Epoetina zeta

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
A proteína epoetina zeta que estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos, os quais transportam hemoglobina (substâncias qu transportam oxigénio).

A Epoetina zeta é uma cópia da proteína humana eritropoeitina e actua da mesma forma.
Usos comuns
− em adultos, crianças e adolescentes em hemodiálise para tratar anemia (número baixo de glóbulos vermelhos) sintomática associada a insuficiência renal crónica (doença renal).

− em doentes adultos em diálise peritoneal para tratar anemia sintomática associada a insuficiência renal crónica (doença renal).

− em doentes adultos com insuficiência renal ainda não sujeitos a diálise para tratar anemia grave associada a doença renal acompanhada de sintomas clínicos.

− em doentes adultos a receber quimioterapia para tumores sólidos, linfoma maligno (cancro do sistema linfático) ou mieloma múltiplo (cancro da medula óssea) para tratar anemia e reduzir a necessidade de transfusão de sangue, se o médico decidir que pode haver um risco elevado de necessidade de transfusão de sangue.

− em doentes moderadamente anémicos que vão ser submetidos a cirurgia e que antes disso irão doar o seu sangue para que este lhes possa ser dado durante ou após a operação (doação prévia de sangue autólogo).

− em doentes adultos moderadamente anémicos que vão ser submetidos a uma cirurgia ortopédica (dos ossos) major (como por exemplo, fazer uma prótese da anca ou joelho) para reduzir a necessidade de transfusões sanguíneas.
Tipo
Sem informação.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento da anemia sintomática associada a insuficiência renal crónica (IRC) em doentes adultos e pediátricos.
Classificação CFT

4.2 : factores estimulantes da hematopoiese

Mecanismo De Acção
A eritropoetina é uma glicoproteína que estimula, como um factor estimulante das mitoses e como hormona diferenciadora, a formação de eritrócitos a partir de precursores do compartimento da célula estaminal.

O peso molecular aparente da eritropoetina é de 32 000-40 000 Dalton.

A metade proteica da molécula contribui para cerca de 58% do peso molecular total e é composta por 165 aminoácidos.

As quatro cadeias de hidratos de carbono estão ligadas à proteína através de três ligações N-glicosídeas e uma ligação O-glicosídea.

A epoetina zeta é idêntica, na sua composição em aminoácidos e em hidratos de carbono, à eritropoetina humana endógena isolada da urina de doentes anémicos.

A eficácia biológica da eritropoetina foi demonstrada em vários modelos animais in vivo (rato normal e rato anémico, ratinho policitémico).

Após a administração da eritropoetina, o número de eritrócitos, os valores de hemoglobina e a contagem reticulocitária, bem como a taxa de incorporação de 59Fe, aumentam.

Após incubação das células eritróides nucleadas do baço (cultura de células de baço de ratinho) com epoetina beta, detectou-se um aumento da incorporação da timidina tritiada (3H-timidina) in vitro.

Poderia demonstrar-se com a ajuda de células humanas de medula óssea que a eritropoetina estimula especificamente a eritropoiese, não afectando a leucopoiese.

Não foi detectada acção citotóxica da eritropoetina em células da medula óssea.

Como sucede com outros factores de crescimentos hematopoéticos, a eritropoetina demonstrou propriedades estimulantes in vitro em células endoteliais humanas.
Posologia Orientativa
A dose que recebe é baseada no seu peso corporal em quilogramas.

Utilização em doentes adultos submetidos a hemodiálise:
O médico manterá a sua concentração de hemoglobina entre 10 e 12g/dl (6,2– 7,5mmol/l).

A dose inicial recomendada é de 50 UI/kg (Unidades Internacionaispor quilograma).
Esta é administrada 3 vezes por semana. Se a solução é administrada numa veia, deverá ser injectada durante 1 – 5 minutos.

Utilização em crianças e adolescentes (≤18 anos) submetidas a hemodiálise:
Em crianças, o médico manterá a concentração de hemoglobina entre 9,5 e 11g/dl.

A dose para criança e adolescentes é baseada no peso corporal em quilogramas.
A dose inicial recomendada é de 50 UI/kg. Esta é administrada 3 vezes por semana, injectada numa veia (durante 1-5 minutos).

Utilização em doentes adultos submetidos a diálise peritoneal:
O médico manterá a sua concentração de hemoglobina entre 10 e 12g/dl.
A dose inicial recomendada é de 50 UI/kg. Esta é administrada 2 vezes por semana.

Dependendo de como a anemia responde, a dose pode ser ajustada aproximadamente a cada 4 semanas até que o seu estado esteja controlado.

Utilização em doentes adultos com insuficiência renal não submetidos a diálise:
A dose inicial recomendada é de 50 UI/kg. Esta é administrada 3 vezes por semana.

A dose inicial pode ser ajustada pelo médico até que o seu estado esteja controlado.

Após o seu estado estar controlado, receberá doses regulares de Epoetina zeta (3 vezes por semana, ou, se recebe as suas injecções sob a pele, também pode ser dado uma vez por semana ou uma vez em cada 2 semanas).

A dosagem máxima não deverá exceder 150 UI/Kg 3 vezes por semana, 240 UI/Kg (até um máximo de 20000 UI) uma vez por semana ou 480 UI/Kg (até um máximo de 40000 UI) uma vez em cada 2 semanas.

Utilização em doentes adultos submetidos a quimioterapia:
O médico pode iniciar o tratamento se o seu valor da hemoglobina for 10g/dl ou inferior.

Após o início da terapêutica, o médico manterá o seu valor da hemoglobina entre 10 e 12g/dl. A dose inicial recomendada é de 150 UI/kg. Esta é administrada 3 vezes por semana através de injecção sob a pele.

Em alternativa, o seu médico pode recomendar uma dose inicial de 450UI/kg uma vez por semana.

A dose inicial pode ser ajustada pelo médico, dependendo de como a sua anemia responde ao tratamento; normalmente, receberá Epoetina zeta até 1 mês após o final da quimioterapia.

Utilização em doentes adultos num programa de doação prévia de sangue autólogo
A dose inicial recomendada é de 600 UI/kg. Esta é administrada 2 vezes por semana através de injecção numa veia.

Receberá Epoetina zeta durante as 3 semanas anteriores à sua cirurgia. Também tomará suplementos de ferro antes e durante o tratamento com Epoetina zeta para aumentar a eficácia.

A utilização em doentes adultos com marcacção para cirurgia ortopédica (aos ossos)
A dose de 600 UI/kg (Unidades Internacioanis por quilograma) administrada sob a pele uma vez por semana durante 3 semanas antes da cirurgia e no dia da cirurgia.

Nos casos em que exista a necessidade de encurtar o período antes da operação, uma dose de 300 UI/kg é-lhe administrada diariamente nos 10 dias anteriores à cirurgia, no dia da cirurgia e durante os 4 dias imediatamente depois.

Se as análises sanguíneas mostrarem que a hemoglobina está muito elevada antes da operação, o tratamento será interrompido.

É também importante que os seus níveis sanguíneos de ferro estejam normais durante o tratamento com Epoetina zeta.

Quando apropriado receberá, cada dia, doses de ferro oral, idealmente iniciadas antes do tratamento com Epoetina zeta.
Administração
O tratamento com Epoetina zeta tem de ser iniciado sob a supervisão de médicos com experiência na gestão de doentes com as indicações acima mencionadas.

Deve ser administrado por via subcutânea ou por via intravenosa.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Epoetina zeta.

Os doentes que desenvolvem Aplasia Eritróide Pura (AEP) após tratamento com qualquer eritropoetina não podem receber este medicamento ou qualquer outra eritropoetina.

Hipertensão descontrolada.

Na indicação “para aumentar a colheita de sangue autólogo”: enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral no mês anterior ao tratamento, angina de peito instável, risco aumentado de trombose venosa profunda, nomeadamente, história clínica de doença tromboembólica venosa.

Na indicação de cirurgia electiva ortopédica major: doença coronária grave, doença arterial periférica, carotídea ou doença vascular cerebral, incluindo doentes com antecedentes de enfarte do miocárdio recente ou acidente vascular cerebral.

Doentes que, por qualquer razão, não podem receber profilaxia antitrombótica adequada.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Se sentir dores de cabeça, particularmente dores de cabeça fortes súbitas, do tipo enxaqueca, ou se se sentir confuso ou com desmaios, informe o seu médico imediatamente.

Estes podem ser sinais de aviso de um aumento súbito na tensão arterial que requer tratamento urgente.

Efeitos secundários muito frequentes:
Estes podem afectar mais de 1 doente em 10 pessoas
– Sintomas de gripe, dor de Cabeça, dores nas articulações, sensação de fraqueza, cansaço e tonturas.

Efeitos secundários frequentes:
Estes podem afectar até 1 em 10 doentes em cada 100 pessoas que utilizam
– Aumento da tensão arterial.

O aumento da tensão arterial pode necessitar tratamento com medicamentos (ou ajuste de qualquer medicamento que toma para a tensão alta).

O médico pode controlar a sua tensão arterial regularmente enquanto está a utilizar o medicamento, especialmente no início do tratamento.

– Dor no peito, dificuldade em respirar, inchaço doloroso nas pernas que pode ser sintoma de coágulos sanguíneos (Embolia pulmonar, trombose venosa profunda).

– Acidente vascular cerebral (fornecimento insuficiente de sangue ao cérebro, o que pode conduzir a incapacidade de mover um ou mais membros de um dos lados do corpo, incapacidade de ver em um dos campos de visão).

– Erupções na pele e inchaço à volta dos olhos (edema), o que pode ser resultado de uma reacção alérgica.

– coagulação sanguínea num rim artificial.

Efeitos secundários pouco frequentes:
Estes podem afectar até 1 em 100 pessoas que utilizam
– Hemorragias cerebrais.

Efeitos secundários raros:
Estes podem afectar até 1 em 1000 pessoas que utilizam
– reacções de hipersensibilidade.

Efeitos secundários muito raros:
Estes podem afectar até 1 doente em cada 10000 pessoas que utilizam
– Aumento dos níveis de pequenas células sanguíneas (chamadas plaquetas), as quais podem ser responsáveis pela formação de coágulos sanguíneos.

Efeitos secundários desconhecidos:
A frequência destes efeitos secundários não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis.

– Inchaço, principalmente na região das pálpebras e lábios (edema de Quincke) e reacções alérgicas tipo estado de choque com sintomas de zumbidos, rubor, comichão, afrontamento e pulsação acelerada.

– Eventos vasculares e trombóticos (coagulação sanguínea) nos vasos sanguíneos, tal como problemas na perfusão sanguínea cerebral, trombose na retina, problemas na perfusão do coração, ataque cardíaco, trombose arterial, dilatação das paredes dos vasos sanguíneos (aneurisma).

– Aplasia eritróide pura (AEP).

A AEP tem sido notificada em doentes depois de meses a anos de tratamento com eritropoetina por via subcutânea (injecção sob a pele).

A AEP significa a incapacidade de produzir glóbulos vermelhos suficientes a partir da medulla óssea
– Comichão (prurido).

Outros efeitos secundários:
Doentes renais
– Aumento da tensão arterial que pode necessitar de tratamento com medicamentos ou ajuste da dose de medicamentos que já esteja a tomar para a tensão arterial elevada.

– Pode ocorrer oclusão na ligação entre a artéria e a veia (trombose do shunt), especialmente se tiver a tensão arterial baixa ou complicações na fístula arteriovenosa.

O médico pode examinar o seu shunt e prescrever um medicamento para prevenir a trombose.

Doentes oncológicos:
– coagulação sanguínea (acontecimentos trombóticos vasculares).

– Aumento da tensão arterial.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Deve utilizar-se a epoetina zeta durante a gravidez apenas se o benefício potencial compensar o risco potencial para o feto.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:A epoetina zeta deve ser utilizada com precaução nas mulheres a amamentar.
Condução
Condução
Condução:Os efeitos de epoetina zeta sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são nulos ou desprezíveis.
Precauções Gerais
− ataques epilépticos
− doença hepática
− cancro
− anemia com outras causas
− insuficiência cardíaca (como angina de peito)
− doenças da circulação do sangue resultando em dormência ou mãos ou pés frios ou cãibras musculares nas pernas
− coágulos sanguíneos/doenças de coagulação do sangue
− doença renal.

O médico irá verificar que o seu nível de hemoglobina não excedeu um certo nível, pois concentrações elevadas de hemoglobina podem colocá-lo em risco de ter um problema cardíaco ou nos vasos sanguíneos ou pode aumentar o risco de enfarte do miocárdio, enfarte e morte.

O médico monitorizará a sua pressão arterial regularmente.

Se ocorrerem cefaleias, particularmente cefaleias de aparecimento súbito, do tipo enxaqueca, ou se começar a sentir-se confuso ou se tiver crises, informe o médico ou enfermeiro imediatamente.

Recomenda-se a verificação regular do número de plaquetas nas primeiras 8 semanas de tratamento.

Tome especial cuidado com outros medicamentos que estimulem a produção de glóbulos Vermelhos.

Doentes com insuficiência renal.

Doentes com neoplasia.
Cuidados com a Dieta
Não aplicável.
Terapêutica Interrompida
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Conservar no frigorífico (2°C - 8°C). Não congelar.

Manter a seringa pré-cheia dentro da embalagem exterior para proteger da luz.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Epoetina zeta Ciclosporina

Observações: Não existem provas que indiquem que o tratamento com eritropoetina altere o metabolismo de outros medicamentos. Contudo, visto que a ciclosporina se liga através dos eritrócitos, existe potencial para inteirações com outros medicamentos. Não existe evidência que indique uma interacção entre a epoetina alfa e G - CSF ou GM - CSF em relação à diferenciação hematológica ou proliferação in vitro de tecido tumoral obtido por biopsia.
Interacções: Se a eritropoetina for administrada concomitantemente com a ciclosporina, os níveis séricos da ciclosporina devem ser monitorizados e a dose ciclosporina ajustada à medida que o hematócrito aumenta. - Ciclosporina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Epoetina zeta
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

A quantidade de dados sobre a utilização de epoetina zeta em mulheres grávidas, é limitada ou inexistente.
Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva.
Por conseguinte, deve utilizar-se a epoetina zeta durante a gravidez apenas se o benefício potencial compensar o risco potencial para o feto.
A utilização de epoetina zeta não é recomendada em doentes cirúrgicas grávidas a participar numa pré-doação autóloga de sangue.

Desconhece-se se a epoetina zeta exógena é excretada no leite humano.
A epoetina zeta deve ser utilizada com precaução nas mulheres a amamentar.
Deve ser tomada uma decisão sobre a descontinuação da amamentação ou a descontinuação/abstenção da terapêutica com epoetina zeta tendo em conta o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.
A utilização de epoetina zeta não é recomendada em doentes cirúrgicas a amamentar a participar numprograma de pré-doação autóloga de sangue.

Não foram realizados estudos acerca dos efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
Os efeitos de epoetina zeta sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são nulos ou desprezíveis.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 29 de Novembro de 2022