Cistina + Retinol

DCI com Advertência na Gravidez
O que é
É uma associação de L-cistina, um aminoácido sulfurado, e vitamina A.

A cistina é um dos constituintes essenciais dos anexos (17% nos pêlos e cabelos e 13% nas unhas) e, em menor grau, da pele (2 a 4%).

A cistina participa na formação da queratina e exerce um efeito estimulante no crescimento dos pêlos, das células basais epidérmicas e das células germinais.

A vitamina A desempenha um papel muito importante na diferenciação epitelial e na queratinização.
Usos comuns
Alopécia, em especial seborreica;
Distrofia das unhas.
Tipo
Sem informação.
História
Sem informação.
Indicações
Alopécia, em especial seborreica;
Distrofia das unhas.
Classificação CFT

13.8.6 : Produtos para as unhas

Mecanismo De Acção
Cistina
A cistina é um aminoácido sulfurado, caracterizado por um grupo dissulfureto S-S.

Juntamente com a cisteína, caracterizada por um grupo sulfidrilo S-H, a cistina faz parte dum sistema óxido-redutor muito importante no metabolismo das proteínas.

Cistina, cisteína e metionina representam a quase totalidade das fontes de enxofre do organismo.

A molécula de cistina faz parte da molécula do tripeptido glutatião (cistina – ácido glutâmico – glicina).

Encontra-se presente na maioria dos tecidos do organismo, mas representa um papel importante em diversas moléculas, como certas hormonas anti-hipofisárias, a insulina e, em especial, a queratina.

Com efeito a cistina é parte integrante da macromolécula de queratina, na qual é ponto essencial, e à qual confere propriedades de elasticidade.

Assim, a cistina é um constituinte primordial da pele (que contém 2,3 a 4,3% de cistina) e dos anexos (o cabelo contém cerca de 17% de cistina e as unhas de 11 a 13%).

A cistina é o factor chave do processo de queratinização: "Durante a queratinização, há a transformação das proteínas globulosas (células epidérmicas malpighianas) em proteínas fibrosas.

Esta transformação reside sobretudo na oxidação de duas moléculas de cisteína (com um grupo S-H) dando, por redução, uma molécula de cistina que comporta dois radicais unidos por uma ponte dissulfureto".

Por outro lado, os bioquímicos estabeleceram que a oxidação dos grupos S-H (cisteína) em grupos S-S (cistina) efectua-se da profundidade da epiderme (onde praticamente só há grupos S-H) para a superfície (o stratum corneum só contém grupos S-S).

Assim a expressão bioquímica do processo de queratinização reside essencialmente no metabolismo do enxofre ao nível da epiderme: a ortoqueratogénese consiste na oxidação de grupos SH (cisteína) em grupos S-S (cistina) ao nível da camada de Malpighi.

Compreende-se, assim, que apesar do nível de metionina na pele ser baixo e fixo, o nível de cistina é geralmente elevado mas variável em função das condições fisiológicas e patológicas.

Como tal, o valor duma queratina é função do seu nível em enxofre cistínico.

Estudos, em ratazanas, demonstraram que há um aumento da densidade do pelo sobre o efeito da cistina.

Também nos carneiros merinos ficou provada uma acção favorável da cistina no crescimento da lã.

Esta acção exerce-se no comprimento das fibras de lã e no seu diâmetro.

Experiências com metionina provocaram um aumento do crescimento de lã "pequena e pouco pronunciada" o que é atribuído à cistina obtida a partir da metionina.

Com o enxofre mineral não se obtiveram resultados.

O uso de rádio-isótopos permitiu verificar que somente o enxofre aminado, quer por via oral ou parental, participa na síntese da queratina do pêlo por incorporação massiva e definitiva ao nível da zona queratogénica do folículo piloso.

Um estudo sobre a cicatrização de úlceras cutâneas experimentais trouxe luz sobre o papel do metabolismo da cisteína na pele.

Com efeito, o uso de cistina marcada com S35, demonstrou, ao longo do processo de cicatrização, que:
- há mobilizacção da cistina disponível no organismo (o nível diminui no plasma e fígado proporcionalmente, e à medida que a cicatrização progride).

- há um esforço do organismo para sintetizar cistina suplementar à custa de outros aminoácidos (em especial da metionina); deste catabolismo resulta um balanço de azoto negativo nos grandes feridos e queimados)

- há incorporacção de cistina no tecido de cicatrização
O uso de metionina e cistina marcada com S35, no ser humano, verificou-se que a radioactividade é mais intensa ao nível dos cabelos que ao nível da pele.

Aparece no cabelo 4 a 6 semanas após administração do composto marcado e é maior com a cistina do que com a metionina.

Com o SO2-S35 não aparece nenhuma radioactividade.

A associação da vitamina A à cistina permite conferir as propriedades benéficas da vitamina nas afecções da pele e anexos.

A integridade funcional e estrutural das células epiteliais do corpo dependem dum aporte adequado de vitamina A.

Esta vitamina desempenha um papel muito importante na indução e controlo da diferenciação epitelial, nos tecidos segregadores de muco e na queratinização.

Na presença da vitamina A, as células basais são estimuladas para produzirem muco.

Na ausência de vitamina A, as células mucosas desaparecem e ocorre a atrofia do epitélio seguida de proliferação de células basais à custa das células mucosas.

As novas células, pelo seu crescimento contínuo substituem o epitélio original por um epitélio queratinizado e estratificado.

A supressão das secreções normais origina irritação e infecções.

Assim, a vitamina A revela-se útil e eficaz em determinadas doenças dermatológicas, tais como o acne, psoríase, doença de Darier e ictiose.

Uso nas alopécias:
Como já foi referido, o papel da cistina na queratinização aponta, muito naturalmente, este aminoácido sulfurado como agente de tricogénese.

Assim, a cistina foi introduzida no arsenal terapêutico das alopécias associadas eventualmente ao tratamento etiológico, à vitaminoterapia (A, B6, ácido pantoténico, biotina), ao tratamento local.

Assim, a cistina, o enxofre e os anexos da pele, intervêm como tratamento sintomático em todas as formas de alopécia.

Na alopécia seborreica a cistina desempenha uma dupla acção, sintomática e etiológica, visto ser um factor anti-seborreico.

Os resultados são no geral satisfatórios, em especial nas alopécias agudas e alopécias crónicas femininas.

Na alopécia seborreica do homem, a cistina, associada à vitaminoterapia e ao tratamento local, age sobre as peladas e é susceptível de retardar a evolução para a calvíce.

Uso na diátese exsudativa – seborreica – acne:
O uso da cistina em dermatologia ficou definitivamente estabelecido quando Peters (The Lancet, 3 de Março de 1945) a utilizou em dois casos de dermatite exfoliativa, o primeiro caso associado a um eczema.

A cistina provocou o regresso a uma pele normal, agindo tanto sobre a descamação como sobre o exsudado no primeiro caso.

Seguidamente tornou-se frequente a prescrição de cistina (400 mg a 600 mg/dia) em pediatria, para as diferentes manifestações da diátese exsudativa do lactente (seborreica, crostas (usagres), eczema).

Este uso baseou-se nas seguintes considerações bioquímicas:
1. No leite da mãe puro, a taxa de cada um dos aminoácidos é nitidamente inferior à encontrada para o leite de vaca puro, à excepção da cistina, que se encontra numa proporção quase dupla.

Esta conclusão mostra que a cistina tem um valor particular na alimentação do lactente.

Como tal, o lactente submetido a uma alimentação artificial recebe no máximo metade da ração de cistina em relação a uma alimentação natural.

2. Só os lactentes amamentados apresentam uma flora intestinal exclusivamente composta por bacilos bífidos; observação que confirma in vivo o papel bifidogénio da cistina já observado in vitro.

3. O lactente, ao contrário do adulto, não é capaz de transferir o enxofre da metionina para a cistina: a cistina é assim um aminoácido essencial para o lactente.

Posteriormente a cistina foi recomendada (1,5 g/dia) como tratamento prolongado da seborreia geralmente subjacente ao acne, por vezes associada à vitaminoterapia (A e/ou B6).

Assim a cistina é recomendada para o tratamento da seborreia e por consequência para a maioria dos acnes.

No acne juvenil banal, em particular, a administração sistemática e prolongada de cistina melhora o equilíbrio metabólico do tecido cutâneo.

Uso nas unhas:
Nos indivíduos normais, os níveis de cistina nas unhas situa-se entre 11 e 13%, ou seja, em média 3,2% de enxofre.

Estudos com cistina marcada com S35 estabeleceram que a cistina é rapidamente incorporada na matriz da unha.

Tal como nos cabelos, o nível de cistina nas unhas é variável consoante as diversas circunstâncias patológicas.

Se a cistina está diminuída na unha doente, concomitantemente a administração de cistina possui uma acção eutrófica sobre a unha.

Nas onicomicoses em que o crescimento da unha é geralmente lento e em que a rapidez da cura pela griseofulvina é função da velocidade do crescimento da unha, levou Jank (Gelatinebehandlung bei Onychomylosen Med. Wschr. Wien. 1968.T.112-8) a idealizar um tratamento adjuvante sob a forma de aminoácidos enriquecidos com vitaminas: numa estatística publicada em 1968, o autor reporta um aumento da velocidade de crescimento das unhas e paralelamente uma cura mais precoce pela griseofulvina.

Nas distrofias ungueais, actualmente está estabelecido que o tratamento geral compreende o uso de aminoácidos sulfurados e, em primeiro lugar, a cistina.

Uso na psoríase:
O processo de queratinização está centrado no metabolismo do enxofre na pele: mais precisamente na oxidação dos grupos S-H (cisteína), presentes nas camadas profundas da epiderme, em grupos S-S (cistina) os únicos presentes nas camadas superficiais, o stratum corneum.

O processo de queratinização traduz-se pelo desaparecimento dos grupos S-H em função do aparecimento dos grupos S-S.

Paradoxalmente, a pele e as escamas da psoríase contêm uma grande quantidade de S-H e pouco S-S enquanto que, por exemplo, na ictiose estes valores são normais.

A psoríase surge assim como uma disqueratose, ou uma aberração do metabolismo cutâneo do enxofre por defeito de oxidação dos grupos S-H ou por defeito da formação dos grupos S-S.

Assim, a administração de cistina tende a compensar a alteração da transferência de grupos S-H em grupos S-S.
Posologia Orientativa
Tratamento inicial: 6 cápsulas por dia, durante 1 a 2 meses;
Tratamento de manutenção: 6 cápsulas por dia, durante 15 dias em cada mês.
Administração
Via oral.
Contra-Indicações
Não deverá ser utilizado por pacientes com cistinúria.

O medicamento está contra-indicado em caso de hipersensibilidade às substâncias activas.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Não se conhecem efeitos indesejáveis provocados pelo uso de (Cistina, Retinol), se utilizado tal como é recomendado.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:A vitamina A durante o primeiro trimestre de gravidez poderá prejudicar o crescimento do feto. Em clínica, foram descritos casos de malformações com administrações crónicas superiores a 25000 UI/24 horas.
Precauções Gerais
No caso de cistinúria deve-se administrar (Cistina, Retinol) com prudência.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligar para o Centro de intoxicações.
Terapêutica Interrompida
Não utilizar uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Conservar em local fresco e seco a uma temperatura inferior a 25ºC.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

A vitamina A durante o primeiro trimestre de gravidez poderá prejudicar o crescimento do feto.
Em clínica, foram descritos casos de malformações com administrações crónicas superiores a 25000 UI/24 horas.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 25 de Março de 2024