Corifolitropina alfa

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento DCI com Advertência na Condução
O que é
A substância corifolitropina alfa e pertence ao grupo de medicamentos denominados hormonas gonadotróficas.

As hormonas gonadotróficas têm um papel importante na fertilidade e reprodução humanas.

Uma destas hormonas gonadotróficas é a hormona folículo estimulante (FSH), que é necessária na mulher para o crescimento e desenvolvimento dos folículos (pequenos sacos redondos nos seus ovários que contêm óvulos).
Usos comuns
É utilizado para ajudar mulheres submetidas a tratamento de infertilidade, tal como a fertilização in vitro (FIV), a engravidar.

A FIV envolve a colheita de óvulos nos ovários, a sua fertilização em laboratório e a transferência dos embriões para o útero alguns dias mais tarde.

Este medicamento causa o crescimento de vários óvulos ao mesmo tempo através da estimulação controlada dos ovários.
Tipo
Biotecnologia.
História
Sem informação.
Indicações
Estimulação Ovárica Controlada (EOC) em associação com um antagonista da GnRH para o desenvolvimento multifolicular em mulheres a participar em programas de Tratamento de Reprodução Assistida (TRA).
Classificação CFT

8.6 : Estimulantes da ovulacção e gonadotropinas

Mecanismo De Acção
A corifolitropina alfa é um estimulante dos folículos sustentado com o mesmo perfil farmacodinâmico da FSH(rec) mas com uma duração marcadamente prolongada face à actividade da FSH.

Devido à sua capacidade de iniciar e manter o crescimento de folículos múltiplos durante uma semana inteira, uma injecção única subcutânea da dose de Corifolitropina alfa recomendada pode substituir as primeiras sete injecções de qualquer preparação diária de FSH(rec) no ciclo de tratamento de EOC.

A longa duração da actividade da FSH foi alcançada pela adição do péptido terminal-carboxi da subunidade-β da gonadotropina coriónica humana (hCG) à cadeia-β da FSH humana.

A corifolitropina alfa não possui qualquer actividade LH/h CG intrínseca.
Posologia Orientativa
É recomendada uma dose única de 100-microgramas em mulheres com um peso corporal igual ou inferior a 60 quilogramas e que tenham idade igual ou inferior a 36 anos.

- É recomendada uma dose única de 150-microgramas em mulheres:
- que pesem mais de 60 quilogramas, independentemente da idade.
- que pesem 50 quilogramas ou mais e que tenham mais de 36 anos de idade
Administração
A injecção subcutânea pode ser administrada pela própria mulher ou pelo seu parceiro, desde que tenham sido dadas as instruções adequadas pelo médico.

A autoadministração deve ser apenas realizada por uma mulher que esteja bem motivada, treinada de forma adequada e que tenha acesso a aconselhamento médico.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Corifolitropina alfa.
Tumores dos ovários, mamas, útero, hipófise ou hipotálamo.
Hemorragia (sangramento) vaginal anormal (não menstrual) de etiologia desconhecida/não diagnosticada.
Falência ovárica primária.
Quistos dos ovários ou ovários aumentados.
Antecedentes de Síndrome de Hiperestimulação Ovárica (SHO).
Um ciclo prévio de EOC que resultou em mais do que 30 folículos ≥11mm medidos por ecografia.
Contagem inicial de folículos antrais >20.
Fibromas do útero incompatíveis com a gravidez.
Malformações dos órgãos reprodutores incompatíveis com a gravidez.
Síndrome do ovário poliquístico (SOP).
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Uma possível complicação do tratamento com hormonas gonadotróficas como Corifolitropina alfa é a hiperestimulação dos ovários não desejada.

A probabilidade de ter esta complicação pode ser reduzida pela monitorização cuidadosa do número de folículos maduros.

O médico irá fazer ecografias aos seus ovários para monitorizar cuidadosamente o número de folículos maduros.

O médico poderá também verificar os níveis de hormonas no sangue.

Os primeiros sintomas de hiperestimulação ovárica podem ser notados como dor no estômago (abdómen), sentir-se doente ou diarreia.

A hiperestimulação ovárica pode evoluir para uma situação clínica chamada síndrome de hiperestimulação ovárica (SHO) que pode ser um problema clínico grave.

Em casos mais graves, pode levar ao aumento do volume dos ovários, acumulação de líquido no abdómen e/ou tórax (que pode causar súbito aumento de peso devido à acumulação de líquido) ou coágulos nos vasos sanguíneos.

Contacte o médico imediatamente se tiver dor no estômago (abdómen) ou quaisquer outros sintomas de hiperestimulação ovárica, mesmo que estes ocorram alguns dias após a injecção ter sido administrada.

A possibilidade de ter um efeito secundário encontra-se descrita pelas seguintes categorias:

Frequentes (podem afectar até 1 em 10 mulheres)
- Síndrome de hiperestimulação ovárica (SHO)
- Dor pélvica
- Sentir-se doente (náuseas)
- Dor de cabeça
- Desconforto pélvico
- Tensão mamária
- Cansaço (fadiga)

Pouco frequentes (podem afectar até 1 em 100 mulheres)
- Torção de um ovário (torção ovárica)
- Aumento das enzimas do fígado
- Aborto
- Dor após recolha do oócito
- Dor relacionada com a intervenção
- Libertacção de um óvulo demasiado cedo (ovulação prematura)
- Distensão abdominal
- Vómitos
- Diarreia
- Obstipação
- Dor nas costas
- Dor mamária
- Nódoas negras ou dor no local da injecção
- Irritabilidade
- Oscilações de humor
- Tonturas
- Afrontamento

Têm sido também notificados casos de gravidez fora do útero (gravidez ectópica) e gravidezes múltiplas. Não se considera que estes efeitos secundários estejam relacionados com a utilização deste medicamentomas com o programa de Tecnologia de Reprodução Assistida (TRA) ou gravidez subsequente.

Em casos raros, têm sido associados à terapêutica com este medicamento assim como com outras gonadotropinas, coágulos sanguíneos (trombose) que se formam dentro de um vaso sanguíneo, soltam-se e deslocam-se na circulação sanguínea para outro vaso sanguíneo (tromboembolismo).
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Corifolitropina alfa não é indicada a utilização durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Corifolitropina alfa não é indicada a utilização durante a amamentação.
Condução
Condução
Condução:Se sentir tonturas, não deve conduzir.
Precauções Gerais
Avaliação da infertilidade antes de iniciar o tratamento
Antes de iniciar o tratamento, a infertilidade do casal deve ser avaliada conforme apropriado.

Em particular, as mulheres devem ser avaliadas em relação ao hipotiroidismo, insuficiência adrenocortical, hiperprolactinemia e tumores da hipófise ou hipotálamo e deve ser dado tratamento específico apropriado.

Condições médicas em que a gravidez é contra-indicada também devem ser avaliadas antes do início do tratamento com este medicamento.

Dosagem durante o ciclo de estimulação
Este mdeicamento destina-se apenas a injecção única subcutânea.

Não devem ser administradas injecções adicionais deste medicamento no mesmo ciclo de tratamento.

Após a administração, não deve ser administrado nenhum medicamento adicional contendo FSH antes do dia 8 da estimulação.

Insuficiência Renal
Em doentes com insuficiência renal ligeira, moderada ou grave a taxa de eliminação de corifolitropina alfa pode estar reduzida.

Consequentemente, não se recomenda a utilização deste medicamentonestas mulheres.

Não recomendado com um protocolo com agonista da GnRH
A Informação sobre a utilização deste medicamento em associação com um agonista da GnRH é limitada.

Os resultados de um pequeno estudo não controlado sugerem uma maior resposta ovárica do que na associação com um antagonista da GnRH.

Consequentemente, não é recomendada a utilização deste medicamento em associação com um agonista da GnRH.

Síndrome de Hiperestimulação Ovárica (SHO)
A SHO é uma situação clínica distinta do ovário aumentado não complicado.

Os sinais e os sintomas clínicos de SHO ligeira e moderada são dor abdominal, náuseas, diarreia, aumento do volume dos ovários ligeiro a moderado e quistos ováricos.

A SHO grave pode ser fatal.

Os sinais e os sintomas clínicos de SHO grave são o aparecimento de quistos ováricos de grandes dimensões, dor abdominal aguda, ascite, derrame pleural, hidrotórax, dispneia, oligúria, alterações hematológicas e aumento de peso.

Em situações raras, pode ocorrer tromboembolismo venoso ou arterial associado à SHO.

Foram também notificadas em associação com a SHO, anormalidades transitórias no teste da função hepática sugestivas de disfunção hepática com ou sem alterações morfológicas na biópsia hepática.

A SHO pode ser causada pela administração de hCG e pela gravidez (hCGendógena).

A SHO prematura ocorre habitualmente nos 10 dias após a administração de hCG e pode estar associada a uma resposta ovárica excessiva à estimulação gonadotrófica.

A SHO tardia ocorre para além de 10 dias depois da administração da hCG como consequência das alterações hormonais da gravidez.

Devido ao risco de desenvolvimento de SHO, as doentes devem ser monitorizadas durante pelo menos 2 semanas após administração da hCG.

Mulheres com factores de risco conhecidos para uma resposta ovárica elevada podem ser especialmente susceptíveis para desenvolver SHO após o tratamento com este medicamento.

Nas mulheres que fazem o seu primeiro ciclo de estimulação ovárica e nas quais os factores de risco são apenas parcialmente conhecidos, recomenda-se a monitorização cuidadosa dos sinais e sintomas precoces de SHO.

Para reduzir o risco de SHO, devem ser efectuadas avaliações ecográficas do desenvolvimento folicular antes do início do tratamento e a intervalos regulares durante o tratamento.

A determinação simultânea dos níveis séricos de estradiol também poderá ser útil.

Nas técnicas de Reprodução Medicamente Assistida (RMA) existe um risco aumentado de SHO se forem observados 18 ou mais folículos com um diâmetro igual ou superior a 11mm.

No caso de existirem 30 ou mais folículos no total, é aconselhável suspender a administração de hCG.

Dependendo da resposta ovárica, podem ser consideradas as seguintes medidas para reduzir o risco de SHO:
suspender a estimulação adicional com uma gonadotropina por um período máximo de 3 dias (“coasting”);
suspender a hCG e cancelar o ciclo de tratamento;
administrar uma dose inferior a 10.000 UI de hCG para a estimulação final da maturação de oócitos, p. ex., 5.000 UI de hCG ou 250 microgramas de hCG recombinante (equivalente a 6.500 UI, aproximadamente);
cancelar a transferência de embriões e criopreservar os embriões;
evitar a administração de hCG para suporte da fase lútea.

A adesão à dose recomendada deste medicamento e ao ciclo de tratamento assim como a monitorização cuidadosa da resposta ovárica são importantes para reduzir o risco de SHO.

Se se desenvolver SHO, deve ser implementado e seguido o tratamento convencional da SHO.

Torção ovárica
Têm sido notificados casos de torção ovárica após o tratamento com gonadotropinas, incluindo este medicamento.

A torção ovárica pode estar relacionada com outras condições, tais como SHO, gravidez, cirurgia abdominal prévia, história de torção ovárica e quistos ovários prévios ou actuais.

O dano ovárico devido à redução do aporte sanguíneo pode ser limitado pelo diagnóstico precoce e destorção imediata.

Gravidez múltipla
Foram notificados gravidezes e nascimentos múltiplos em todos os tratamentos com gonadotropinas, incluindo este medicamento.

Antes do início do tratamento, a mulher e o seu parceiro devem ser aconselhados sobre os potenciais riscos para a mãe (complicações durante a gravidez e parto) e recém-nascido (baixo peso neonatal).

Em mulheres submetidas a técnicas de RMA, o risco de gravidez múltipla está principalmente relacionado com o número de embriões transferidos.

Gravidez ectópica
As mulheres inférteis submetidas a RMA, têm uma maior incidência de gravidez ectópica.

É importante ter numa fase precoce a confirmação ecográfica de que a gravidez é intrauterina e excluir a possibilidade de gravidez extrauterina.

Malformações congénitas
A incidência de malformações congénitas pode ser ligeiramente mais elevada após RMA do que após conceções espontâneas.

Pensa-se que esta situação seja devida a diferenças nas características parentais (p. ex., idade da mãe,características do esperma) e à maior incidência de gravidezes múltiplas.

Neoplasias do ovário e outras neoplasias do sistema reprodutor
Foram notificadas neoplasias dos ovários e noutros órgãos do sistema reprodutor, tanto benignos como malignos, em mulheres submetidas a regimes terapêuticos múltiplos para o tratamento da infertilidade.

Não está estabelecido se o tratamento com gonadotropinas aumenta ou não o risco destes tumores em mulheres inférteis.

Complicações vasculares
Têm sido notificados eventos tromboembólicos, tanto em associação como separado de SHO, após o tratamento com gonadotropinas, incluindo este medicamento.

A trombose intravascular, que pode ter origem em veias ou artérias, pode resultar no fluxo reduzido de sangue para órgãos vitais ou extremidades.

Em mulheres com factores de risco geralmente conhecidos para acontecimentos tromboembólicos, tais como antecedentes pessoais ou familiares, obesidade grave ou trombofília, o tratamento com gonadotropinas pode levar a um aumento adicional deste risco.

Nestas mulheres, devem ponderar-se os benefícios e os riscos da administração de gonadotropinas.

Deve ter-se em consideração, contudo, que a gravidez por si só também acarreta um risco aumentado de trombose.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Terapêutica Interrompida
Caso se tenha esquecido de injectar este medicamento no dia que deveria fazê-lo, contacte o médico imediatamente.
Cuidados no Armazenamento
Conservação na farmácia
Conservar no frigorífico (2ºC-8ºC).
Não congelar.

Conservação pela doente:
Existem duas opções:
1.Conservar no frigorífico (2ºC-8ºC).
Não congelar.
2. Não conservar acima de 25ºC durante um período total não superior a 1 mês.
Tome nota da data em que retirou o produto do frigorífico e utilize-o no período de um mês a partir a contar dessa data.
Manter a seringa na embalagem para proteger da luz.

Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Corifolitropina alfa Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: Não foram realizados estudos de interacção com Corifolitropina alfa e outros medicamentos. Uma vez que a corifolitropina alfa não é um substrato das enzimas do citocromo P450, não se prevêem interacções com outros medicamentos. - Outros medicamentos
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Corifolitropina alfa
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Corifolitropina alfa não é indicada a utilização durante a gravidez e amamentação.

Se sentir tonturas, não deve conduzir ou utilizar máquinas.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 12 de Abril de 2022