Ibalizumab

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
Ibalizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado não imunossupressor que se liga ao CD4, o receptor primário do HIV, e inibe a entrada do HIV nas células.
É um inibidor pós-fixação, bloqueando a ligação do HIV aos co-receptores CCR5 e CXCR4 após o HIV se ligar ao receptor CD4 na superfície de uma célula CD4. Os inibidores pós-ligação são uma subclasse de medicamentos para o HIV denominados inibidores de entrada.
O ibalizumab é produzido em células de mieloma não secretor (NS0, non-secreting) de murino por tecnologia de ADN recombinante.
Usos comuns
Indicado para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em adultos com alta experiência em tratamento com infecção por HIV-1 multi-resistente que falhou em seu esquema anti-retroviral actual.
Tipo
Biotecnologia
História
Em 6 de março de 2018, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou o ibalizumabe para HIV-1 multi-resistente.
É usado em combinação com outros medicamentos anti-retrovirais.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA o considera um medicamento de primeira classe.
Indicações
Ibalizumab, em combinação com outros anti-retrovirais, é indicado para o tratamento de adultos infectados por VIH-1 multi-resistente a fármacos para os quais não seja possível de outra forma construir um regime antiviral supressivo.
Classificação CFT

1.3 : Antivíricos

Mecanismo De Acção
O ibalizumab, um anticorpo monoclonal humanizado da imunoglobulina G tipo 4 (IgG4), é um inibidor do VIH-1 que tem por alvo o domínio 2 do receptor CD4.
O ibalizumab impede que o VIH-1 infecte células T CD4+ ao ligar-se ao domínio 2 do CD4 e interferir com as etapas pós-ligação necessárias para a entrada de partículas do vírus VIH-1 em células do hospedeiro e impedindo a transmissão viral que ocorre por via da fusão entre células.

Estudos de mapeamento da estrutura antigénica indicam que o ibalizumab se liga a uma estrutura antigénica conformacional localizada sobretudo no domínio 2 da porção extracelular do receptor CD4. Esta estrutura antigénica está posicionada sobre a superfície do CD4 do lado oposto ao do local do domínio 1 que é necessário para ligação ao CD4 das moléculas de classe II do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) e, consequentemente, não interfere com funções imunes mediadas pelo CD4.

O ibalizumab é activo contra isolados do grupo M do VIH-1 (subtipos A, B, C, D, E ou O). Também é activo contra o VIH-1 resistente a medicamentos anti-retrovirais actualmente aprovados e exibe actividade anti-retroviral contra o VIH-1 de tropismo R5, de tropismo X4 e de tropismo duplo.

Os resultados de testes fenotípicos e genotípicos não revelaram quaisquer evidências de resistência cruzada entre o ibalizumab e qualquer uma das classes aprovadas de medicamentos anti-retrovirais.
Posologia Orientativa
O tratamento deve ser iniciado por um médico com experiência no tratamento da infecção pelo VIH.
A dose recomendada de ibalizumab é uma dose de carga única de 2000 mg seguida de uma dose de manutenção de 800 mg a cada 2 semanas.
Administração
Via intravenosa.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao Ibalizumab.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Efeitos secundários graves
Fale com o médico ou enfermeiro de imediato se sofrer algum dos seguintes efeitos secundários graves:
- Sinais de uma nova infecção, alterações no seu sistema imunitário; podem ocorrer quando começa a utilizar medicamentos contra o VIH. O seu sistema imunitário pode tornar-se mais forte e começar a combater infecções que estavam ocultas no seu organismo há muito tempo (isto designa-se por «síndrome inflamatória de reconstituição imunológica»). Esteja atento(a) a novos sinais de infecção depois de receber Ibalizumab; estes podem variar de pessoa para pessoa consoante o tipo de infecção que estava oculta e podem incluir febre, dor de cabeça, dificuldade em respirar, dor de estômago, tosse e glândulas inchadas (caroços e inchaço no corpo, pescoço, axilas ou virilhas).
- Reacção alérgica (hipersensibilidade).

Fale com o médico ou farmacêutico se notar algum dos seguintes efeitos secundários:

Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):
- erupção na pele
- diarreia
- enjoos (náuseas) ou vómitos
- tonturas
- dor de cabeça
- sensação de cansaço
- pele seca
- dermatite – um tipo de eczema com pele seca e comichão
- dor e sensação de dormência nas mãos, pés ou pernas

Pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):
- tremor
- sensação de tontura, desmaio ou atordoamento ao levantar
- boca seca
- sensação de calor
- manchas ou inchaço
- comichão na pele ou lesões na pele
- contusão (nódoa negra)
- batimentos cardíacos anormais
- hipertensão ou alterações frequentes na tensão arterial

Observados em testes:
- resultados anormais em testes da actividade elétrica do coração (eletrocardiograma)
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:O ibalizumab não é recomendado durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O ibalizumab não deve ser utilizado durante a amamentação.
Condução
Condução
Condução:Os efeitos do ibalizumab sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são reduzidos. Foram reportados casos de tonturas, náuseas, fadiga e cefaleias durante o tratamento com ibalizumab. Os doentes que apresentem estes sintomas devem ser aconselhados a ter precaução ao conduzir ou utilizar máquinas até os sintomas desaparecerem.
Precauções Gerais
Esteja atento a efeitos secundários
Ibalizumab pode causar efeitos secundários graves que terá de comunicar ao médico ou enfermeiro de imediato. Estes incluem:
- sinais de uma nova infecção (denominada «síndrome inflamatória de reconstituição imunológica»)

Este medicamento reduz a quantidade de VIH no seu organismo. Quando esta quantidade é mantida de forma estável em níveis não detectáveis, a probabilidade de poder transmitir o VIH aos seus parceiros sexuais torna-se insignificante.
Mesmo tomando este medicamento, pode ainda transmitir o VIH a outros se os níveis de VIH forem detectáveis no seu organismo.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Terapêutica Interrompida
Se a dose de manutenção (800 mg) de ibalizumab for esquecida por 3 ou mais dias para além do dia de administração previsto, deve ser administrada uma dose de carga (2000 mg) o mais rapidamente possível. Daí em diante, retomar a dosagem de manutenção (800 mg) a cada 2 semanas.
Cuidados no Armazenamento
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Ibalizumab Outros medicamentos

Observações: Não foram realizados estudos de interacção.
Interacções: Com base no mecanismo de acção e disposição do fármaco ibalizumab mediada pelo alvo, não é de esperar que o ibalizumab revele interacções medicamentosas farmacocinéticas com outros medicamentos. - Outros medicamentos
Sem efeito descrito

Cabotegravir Ibalizumab

Observações: n.d.
Interacções: Efeito de cabotegravir na farmacocinética de outros medicamentos As injecções deste medicameto e rilpivirina destinam-se a ser utilizadas como um regime completo para o tratamento da infecção por VIH-1 e não devem ser administradas com outros medicamentos anti-retrovíricos para o tratamento do VIH. Com base no perfil de interacção medicamentosa in vitro e clínica, não é expectável que o cabotegravir altere as concentrações de outros medicamentos anti-retrovíricos, incluindo inibidores da protease, análogos nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa, análogos não nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa, inibidores da integrase, inibidores de fusão ou ibalizumab. - Ibalizumab
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Ibalizumab
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Recomenda-se que as mulheres com potencial para engravidar utilizem um método contraceptivo eficaz durante o tratamento.

Os estudos em animais são insuficientes no que respeita à toxicidade reprodutiva.
Sabe-se que a imunoglobulina (IgG) atravessa a barreira placentária.
O ibalizumab não é recomendado durante a gravidez.

Desconhece-se se o ibalizumab/metabólitos são excretados no leite humano. Sabe-se que a IgG humana é excretada no leite materno durante os primeiros dias após o parto, diminuindo para concentrações baixas daí em diante; consequentemente, não pode ser excluído um risco para os lactentes durante este curto período.
O ibalizumab não deve ser utilizado durante a amamentação.

De modo a evitar a transmissão do VIH ao lactente, recomenda-se que as mulheres infectadas pelo mesmo não amamentem os seus filhos sob nenhuma circunstância.

Os efeitos do ibalizumab sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são reduzidos. Foram reportados casos de tonturas, náuseas, fadiga e cefaleias durante o tratamento com ibalizumab. Os doentes que apresentem estes sintomas devem ser aconselhados a ter precaução ao conduzir ou utilizar máquinas até os sintomas desaparecerem.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Maio de 2023