Levobupivacaína

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Levobupivacaína pertence a um grupo de medicamentos designado por anestésicos locais.
Este tipo de medicamento é usado para anestesiar uma parte do corpo ou aliviar dor não crónica.
Usos comuns
Em adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade:
Levobupivacaína é usado como um anestésico local para adormecer partes do corpo antes de grandes cirurgias (excluindo o seu uso em obstectrícia) e pequenas cirurgias (como por exemplo nos olhos e boca).

É também usado para o alívio da dor não crónica
• Após grandes cirurgias
Em crianças (com menos de 12 anos de idade):
Levobupivacaína pode também ser usado em crianças com menos de 12 anos de idade para adormecer partes do corpo antes da cirurgia e para alívio da dor não crónica após pequenas cirurgias, como por exemplo a reparação de uma hérnia na virilha.
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade:
Anestesia cirúrgica:
- Em grande cirurgia, por exemplo no bloqueio epidural (excluindo o seu uso em obstectrícia), intratecal, de nervos periféricos.
- Em pequena cirurgia, por exemplo para infiltração local, bloqueio peribulbar em cirurgia oftalmológica.

Gestão da dor não crónica:
Perfusão epidural contínua, administração única ou múltipla de bólus epidural para gestão da dor não crónica, especialmente no pós-operatório.

Crianças (com menos de 12 anos de idade):
O uso de levobupivacaína em crianças com menos de 12 anos de idade está apenas indicada para analgesia (ilioinguinais, ilio-hipogástricos e bloqueios).
Classificação CFT

2.2 : Anestésicos locais

Mecanismo De Acção
A levobupivacaína é um anestésico e analgésico local de acção prolongada.

Bloqueia a condução nervosa nos nervos sensitivos e motores, em grande parte por interacção com os canais de sódio da membrana celular dependentes da voltagem, mas bloqueia também os canais de potássio e cálcio.

A levobupivacaína interfere também com a transmissão do impulso nervoso e com a condução em outros tecidos, sendo os efeitos a nível do sistema cardiovascular e sistema nervoso central os mais importantes para a ocorrência de reacções adversas clínicas.

A dose de levobupivacaína é expressa sob a forma de base, enquanto, no racémico bupivacaína a dose é expressa sob a forma de sal cloridrato.

Isto ocasiona um aumento de aproximadamente 13% mais substância activa nas soluções de levobupivacaína relativamente à bupivacaína.

Nos estudos clínicos, a levobupivacaína, em concentrações nominais idênticas revelou efeito clínico semelhante à bupivacaína.

Num estudo de farmacologia clínica usando um modelo de bloqueio do nervo cubital, a levobupivacaína foi equipotente à bupivacaína.

É limitada a experiência da segurança com o tratamento com levobupivacaína por períodos excedendo 24 horas.
Posologia Orientativa
A quantidade de Levobupivacaína que vai receber e com que frequência vai recebê-la irá depender da razão pela qual vai ser utilizada e também do seu estado de saúde, idade e peso.

Será usada a dose mais pequena que pode causar dormência na zona pretendida.

A dose será calculada cuidadosamente pelo médico.
Administração
A levobupivacaína só deve ser administrada por, ou sob a supervisão de, um médico com a formação e experiência adequada em anestesia.

Via epidural, intratecal e perineural.
Contra-Indicações
Deverão ser consideradas as contra-indicações gerais relacionadas com a anestesia regional, independentemente do anestésico local usado.

As soluções de levobupivacaína estão contra-indicadas em doentes com uma hipersensibilidade conhecida à levobupivacaína, anestésicos locais do tipo amida.

As soluções de levobupivacaína estão contra-indicadas para anestesia regional intravenosa (bloqueio de Bier).

As soluções de levobupivacaína estão contra-indicadas em doentes com hipotensão grave, tais como choque cardiogénico ou hipovolémico.

As soluções de levobupivacaína estão contra-indicadas para uso no bloqueio paracervical em obstectrícia.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Efeitos secundários muito frequentes (podem afectar mais de 1 em 10 pessoas):
Sensação de cansaço ou fraqueza, falta de ar, palidez (estes são sinais de anemia)
Tensão arterial baixa
Náuseas

Efeitos secundários frequentes (podem afectar até 1 em 10 pessoas):
Tonturas
Dores de cabeça
Vómitos
Problemas (dificuldades) no feto
Dor nas costas
Temperatura corporal elevada (febre)
Dor após cirurgia

Outros efeitos secundários (frequência desconhecida, i.e. não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis):
Reacções alérgicas graves (hipersensibilidade) que causam dificuldade respiratória grave, dificuldade em engolir, urticária e tensão arterial muito baixa.
Reacções alérgicas (hipersensibilidade) reconhecidas por pele avermelhada e com comichão, espirros, transpiração abundante, batimento do coração rápido, desmaio ou inchaço da face, lábios, boca, língua ou garganta.
Contrações (convulsões ou ataques)
Perda de consciência
Sonolência
Visão turva
Falta de ar
Bloqueio cardíaco ou paragem cardíaca
Formigueiro localizado
Dormência na língua
Fraqueza ou contrações musculares
Perda de controlo de bexiga ou intestinos
Paralisia
Formigueiro, entorpecimento ou outra sensação anómala
Erecção prolongada do pénis que pode ser dolorosa
Distúrbio nervoso que pode incluir pálpebra descaída, diminuição da pupila (centro preto do olho), olhos fundos, transpiração e/ou vermelhidão num lado da face

Foram também descritos como efeitos secundários os batimentos do coração rápidos, lentos ou irregulares e alterações no ritmo do coração que podem ser observadas num electrocardiograma (ECG).
Raramente, alguns efeitos secundários podem ser prolongados ou permanentes.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Levobupivacaína só poderá ser administrada durante o início da gravidez, se absolutamente necessário.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Desconhece-se se a levobupivacaína é excretada no leite humano. No entanto, como a bupivacaína, é possível que a levobupivacaína seja fracamente excretada no leite materno. A amamentação é pois possível após anestesia local.
Condução
Condução
Condução:A levobupivacaína pode ter uma influência importante na capacidade de conduzir ou utilizar máquinas. Os doentes deverão ser aconselhados a não conduzir nem utilizar máquinas até todos os efeitos da anestesia e os efeitos imediatos da cirurgia terem passado.
Precauções Gerais
Todas as formas de anestesia local e regional com levobupivacaína devem ser efectuadas em instalações bem equipadas e administradas por profissionais treinados e com experiência nas técnicas de anestesia necessárias, e capazes de diagnosticar e tratar quaisquer efeitos adversos que possam ocorrer.

A levobupivacaína pode causar reacções alérgicas agudas, efeitos cardiovasculares e lesão neurológica.

A levobupivacaína deve ser usada com precaução na anestesia regional em doentes com função cardiovascular diminuída, por ex. arritmias cardíacas graves.

A administração de anestésicos locais pela via de administração intratecal ou epidural no sistema nervoso central, em doentes com doenças pré-existentes do SNC, pode exacerbar potencialmente algumas destas situações clínicas.

Consequentemente, deve proceder-se a uma avaliação clínica quando se considerar uma anestesia epidural ou intratecal nesses doentes.

Anestesia Epidural:
Durante a administração epidural da levobupivacaína, as soluções concentradas (0,5 – 0,75%) devem ser administradas em doses incrementadas de 3 a 5 ml com tempo suficiente entre as doses para detectar manifestações tóxicas de injecções intravasculares ou intratecais inadvertidas.

Foram notificados casos de bradicardia grave, hipotensão e compromisso respiratório com paragem cardíaca (alguns dos quais fatais) associados a anestésicos locais, incluindo a levobupivacaína.

Quando for injectada uma dose elevada, por ex. no bloqueio epidural, recomenda-se administrar uma dose teste de 3-5 ml de lidocaína com adrenalina.

Uma injecção intravascular inadvertida pode então ser reconhecida por um aumento temporário na frequência cardíaca e a injecção intratecal acidental por sinais de um bloqueio espinal.

Podem também ser efectuadas aspirações com uma seringa antes e durante cada injecção suplementar através de técnicas contínuas (intermitentes) com cateter.

Uma injecção intravascular é ainda possível mesmo que as aspirações de sangue sejam negativas.

Durante a administração da anestesia epidural, recomenda-se que a dose teste seja administrada inicialmente, e os efeitos monitorizados antes da administração da dose total.

A anestesia epidural com qualquer anestésico local pode causar hipotensão e bradicardia.

Todos os doentes devem ter um acesso intravenoso estabelecido.

Deve assegurar-se que estejam disponíveis fluídos apropriados, vasopressores, anestésicos com propriedades anticonvulsivantes, miorelaxantes e atropina, equipamento de ressuscitação e técnicos experientes.

Analgesia Epidural:
Têm havido notificações pós-comercialização da síndrome de cauda equina e acontecimentos indicativos de neurotoxicidade temporariamente associadas com o uso de levobupivacaína por pelo menos 24 horas para analgesia epidural.

Estes acontecimentos foram mais graves e em alguns casos conduziram a sequelas permanentes quando se administrou levobupivacaína durante mais de 24 horas.

Portanto deve-se considerar cuidadosamente a perfusão de levobupivacaína durante períodos superiores a 24 horas e esta só deve ser usada nos casos em que os benefícios para o doente são superiores aos riscos.

Para evitar a injecção intravascular ou intratecal, é essencial que a aspiração de sangue ou líquido cefalorraquidiano (quando aplicável) se realize antes da injecção de qualquer anestésico local, seja a dose inicial ou as doses subsequentes.

No entanto, uma aspiração negativa não previne uma injecção intravascular ou intratecal.

A levobupivacaína deve ser utilizada com precaução em doentes que recebem outros anestésicos locais ou agentes estruturalmente relacionados com anestésicos locais tipo amida, uma vez que os efeitos tóxicos destes medicamentos são aditivos.

Bloqueios do nervo regional principal:
O doente deve receber fluídos intravenosamente através de um cateter interno, de modo a assegurar uma via intravenosa funcionante.

Deve ser usada a dose mais baixa de anestésico local que resulta numa anestesia eficaz, de modo a evitar níveis plasmáticos elevados ou efeitos secundários graves.

Deve evitar-se a injecção rápida de um grande volume de solução anestésica local e, quando possível, devem usar-se doses fracionadas (incrementais).

Uso na Zona da Cabeça e Pescoço:
Pequenas doses de anestésicos locais administradas na zona da cabeça e pescoço, incluindo bloqueios retrobulbar, dental e dos gânglios estrelados, podem produzir reacções adversas semelhantes à toxicidade sistémica observada com injecções intravasculares inadvertidas de doses mais elevadas.

Os procedimentos de injecção requerem cuidados extremos.

As reacções podem ser devidas a injecção intra-arterial do anestésico local com fluxo retrógrado para a circulação cerebral.

Podem também ser devidas a punção do revestimento dural do nervo óptico durante o bloqueio retrobulbar com difusão de qualquer anestésico local ao longo do espaço subdural para o mesencéfalo.

Os doentes que recebem estes bloqueios devem estar sujeitos a monitorização da circulação e respiração e devem ser observados constantemente.

Devem estar imediatamente disponíveis equipamento de ressuscitação e técnicos para tratar as reacções adversas.

Uso na Cirurgia Oftálmica:
Os médicos que efectuam bloqueios retrobulbares devem estar conscientes de que foram descritos casos de paragem respiratória, após injecção de anestésicos locais.

A exemplo do que acontece com todos os outros procedimentos regionais, antes do bloqueio retrobulbar, deverá assegurar-se disponibilidade imediata de equipamento, medicamentos e técnicos para tratar a paragem ou depressão respiratória, convulsões e estimulação ou depressão cardíaca.

Como acontece com outros procedimentos de anestesia, os doentes devem ser constantemente monitorizados após os bloqueios oftalmológicos para sinais destas reacções adversas.

Populações especiais:
Indivíduos debilitados, idosos e gravemente doentes: a levobupivacaína deve ser usada com precaução em indivíduos debilitados, idosos ou gravemente doentes.

Insuficiência hepática: visto que a levobupivacaína é metabolizada no fígado, deverá ser usada com precaução nos doentes com doença hepática ou com perfusão hepática diminuída, por ex.: alcoólicos ou cirróticos.
Cuidados com a Dieta
Não aplicável.
Terapêutica Interrompida
Este medicamento é administrado em meio hospitalar.
Cuidados no Armazenamento
Não são necessárias condições especiais de conservação.
Levobupivacaína é armazenada em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Multiplos efeitos Terapêuticos/Tóxicos

Levobupivacaína Inibidores do CYP3A4

Observações: n.d.
Interacções: Os estudos in vitro indicam que as isoformas CYP3A4 e CYP1A2 fazem a mediação do metabolismo da levobupivacaína. Embora não tenham sido efetuados estudos clínicos, o metabolismo da levobupivacaína pode ser afectado pelos inibidores da CYP3A4, por ex.: cetoconazol e inibidores da CYP1A2, por ex.: metilxantinas. - Inibidores do CYP3A4
Multiplos efeitos Terapêuticos/Tóxicos

Levobupivacaína Cetoconazol

Observações: n.d.
Interacções: Os estudos in vitro indicam que as isoformas CYP3A4 e CYP1A2 fazem a mediação do metabolismo da levobupivacaína. Embora não tenham sido efetuados estudos clínicos, o metabolismo da levobupivacaína pode ser afectado pelos inibidores da CYP3A4, por ex.: cetoconazol e inibidores da CYP1A2, por ex.: metilxantinas. - Cetoconazol
Multiplos efeitos Terapêuticos/Tóxicos

Levobupivacaína Inibidores do CYP1A2

Observações: n.d.
Interacções: Os estudos in vitro indicam que as isoformas CYP3A4 e CYP1A2 fazem a mediação do metabolismo da levobupivacaína. Embora não tenham sido efetuados estudos clínicos, o metabolismo da levobupivacaína pode ser afectado pelos inibidores da CYP3A4, por ex.: cetoconazol e inibidores da CYP1A2, por ex.: metilxantinas. - Inibidores do CYP1A2
Multiplos efeitos Terapêuticos/Tóxicos

Levobupivacaína XANTINAS (Derivados da Metilxantina)

Observações: n.d.
Interacções: Os estudos in vitro indicam que as isoformas CYP3A4 e CYP1A2 fazem a mediação do metabolismo da levobupivacaína. Embora não tenham sido efetuados estudos clínicos, o metabolismo da levobupivacaína pode ser afectado pelos inibidores da CYP3A4, por ex.: cetoconazol e inibidores da CYP1A2, por ex.: metilxantinas. - XANTINAS (Derivados da Metilxantina)
Usar com precaução

Levobupivacaína Antiarrítmicos

Observações: n.d.
Interacções: A levobupivacaína deverá ser usada com precaução em doentes tratados com antiarrítmicos com actividade anestésica local, por ex: mexiletina ou antiarrítmicos de classe III, visto que os seus efeitos tóxicos podem ser aditivos. - Antiarrítmicos
Usar com precaução

Levobupivacaína Mexiletina

Observações: n.d.
Interacções: A levobupivacaína deverá ser usada com precaução em doentes tratados com antiarrítmicos com actividade anestésica local, por ex: mexiletina ou antiarrítmicos de classe III, visto que os seus efeitos tóxicos podem ser aditivos. - Mexiletina
Consultar informação actualizada

Levobupivacaína Adrenalina (epinefrina)

Observações: n.d.
Interacções: Não foram completados quaisquer estudos clínicos para avaliar a levobupivacaína em associação com adrenalina. - Adrenalina (epinefrina)
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Levobupivacaína
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Não existem dados clínicos sobre o uso da levobupivacaína durante o primeiro trimestre de gravidez.
Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos teratogénicos mas revelaram toxicidade embriofetal em níveis de exposição sistémica da mesma ordem que os obtidos no uso clínico.
Desconhece-se o potencial risco para o ser humano.
Portanto, a levobupivacaína só poderá ser administrada durante o início da gravidez, se absolutamente necessário.

No entanto, até à data, a experiência clínica com bupivacaína em cirurgia obstétrica (no termo da gravidez ou no parto) é extensa e não revelou efeito fetotóxico.

Desconhece-se se a levobupivacaína é excretada no leite humano.
No entanto, como a bupivacaína, é possível que a levobupivacaína seja fracamente excretada no leite materno.
A amamentação é pois possível após anestesia local.

A levobupivacaína pode ter uma influência importante na capacidade de conduzir ou utilizar máquinas.
Os doentes deverão ser aconselhados a não conduzir nem utilizar máquinas até todos os efeitos da anestesia e os efeitos imediatos da cirurgia terem passado.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 28 de Março de 2023