

A injecção deverá ser administrada à mesma hora todos os dias. Pode ser administrada em qualquer hora do dia, sem consideração às horas das refeições.

A solução reconstituída deverá ser injectada no abdómen, coxa ou antebraço.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Metreleptina.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Efeitos secundários graves:
Informe o médico imediatamente se observar qualquer um dos efeitos secundários seguintes - pode necessitar de tratamento médico urgente:

Se não for possível contactar o médico, deverá procurar assistência médica urgente:
• nível baixo de açúcar (glucose) no sangue
• nível alto de açúcar (glucose) no sangue
• coágulo de sangue nas veias (trombose venosa profunda) - dor, inchaço, ardor e vermelhidão, normalmente na para inferior da perna ou anca
• líquido nos pulmões - dificuldade em respirar ou tosse
• sono ou sensação de confusão

Reacções alérgicas:
Fale imediatamente com o seu médico se observar quaisquer reacções alérgicas, incluindo:
• dificuldades em respirar
• inchaço e vermelhidão da pele, urticária
• inchaço do rosto, lábios, língua ou garganta
• dor de estômago, indisposição (náuseas) e enjoos (vómitos)
• desmaio ou sensação de cansaço
• dor grave no estômago (abdómen)
• batimento cardíaco muito rápido

Pâncreas inflamado («pancreatite»):
Fale imediatamente com o seu médico se observar quaisquer sinais de inflamação do pâncreas, incluindo:
• dor grave súbita no estômago (abdómen)
• indisposição (náuseas) ou enjoos (vómitos)
• diarreia

Outros efeitos secundários:
Informe o médico do estudo imediatamente se observar qualquer um dos efeitos secundários seguintes.

Muito frequentes (podem afectar mais de 1 em 10 pessoas):
• perda de peso

Frequentes (podem afectar até 1 em 10 pessoas):
• perda de interesse na comida
• dores de cabeça
• queda de cabelo
• menstruação anormalmente intensa ou prolongada
• sensação de cansaço
• hematoma, vermelhidão, comichão ou urticária no local onde a injecção é administrada
• o seu corpo produz anticorpos à metreleptina, o que pode aumentar o risco de desenvolver infecções graves ou severas. Pode observar que tem febre, acompanhada de aumento do cansaço

Desconhecido (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis):
• gripe
• infecção no peito
• diabetes
• vontade maior do que a normal para comida ou comer em excesso
• batimento cardíaco mais rápido do que o normal
• tosse
• falta de ar
• dor muscular («mialgia»)
• dores nas articulações
• inchaço nas mãos e pés
• aumento dos tecidos gordos
• inchaço ou hemorragia sob a pele no local da injecção
• sensação geral de desconforto, incómodo ou dor («mal-estar»)
• aumento de gordura no sangue («triglicéridos»)
• aumento de «HbA1c» no sangue, verificar nas análises
• aumento de peso
• inchaço ou hemorragia sob a pele («hemorragia»)
• níveis altos de açúcar no sangue
• temperatura alta
• arrepios
• tremores
Informe o médico do estudo imediatamente se observar qualquer um dos efeitos secundários acima.

Sinais de níveis altos e baixos de açúcar no sangue:
Os sintomas de níveis baixos de açúcar no sangue incluem:
• tonturas
• sono ou sensação de confusão
• descoordenação e deixar cair coisas
• mais fome do que o normal
• transpirar mais do que o normal
• sensação de mais irritação ou maior nervosismo

Se tiver qualquer um dos sintomas relacionados com os acima ou não tiver a certeza, fale imediatamente com o médico. O seu médico poderá ter de alterar o seu tratamento.

Os sintomas de níveis altos de açúcar no sangue incluem:
• sensação de muita sede ou fome
• vontade de urinar mais frequente do que o normal
• maior sonolência
• indisposição ou enjoos
• visão desfocada
• dor no peito ou costas
• falta de ar

Sinais de níveis altos de gordura:
Os sintomas de níveis altos de gordura incluem:
• dor no peito
• dor abaixo das costelas, como azia ou indigestão
• indisposição ou enjoos

Informe o médico do estudo imediatamente se observar qualquer um dos efeitos secundários acima.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Metreleptina não é recomendado durante a gravidez e em mulheres com potencial para engravidar que não utilizam métodos contraceptivos.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Tem que ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da terapêutica com Metreleptina tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.
Condução
Condução
Condução:Metreleptina tem influência ligeira na capacidade de conduzir e utilizar máquinas devido a fadiga e tonturas.
Precauções Gerais
Os dados de ensaios clínicos não sustentam a segurança e eficácia em doentes com LD relacionada com VIH.

Houve notificações de hipersensibilidade generalizada (por exemplo, anafilaxia, urticária ou erupção cutânea generalizada) em doentes a usar Metreleptina. As reacções anafilácticas podem suceder imediatamente após a administração do medicamento. Se uma reacção anafiláctica ou outra reacção alérgica grave ocorrer, a administração deverá ser permanente e imediatamente interrompida e deverá iniciar-se a terapêutica adequada.

A não adesão com ou descontinuação abrupta de Metreleptina pode resultar no agravamento de hipertrigliceridemia e pancreatite associada, em especial nos doentes com factores de risco de pancreatite (por exemplo, historial de pancreatite, hipertrigliceridemia severa).
Se um doente desenvolver pancreatite enquanto estiver a ser tratado com metreleptina, aconselha-se que continue a metreleptina sem interrupções, pois a paragem abrupta do tratamento pode exacerbar a condição.
Caso a metreleptina tenha de ser interrompida por qualquer motivo, é recomendada a diminuição da dose ao longo de um período de duas semanas em conjunto com uma dieta baixa em gorduras.
Durante a diminuição, monitorizar os níveis de triglicéridos e considerar iniciar ou ajustar a dose de medicamentos hipolipemiantes conforme necessário.
Os sinais e/ou sintomas consistentes com pancreatite deverão ser alvo de avaliação clínica adequada.

Existe um risco de hipoglicemia em doentes tratados com Metreleptina que estejam a tomar medicamentos antidiabéticos, em especial insulina ou secretagogos de insulina (por exemplo, sulfonilureia).
Podem ser necessárias grandes reduções de dose de 50% ou mais de insulina na situação basal nas primeiras 2 semanas de tratamento.
Depois de estabilizados os requisitos de insulina, podem ser necessários ajustamentos da dose de outros antidiabéticos em alguns doentes, para minimizar o risco de hipoglicemia.

Monitorizar atentamente a glicemia em doentes a tomar terapêutica de insulina concomitante, especialmente em doses elevadas, ou secretagogos de insulina e tratamento de combinação.
Os doentes e cuidadores deverão ser alertados para estarem atentos aos sinais e sintomas de hipoglicemia.

Em estudos clínicos, a hipoglicemia foi tratada com a ingestão de alimentos/líquidos e com a alteração da dose do medicamento antidiabético.
No caso de acontecimentos hipoglicémicos de natureza não grave, o tratamento com a ingestão de alimentos pode ser considerado uma alternativa ao ajustamento da dose de antidiabéticos de acordo com o parecer do médico responsável pelo tratamento.

Recomenda-se a rotação dos locais de injecção nos doentes que coadministram insulina (ou outros medicamentos subcutâneos) e Metreleptina.

Foram notificados casos de linfoma de células T durante a utilização de Metreleptina em estudos clínicos.
Não foi estabelecida uma relação causal entre o tratamento com o medicamento e o desenvolvimento e/ou progressão do linfoma.

Os benefícios e riscos do tratamento deverão ser cuidadosamente considerados nos doentes com LD generalizada adquirida e/ou doentes com anomalias hematológicas significativas (incluindo leucopenia, neutropenia, anomalias na medula óssea, linfoma e/ou linfadenopatia).

Em ensaios clínicos, os anticorpos antifármaco (ADA) à metreleptina ocorreram com muita frequência (88%) em doentes.
Foi observada in vitro uma actividade de bloqueio da reacção entre metreleptina e um receptor de leptina recombinante no sangue da maioria dos doentes, mas não foi possível estabelecer claramente o impacto na eficácia de metreleptina.

Nos doentes com infecções graves e severas, a continuação de metreleptina deverá ser de acordo com o parecer do médico prescritor.
Não foi possível excluir uma associação entre o desenvolvimento de uma actividade de bloqueio contra a metreleptina e não se podem excluir infecções relevantes e graves.

Embora não confirmado em ensaios clínicos, os anticorpos neutralizantes poderão, em teoria, afectar a actividade da leptina endógena.

Podem ocorrer gravidezes não planeadas devido à recuperação da libertação da hormona luteinizante (LH).
Cuidados com a Dieta
Não aplicável.
Terapêutica Interrompida
Se um doente esquecer uma dose, a dose deverá ser administrada assim que observada a omissão e o calendário posológico normal deverá ser retomado no dia seguinte.
Cuidados no Armazenamento
Conservar no frigorífico (2°C-8°C).
Manter o frasco para injectáveis dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Após a reconstituição, a solução deve ser administrada imediatamente e não pode ser armazenada para utilização posterior.
Eliminação de qualquer medicamento não utilizado.
Não utilize este medicamento se a solução não estiver transparente, tiver cor ou tiver partículas ou névoas.

Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou lixo doméstico. Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Metreleptina Contraceptivos hormonais

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: A leptina é uma citocina e tem o potencial de alterar a formação das enzimas do citocromo P450 (CYP450). Como não pode excluir-se que a metreleptina pode reduzir a exposição a substratos de CYP3A através da indução de enzimas, a eficácia de Contraceptivos hormonais pode ser reduzida se co-administrados com metreleptina. Por conseguinte, deverá ser considerado um método contraceptivo não hormonal adicional durante o tratamento. - Contraceptivos hormonais
Usar com precaução

Metreleptina Substratos do CYP450

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: A leptina é uma citocina e tem o potencial de alterar a formação das enzimas do citocromo P450 (CYP450). Como não pode excluir-se que a metreleptina pode reduzir a exposição a substratos de CYP3A através da indução de enzimas, a eficácia de Contraceptivos hormonais pode ser reduzida se co-administrados com metreleptina. Por conseguinte, deverá ser considerado um método contraceptivo não hormonal adicional durante o tratamento. O efeito de metreleptina nas enzimas CYP450 pode ser clinicamente relevante em relação aos substratos CYP450 com índice terapêutico estreito, onde a dose é individualmente ajustada. Após início ou descontinuação de metreleptina, nos doentes a serem tratados com estes tipos de agentes, deverá realizar-se monitorização terapêutica sobre o efeito (por exemplo, varfarina) ou concentrações de medicamento (por exemplo, ciclosporina ou teofilina) e a dose individual do agente deverá ser ajustada conforme necessário. - Substratos do CYP450
Usar com precaução

Metreleptina Varfarina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: O efeito de metreleptina nas enzimas CYP450 pode ser clinicamente relevante em relação aos substratos CYP450 com índice terapêutico estreito, onde a dose é individualmente ajustada. Após início ou descontinuação de metreleptina, nos doentes a serem tratados com estes tipos de agentes, deverá realizar-se monitorização terapêutica sobre o efeito (por exemplo, varfarina) ou concentrações de medicamento (por exemplo, ciclosporina ou teofilina) e a dose individual do agente deverá ser ajustada conforme necessário. - Varfarina
Usar com precaução

Metreleptina Ciclosporina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: O efeito de metreleptina nas enzimas CYP450 pode ser clinicamente relevante em relação aos substratos CYP450 com índice terapêutico estreito, onde a dose é individualmente ajustada. Após início ou descontinuação de metreleptina, nos doentes a serem tratados com estes tipos de agentes, deverá realizar-se monitorização terapêutica sobre o efeito (por exemplo, varfarina) ou concentrações de medicamento (por exemplo, ciclosporina ou teofilina) e a dose individual do agente deverá ser ajustada conforme necessário. - Ciclosporina
Usar com precaução

Metreleptina Teofilina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: O efeito de metreleptina nas enzimas CYP450 pode ser clinicamente relevante em relação aos substratos CYP450 com índice terapêutico estreito, onde a dose é individualmente ajustada. Após início ou descontinuação de metreleptina, nos doentes a serem tratados com estes tipos de agentes, deverá realizar-se monitorização terapêutica sobre o efeito (por exemplo, varfarina) ou concentrações de medicamento (por exemplo, ciclosporina ou teofilina) e a dose individual do agente deverá ser ajustada conforme necessário. - Teofilina
Usar com precaução

Metreleptina Antidiabéticos

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: Existe um risco de hipoglicemia em doentes tratados com Metreleptina que estejam a tomar medicamentos antidiabéticos, em especial insulina ou secretagogos de insulina. - Antidiabéticos
Usar com precaução

Metreleptina Insulinas

Observações: Não foram realizados estudos de interacção em humanos.
Interacções: Existe um risco de hipoglicemia em doentes tratados com Metreleptina que estejam a tomar medicamentos antidiabéticos, em especial insulina ou secretagogos de insulina. - Insulinas
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Metreleptina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Metreleptina não é recomendado durante a gravidez e em mulheres com potencial para engravidar que não utilizam métodos contraceptivos.

Tem que ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da terapêutica com Metreleptina tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.

Existem dados que sugerem que a metreleptina pode aumentar a fertilidade, devido aos efeitos na LH, com consequente potencial de gravidez não planeada.

Metreleptina tem influência ligeira na capacidade de conduzir e utilizar máquinas devido a fadiga e tonturas.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021